Adubação na cultura do trigo
Disciplina: Avaliação de Fertilizantes e Corretivos
Docente: Prof. Dr. Salatiér Buzetti
Discente: Eng. Agr. Fernando Shintate Galindo
Outubro/2014
 Introdução

Espécie cultivada Triticum aestivum

Autógama com baixa freqüência de polinização cruzada

6 a 9 folhas, cada uma composta de bainha e lâmina foliar,
dispostas de forma alternada

Sistema radicular fasciculado

O colmo é cilíndrico e oco possuindo de seis a nove entrenós

As flores aparecem em espigas compostas de várias espiguetas,
dispostas de forma alternada e opostas ao longo da ráquis
Fonte: Arf (2010)
 Introdução

Amplamente adaptada aos mais diversos locais do mundo

Latitude 30ºS até 60ºN (Embora seja uma cultura melhor adaptada
as latitudes 30º-60ºN e 27-40ºS) e em altitudes superiores a 3.000 m
(BÖRNER et al., 2005)

Segundo cereal mais cultivado no mundo (FUNDACEP, 2005)



“Rei dos cereais”: 20% das calorias provenientes dos
alimentos consumidos pelo homem.
Diferencial : Glúten.
O glúten representa um conjunto de proteínas insolúveis,
responsável pelo crescimento da massa quando a farinha
de trigo é misturada à água (SILVA et al., 1996).
 Histórico
e Evolução do Trigo

Originário da região montanhosa e árida do Sudoeste
Asiático;

Acredita-se que o uso como
aproximadamente 17 mil anos;

O primeiro pão de que se tem notícia data de 8 mil anos
(Silva et al., 1996);
alimento
data
de

A descoberta do primeiro fermentado foi provavelmente
acidental, há 5 mil anos, no Egito;

Foi o quinto cereal a ser cultivado e antecedido pelo
MILHO, ARROZ, CEVADA E AVEIA;

Originário de clima frio.

Melhoramento Genético Cultivado em diferentes regiões
do mundo.

Introduzido no Brasil em 1534

Capitania de São Vicente Bahia
Martim Afonso de Souza
Rio de Janeiro
Alagoas
Pernambuco
Goiás

Em 1737 foi levado para RS; SC e PR


Posteriormente para SP, MS e MG
Hoje cultivado também em Mato Grosso e Bahia
Fonte: CONAB (2014)
2013/2014: Consumo de 10.977.200 toneladas de
grãos.
Importação de 5.618.700 toneladas, 51,2% do total
do consumo.
Argentina, Canadá e EUA: até 30% mais caro que o
produto nacional.
A região sul do Brasil (PR, SC, RS) é responsável por
90% da produção, o Rio Grande do Sul é o maior
produtor brasileiro com 57,6% do total.
Fonte: CONAB (2014)
2013/14: 2.191.300 de hectares
CONAB (2014)
CONAB (2014)
2013/2014: 5.358.500 toneladas
Produtividade média 2013/2014: 2.445 kg ha-1

CONCEITOS DE QUALIDADE DO TRIGO
•
TRITICULTOR
Resistência à pragas e doenças;
Alta produtividade de grãos;
Alto peso ou massa hectolítrico (PH)
MOAGEIRO
Forma e tamanho uniforme dos grãos;
Alto rendimento em farinha;
Boa coloração do produto final;
Baixo consumo de energia para moagem.
PANIFICADOR
- Alta capacidade de absorção de água pela farinha;
- Tolerância ao amassamento;
- Glúten de força média a forte;
- Pães com boas características.
CONSUMIDOR
- Alto valor nutritivo (exemplo alta % em proteínas);
- Pães com grande volume;
- Textura interna e externa adequada;
- Boa coloração do produto final.

PROTEINAS DO TRIGO
Existem 02 grupos:
- Não formadoras de glúten – albuminas e globulinas
- Formadoras de glúten – gliadinas e gluteninas

Nome genérico do conjunto de proteínas com capacidade
de formar MASSA, ou seja, na mistura de farinha e água
observa-se a formação de uma massa constituída da rede
protéica do glúten ligada aos grânulos de amido.

O glúten em panificação retém gás carbônico produzido no
processo e faz com que o pão aumente de volume.

