ESCOLA BÍBLICA (Escola da Fé) EVANGELHO SEGUNDO MATEUS EVANGELHO SEGUNDO MATEUS A MISSÃO PRECISA DE TRABALHADORES (Mateus 9,35-10,15) Basta proclamar a chegada da justiça que liberta e começar a colocá-la em prática para descobrir que a tarefa ultrapassa de muito a capacidade de uma só pessoa. Aconteceu com Jesus naquele tempo, e o mesmo acontece hoje. A injustiça institucionalizada atinge proporções tão grandes e suas consequências são tão numerosas e graves, que é preciso mais que uma ação pessoal. Somente uma comunidade organizada e solidária pode levar a frente a luta pela justiça. EVANGELHO SEGUNDO MATEUS A atividade libertadora Jesus continua sua prática, e três coisas são importantes: o ensinamento (Jesus ensina a ler a Bíblia na perspectiva da justiça), o anúncio (o Reino é a boa notícia de que a libertação vem pela prática da justiça) e a cura (a justiça liberta de tudo o que diminui ou impede a liberdade e a vida) (9,35-38). Mas a tarefa é tanta que Jesus olha as multidões abandonadas e sofridas e sente compaixão. Palavra importante, porque nela está a raiz da missão: compaixão significa sofrer junto, sentir em si mesmo EVANGELHO SEGUNDO MATEUS as dores e os problemas do povo. Quando sentimos dor, temos que fazer alguma coisa para resolvê-la. Jesus sentiu isso, e espera que nos sintamos também. A falta de pastor alude ao povo abandonado e traído pelos seus líderes, sejam eles políticos, religiosos ou intelectuais que, em vez de servir ao povo, servem-se do povo para satisfazer os seus caprichos pessoais e principalmente a sua sede de poder. Em vez de promover a justiça a serviço da liberdade e da vida, promovem a injustiça, roubando o que o povo tem e o que o povo é. EVANGELHO SEGUNDO MATEUS A tarefa é grande, como uma grande colheita que, se não for colhida a tempo, poderá ficar totalmente perdida. Como fazer? Sozinho não dá. É preciso muita gente no trabalho. Quem poderia ajudar? Doze que começam um novo povo Jesus chama os que o acompanham mais de perto e compartilham as suas preocupações (10,1-4). Não é possível ser amigo de alguém e não participar da vida e ideias desse alguém. E o grupo de Jesus já aumentou. Ele havia começado o trabalho com EVANGELHO SEGUNDO MATEUS quatro pessoas (4,18-22). Agora já são doze. Conhecemos pouco de cada um deles, assim como conhecemos pouco as pessoas que hoje trabalham no projeto de Jesus, que é o projeto do Pai. O importante é o número doze. O povo de Deus era formado por doze tribos: para libertar o povo de Deus que geme debaixo da injustiça é preciso que todo o povo lute pela justiça. A tarefa de Jesus é, portanto, uma tarefa que diz respeito a todos, é o melhor que temos a fazer, se quisermos um mundo novo, e pôr logo o nosso nome na lista. E eu posso fazer isso? EVANGELHO SEGUNDO MATEUS Claro. Na lista de Jesus estão os trabalhadores, um cobrador de impostos, detestado por todo mundo, e até, atenção para isso, "Judas Iscariotes, que foi o traidor de Jesus". Todo mundo pode participar da atividade de Jesus, desde que se converta para a justiça que traz o Reino de Deus, isto é, liberdade e vida para todos. Mas devemos estar atentos: entre nós e dentro de nossa luta pela justiça pode estar aquele que vai trair todo o projeto. Isso é duro. A boa vontade não é desculpa para a nossa ingenuidade. Devemos estar sempre discernindo, sempre atentos para que nós EVANGELHO SEGUNDO MATEUS mesmos, com a melhor das boas intenções, não nos tornemos traidores do Reino de Deus e do povo. Judas Iscariotes tinha, certamente, a sua boa intenção. Mas isso não basta. A lista está aí. Talvez ainda falte o nosso nome... EVANGELHO SEGUNDO MATEUS A missão é continuar o que Jesus começou Ao chamar os doze, Jesus lhes dá poder para expulsar os demônios e curar. Deduzimos logo que são os demônios que produzem as doenças do povo. Que