ARCADISMO OU NEOCLASSICISMO (1768 A 1836) Século XVIII (mundo): Revolução Francesa (1789) Iluminismo (liberdade e igualdade) Independência dos EUA (1776) Brasil: / mineração escravidão negra altos impostos grupo mineiro (intelectuais) Inconfidência Mineira (1789) PROPOSTAS ÁRCADES bucolismo pastoralismo fugere urbem inutilia truncat aurea mediocritas carpe diem POETAS ÁRCADES BRASILEIROS Cláudio Manuel da Costa (1729 a 1789) “Glauceste Satúrnio” elemento pedra/ paisagem de Ouro Preto “Já rompe, Nise, a matutina aurora O negro manto, com que a noite escura, Sufocando do Sol a face pura, Tinha escondido a chama brilhadora. Só minha alma em fatal melancolia, Por te não poder ver, Nise adorada, Não sabe inda, que coisa é alegria(...)” “Destes penhascos fez a natureza O berço em que nasci: oh! quem cuidara Que entre penhas tão duras se criara Uma alma terna, um peito sem dureza! Amor, que vence os tigres, por empresa Tomou logo render-me; ele declara Contra meu coração guerra tão rara Que não me foi bastante a fortaleza.” POETAS ÁRCADES BRASILEIROS Poesia satírica: Cartas Chilenas “Amigo Doroteu, prezado amigo, abre os olhos, boceja, estende os braços e limpa das pestanas carregadas o pegajoso humor, que o sono ajunta. Critilo, o teu Critilo é quem te chama; ergue a cabeça da engomada fronha, acorda, se ouvir queres cousas raras. “Que cousas (tu dirás), que cousas podes contar que valham tanto, quanto vale dormir a noite fria em mole cama, quando salta a saraiva nos telhados e quando o sudoeste e os outros ventos movem dos troncos os frondosos ramos?” Tomás Antônio Gonzaga (1744 a 1810) “Dirceu” Lira IV MARÍLIA DE DIRCEU Dispus-me a servir-te; Levava o teu gado À fonte mais clara, “Marília, teus olhos À vargem, e prado São réus, e culpados, De relva melhor. Que sofra, e que beije Marília, escuta Os ferros pesados Um triste Pastor. De injusto Senhor. Marília, escuta Se vinha da herdade, Um triste Pastor. Trazia dos ninhos Marília, escuta Um triste Pastor. Falando com Laura, Marília dizia; Sorria-se aquela, E eu conhecia O erro de amor. Marília, escuta Um triste Pastor. As aves nascidas, Mal vi o teu rosto, Abrindo os biquinhos Movida, Marília, O sangue gelou-se, De fome ou temor. De tanta ternura, A língua prendeu-se, Marília, escuta Nos braços me deste Tremi, e mudou-se Um triste Pastor. Da tua fé pura Das faces a cor. Um doce penhor. Marília, escuta Se alguém te louvava, Marília, escuta Um triste Pastor. De gosto me enchia; Um triste Pastor. Mas sempre o ciúme A vista furtiva, No rosto acendia Tu mesma disseste O riso imperfeito, Um vivo calor. Que tudo podia Fizeram a chaga, Marília, escuta Mudar de figura; Que abriste no peito, Um triste Pastor. Mas nunca seria Mais funda, e maior. Teu peito traidor. Marília, escuta Se estavas alegre, Marília, escuta Um triste Pastor. Dirceu se alegrava; Um triste Pastor.” Se estavas sentida, (...) Dirceu suspirava À força da dor. Carpe diem