O TEXTO NARRATIVO:
ELEMENTOS DA
NARRATIVA,
SEQUÊNCIA DA
NARRATIVA
PROF: ADRIANA
O TEXTO NARRATIVO
A
narrativa está presente em todos os tempos, em
todos os lugares, em todas as sociedades, começa
com a própria história da humanidade.
 A ação é o conjunto de acontecimentos que
acontecem num determinado espaço e tempo.
 A presença de ação é o primeiro elemento
essencial ao texto narrativo.
FOCO NOS FATOS E ACONTECIMENTOS
1 TIPOS DE TEXTOS NARRATIVOS
 Entre
os tipos de textos mais conhecidos, estão o
Romance, a Novela, o Conto, a Crônica, a Fábula,
a Parábola, o Apólogo, a Lenda, entre outros.
O
principal objetivo do texto narrativo é contar
algum fato.
 E o segundo principal objetivo é que esse fato
sirva como informação, aprendizado ou
entretenimento. Se o texto narrativo não
consegue atingir seus objetivos perde todo o seu
valor.
 A narração, portanto, visa sempre um receptor.
TIPOS DE TEXTOS NARRATIVOS
 Romance:
em geral é um tipo de texto que
possui um núcleo principal, mas não possui
apenas um núcleo. Outras tramas vão se
desenrolando ao longo do tempo em que a
trama principal acontece. O Romance se
subdivide em diversos outros tipos: Romance
policial, Romance romântico, etc. É um texto
longo, tanto na quantidade de acontecimentos
narrados quanto no tempo em que se
desenrola o enredo.
EXEMPLO DE
ROMANCE
Dom Casmurro é um romance escrito por
Machado de Assis em 1899 e publicado pela
Livraria Garnier. Foi escrito para sair diretamente
em livro, o que ocorreu em 1900, embora com data
do ano anterior. Completa a "trilogia realista" de
Machado de Assis, ao lado de Memórias Póstumas
de Brás Cubas e Quincas Borba, tendo sido esses
dois escritos primeiramente em folhetins.
Seu personagem principal é Bento Santiago, o
narrador da história que, contada em primeira
pessoa, pretende "atar as duas pontas da vida", ou
seja, unir relatos desde sua mocidade até os dias
em que está escrevendo o livro. Entre esses dois
momentos Bento escreve sobre suas
reminiscências da juventude, sua vida no
seminário, seu caso com Capitu e o ciúme que
advém desse relacionamento, que se torna o
enredo central da trama. Ambientado no Rio de
Janeiro do Segundo Império, se inicia com um
episódio que seria recente em que o narrador
recebe a alcunha de "Dom Casmurro", daí o título
do romance.
TIPOS DE TEXTOS NARRATIVOS
 Novela:
muitas vezes confundida em suas
características com o Romance e com o Conto.
é
um tipo de narrativa menos longa
que o Romance, possui a trajetória de
apenas um núcleo.
 Em comparação ao Romance, se
utiliza de menos recursos narrativos e
em comparação ao Conto tem maior
extensão e uma quantidade maior de
personagens.
EXEMPLO DE
NOVELA
História de Gregor Samsa, um sujeito que se viu
"obrigado a se tornar um caixeiro-viajante, que
deixou de ter vida própria para suportar
financeiramente todas as despesas de casa. Numa
manhã, ao acordar para o trabalho, Gregor vê que
se transformou num inseto horrível com um "dorso
duro e inúmeras patas". A princípio, as suas
preocupações passam por pensamentos práticos
relacionados com a sua metamorfose.
Depois, as preocupações passam para um
estado mais psicológico e até mesmo sentimental.
Gregor sente-se magoado pela repulsa dos pais
perante a sua metamorfose. Apenas a irmã se
digna a levar-lhe a alimentação, mas mesmo assim
a repulsa e o medo também começam a se
manifestar. A metamorfose de Gregor vai além da
modificação física. É sobretudo uma alteração de
comportamentos, atitudes, sentimentos e opiniões.
Interessante perceber que em nenhum momento
da obra Gregor se dá conta realmente que se
transformou num inseto. Apenas observa seus
novos membros, órgãos e hábitos, mas com o
tempo se acomoda na nova condição sem
realmente entender no que se tornara.
TIPOS DE TEXTOS NARRATIVOS
 Conto:
É uma narrativa curta. O tempo em
que se passa é reduzido e contém poucas
personagens que existem em função de um
núcleo. É o relato de uma situação que pode
acontecer na vida das personagens, porém
não é comum que ocorra com todo mundo.
Pode ter um caráter real ou fantástico da
mesma forma que o tempo pode ser
cronológico ou psicológico.
TIPOS DE TEXTOS NARRATIVOS
 Crônica:
por vezes é confundida com o conto.
