MARCELA ARAUJO
OUTUBRO - 2012
www.ripsa.org.br
A INICIATIVA RIPSA
 Em 1996, o Ministério da Saúde e a Organização Pan-Americana
da Saúde (Opas) acordaram em cooperar tecnicamente na área
de informação em saúde, para atender dois objetivos
convergentes: 1) potencializar a utilização das bases de
informação disponíveis para apoiar a construção do Sistema
Único de Saúde; e 2) contribuir para a sistematização de dados e
informações produzidos pelos países da Região das Américas, a
partir da Iniciativa Regional de Dados Básicos em Saúde.
 A estratégia de cooperação centrou-se na criação da Rede
Interagencial de Informações para a Saúde (Ripsa), que
viabiliza parcerias entre entidades representativas dos segmentos
técnicos e científicos nacionais envolvidos na produção, análise e
disseminação de dados, objetivando sistematizar informações
úteis ao conhecimento e à compreensão da realidade sanitária
brasileira e de suas tendências.
A INICIATIVA RIPSA
 Formalizada por Portaria Ministerial e Termo de Cooperação com a
Opas/OMS, a Ripsa promove a organização e a manutenção de uma
base de indicadores relativos ao estado de saúde da população e aos
aspectos sociais, econômicos e organizacionais que influenciam e
determinam a situação de saúde. Os produtos da Rede resultam de um
processo de construção coletiva, no qual as instituições parceiras
contribuem com a própria expertise, por meio de seus profissionais e
bases técnico-científicas.
 Compõem a Ripsa cerca de 30 entidades representativas dos segmentos
técnicos e científicos nacionais envolvidos na produção e análise de
dados (produtores de informações estrito senso, gestores do sistema de
saúde e unidades de ciência e tecnologia), que se associaram para
aperfeiçoar informações de interesse comum.
 O processo de trabalho conjunto se realiza por intermédio de
mecanismos e instrumentos operacionais de gestão previstos nos
instrumentos legais de criação Ripsa.
PRODUTOS E DESENVOLVIMENTO
 O primeiro produto finalístico da Ripsa é a publicação regular de
Indicadores e Dados Básicos (IDB), que sistematiza informações
essenciais para compreensão geral da situação de saúde e
acompanhamento de suas tendências. Nos seus primeiros anos de
atuação, a Rede dedicou-se ao processo de construção coletiva do IDB e
a aperfeiçoar progressivamente esse produto, assegurando a sua
disponibilidade regular.
 Diversos CTI têm apoiado a construção do IDB, em temas como:
padronização de atributos comuns dos sistemas de informação;
mortalidade infantil, perinatal e materna; capacitação do profissional
de informações; análise de dados espaciais em saúde; sala de situação
de saúde; saúde, seguridade social e trabalho; alimentação e nutrição;
saúde do idoso; monitoramento do plano nacional de saúde; acidentes
e violência; informação de base populacional; saúde sexual e
reprodutiva; informes de situação e tendências; e iniciativa Ripsa em
âmbito estadual.
PRODUTOS E DESENVOLVIMENTO
 Depois de superar dificuldades iniciais para legitimar e
consolidar o modelo de cooperação técnica interinstitucional, a
coordenação da Ripsa passou a contar com maior participação e
suporte do Ministério da Saúde , podendo dedicar maior atenção
ao segundo produto substantivo da Ripsa: a elaboração de
Informes de Situação e Tendências (IST). Também deu início
a um processo de aplicação da metodologia Ripsa em âmbito
estadual, que visa promover a qualidade e o uso da informação
nos sistemas locais de saúde. Desenvolve-se ainda o Portal da
Ripsa na Biblioteca Virtual de Saúde (BVS-Ripsa), que amplia
o acesso a produtos e metodologias de trabalho da Rede, propicia
vínculo com as bases de informação científico-técnica, e favorece
a cooperação internacional .
CONCEITOS E CRITÉRIOS
 A disponibilidade de informação apoiada em dados válidos e confiáveis
é condição essencial para a análise objetiva da situação sanitária, assim
como para a tomada de decisões baseadas em evidências e para a
programação de ações de saúde.
 A busca de medidas do estado de saúde da população é uma atividade
central em saúde pública, iniciada com o registro sistemático de dados
de mortalidade e de sobrevivência.