“FARINHA FORTE” ALTA RETENÇÃO DE CO2
Fonte: SINDITRIGO (2010)
(s.d.)
 Fases

de desenvolvimento do trigo
GERMINAÇÃO:
4 a 5 dias em condições normais de umidade e temperatura

PERFILHAMENTO:
15 a 20 dias após a semeadura e o número de perfilhos depende:
- Temperatura – 15 a 20 oC favorece
- Umidade
- Cultivar
- Fertilidade do solo

ELONGAÇÃO:
Iniciada pelo 1º entrenó, sendo o último o que mais
contribui para a elongação.

EMBORRACHAMENTO – ESPIGAMENTO – FLORESCIMENTO

FLORESCIMENTO:
Ocorre entre 50 e 60 dias (sequeiro) e 60 a 70 dias
(irrigado)

MATURAÇÃO:
Ocorre entre 90 e 110 dias (sequeiro) e 110 a 130 dias (irrigado)
Caracteriza-se pela perda gradativa de água passando de grão
LEITOSO a PALHA SECA.

Condições Climáticas

TEMPERATURA
5 oC é a temperatura mínima
20 oC ótima para o crescimento da planta toda
20 a 25 oC – desenvolvimento da folha
15 a 20 oC - perfilhamento

EMERGÊNCIA
120 Unidades de calor (UC) para emergência quando semeados
a 2 cm e de 240 UC a 8 cm de profundidade
Em geral: 80 UC para germinar e 20 UC para emergir a cada cm
de profundidade
Acúmulo de UC = T média – T base
T base = 5oC para o trigo
Exemplo: 15 – 5 = 10oC

Florescimento
É a fase mais sensível à altas ou baixas temperaturas
Ótima – 18 a 24oC
Mínima – 10oC
Máxima – 32oC

UMIDADE RELATIVA
INAPTA: UR > 80%
APTA com grade problema de doenças: 75 < UR > 80%
APTA com pouco problema de doenças: 70 < UR > 75%
APTA praticamente isenta de doenças: UR < 70%
A aptidão de uma região pode ser definida com base na
TEMPERATURA MÉDIA ANUAL (Ta) e DEFICIÊNCIA HÍDRICA
ANUAL (Da)
Ta > 24 oC :INAPTA
Ta < 16oC :INAPTA
Temperaturas elevadas:
- Redução no ciclo
- Menor perfilhamento
- Menor número de grãos/espiga
O efeito é mais evidente em função do CULTIVAR
Temperaturas muito baixas
Esterilidade ou chochamento de grãos

DÉFICIT HÍDRICO
Períodos críticos:
- Semeadura até 30 dias – perfilhamento pleno
- 50 a 80 dias – emborrachamento/espigamento/enchimento de
grãos

SOLO
Características do solo interessantes à triticultura:
- Boa capacidade de retenção de água;
- Boa disponibilidade de nutrientes;
- Ausência de camadas de impedimento:
- Camadas compactadas
- Presença de alumínio
- Baixa suscetibilidade à erosão;
- Boa topografia facilitando a mecanização da cultura.

DENSIDADE E PROFUNDIDADE DE PLANTIO: Paraná, Mato Grosso do Sul e
São Paulo
- Espaçamento: Tradicional 0,17 a 0,20m, Irrigado 0,12 a 0,18m
- 60 a 80 sementes/m ou de 200 a 400 sementes viáveis/m2
- 2 e 5 cm
Preferência para a semeadura em linha
Distribuição uniforme das sementes, maior eficiência na
utilização de fertilizantes e menor possibilidade de danos às
plantas quando da utilização de herbicida em pré-emergência.
Cultivares

Zoneamento de recomendação de cultivares para cada Estado;

Alguns aspectos importantes na escolha da (s) cultivar (es):
•
Adaptação à região de cultivo;
•
Ciclo;
•
Tolerância à alumínio;
•
Resistência à doenças;
•
Tipo de espiga
- Presença de aristas
- Posição na maturação

Regiões Homogêneas de cultivo de Trigo
Região 1 – RS, SC e PR
Região 2 – RS, SC, PR e SP
Região 3 – PR, SP e MS
Região 4 – SP, MS, MT, MG, GO, DF e BA
Fonte: Informações técnicas para trigo e triticale 2013
Fonte: Informações técnicas para trigo e triticale 2013
Região do Cerrado
de trigo:
Grande potencial para a expansão da cultura
Ótimas condições de clima e solo;
Posição estratégica de mercado e capacidade de industrialização;
Poder ser colhido na entressafra da produção dos estados do Sul e
da Argentina;
Características superiores de qualidade industrial para panificação
(alta força de glúten e estabilidade).
ALBRECHT et al., 2006

