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B. QUE VARIÁVEIS UTILIZAR NA ANÁLISE
DA EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO?
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O crescimento da população portuguesa
Entre 1990 e 2002, em resultado de um crescimento significativo do saldo migratório, a
taxa de crescimento efetivo registou valores crescentes de ano para ano.
Esta evolução deveu-se aos grandes fluxos
de entrada no País, quer de imigrantes
com nacionalidade estrangeira, quer de
regresso de portugueses.
A primeira década do presente século
mostra uma tendência inversa.
O crescimento continuado da população
residente registou um ritmo fraco, com
valores a tender para zero.
Evolução das taxas de crescimento demográfico em Portugal.
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As tendências portuguesas no contexto
europeu
Os países da União Europeia, com exceção da Irlanda, Chipre e
França, seguem a tendência dos baixos valores de taxa de
crescimento natural. Portugal situa-se a níveis inferiores aos
da média dos estados-membros, no grupo de países onde a
taxa de mortalidade é maior do que a taxa de natalidade, isto
é, com valores de crescimento negativos.
Estes valores, além de se refletirem no envelhecimento da
população, têm igualmente grandes implicações na não
substituição de gerações no futuro (2,1 filhos por mulher).
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A influência dos movimentos migratórios na evolução
demográfica
Nesta década, os
emigrantes portugueses,
sobretudo de Portugal
continental, dirigiram-se
principalmente para os
países da Europa
Ocidental, em especial
França e Alemanha, que
necessitavam de mão de
obra não especializada
para a reconstrução
após a Segunda Guerra
Mundial.
Destino
O saldo migratório foi
sempre negativo,
atingindo valores
máximos na década de
60 do século XX, em
resultado do maior surto
de emigração da nossa
história.
Destino
Emigração
Portugal é um país tradicionalmente de emigração. Ao longo da sua história, muitos
foram os portugueses que procuraram melhores condições de vida no estrangeiro.
O saldo migratório negativo da década de 60 contribuiu de forma decisiva para o
crescimento efetivo negativo da população portuguesa.
Os arquipélagos dos
Açores e da Madeira
também foram
marcados por diversos
fluxos emigratórios
importantes. Estes
movimentos têm,
tradicionalmente, como
destinos preferenciais os
países da América do
Norte, por parte dos
Açorianos, e a Venezuela
e a África do Sul, por
parte dos Madeirenses.
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A inversão do saldo migratório a partir dos anos 70
A década de 70 representou uma inversão do comportamento da taxa de
crescimento migratório, devido à interrupção da emigração e ao regresso a
Portugal de muitos emigrantes e de portugueses que residiam nas ex-colónias,
em resultado do processo de descolonização (1974-1975).
Portugal passou a ter taxas de
crescimento migratório positivas e
mais elevadas, com exceção do
período entre 1985 e 1992, ou
seja, deixou de ser
essencialmente um país de
emigração e passou também a ser
um país recetor de imigrantes.
População estrangeira a residir ou permanecer em Portugal.
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A inversão do saldo migratório a partir dos anos 70
Este surto imigratório tem origem em países dos vários continentes, salientando-se
os imigrantes provenientes de países de língua oficial portuguesa (PALOP e Brasil) e
de países da Europa de Leste.
Não obstante esta inversão, ainda vivem e
trabalham no estrangeiro cerca de 5 milhões
de portugueses, o que corresponde a quase
metade da população residente em Portugal.
População residente estrangeira por países de origem.
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A situação atual
Em 2010, residiam em Portugal cerca de
450 mil imigrantes em situação legal.
Contudo, não se sabe ao certo o número
total de estrangeiros que se encontram no
País, uma vez que não estão contabilizados
os imigrantes clandestinos.
Os últimos anos têm sido marcados por:
• dificuldades económicas;
• aumento do desemprego;
• diminuição do fluxo imigratório;
• aumento da emigração.
Número de
efetivos que entra
no nosso território
vindo de vários
países, em idade
ativa.
Crescimento
da
população
deve-se a:
Incremento de
nascimentos
que estas
comunidades
desencadeiam.
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A evolução da natalidade em Portugal
A taxa de natalidade em Portugal, à semelhança
da que caracteriza os países desenvolvidos,
registou um forte decréscimo nas últimas
décadas.
