O TRABALHO EM PAR PEDAGÓGICO COM RECURSO ÀS TECNOLOGIAS DIGITAIS NO 1º CICLO DO ENSINO BÁSICO NA REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA DISSERTAÇÃO Mestrado em Educação Área de Especialização em Educação e Tecnologias Digitais 27 de outubro de 2014 JOSÉ EDUARDO DE JESUS SEIXAS SOEIRO Orientador: Professor Doutor Fernando Albuquerque Costa Relevância, pertinência e motivos 2 Eventual interesse para a comunidade educativa; Contexto pessoal e profissional: fraca utilização da tecnologia; comparação de práticas; … descrever e interpretar as perceções, atitudes e reações dos impulsionadores e destinatários de uma medida educativa, numa abordagem “fenomenológica que procura compreender os fenómenos do ponto de vista dos próprios autores” (Coutinho, 2011) O trabalho em par pedagógico com recurso às tecnologias digitais no 1º Ciclo do Ensino Básico na Região Autónoma da Madeira Breve contexto 3 Programa e-Escolinhas início no ano letivo 2009/2010 Ofício Circular nº5.0.0-320/09 “trabalhar conteúdos curriculares, com recurso às TIC, 1 hora por semana em par pedagógico, composto pelo professor da curricular e o professor de TIC” Atividade de Integração das TIC nas Áreas Curriculares (Atividade de Integração das TIC nas Áreas Disciplinares de Frequência Obrigatória) O trabalho em par pedagógico com recurso às tecnologias digitais no 1º Ciclo do Ensino Básico na Região Autónoma da Madeira Referente teórico 4 Integração das TIC no currículo (Sánchez, 2003) (Jonassen, 1996) (Costa, 2004) (Wang & Woo , 2007) Trabalho colaborativo, reflexão e boas práticas (Boavida & Ponte, 2002) (Thurler & Perrenoud, 2006) (Macedo, 2007) (Costa, 2010) Necessidade de redefinição do desenho educativo planificação (recursos e objetivos pedagógicos fundamentados); processo (metodologias e situações de aprendizagem relevantes); avaliação/reflexão. O trabalho em par pedagógico com recurso às tecnologias digitais no 1º Ciclo do Ensino Básico na Região Autónoma da Madeira Problema de investigação 5 A estratégia de trabalho em par pedagógico implementada na Região Autónoma da Madeira, com recurso às TIC, contribuiu para alterar significativamente o modo como se ensina e aprende no 1º Ciclo? Eixo 1 Intenções dos responsáveis educativos: Razões e motivações? Resultados esperados? Eixo 2 Perceções dos professores no terreno: Mudança de práticas? Possibilidades e constrangimentos? O trabalho em par pedagógico com recurso às tecnologias digitais no 1º Ciclo do Ensino Básico na Região Autónoma da Madeira Questões de investigação 6 Contextualização da Atividade de Integração das TIC. Os professores e a tecnologia no ensino e aprendizagem. Q2: Quais as perceções de um grupo de professores relativamente à utilização das TIC no processo de ensino e aprendizagem? A Atividade de Integração das TIC. Q1: Que conceções e intenções tiveram os decisores educativos da RAM na implementação da Atividade de Integração das TIC? Q3: Quais as perceções de um grupo de professores sobre a Atividade de Integração das TIC em par pedagógico? Operacionalização do trabalho colaborativo em par pedagógico. Q4: De que forma é operacionalizada a metodologia de trabalho em par pedagógico na Atividade de Integração das TIC? O trabalho em par pedagógico com recurso às tecnologias digitais no 1º Ciclo do Ensino Básico na Região Autónoma da Madeira Metodologia 7 Opções metodológicas Paradigma qualitativo; Perspetiva exploratória e descritiva; Participantes Eixo 1 Um ex-dirigente educativo na área das tecnologias; Eixo 2 4 professores de TIC e 4 titulares de turma; O trabalho em par pedagógico com recurso às tecnologias digitais no 1º Ciclo do Ensino Básico na Região Autónoma da Madeira Recolha e análise de dados 8 Instrumentos de recolha de dados Entrevista individual Entrevista em grupo Guião com base nas questões de investigação Análise de Conteúdo leitura flutuante (transcrição e (re)leitura das entrevistas); elaboração prévia de categorias, indicadores e definição operacional; codificação, “recorte” das unidades de registo e categorização; síntese; descrição e interpretação; O trabalho em par pedagógico com recurso às tecnologias digitais no 1º Ciclo do Ensino Básico na Região Autónoma da Madeira Principais resultados 9 Q1: Contextualização da Atividade de Integração das TIC medida despoletada pelo programa e-Escolinhas; não existiu um verdadeiro planeamento da medida; pretendia-se otimizar os recursos existentes e potenciar a formação entre pares (efeito multiplicador); Q2: Os Professores e a Tecnologia no Ensino e Aprendizagem atitude positiva em relação à tecnologia apesar de se verificarem