Solos cultivados com trigo na região dos cerrados e no estado
de São Paulo são ácidos e de baixa fertilidade, e limitam a
produtividade de grãos.
Cultivares
eficientes
e
responsivos
ao
aproveitamento de nutrientes assumem a
importância na redução do custo de produção e
no aumento da produtividade e qualidade de
grãos deste cereal.
(KOCHIAN, 1993).
ADUBAÇÃO EM TRIGO: CHAVE
PARA ALTA PRODUTIVIDADE E
POTENCIAL DE CRESCIMENTO
DA CULTURA

AMOSTRAGEM DE SOLO
•
Primeira etapa em um bom programa de adubação e calagem;
•
Representativa;
•
Homogênea;
Fonte: Boletim técnico 100
Ferramentas e coleta de amostras
Fonte: Adaptado de Boletim técnico 100

TABELAS DE INTERPRETAÇÃO DE ANÁLISE DE SOLO
•
Organizadas em manuais estaduais e regionais;
•
Manual;
•
Tabelas de interpretação;
•
Recomendações para as culturas;

Informações importantes
a) Observar o extrator utilizado na análise do elemento ou
nutriente.
Ex.: P – extrator “Mehlich 1” e Resina de troca
Ex.: K – extrator “Mehlich 1” e resina de troca
b) Observar as unidades relacionada ao nutriente.
Ex.: mmolc dm-3; cmolc dm-3; mg dm-3, %, g kg-1; g dag-1.
c) Utilizar tabelas de interpretação e recomendação para a
região a ser implantada a cultura.
Exemplos de tabelas de recomendação – Estado de São
Paulo – BOLETIM 100
Limites de interpretação das determinações
relacionadas com a acidez da camada arável do solo
Limites de interpretação de teores de potássio e de
fósforo em solos
Limites de interpretação de teores de Ca2+, Mg2+ e
SO4 2- em solos
Limites de interpretação dos teores de micronutrientes
em solos
Fonte: Boletim técnico 100
Interpretação da análise de solo - Estado de Minas Gerais
Interpretação da análise de solo - Cerrado
Fonte: Sousa e Lobato (2004)
Fonte: Sousa e Lobato (2004)
Fonte: Sousa e Lobato (2004)

DIAGNOSE FOLIAR

Órgão da planta na qual as alterações fisiológicas, em razão de distúrbios nutricionais,
tornam-se mais evidentes: “Termômetro da planta”

Observação visual de sintomas de distúrbios nutricionais
Fonte: Vilas Boas et al. (2006)

Análise química foliar

Permite identificar o nível de comprometimento da
produtividade, em função da situação nutricional,
principalmente em casos extremos;

Geralmente se estabelecem um ou mais níveis críticos ou
faixas de concentração que permitem definir se a
concentração do nutriente é adequada, deficiente ou
excessiva;

Para diversos grupos de culturas, são apresentadas as
tabelas de interpretação.
Fonte: Boletim técnico 100
Fonte: Boletim técnico 100
Fonte: Boletim técnico 100
Calagem

Com base no índice SMP determinado na análise do solo e a dose é função de
vários critérios.
Fonte: Informações técnicas para trigo e triticale 2014
Quantidade de calcário a ser aplicado

Em função da saturação por bases

Aplicar corretivo de acidez quando a porcentagem de saturação por bases for
inferior a 60%, calculando-se a quantidade de calcário para atingir 70%.

Reanalisar o solo após três anos.
Fonte: Informações técnicas para trigo e triticale 2014

Indica-se aplicar corretivo de acidez quando a porcentagem de saturação por
Al (m) for superior a 10%

Al, Ca, Mg e K são expressos em cmolc dm-3 de solo. A necessidade de
corretivo de acidez, em t ha-1, é calculada por meio da seguinte equação:

f = 100/PRNT
Fonte: Informações técnicas para trigo e triticale 2014

Se o teor da análise de Ca + Mg for inferior a 2,0 cmolc dm-3, a necessidade de
corretivo é calculada pela seguinte equação:

No caso da análise de solo fornecer o teor de acidez potencial (H + Al), a
necessidade de corretivo pode ser calculada por meio do método da saturação
por bases. Usando esse critério, deve-se aplicar corretivo quando a
porcentagem de saturação por bases for inferior a 50%, calculando-se a
quantidade de corretivo para atingir 60% :
Fonte: Informações técnicas para trigo e triticale 2014

Elevar a saturação por bases a 70% para trigo e o magnésio a um teor mínimo
de 5 mmolc/dm3.