 Com os avanços no controle das doenças infecciosas e a melhor
compreensão do conceito de saúde e de seus determinantes sociais,
passou-se a analisar outras dimensões do estado de saúde, medidas por
dados de morbidade, incapacidade, acesso a serviços, qualidade da
atenção, condições de vida e fatores ambientais, entre outros.
 Os indicadores de saúde foram desenvolvidos para facilitar a
quantificação e a avaliação das informações produzidas com tal
finalidade.
CONCEITOS E CRITÉRIOS
 Em termos gerais, os indicadores são medidas-síntese que
contêm informação relevante sobre determinados atributos
e dimensões do estado de saúde, bem como do
desempenho do sistema de saúde. Vistos em conjunto,
devem refletir a situação sanitária de uma população e
servir para a vigilância das condições de saúde.
 A construção de um indicador é um processo cuja
complexidade pode variar desde a simples contagem direta
de casos de determinada doença, até o cálculo de
proporções, razões, taxas ou índices mais sofisticados,
como a esperança de vida ao nascer.
MATRIZ DOS INDICADORES
 Os indicadores destinados à análise da situação de saúde se referem ao
estado de saúde da população e aos fatores que a determinam. Na
Ripsa, convencionou-se classificá-los em: (i) indicadores demográficos;
(ii) indicadores socioeconômicos; (iii) indicadores de mortalidade; (iv)
indicadores de morbidade e fatores de risco; (v) indicadores de
recursos;
e
(vi)
indicadores
de
cobertura.
 A relação completa dos indicadores selecionados para o IDB consta da
Matriz de Indicadores , que dispõe a sua denominação, conceituação,
método de cálculo, categorias de análise e fontes de dados. A produção
de cada indicador é responsabilidade da instituição melhor identificada
com a temática específica, a partir de fontes relevantes para a análise da
situação de saúde, vinculadas ou não diretamente ao SUS: sistemas
nacionais de informação, bases demográficas, pesquisas de base
populacional
e
outras.
MATRIZ DOS INDICADORES
 A partir da Matriz de Indicadores, o Departamento de
Informática do SUS do Ministério da Saúde (Datasus)
elabora a base publicada anualmente na Internet. A
Matriz é revisada periodicamente quanto à
regularidade das fontes de dados, consistência interna,
relevância para a compreensão da situação de saúde,
validade para orientar decisões e identidade com
processos de gestão do SUS. Essa revisão pode resultar
em acréscimos, supressões ou alterações nas
características dos indicadores.
FICHA DE QUALIFICAÇÃO
 O principal instrumento de orientação técnica ao usuário
do IDB é a Ficha de Qualificação, que expõe os conceitos e
critérios específicos adotados com relação a:
• Conceituação: informações que definem o indicador e a
forma como ele se expressa, se necessário agregando
elementos para a compreensão de seu conteúdo.
• Interpretação: explicação sucinta do tipo de informação
obtida e seu significado.
• Usos: principais finalidades de utilização dos dados, a
serem consideradas na análise do indicador.
• Limitações: fatores que restringem a interpretação do
indicador, referentes tanto ao próprio conceito quanto às
fontes utilizadas.
FICHA DE QUALIFICAÇÃO
 Fontes: instituições responsáveis pela produção dos dados utilizados
no cálculo do indicador e pelos sistemas de informação a que
correspondem.
• Método de cálculo: fórmula utilizada para calcular o indicador,
definindo precisamente os elementos que a compõem.
• Categorias sugeridas para análise: níveis de desagregação definidos
pela sua potencial contribuição para interpretação dos dados e que
estão
efetivamente
disponíveis.
• Dados estatísticos e comentários: tabela resumida e comentada,
que ilustra a aplicação do indicador em situação real observada.
Idealmente, a tabela apresenta dados para grandes regiões do Brasil, em
anos selecionados desde o início da série histórica. As fichas de
qualificação vêm sendo progressivamente aperfeiçoadas com a
contribuição de consultores, especialistas e grupos ad hoc. O processo
de revisão e atualização está a cargo dos Comitês de Gestão de
Indicadores (CGI) da Ripsa.