A diferença básica entre os dois é que a
crônica narra fatos do dia a dia, relata o
cotidiano das pessoas, situações que
presenciamos e já até prevemos o desenrolar
dos fatos. A crônica também se utiliza da
ironia e às vezes até do sarcasmo. Não
necessariamente precisa se passar em um
intervalo de tempo, quando o tempo é
utilizado, é um tempo curto, de minutos ou
horas normalmente.
ARNALDO JABOR: CRÔNICA DO AMOR NINGUÉM
AMA OUTRA PESSOA...
Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso
contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de
pretendentes batendo a porta. O amor não é chegado a fazer contas,
não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por
magnetismo, por conjunção estelar.
Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é
fã do Caetano. Isso são só referenciais.
Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou
pelo tormento que provoca. Ama-se pelo tom de voz, pela maneira
que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se
espera.
Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela
não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco. Você gosta de
rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol,
você abomina Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no ódio vocês
combinam. [...]
Então, que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo
dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela
adora implicar com você. Isso tem nome.
Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai e não liga, ele veste o
primeiro trapo que encontra no armário. Ele não emplaca uma
semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha. Ele não
tem a menor vocação para príncipe encantado e ainda assim você
não consegue despachá-lo.
Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga.
Ele toca gaita na boca, adora animais e escreve poemas. Por que
você ama este cara?
Não pergunte pra mim; você é inteligente. Lê livros, revistas,
jornais. Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas
sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor.
É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de
xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente,
emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem
loucura por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível.
Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com
um currículo desse, criatura, por que está sem um amor?
Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um
sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você
inteligente = dois apaixonados.
Não funciona assim.
Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Amase justamente pelo que o Amor tem de indefinível.
Honestos existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons
motoristas e bons pais de família, tá assim, ó!
Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é! Pense
nisso. Pedir é a maneira mais eficaz de merecer. É a contingência
maior de quem precisa.
TIPOS DE TEXTOS NARRATIVOS
 Fábula:
É semelhante a um conto em sua
extensão e estrutura narrativa. O diferencial
se dá, principalmente, no objetivo do texto,
que é o de dar algum ensinamento, uma
moral. Outra diferença é que as personagens
não são reais, mas com características de
comportamento e socialização semelhantes às
dos seres humanos.
A FORMIGA E A CIGARRA
TIPOS DE TEXTOS NARRATIVOS
 Parábola:
é a versão da fábula com
personagens humanas. O objetivo é o mesmo,
o de ensinar algo. Para isso são utilizadas
situações do dia a dia das pessoas.
TIPOS DE TEXTOS NARRATIVOS
 Apólogo:
é semelhante à fábula e à parábola,
mas pode se utilizar das mais diversas e
alegóricas personagens: animadas ou
inanimadas, reais ou fantásticas, humanas
ou não. Da mesma forma que as outras duas,
ilustra uma lição de sabedoria.
UM PEQUENO APÓLOGO: OS FÓSFOROS
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Uma caixa de fósforos recém comprada foi usada pela primeira
vez. Quando foi aberta, a luz cobriu todos os palitos que dentro
dela estavam quietos e encostados, uns nos outros. Um palito
saiu e não mais retornou e a caixa foi fechada novamente. Foi
quando ela ouviu o seguinte diálogo:
- Você viu isso, ele não teve nem tempo de se despedir.
- É assim mesmo, nós vamos, queimamos e não mais
retornamos.
- É uma vida curta demais!
- O que você prefere ? Ficar aqui dentro da caixa, no escuro ?
- Prefiro! Do que queimar tão rápido ? Prefiro. Do que ter minha
cabeça riscada ? Prefiro! Imagine a dor! Deus que me livre!
O diálogo se encerrou, parecia que os outros fósforos não se
sentiram encorajados em continuar a conversa com aquele
palito, talvez louco, talvez revolucionário.
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A caixa porém observou, cada vez que ela era aberta e a menor
porção de luz adentrava, ele se espremia bem no fundo da caixa,
deixando todos os outros palitos em cima. Assim ele foi, vendo
palito por palito sendo riscado até que só sobravam ele e mais
outros dois palitos. Ele percebeu que não havia mais como se
esconder, mesmo que se espremesse no canto da caixa. Passou o
resto da vida aterrorizado, esperando a luz entrar e torcendo que
tivesse sorte, de não ser escolhido jamais.
Um dia a caixa se abriu, ele tentou se encolher o melhor que
podia, mas uma mão simplesmente virou a caixa deixando cair
ele e os outros dois palitos na palma de uma mão. A caixa foi
jogada de lado no chão, meio aberta, e da mão ele ficou olhando,
ansioso, o seu antigo refúgio. Havia um certo alívio, sem a caixa,
ele não poderia ser riscado. Quando tal alívio surgiu na mente
ele viu um dos palitos ser partido em três. E viu o palito do lado
sofrer o mesmo. Até que chegou a vez dele e ele foi partido em
três.