resistências (desinteresse, falta de rotina, comodismo, evolução da tecnologia, medo de errar); fracas competências na utilização da tecnologia por parte dos professores titulares (de um modo geral); investimento pessoal vs investimento profissional; O trabalho em par pedagógico com recurso às tecnologias digitais no 1º Ciclo do Ensino Básico na Região Autónoma da Madeira Principais resultados 10 Q3: A Atividade de Integração das TIC início marcado por alguma resistência, “anarquia” e falta de clareza nas orientações (horários, recursos, dinâmica de sala de aula); medida atualmente considerada positiva e apoio à sua continuidade; o professor de TIC assume um papel primordial - pouca evolução nos métodos de trabalho do professor titular de turma; Q4: Operacionalização do Trabalho Colaborativo em Par Pedagógico planificação não presencial (comunicação assíncrona); professor titular (conteúdos) / professor de TIC (ferramentas); métodos expositivos, exercícios de prática, programas nativos do computador; flexibilidade no papel de cada professor na dinâmica da aula; O trabalho em par pedagógico com recurso às tecnologias digitais no 1º Ciclo do Ensino Básico na Região Autónoma da Madeira Conclusões gerais 11 Atividade de Integração das TIC Pontos Fortes: Existência de recursos; Estruturas de decisão “sensíveis” à questão da utilização da tecnologia; Pontos Fracos: Medida precipitada pelos acontecimentos; Implementação descoordenada e sem planeamento consistente; Não existe uma continuidade efetiva no horário dos alunos (ausência de projetos interdisciplinares); Aula é um complemento com hora marcada (utilização pontual e “tradicional”); Atividade marcada por tarefas pouco exigentes do ponto de vista cognitivo; Longe de se assistir ao ambicionado “efeito multiplicador” provocado pela formação informal entre pares; Orientações não estão a ser seguidas de forma uniforme; O trabalho em par pedagógico com recurso às tecnologias digitais no 1º Ciclo do Ensino Básico na Região Autónoma da Madeira Considerações finais 12 … inferências com base nos resultados apresentados Modelos de implementação “topdown” nem sempre têm correspondência nos resultados práticos; As medidas devem ser acompanhadas no terreno de forma a evitar desvios aos objetivos iniciais; Ausência de reflexão profunda e sistemática por parte de todos os intervenientes educativos (ao nível macro e micro do sistema); Pouca alteração ao nível de práticas, do papel do aluno e do professor e da utilização da tecnologia; Utilização da tecnologia de forma pontual e “tradicional” mais centrada nas ferramentas e menos no currículo; Fraca predisposição em realizar formação na área das TIC (professores titulares); O trabalho em par pedagógico com recurso às tecnologias digitais no 1º Ciclo do Ensino Básico na Região Autónoma da Madeira Conclusão 13 Problema de partida A estratégia de trabalho em par pedagógico implementada na Região Autónoma da Madeira, com recurso às TIC, contribuiu para alterar significativamente o modo como se ensina e aprende no 1º Ciclo? Alterações pouco significativas pois não se revelaram indubitavelmente salientes no discurso dos participantes. O trabalho em par pedagógico com recurso às tecnologias digitais no 1º Ciclo do Ensino Básico na Região Autónoma da Madeira Obrigado 14 Referências Costa, F. A. (2004). O que justifica o fraco uso dos computadores na escola? Polifonia, Nº7, Edições Colibri, 19-32. Costa, F. A. (2010). Metas de aprendizagem na área das TIC: aprender com tecnologias. In Actas do I Encontro Internacional TIC e Educação 2010, 931-936. Lisboa: Instituto Superior de Educação. Coutinho, C. (2011). Metodologias de investigação em ciências sociais e humanas: teoria e prática. Lisboa: Almedina. Jonassen, D. (1996). Computers in the classroom: mindtools for critical thinking. Columbus: Merrill/Prentice Hall. Macedo, L. (2007). Ensaios pedagógicos: como construir uma escola para todos?. Porto Alegre: Artmed. Sánchez, J. (2003). Integración curricular de TICs: conceptos y modelos. Revista Enfoques Educacionales, 5 (1), 51-65. Thurler, M., & Perrenoud, P. (2006). Cooperação entre professores: a formação inicial deve preceder as práticas? Cadernos de Pesquisa, v. 36, n. 128, 357-375. Wang, Q., & Woo, H. L. (2007). Systematic planning for ICT integration in topic learning. Educational Technology & Society, 10 (1), 148-156. Ofício-Circular nº 5.0.0 – 320/09/M de 16 de Julho de 2009 – Integração das TIC nas áreas curriculares do 1ºCEB na RAM. O trabalho em par pedagógico com recurso às tecnologias digitais no 1º Ciclo do Ensino Básico na Região Autónoma da Madeira