Cap. 2 O nascimento da
Sociologia
E antes como era?
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Se houve tantas mudanças na chegada dos “tempos
modernos”, cabe abrir um parêntese e perguntar
como era a vida dos europeus no período anterior.
É claro que ao longo dos dez séculos que durou a
Idade Média, nem tudo permaneceu sempre igual.
Mas alguns traços foram característicos desse longo
período.
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Como as pessoas se ocupavam?
Como se relacionavam?
Quem detinha o poder?
Que força, afinal, tinha a Igreja Católica?
Enfim, como estava organizada a sociedade?
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A sociedade medieval era composta basicamente de
três ordens:
O clero;
A nobreza;
Os camponeses
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O clero surgiu com a cristianização e o fortalecimento
da Igreja na Europa.
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A nobreza era formada essencialmente por guerreiros,
vassalos de nobres mais poderosos, seus suseranos, aos
quais deviam fidelidade;
Em troca, estes lhes deviam proteção e retribuição, em
geral concedida sob a forma de uma terra, chamada
feudo, cuja posse se tornava hereditária.
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Por seu lado, os camponeses eram servos dos nobres
senhores feudais.
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Um aspecto importante é que na sociedade medieval
praticamente não havia mobilidade social.
Isso significa que quem nascesse camponês
provavelmente morreria camponês, como seu pai e
seu avô;
E quem nascesse na família de um nobre proprietário
de terras dificilmente veria sua condição se alterar.
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Por isso, a sociedade medieval pode ser chamada de
estamental:
Trata-se de um tipo de estratificação social em que as
diferentes camadas, ou estamentos, não chegam a
ser rígidos quanto as castas, nem tão flexíveis quanto
as classes sociais.
Na Idade Média havia ainda um outro tipo de
imobilidade: a maioria das pessoas nascia e morria no
mesmo lugar.
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A agricultura era a principal fonte de riqueza, e a terra
o bem mais cobiçado.
Os feudos eram as unidades produtivas básicas, mas
nem sempre forneciam tudo de que seus habitantes
precisavam para se manter.
Para suprir suas necessidades, as pessoas começaram
a praticar o comércio.
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A troca de produtos era realizada em feiras, nas
aldeias, para onde era levado o pouco que se
conseguia guardar.
Como não havia produção em larga escala, nem
sempre era possível armazenar excedentes para serem
trocados ou para serem consumidos em períodos
críticos.
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É fácil perceber por que, no mundo feudal, o poder
não podia ser centralizado.
Cada feudo era regido por um nobre que mantinha
relação de vassalagem com seu suserano. Como eram
muitos, o rei não poderia comandar todos eles.
Era como se cada feudo fosse uma “casa”, onde não
cabia a ingerência de alguém de fora.
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Essa fragmentação facilitava a ação centralizadora
da Igreja Católica, pois apenas a religião atravessava
todas as barreiras.
Vassalo ou suserano, senhor ou servo, todos estavam
submetidos aos mandamentos de Deus, de que a
Igreja era porta-voz.
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Tão forte era o poder da Igreja na organização da
vida em sociedade que muitos historiadores se referem
à Europa da Idade Média como a “Europa cristã”.
A importância da religião católica ajuda a entender a
mentalidade da sociedade medieval.
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Deus era o centro e a explicação de tudo: conforme
pregava a Igreja, era o que determinava por que uns
deveriam ter uma posição melhor e outros pior;
Era quem estabelecia quem deveria mandar – e como
– na esfera política;
Era quem decidia o que se poderia fazer com o
dinheiro;
Era quem regia o próprio tempo.
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Os clérigos procuravam ensinar aos fiéis que o mundo,
por ser criação de Deus, só podia ser por Ele
modificado;
 Não caberia aos homens e mulheres transformar o
que Ele havia feito.
A crença no princípio de que “o mundo é assim
porque Deus assim o fez” confere sentido à
imobilidade social que prevaleceu no cenário
medieval.
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No século XVI a Igreja Católica sofreu um grande
abalo com a Reforma Protestante.
Contudo, sua pronta reação ao protestantismo lhe
permitiu reconquistar fiéis, e houve uma renovação da
espiritualidade.
Embora a cristandade tenha ficado dividida, em
grande parte da Europa a Igreja Católica manteve seu
poder.
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aula 4. 1 ano (5681668)