 Acesse: http://www.ripsa.org.br/fichasIDB/
INDICADORES E DADOS BÁSICOS
PARA A SAÚDE NO BRASIL
 A construção e revisão do IDB se desenvolvem por
interação do Datasus com as instituições fontes dos
indicadores e com as diversas instâncias de
coordenação condução técnica da Ripsa. A aprovação
final do IDB ocorre após amplo processo de discussão e
consultas, o que confere legitimidade ao produto.
 A base eletrônica de indicadores é munida de
tabulador (Tabnet) que facilita o acesso aos usuários,
inclusive aos dados brutos utilizados. Esse recurso não
se aplica a indicadores que provêm de fontes de
pesquisa, disponíveis em tabelas fixas.
TEMAS DE CADA ANO
 IDB 2010 - Acesso aos Serviços de Saúde no Brasil
 IDB 2009 - Mortalidade causada pelo trânsito de veículos






de transporte no Brasil
IDB 2008 - 'Doenças emergentes e reemergentes', uma
importante questão de saúde pública associada a fatores
socioeconômicos e ambientais.
IDB 2007 - Nascimentos no Brasil
IDB 2006 - A Saúde do Homem
IDB 2005 - Mortalidade por Doenças Crônicas
IDB 2004 - Saneamento Básico Domiciliar
IDB 2003 - Saúde da Mulher
FOLHETOS
 Uma síntese dos dados correspondentes ao último ano
informado é publicada em folheto impresso e ilustrado
a cores, de formato sanfonado, que acompanha o
lançamento anual da base de dados atualizada. Esse
meio possibilita maior divulgação do produto e o
acesso de usuários menos familiarizados com os
recursos da informática. Os indicadores selecionados
para compor o folheto estão desagregados por grandes
regiões, estados e Distrito Federal.
RIPSA NOS ESTADOS
 A experiência da Ripsa no nível federal, acumulada ao longo de
10 anos, consolidou um processo de trabalho interinstitucional
na área de informação em saúde que possibilita o fomento de
iniciativas similares no âmbito dos estados e municípios. Essa
nova etapa é conseqüência natural do processo estabelecido, por
levar os níveis descentralizados de gestão do setor saúde a
discutirem a qualidade da informação e o seu uso na organização
e funcionamento dos serviços.
 Para desenvolver essa linha de atuação e apoiar iniciativas nas
unidades federadas, a Ripsa instituiu o Comitê Temático
Interdisciplinar (CTI) “ Ripsa no Estado”, com representantes de
várias instituições integrantes da Rede nacional, em especial do
Conselho de Secretários Estaduais de Saúde (Conass) e do
Conselho de Secretários Municipais de Saúde (Conasems).
RIPSA NOS ESTADOS
 Produtos de apoio elaborados para orientar iniciativas estaduais
incluem: (i) documento “Ripsa estadual – compromisso com a
informação para a melhoria do sus”; (ii) folheto impresso para
divulgação da proposta; e (iii) documento “Aplicação da
metodologia Ripsa na esfera estadual”. Também são articuladas,
com órgãos do Ministério da Saúde, linhas de apoio direcionadas
a objetivos afins: gestão e avaliação do SUS, pesquisa em serviços
e capacitação de profissionais de saúde.
 Em ação conjunta com o Conass, os gestores de saúde de cinco
estados – Tocantins, Bahia, Minas Gerais, Santa Catarina e Mato
Grosso do Sul – tomaram a iniciativa de desenvolver projetospiloto de implantação da Ripsa. O processo se iniciou com a
realização de oficina de trabalho com as equipes estaduais
incumbidas do projeto, realizada em dezembro de 2007.
Para conhecimento:
Procure no site as seguintes condições:
 Índice de envelhecimento na região sul nos anos de 2007,
2008 e 2009;
 Esperança de vida ao nascer, segundo região e UF (2000 a
2009 – ambos os sexos);
 Taxa de desemprego – anos 2000 a 2010 – todas as regiões;
 Taxa de trabalho infantil – 2000 a 2010 – todas as regiões;
 Mortalidade proporcional diarréica aguda em menores de 5
anos – comparar demais regiões com o nordeste.
 Taxa de mortalidade específica por neoplasias malignas.
(ca de mama, ca de próstata);
Para conhecimento:
 Incidência de leptospirose na região sul;
 Taxa de incidências de AIDS;
 Prevalência de consumo abusivo de bebidas alcóolicas
– 2009 a 2010;
 Número de profissionais de saúde por habitante.