Evolução da taxa de natalidade.
Desde meados do século XX que a diminuição se
acentua, passando de 25 ‰ para 11 ‰ na viragem do
século. Nos últimos anos, esta tendência mantém-se de
forma contínua, embora a um ritmo lento.
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A evolução da natalidade em Portugal
A tendência da baixa natalidade atinge
todo o País, mas é mais grave na região
de Alto Trás-os-Montes e em algumas
áreas da região Centro, com valores
inferiores a 5,8 ‰.
A Grande Lisboa é a região onde se regista o
valor mais elevado, com 11,7 nascimentos
por cada 1000 habitantes.
Fatores de diminuição da natalidade
1. Aumento do nível de instrução da mulher e a sua
participação crescente no mercado de trabalho;
2. Afirmação dos valores individualistas e maior
investimento na educação das crianças;
3. Aumento da idade média do casamento;
4. Mudança de mentalidades caracterizada pelo
crescimento do modo de vida urbano e o aumento
do número de divórcios.
Taxa de natalidade em 2010, por NUT III.
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A evolução da natalidade em Portugal
A taxa de fecundidade varia em função da idade da mulher, sendo notória a
tendência para os valores aumentarem nas idades mais avançadas em
detrimento das classes mais jovens.
O índice sintético de fecundidade
tem registado uma tendência
decrescente, com valores muito
abaixo de 2,1 – valor que é
considerado mínimo para assegurar
a renovação de gerações.
Evolução da taxa de fecundidade por idades, 2005-2010.
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A evolução da mortalidade em Portugal
A taxa de mortalidade tem uma tendência
descendente, seguindo o modelo de transição
demográfica.
Desde a década de 70 que tem tendência para a
estabilização, ou para uma subida ligeira, facto que
se tem verificado nos primeiros anos do presente
século. Na taxa de mortalidade infantil, a descida foi
ainda mais acentuada, uma vez que, em meados do
século, este indicador se situava nos 100 ‰.
Evolução da taxa de mortalidade e
taxa de mortalidade infantil, 19992010.
Taxa de mortalidade infantil em 2010.
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A evolução da mortalidade em Portugal
Fatores de diminuição da mortalidade
1. Melhoria nos hábitos e dietas alimentares dos vários grupos da população;
2. Melhoria nos cuidados de saúde, nomeadamente ao nível do acesso aos cuidados
primários e assistência médica;
3. Melhoria nos hábitos de higiene pessoal;
4. Melhoria das condições das habitações e de saneamento básico;
5. Melhoria nas condições de trabalho, através da redução do número de horas de
trabalho e da implementação de medidas de segurança mais rigorosas;
6. Aumento da esperança média de vida e
envelhecimento;
7. Melhoria nas condições de assistência
materno-infantil.
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Aumento da esperança média de vida e envelhecimento
O dinamismo na taxas de mortalidade teve consequências no aumento da
esperança de vida. Em menos de 100 anos, este índice mais do que duplicou
o seu valor, o que coloca Portugal no grupo de países com maior esperança
de vida à nascença.
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Aumento da esperança média de vida e envelhecimento
O aumento da esperança de vida reflete-se no crescimento do número de idosos
e do índice de envelhecimento. Na atualidade, existe uma estabilização da taxa de
mortalidade nos 10 ‰, mas com tendência para um ligeiro aumento.
Ainda assim, é possível identificar as seguintes causas de mortalidade:
Causas de morte em Portugal, em 2009.
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Aumento da esperança média de vida e envelhecimento
Há grande dispersão nos valores de taxa de
mortalidade:
• o valor mais baixo regista-se na NUT Cávado
(7,2 ‰);
• o mais elevado (19,1 ‰) na NUT Pinhal
Interior Sul.
Há um contraste entre as regiões do interior,
desde Trás-os-Montes ao Alentejo, com
valores elevados, e a de Lisboa e regiões entre
Cávado e Baixo Vouga, com valores abaixo da
média do País, o que reflete:
• diferentes níveis de envelhecimento;
• desigualdade entre as condições sociais e
económicas existentes nas regiões.
Taxa de mortalidade em 2010, por NUT III.
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Variáveis a utilizar na análise da evolução da população