Pirataria De Remédios No Brasil .
ENGANO
No rótulo, o falso hormônio é indicado para cavalos. Isso é feito para driblar a fiscalização,
que se concentra em remédios de uso humano
"Meu pai perdeu a visão de um olho por causa de um remédio sem registro"
Júlio Cahuano, sobre o problema que atingiu o pai, Cezar Cahuano, após receber medicação
ilegal depois de uma cirurgia de catarata
A população brasileira está entre as que mais consomem medicamentos falsos em todo o
mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) identifica nesta categoria remédios
pirateados, contrabandeados e aqueles que não têm registro no órgão responsável (no caso
do Brasil, a aprovação e liberação de medicações é feita pela Agência Nacional de Vigilância
Sanitária, a Anvisa). De acordo com a agência, 20% dos remédios vendidos em território
nacional enquadram-se nestas classes. Levantamento feito pelo Instituto Etco - entidade
empresarial que combate a sonegação fiscal - revela um quadro ainda mais assustador: 30%
do mercado é composto por drogas irregulares.
Somente nos quatro primeiros meses deste ano, a Anvisa apreendeu 170 toneladas de
medicamentos fora da lei. Oito vezes e meia o total de apreensões realizadas ao longo de
2008. As ocorrências têm sido tão frequentes que apenas uma delegacia especializada no Rio
de Janeiro chegou a instaurar 112 inquéritos no ano passado - um a cada três dias.
Remédios, no Brasil, terão rastreador .
Os medicamentos vendidos no Brasil sairão de
fábrica com rastreador que permitirá
acompanhar sua circulação até chegar ao
consumidor. A medida faz parte de plano
acertado nesta quinta-feira entre a indústria
farmacêutica e o governo federal para
combater a pirataria de remédios. A medida
estará totalmente implementada em 2010,
mas já no próximo ano alguns rastreadores
começam a funcionar experimentalmente
A idéia é desmontar, em mega operações
conjuntas da Agência de Vigilância Sanitária
(Anvisa) com as Polícias Federal e Rodoviária,
quadrilhas que atuam no setor. Em 2007, a
pirataria deu prejuízo de mais de R$ 30 bilhões
ao País em sonegação e fraudes, além de ter
fechado milhares de postos de trabalho e
causado danos a pacientes, sobretudo a
mulheres e a idosos
As falsificações, nesse meio tempo, atingiram
mundialmente um montante de 25 bilhões de
dólares, anunciou Michaela Debus, da
indústria farmacêutica suíça Novartis, na
segunda-feira (01) em Berlim. A Confederação
Internacional de Indústrias Farmacêuticas
calcula que os remédios falsificados entretanto
tenham atingido 7% do total. A maior parte
dos casos (70%) se dá em países em
desenvolvimento, principalmente na África.
Na Alemanha foram descobertas somente três
"falsificações totais" nos últimos 15 anos,
segundo a Polícia Federal (BKA), isto é, casos
em que não apenas a embalagem como
também o medicamento não eram originais.
Somente falsificações de alta qualidade vêm
parar no mercado alemão, via de regra através
do comércio atacadista e das farmácias,
informou Claus-Peter Holz da BKA. Com
exceção das imitações de anabolizantes,
comercializados ilegalmente pelas academias
de esporte, não se conhecem casos de
substâncias que tenham provocado danos à
saúde.
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