Para cultivares tolerantes à acidez (IAC 24 e IAC 120), a correção pode ser
feita para V = 60%.
Fonte: Informações técnicas para trigo e triticale 2014

Varia em função do pH do solo e de outros fatores como, por exemplo, o teor de argila.

Solos com teor de argila acima de 20%:

Solos arenosos (teor de argila inferior a 20%), a quantidade de corretivo a ser utilizada é
dada pelo maior valor calculado pelas equações:
Fonte: Informações técnicas para trigo e triticale 2014

Saturação por bases para os solos do Cerrado: 50% para culturas de sequeiro.
A quantidade a se aplicar pode ser calculada utilizando-se a fórmula:

Como o potássio (K) normalmente é expresso em mg dm-3 nos boletins de
análise de solo, é necessário transformá-lo para cmolc dm-3 pela fórmula:

Sistemas irrigados: Maior intensidade de cultivo – V% 60:
Fonte: Informações técnicas para trigo e triticale 2014
Recomendações gerais

Épocas adequadas: Final ou no início da estação chuvosa.

Evitar uso como corretivo de acidez no sulco
Exceção suprir Ca e Mg
para as plantas. Nesse caso, doses de até 500 kg ha-1 poderiam solucionar o
problema.

Sugestão de análise de solo após 3 anos de cultivo (após aplicação)

Deficiência de Mg: Calcário dolomítico (teor de MgO acima de 12%) ou
magnesiano (teor de MgO de 5,1% a 12%). Porém, na ausência destes, podese utilizar calcário calcítico, desde que sejam adicionados ao solo adubos
que contenham magnésio.

Relação Ca/Mg no solo: Intervalo de 1:1 até 10:1 (IDEAL 9:3:1 Ca, Mg e K)
Fonte: Informações técnicas para trigo e triticale 2014

Correção de acidez subsuperficial: Calcário com doses acima das indicadas,
incorporando-o o mais profundamente possível
Gradual: 4 a 8 anos.

Gesso: Diminuir a saturação de Al em camadas mais profundas, carrear o
cálcio para camadas abaixo de 40 cm.
Criar condições para o aprofundamento radicular das plantas e minimizar o efeito
do veranico
Operação rápida:
1 a 2 anos

Gesso: Não é corretivo de acidez do solo

a) Como fonte S e Ca: Nesse caso, sugere-se a aplicação anual de 100 a
200 kg/ha

b) Para minimizar problemas adversos da acidez na camada
subsuperficial: Proceder à análise de solo nas camadas de 20-40 cm e de
40-60 cm de profundidade.

Se m% for superior a 20% e/ou o teor de cálcio inferior a 0,5 cmolc dm-3,
existe a possibilidade de resposta à aplicação de gesso agrícola.


Necessidade de gesso (NG) = 6 x argila (g kg-1),
Região dos cerrados :
• Culturas anuais: NG = 5 x argila (g kg-1)
• Culturas perenes: NG = 7,5 x argila (g kg-1)

NITROGÊNIO

Varia em função do nível de matéria orgânica do solo;

Cultura precedente;

Expectativa de rendimento de grãos da cultura;

Semeadura varia entre 15 e 20 kg ha-1;

Restante em cobertura: Início do perfilhamento e início do elongamento.

FÓSFORO E POTÁSSIO
•
Variam em função dos teores desses nutrientes no solo;

FERTILIZANTES ORGÂNICOS

Podem ser utilizados na cultura de trigo como fontes de macro e
micronutrientes. Doses de N, P2O5 e K2O: Mesmas das Tabelas
anteriores, levando em consideração a reação desses produtos no
solo.

Em geral, a equivalência dos fertilizantes orgânicos em fertilizantes
minerais, na primeira cultura, é cerca de 50% para N, 80% para P e
100% para K.

FERTILIZANTES FOLIARES
•
Em geral, não há vantagem econômica de seu emprego na cultura de
no trigo Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Fonte: Boletim técnico 100

MICRONUTRIENTES

Os solos do Rio Grande do Sul e Santa Catarina são, em geral, bem
supridos em micronutrientes
Incomum a constatação de
deficiências na cultura de trigo.

