ATENDIMENTOS CONJUNTOS COM OUTRAS
ESPECIALIDADES DA SAÚDE PARA A REAL
FORMAÇÃO INTERDISCIPLINAR
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
Kubo M.S.; Moraes E.N.de S.; Macea D.D.; Takahagui F.M.; Yeh S.S.K.; Carra R.B.;
Junqueira I.R.
Exemplos de atendimentos
Caso: Paciente do sexo feminino de 65 anos procura atendimento médico por dor em membro
superior D há 2 anos.
Diagnóstico: Dor osteomuscular por uso repetitivo.
Atendimento individual:
O médico receita um analgésico e
encaminha à triagem da fisioterapia
para marcar um atendimento que
pode demorar cerca de 3 meses.
Atendimento interdisciplinar conjunto:
O médico e o fisioterapeuta deliberam
as condutas simultaneamente.
2 atendimentos em 1 momento.
2 atendimentos em 2 momentos.
--ganho de tempo
--melhor troca de informações
--mais possibilidade de acertos nas
condutas.
--maior tempo gasto
--falha nas informações
--mais possibilidade de erros de
condutas.
O EMA se utiliza do atendimento interdisciplinar conjunto no bairro da Penha em São Paulo.
Introdução:
Desde o início dos anos 90, muitos hospitais e centros especializados de saúde têm abordado a necessidade
do trabalho interdisciplinar entre equipes de saúde, com o objetivo final a melhora da saúde do paciente. Apesar diversas
tentativas já implementadas nenhum modelo foi definido como a melhor forma de concretizar um atendimento
interdisciplinar entre médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos, e outros. Dessa maneira, o projeto de Extensão
Médica Acadêmica (EMA) pretende abordar essa problemática incluindo na formação dos profissionais da saúde a integração
interdisciplinar. Acreditamos que o atendimento aos pacientes por meio de grupos multidisciplinares melhora o resultado.
Objetivos:
Relatar a experiência de trabalho interdisciplinar vivenciada por alunos e profissionais de medicina e
fisioterapia em um projeto de caráter voluntário e social, analisando os resultados.
Metodologia:
Utilizar-se-á o projeto EMA, do Bairro da Penha. O EMA foi criado por alunos em 1998 oferecendo
atendimentos assistenciais médicos à comunidade do Bairro São Luiz, por meio da Fundação Julita. Há 6 anos, o projeto foi
também implementado no Bairro da Penha, tendo apoio do Serviço de Assistência Social Penha (SASP). Em 2010, iniciaramse os atendimentos da fisioterapia na comunidade com um modelo diferenciado dos centros de saúde atuais, onde os alunos
de fisioterapia fazem parte dos mesmos grupos de atendimentos dos alunos da medicina, com discussão de todos os casos e
atendimento dos pacientes em conjunto. Os atendimentos e atividades com a comunidade ocorrem aos sábados, tendo cerca
de 8 pacientes por dia. Alunos de medicina e de fisioterapia atendem aos pacientes na mesma sala, com supervisão de
médicos e fisioterapeutas, com quem discutem conjuntamente à respeito dos tratamentos e dos casos clínicos. Há reuniões
semanais entre os membros do grupo para discussões dos casos. Cada grupo é formado por alunos de todos os anos da
medicina e da fisioterapia.
Resultados:
Atualmente, são 4 grupos em atendimento na Penha, com cerca de 15 alunos de medicina e 2 alunos da
fisioterapia. Foram realizados cerca de 20 atendimentos e discussões em conjunto, com 8 reuniões semanais. A fisioterapia,
juntamente com a medicina, já orientou cerca de 10 pacientes que apresentavam queixas de dores osteomusculares ou de
outros acometimentos neurológicos ou ginecológicos.
Conclusões:
O modelo da ação conjunta pioneiro no Bairro da Penha vem apresentando resultados positivos tanto para
alunos de medicina e fisioterapia, como para os pacientes da região, o que proporciona um atendimento completo, além do
aprendizado e respeito mútuo entre as duas áreas da saúde. Está em processo a integração dos alunos de nutrição no
projeto seguindo o mesmo modelo já implementado.