demônios? Tudo aquilo que vai contra o projeto de Deus. Atrás de cada mal que diminui e destrói a liberdade e a vida do povo ha sempre um demônio. Para curar o mal é preciso expulsar esse demônio. Tarefa difícil? Vejamos os conselhos que Jesus dá: ler 10,5-15. EVANGELHO SEGUNDO MATEUS Primeiro é preciso começar em casa, dentro da comunidade, do bairro e da cidade ou meio em que vivemos. Depois a coisa se alastra. Primeiro o próprio povo de Deus, depois os outros. E o começo é simples: anunciar o Reino e curar os doentes. Não que se deva fazer um curso de medicina, mas perceber o que é que provoca a situação lastimável do povo, e começar por aí, atacando as causas, sejam elas quais forem (o que é que deixa o povo doente, morto, marginalizado e alienado?). EVANGELHO SEGUNDO MATEUS E, para fazer isso, o que é preciso? Nada. Ou melhor, apenas a consciência da graça e da gratuidade. Deus não cobra nada para nos dar liberdade e vida. O mesmo devemos fazer nós. Não é preciso muito dinheiro, nem muita preparação, provisão ou defesa. "O operário tem direito ao seu alimento". Quando se luta pela justiça não ha mais lugar para a preocupação (6,33-34). O povo sabe muito bem reconhecer quando alguém está a seu serviço, que é serviço ao próprio Deus. O povo de Deus sabe agir como Deus. EVANGELHO SEGUNDO MATEUS Para quem anunciar? Para todos, sem qualquer preconceito. Mas também sem qualquer ingenuidade. O anúncio é a paz para todos. Quem aceitar e agir de acordo, terá a paz. Quem não aceitar, paciência: a paz voltará a quem anuncia, e os que rejeitam continuarão sua vida, se é que viver em meio a injustiça se pode chamar de vida. Sacudir a poeira dos pés e gesto simbólico, e significa que o discípulo de Jesus não tem nada a ver com a injustiça. Cada pessoa e cada grupo humano tem que arcar com as consequências que vêm de suas próprias escolhas. É o pior julgamento. EVANGELHO SEGUNDO MATEUS Aconteceu com Sodoma e Gomorra (Gênesis 19). E acontece com todos aqueles que rejeitam a justiça que salva, para continuar a viver sob a injustiça que destrói. Deus dá a possibilidade. Idiotice nossa se não soubermos aproveitá-la. EVANGELHO SEGUNDO MATEUS Para refletir em grupos 1. Por que a luta pela justiça não pode ser feita por uma pessoa sozinha? 2. De onde nasce a missão? O que significa compaixão? 3. Quais são os demônios que estão por trás dos males do povo nos dias de hoje? 4.O que precisamos ter ou ser para continuar a luta que Jesus começou? 5. O que fazer quando as pessoas não aceitam o anúncio e a prática da justiça? EVANGELHO SEGUNDO MATEUS CONSEQUÊNCIAS DA MISSÃO (Mateus 10,16-11,1) A missão é simples e, como a de Jesus, implica ensinamento (ler a Bíblia na perspectiva da justiça), anúncio (o Reino de Deus é a justiça que liberta) e cura (a justiça e prática que liberta o povo). Contudo, isso provoca um tremendo choque, pois a sociedade nem sempre é governada pelo projeto de Deus, e sim por projetos mesquinhos de pessoas ou grupos que estão apenas interessados em sua própria abundância, EVANGELHO SEGUNDO MATEUS prestígio, riqueza e poder, as tentações que fabricam a desigualdade e a injustiça em todos os níveis. Tanto a prática de Jesus como a dos discípulos vai encontrar resistência. Atingida no seu cerne, a sociedade vai reagir, e para valer. Jesus foi morto por causa de sua ação. E os seus seguidores? Ovelhas no meio de lobos A situação daqueles que se comprometem com o anúncio e a prática da justiça é crucial (10,16-25). Com sua palavra e ação eles irão atingir o coração da EVANGELHO SEGUNDO MATEUS sociedade injusta, e esta, ameaçada nas suas bases, irá reagir e não medirá esforços para acabar com essa "subversão da ordem". Os seguidores de Jesus, como ele próprio, serão considerados inimigos e bandidos. Serão perseguidos, presos, torturados, levados a julgamento, condenados