Uso cauteloso
pequena.

Fertilizantes orgânicos
Geralmente fornecem quantidades
adequadas de micronutrientes para o desenvolvimento das plantas
(NPK adequado)
Demanda desses nutrientes pelas plantas é muito

ENXOFRE E GESSO AGRÍCOLA

No caso de deficiência de S no solo (< 5 mg S dm-3) :20-30 kg de S/ha

Solos arenosos e com baixo nível de matéria orgânica: maior
probabilidade de ocorrência de deficiência de enxofre.

Gesso: 13% de S e 16% de Ca.

SS: 8% de S.

Gessagem: Resultados de pesquisa no Sul do Brasil não indicam haver
certeza de resposta da cultura do trigo.

NITROGÊNIO
•
Parcelado
•
Dose relativamente elevada no sulco: Aplicação do nitrogênio
realizada nas fases iniciais para bom desenvolvimento da cultura.
•
Parte na semeadura e o restante em cobertura
Adubação de cobertura: No perfilhamento, a lanço.
Fonte: Informações técnicas para trigo e triticale 2014

FÓSFORO E POTÁSSIO
Fonte: Informações técnicas para trigo e triticale 2014

a) Sistema de sucessão soja/trigo-triticale-aveia-cevada-milho
safrinha: [ ] de P > 18,0 mg dm-3, 14 mg dm-3 e 9 mg dm-3, em solos
com teor de argila inferior a 20%, de 20% a 40% e superior a 40%,
respectivamente, e K > 0,30 cmolc dm-3, em todos os tipos de solo, na
camada 0-20 cm, é possível suprimir a adubação com fósforo e
potássio para a cultura da soja em sistema plantio direto.

Monitoramento da fertilidade do solo
Análise do solo a cada dois
anos é ferramenta fundamental para a tomada de decisão.

MICRONUTRIENTES

Em trabalhos de pesquisa desenvolvidos no Paraná, não foram
constatadas respostas do trigo a micronutrientes.

NITROGÊNIO

a) Trigo semeado em área cultivada com soja por mais de três anos: 5 a
15 kg ha-1 de N na base e dispensar a aplicação em cobertura quando a
produtividade esperada for inferior a 1.800 kg ha-1 de grãos.

Para lavouras com maior potencial de produtividade, pode-se aplicar até
30 kg ha-1 de N em cobertura;

b) Em áreas de plantio direto, após milho, deve-se aplicar de 5 a 15 kg
ha-1 de N na base e 30 kg ha-1 em cobertura.

A adubação nitrogenada de cobertura deve ser feita, preferencialmente,
de 15 a 20 dias após a emergência.
3500
y = 2737,8756 + 24,7044x – 0,1037x2
R² = 0,79 e PM = 119 kg ha-1
Produtividade (kg ha-1)
4000
3500
y = 3100,7579 + 12,6787x – 0,0538x2
R² = 0,87 e PM = 118 kg ha-1
3000
3000
Produtividade (kg ha-1)
4500
2500
2000
1500
1000
y = 2317,8907 + 13,6636x - 0,04785x2
R² = 0,96 e PM = 142,8 kg ha-1
2500
2000
1500
1000
500
500
0
0
0
50
100
Doses de N (kg ha-1)
Prod. 06
150
200
0
50
100
Doses de N (kg ha-1)
150
200
Prod. 07
Cultivares: E 21, E 22, E 42 e IAC 370
Fonte: Teixeira Filho (2008)
Cultivar: CD 116
Fonte: Galindo et al. (2014)

