CONSIDERAÇÕES SOBRE O LOGO Local: GEIAAM DATA: 27/09/2001 Elaine C. Ferruzzi INTRODUÇÃO • ORIGEM DA PESQUISA • OBJETIVO: verificar como é utilizada a linguagem de programação LOGO nas escolas e quais seus principais aspectos pedagógicos • ESCOLA PESQUISADA: Instituto de Educação Infanto Juvenil de Londrina. • METODOLOGIA: pesquisa bibliográfica, participação de atividades em sala de aula, entrevista. LINGUAGEM DE PROGRAMAÇÃO LOGO • Desenvolvida na década de 60 por Seymour Papert no MIT. • Característica importante: não possui objetivo delimitado; • Linguagem: do cotidiano da criança, sendo também fácil a criação de novos termos ou procedimentos. COMANDOS • PRIMITIVOS Constituem a base de todos os procedimentos COMANDOS PRIMITIVOS COMANDOS • PROCEDIMENTOS São comandos criados a partir dos comandos primitivos , os quais uma vez na memória podem ser executados como os primitivos PROCEDIMENTOS SUB-PROCEDIMENTOS. CARACTERÍSTICAS DOS COMANDOS • Movimento entre Flexibilidade e Rigidez; • Simplicidade CARACTERÍSTICAS DA LINGUAGEM • APRENDER ENSINANDO : Para programar o computador, a criança “ensina” a tartaruga. Neste processo de ensinar, reflete sobre os seus próprios processos para poder descrever o que realmente deseja que o computador execute. • “...no processo de comandar a tartaruga para ir de um ponto a outro, estes conceitos devem ser explicitados. Isto fornece as condições para o desenvolvimento de conceitos espaciais, numéricos, geométrico, uma vez que a criança pode exercitá-los, depurá-los e utilizá-los em diferentes situações.” (Valente 1998:19) • A criança não é apenas receptora de informações; • O computador não programa a criança, ela é quem o programa. “A criança não é mais um OBJETO a ser modelado, educado. Ela torna-se SUJEITO”. (Bossuet, 1985: 43) INTEGRAÇÃO DAS ATIVIDADES CORPORAIS COM AS INTELECTUAIS Propicia o desenvolvimen to da lateralidade e do raciocínio A criança tem que se imaginar sendo tartaruga e descobrir quais comando deve fornecer para que a tartaruga realize o que ela deseja. CICLO DESCRIÇÃO – EXECUÇÃO – REFLEXÃO - DEPURAÇÃO • A criança descreve o que pretende realizar; • A tartaruga executa exatamente o que ela descreveu; • A criança realiza uma reflexão comparando o que foi realizado com o previsto; • A criança depura o procedimento se for preciso. O ERRO O erro é visto como um importante fator de aprendizagem, pois possibilita ao aluno a compreensão do motivo pelo qual aconteceu o erro e busca soluções para o seu problema. Tem-se assim, a aprendizagem por descoberta. NOÇÕES DE MENSURAÇÃO Trabalhando com o deslocamento da tartaruga, as crianças compreendem a noção de maior/menor, grande/pequeno. NOÇÃO DE VARIÁVEL E RECURSIVIDADE NOÇÕES DE SIMILARIDADE Sabemos construir um quadrado: lados iguais, “giro”de 90. Vamos construir um triângulo equilátero. “O que é igual no quadrado e no triângulo?” PEDAGOGIA • Fundamentada na abordagem construtivista; • Conhecimento: é construído; • Aprendizagem: se dá a partir da ação; • Ensino-aprendizagem centrado no aluno PROFESSOR • • • • • AUXILIAR; DISCUTIR; ESTIMULAR; ANIMAR; AJUDAR NA ESCOLHA DO PROJETO; • MOSTRAR DIRECIONAMENTO DE SOLUÇÕES SEM CONCLUIR PELA CRIANÇA SOFTWARES COM A LINGUAGEM LOGO • • • • • MICROMUNDOS MUNDO DOS ATORES SLOGO MEGA-LOGO MULTILOGO ALGUMAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS • ALUNOS DA 1ª SÉRIE - DEFICIÊNCIA MENTAL - DOURADOS “... apesar de todas as limitações dos sujeitos, ocorreram mudanças qualitativas nas trocas estabelecidas por eles no ambiente informatizado.” Almeida, 2001. • “O processo do pensamento atinge seu ponto áureo quando o sujeito passa a comparar o resultado obtido com o que havia pensado antes.” • “... O sujeito acredita que é capaz de fazer o que pensou, crescendo, animando-se e sabendo que é capaz de realizar um projeto.” • Almeida, 2001 Além da matemática, observou-se: • ganhos do ponto de vista psicomotor; • auto-estima, • valorização pessoal; • disposição para o trabalho em grupo; • autonomia; • iniciativa; • persistência; • atenção