E então três homens sentaram em uma mesa de um bar e
colocando as mãos para trás começaram a jogar porrinha. Aos
poucos os pedaços de palitos foram sendo jogados no chão, até
que o pedaço com a cabeça do pobre palito, caiu perto da caixa.
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Quebrado, jogado de lado, seu estado era lamentável. Tanto
quanto dos outros dois palitos e mais um diálogo ouviu a caixa:
- E agora ? Satisfeito ?
- Fugiu, fugiu de ser riscado, de ser queimado, para agora estar
aí, jogado e quebrado.
- Que triste fim! Quisera eu ter sido queimado, ter sido o
primeiro, ter vivido bem menos mas ao menos ter sido queimado.
- O que você tem a dizer agora, hein ?
A caixa viu que o palito não mais respondia, até que os dois
também se calaram. Era o fim de todos eles, mas ela ainda foi
capaz de dizer:
- Ao menos não fui tola, não evitei viver com medo do fim, pois de
que adianta ? O fim chega para todos; é melhor recebê-lo tento
vivido o melhor que podemos do que não ter vivido de forma
alguma, tremendo de medo.
TIPOS DE TEXTOS NARRATIVOS
 Anedota:
é um tipo de texto produzido com o
objetivo de motivar o riso. É geralmente
breve e depende de fatores como entonação,
capacidade oratória do intérprete e até
representação. Nota-se então que o gênero se
produz na maioria das vezes na linguagem
oral, sendo que pode ocorrer também em
linguagem escrita.
Todos os anos o filho ajudava o pai a arar o terreno.
Num determinado ano o filho foi preso por assaltar um
banco.
Pela altura do mato, o pai precisava arar o terreno e
escreve uma carta ao filho onde dizia: "Que pena não
estares aqui para me ajudares a arar o campo..."
O filho escreveu-lhe uma carta de volta onde dizia: "Pai,
não ares o campo! Foi lá que eu escondi o dinheiro!"
No dia seguinte o terreno é invadido por polícias com
pás e escavadores, que procuram o dinheiro por toda a
parte.
Não encontrando nada, os homens vão embora.
O pai escreve novamente ao filho, explicando o
sucedido.
O filho escreve nova carta ao pai a dizer: "Pai, de
momento é só isto que consigo fazer. Boa plantação!"
TIPOS DE TEXTOS NARRATIVOS
 Lenda:
é uma história fictícia a respeito de
personagens ou lugares reais, sendo assim a
realidade dos fatos e a fantasia estão
diretamente ligadas. A lenda é sustentada
por meio da oralidade, torna-se conhecida e
só depois é registrada através da escrita. O
autor, portanto é o tempo, o povo e a cultura.
Normalmente fala de personagens
conhecidas, santas ou revolucionárias.
O famoso assassinato que movimentou Porto Alegre em 1940,
quando o noivo da jovem Maria Luiza matou-a e jogou seu corpo
na lagoa amarrado a uma pedra. Moradores dizem que já
encontraram uma mulher de branco à noite perto da lagoa.
2 ELEMENTOS BÁSICOS DA NARRATIVA
 Fato
- o que se vai narrar (O quê?)
 Tempo - quando o fato ocorreu (Quando?)
 Lugar - onde o fato se deu (Onde?)
 Personagens - quem participou ou observou
o ocorrido (Com quem?)
 Causa - motivo que determinou a ocorrência
(Por quê?)
 Modo - como se deu o fato (Como?)
 Consequências (Geralmente provoca
determinado desfecho)
3 ESTRUTURA DA NARRAÇÃO
A ação da narrativa é constituída por três ações:
Intriga, Ação principal e Ação secundária.
Intriga: Ação considerada como um conjunto de
acontecimentos que se sucedem, segundo um
princípio de casualidade, com vista a um desenlace. A
intriga é uma ação fechada.
 Ação principal: Integra o conjunto de sequências
narrativas que detêm maior importância ou relevo.
 Ação secundária: A sua importância define-se em
relação à principal, de que depende, por vezes; relata
acontecimentos de menor relevo.
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4 SEQUÊNCIA
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
situação inicial ― é o momento do texto em que o
narrador apresenta as personagens, o cenário, o tempo,
etc. Nesse momento ele situa o leitor nos acontecimentos
(fatos).
desenvolvimento ― é nesse momento que se inicia o
conflito (a oposição entre duas forças ou dois personagens).
A paz inicial é quebrada através do conflito para que a
ação, através dos fatos, se desenvolva.
clímax ― momento de maior intensidade dramática da
narrativa. É nesse momento que o conflito fica
insustentável, algo tem de ser feito para que a situação se
resolva.
desfecho ― é como os fatos (situação) se resolvem no final
da narrativa. Pode ou não apresentar a resolução do
conflito.
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Elementos da Narrativa