FÓSFORO E POTÁSSIO
Fonte: Informações técnicas para trigo e triticale 2014

MICRONUTRIENTES E ENXOFRE
•
A adubação com micronutrientes e enxofre só deve ser feita depois
de constatada a deficiência.
•
Não é indicada a aplicação de micronutrientes via foliar.
•
O chochamento (esterilidade masculina) pode ser provocado, entre
outros fatores, por deficiência de boro.
•
Caso essa carência tenha sido constatada em anos anteriores, sugerese aplicar de 0,65 a 1,30 kg ha-1 de boro, na forma de bórax ou FTE,
no sulco de semeadura.
Doses de Zn (kg ha-1)
Produtividade (kg ha-1)
Doses de Zn (kg ha-1)
Produtividade (kg ha-1)
0
1634
0
1960
2
1595
11,2
1783
4
1599
22,4
2090
5
1872
33,6
1906
8
1486
44,8
2068
Média geral
1637
Média geral
1961
C.V. (%)
17,86
C.V. (%)
23,38
Com Azospirillum
1663 a
Com Azospirillum
2013 a
Sem Azospirillum
1612 a
Sem Azospirillum
1910 a
D.M.S (5%)
190
D.M.S (5%)
298
Inoculação
Galindo et al. (2014)
Tratamentos
Produtividade (kg ha-1)
Testemunha
3437 a
Acadian (24 d.a.e)
2897 a
Acadian (24 + 60 d.a.e)
2970 a
Polifértil (24 d.a.e)
3013 a
Polifértil (24 + 60 d.a.e)
3056 a
Média geral
3092
C.V. (%)
13,38
D.M.S (5%)
933
Fonte: Galindo et al (2014)

NITROGÊNIO
•
Trigo sequeiro e trigo irrigado
•
Classe de resposta e a produtividade esperada.
•
Cobertura: Efetuada entre 30 e 40 dias após a emergência.
•
Para o trigo irrigado: Doses > 40 kg ha-1
aplicações
Divididas em duas
30 DAE e 50
DAE

FÓSFORO E POTÁSSIO
•
Análise de solo e produtividade esperada.

MICRONUTRIENTES E ENXOFRE
•
A adubação de semeadura deve ser complementada com 10 kg ha-1 e 20
kg ha-1 de S para trigo de sequeiro e trigo irrigado, respectivamente.
•
Em solos com teor de Zn (método DTPA) inferior a 0,6 mg/dm3, deve-se
aplicar 3 kg ha-1 de Zn e 1,0 kg ha-1 de B em solos com teor de B
(método da água quente) inferior a 0,3 mg/dm3.
Fonte: Informações técnicas para trigo e triticale 2014

Nitrogênio

A adubação nitrogenada deve ser feita em duas etapas:

Semeadura e no início do estádio de perfilhamento (cerca de 14 dias)

Sequeiro e irrigado
20 kg de N ha-1 por ocasião da semeadura.
Sequeiro: 20 kg ha-1

Cobertura
Irrigado: De 70 até 100 kg ha-1 (características das cultivares)

FÓSFORO

Duas alternativas para a adubação fosfatada corretiva:
a) Correção do solo em dose única, mantendo-se o nível de fertilidade atingido;
b) Correção gradativa com aplicações anuais no sulco de plantio.

Aplicar o adubo fosfatado a lanço, incorporando-o à camada arável para propiciar
maior volume de solo corrigido.

Doses < 100 kg de P2O5 ha-1 devem ser aplicadas no sulco de plantio, de maneira
semelhante à adubação corretiva gradual.

Adubação corretiva gradual

Adotada quando não é possível fazer a correção do solo de uma única vez.

Aplicação em sulco de plantio de uma quantidade de P superior à indicada
para adubação de manutenção, acumulando-se, com o passar do tempo.

Período máximo de seis anos
crítico.

Lavouras irrigadas
Aplicar 20% a mais na quantidade de fósforo
indicada na recomendação, independentemente do teor de argila e da
classe de disponibilidade de P no solo.
Teor de P, na análise, em torno do nível

POTÁSSIO

a) Corretiva total: Em aplicação a lanço;

b) Corretiva gradual: Em aplicações feitas no sulco de plantio em
quantidade superior à adubação de manutenção.

Lavoura for irrigada
Aplicar 10 kg ha-1 de K2O a mais, independente do
teor de K extraído do solo.

ADUBAÇÃO DE MANUTENÇÃO

É indicada quando se utiliza integralmente a adubação corretiva total
sendo dispensada quando se procede à adubação corretiva gradual.
60 kg ha-1 P2O5
Expectativa de rendimento de 3,0 t ha-1
30 kg ha-1 K2O
80 kg ha-1 P2O5
Expectativa de rendimento de 5,0 t ha-1
40 kg ha-1 K2O

MICRONUTRIENTES

Boro
•
Dose pode variar de 0,65 a 1,3 kg ha-1
CONTROLE DE
CHOCHAMENTO
Semeadura
Equivalente a aplicar de 5,9 a 11,8 kg ha-1 de bórax ou de 35 a 70 kg ha-1
de FTE BR 12 (1,8% de boro).
•
Efeito residual do boro é de dois anos para a forma de bórax e de três
anos para a forma de FTE.

