Revisitando Memórias: Os índios Tuxá sem a
Ilha da Viúva
Autor: Felipe Sotto Maior Cruz
Orientador: Karenina Vieira Andrade
Universidade Federal de Minas Gerais
Crianças Tuxá tomam banho de rio.
APRESENTAÇÃO
Os índios Tuxá são os imemoriais habitantes do
sub médio Rio São Francisco. Atualmente residem
no município de Rodelas na Bahia, e foram
removidos de seu território original com a
construção da Hidrelétrica de Itaparica no ano de
1987. Hoje, 25 anos após ter o seu território
inundado,os Tuxá continuam na luta para que a
CHESF (Companhia Hidrelétrica do São Francisco),
empresa responsável pela construção da
hidrelétrica, cumpra com os acordos entre eles
estabelecidos e entregue um novo território para
os Tuxá.
OBJETIVOS
Tendo em vista a falta de um território, o objetivo
desse trabalho foi o de investigar a categoria
antropológica “identidade” no contexto Tuxá,
marcado por rápidas mudanças e pela perda e
ausência de um território.
Investiguei assim a respeito da forma como o
passado se faz presente nas narrativas sobre o
território perdido, para entender a forma como os
Tuxá se percebem na atualidade.
METODOLOGIA
Trabalho de campo com a realização de
entrevistas semi estruturadas com os índios mais
velhos.
CONCLUSÕES
Os Tuxá tiveram de se organizar e elaborar
estratégias políticas para lidar com o contexto no
qual estão inseridos. Com as rápidas mudanças e
com 25 anos sem território, as memórias a
respeito do passado detém, hoje, um importante
papel na dinâmica identária desse povo.
Descaracterizados quanto ao modo que viviam, e
incertos a respeito do futuro, as narrativas sobre o
passado se tornam o local privilegiado para
legitimar demandas políticas, e para respaldar a
identidade Tuxá.
As narrativas Tuxá sobre a Ilha da Viúva, são
informadas também pelo presente, e vem a
responder a atual situação de adversidades
cotidianas de vida desses índios. O território
perdido, se faz presente, mesmo que ausente
fisicamente, sob a forma de memórias, sendo que
o modo de se perceber enquanto Tuxá, continua
atrelada ao passado e ao território inundado.
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Karenina Vieira Andrade Universidade Federal de Minas Gerais