aos detalhes; INFORMÁTICA EDUCATIVA PARA SURDOS- FURB “A experiência foi muito gratificante pois os avanços alcançados pelos alunos foram satisfatórios”. Fischer, 2001 CIED-SC, desde1989 • alunos do ensino fundamental e médio da rede pública; • crianças com dificuldades na aprendizagem de leitura e escrita; • meninas da Escola do Menor Trabalhador; • deficientes auditivos; • portadores de deficiências múltiplas; • meninas internas e semi- internas do “Lar S. Vicente de Paula” Em Aberto, 1993 Projeto informática na educação especial- paralisia cerebral- UFMG Verificou-se: • Desenvolvimento do raciocínio lógicomatemático; • Facilidade em seu processo de alfabetização; • Motivação para o estudo e aprendizagem; • expressão de seus pensamentos e emoções; • auto-estima; • criatividade; • socialização; • desenvolvimento global e de qualidade de vida. Em Aberto, 1993 UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PETRÓPOLIS • • • • • Deficientes mentais moderados; Portadores de dislexia; Deficientes auditivos severos; Síndrome de Down; Menores em risco. Em Aberto, 1993 SICRE - Sistema Computacional para Resolução de Equações de 1o. Grau • Baseada na integração dos conceitos de ferramentas do tipo "SHELL" e na linguagem LOGO; • Permite que o aluno, durante a resolução dos exercícios, seja capaz de testar suas regras e corrigí-las, se necessário. Junior, 1994 ROBÓTICA PEDAGÓGICA Pontifícia Universidade Católica -1998 “O aluno torna-se agente do seu próprio conhecimento e a atitude ativa frente aos desafios, faz com que procure informações (em fontes diversas) sobre o tema em que está trabalhando, gerando espontaneamente uma integração com diferentes disciplinas.” www.nied.unicamp.br/projetos/hardw/lego/relato 1Um, 2Dois, 3Três: Buscando Significados Através do Logo Descreve e discute a interação entre uma criança surda de 10 anos não oralizada e "semi-alfabetizada”, a linguagem computacional Logo e o professor . Barrella , 1988 A Geometria Encontrada na Natureza Estudada Através da Geometria da Tartaruga Aborda como a Geometria encontrada na natureza pode ser ensinada com maior motivação e interesse para nossos alunos através da Geometria da Tartaruga Konezuk (1995) OUTROS TRABALHOS • Valente relata 40 experiências de computador na educação especial, no livro Liberando a mente. • O Uso de Logo em Biologia: Modismo ou Necessidade? (Souza) • Colégio Mãe de Deus - Londrina, Desde 1995; • Colégio Santa Maria- Ldna; • Instituto de Educação Infanto Juvenil de Londrina; • Escolas da Rede Municipal de Florianópolis CONSIDERAÇÕES FINAIS O pensamento de Papert, mostrou-se eficaz ao que se propõe. • Superação do processo ensinoaprendizagem diferente dos moldes tradicionais. • A criança adquire o controle do processo e constrói seu conhecimento a partir de experiências e ações; • O LOGO não é um mais um repassador de conteúdos, ele leva a criança a organização do pensamento; • Propicia maior facilidade no desenvolvimento de conceitos matemáticos; • Promove uma aprendizagem por descoberta. O LOGO permite: • pensar sobre o problema; • falar sobre ele; • brincar com ele, com suas regras e prováveis soluções. • Aprendizagem ativa- construção do conhecimento a partir de ações físicas e mentais; A forma como a criança interage desenvolve a criatividade, desperta a curiosidade, conduz a investigação e encoraja a construção e a aprendizagem. “É imprescindível que se definam as metas a serem atingidas com a utilização do computador, baseando-se numa filosofia pedagógica que busque transformar uma educação centrada no ensino na transmissão de informação, para uma educação em que o aluno possa realizar atividades através do computador e , assim, aprender” ( De Carlo, 2001) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, Maria Elizabeth B. de. Informática na educação. In: ProInfo: Informática e formação de professores/Secretaria de Educação à Distância. Brasília: Ministério da Educação, Seed, 2000. ALMEIDA, Amélia Leite de. 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