INOCULAÇÃO EM SEMENTES
Inoculante com Azospirillum brasilense e/ou outras bactérias associativas
Promotoras de crescimento de plantas (?) possível fixação de N (??)

A eficiência agronômica dos inoculantes pode variar em função das condições
de cultivo do trigo.
Fonte: Informações técnicas para trigo e triticale 2014
Tratamentos
Produtividade (kg ha-1)
Testemunha
3437
12 (d.a.e)
3108
24 (d.a.e)
3265
36 (d.a.e)
3430
48 (d.a.e)
3235
60 (d.a.e)
3292
Média geral
3294
C.V. (%)
9,02
Doses de N (kg ha-1)
Produtividade (kg ha-1)
0
50
100
150
200
Média geral
C.V. (%)
Fontes de N
Ureia
Super N
D.M.S (5%)
Inoculação
Com Azospirillum
Sem Azospirillum
D.M.S (5%)
2269
3004
3132
3266
3161
2966
17,12
2959 a
2974 a
227
2996 a
2937 a
227
Doses de Zn (kg ha-1)
Produtividade (kg ha-1)
Doses de Zn (kg ha-1)
Produtividade (kg ha-1)
0
2
4
5
8
Média geral
C.V. (%)
Inoculação
Com Azospirillum
1634
1595
1599
1872
1486
1637
17,86
0
11,2
22,4
33,6
44,8
Média geral
C.V. (%)
1960
1783
2090
1906
2068
1961
23,38
1663 a
Com Azospirillum
2013 a
Sem Azospirillum
1612 a
Sem Azospirillum
1910 a
D.M.S (5%)
190
D.M.S (5%)
298
Fonte: Galindo et al. (2014)

REDUTORES DE CRESCIMENTO
•
Restrita às cultivares com tendência ao acamamento;
•
Em solos de elevada fertilidade e em trigo irrigado;
•
Não é indicada sua utilização no caso de ocorrer deficiência hídrica na
fase inicial do desenvolvimento da cultura;
•
Moddus (trinexapaque-etílico), na fase de elongação da cultura (com o
1º nó visível), na dose de 0,4 L ha -1.
4.0
60
50
3.0
2.5
Acamamento (%)
Notas de acamamento
3.5
2.0
1.5
1.0
y = 1,1621 + 0,2521x
R² = 0,9701
40
30
20
0.5
10
0.0
0
50
100
Doses de N (kg ha-1)
150
200
0
0
50
100
Doses de N (kg ha-1)
150
200
Fonte: Galindo et al. (2014)
Fonte: Boletim técnico 100
Fonte: Boletim técnico 100

Boas práticas para o uso eficiente de fertilizante
•
4 “R’’ ou 4 “C’’
•
Fonte
•
Dose
•
Lugar
•
Época
Fonte: Boas práticas para uso
eficiente de fertilizantes – Vol. 1
Fonte: Adaptado de Malavolta (1979)
Fonte: Adaptado do livro Boas práticas
para uso eficiente de fertilizantes – Vol. 1
Fonte: Adaptado do livro Boas práticas
para uso eficiente de fertilizantes – Vol. 1

Sistema plantio direto - Adotar sistemas conservacionistas,
fundamentalmente plantio direto

Práticas conservacionistas – Plantio em nível, terraços,
cobertura no solo, etc...

Fontes e parcelamento dos nutrientes – Cuidados com
ureia em plantio direto em superfície

Aplicação de corretivos em taxa variável

Calagem – Gessagem – Fosfatagem

Nutrientes
Fluxo de massa: Perdas por lixiviação e
podem provocar toxidez – cobertura parceladamente

Contato por difusão: Efeito residual no solo( H2PO4-, Zn,
Cu, Mn, Fe) - Sulco de semeadura – perto das raízes por
ocasião de plantio

K – alto índice salino – culturas anuais máximo de 60 kg ha-1
no sulco de plantio

Boro: Alta mob. no solo e baixa mobilidade no floema –
pode ser aplicado via herbicida com fontes solúveis como
ácido bórico ou octaboratos

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Trigo: Grande potencial produtivo na região do Cerrado

Manejo da adubação: Fundamental para alcançar metas
produtivas

N: Nutriente mais exigido e exportado pela cultura
(Nutriente chave)
OBRIGADO!
Download

o C - Unesp