e, quem sabe, mortos. O que fazer? Nada de premeditado. Na hora o Espírito de Deus lhes inspirará o que dizer ou fazer. Quem entrou para a luta que traz o Reino de Deus deve confiar em Deus. Quem cuidará da sua honradez é o EVANGELHO SEGUNDO MATEUS próprio Deus (Salmo 62,8). A situação mais terrível será o ódio e a solidão. Todos irão abandonar o discípulo, até mesmo os familiares, e ele irá até pensar "Será que o errado, afinal de contas, não sou eu?" Esse é o momento difícil: continuar ou abandonar tudo? Ficar sozinho ou abandonar tudo? Ficar sozinho e sustentar a causa, ou deixar de "bobagem" e ser como todo mundo? É o momento crucial: ou ir com Jesus até o fim, ou pular fora por causa do medo, que sempre se apresenta de dois modos: solidão e morte. Jesus não teve medo de ficar sozinho e de enfrentar a morte. E EVANGELHO SEGUNDO MATEUS ele lembra: o discípulo não está acima do mestre. "Se chamaram de Belzebu (= chefe dos demônios) o dono da casa, quanto mais os que são da casa dele!” O discípulo tem por quem puxar... Não tenham medo! O medo de ficar sozinho e morrer pode impedir a luta pela justiça Como vencê-lo? (10,26-33) Primeiro, compreendendo bem que o ataque dos adversários que promovem a injustiça já é confissão da mentira e criminalidade em que vivem. O anúncio e a prática da EVANGELHO SEGUNDO MATEUS justiça põem a descoberto todas as fraudes e disfarces, mostrando a fraqueza daqueles que se pretendem poderosos, explorando e oprimindo o povo. Reveladas as suas trapaças, ficarão furiosos e partirão para a violência. O que fazer? Confiar no Pai. Deus toma conhecimento de tudo, até da morte dos passarinhos. Mas o discípulo vale muito mais que um passarinho. Não devemos ter medo dos injustos, que só podem acabar com o nosso corpo, mas não com a nossa consciência e as nossas EVANGELHO SEGUNDO MATEUS convicções. O único temor deve ser para com Deus, porque dele vem à vida, e só ele pode destruí-la. Também mataram o corpo de Jesus, mas ele está vivo até hoje, e até hoje continua agindo, de forma multiplicada... O discípulo deve estar bem atento: o seu compromisso fundamental foi com Jesus, com a palavra e a ação dele. Se for fiel a esse compromisso, Jesus também será fiel a ele, e o apresentará ao seu Pai. Ai, porém, do discípulo que renega a causa de Jesus! Jesus também o EVANGELHO SEGUNDO MATEUS renegará ao Pai. A pior coisa é ter conhecido a verdade e depois traí-la. Essa culpa jamais nos deixará dormir. Perseverem! Enfrentando tantos conflitos, o discípulo pode ficar assustado e, novamente, pensar se afinal está certo ou errado (10,34-39). É preciso compreender bem: Jesus não veio trazer a paz, isto é, tranquilidade apesar de toda a injustiça que reina no mundo. Não. Ele veio trazer a espada, a luta contra a injustiça. E essa luta é mais importante que tudo o mais: relações familiares, EVANGELHO SEGUNDO MATEUS amizades, compromissos de todos os tipos. Quando o compromisso com a justiça é a mola que impulsiona a nossa vida, até as relações que julgamos importantes ficam para trás. Novamente a solidão. E agora? "Quem procura conservar a própria vida, vai perdêla. E quem perde a sua vida por causa de mim, vai encontrá-la". Quando realmente compreendemos que a verdade e a justiça são a fonte da vida, então nada mais conta. Somos capazes de dar tudo o que somos e temos para que a verdade seja conhecida e a justiça EVANGELHO SEGUNDO MATEUS traga liberdade e vida para todos. Viver conservando o que se é e o que se tem pode ser muito cômodo, mas não satisfaz a ninguém, principalmente quando se entreviu a luta maior, que é difícil, sim, mas esquenta o nosso sangue e traz um sentido definitivo para a nossa vida. Mas alegrem-se também! A vida do discípulo é luta, mas não só. E solidariedade também (10,40-42). O povo está sedento de justiça, e também é capaz de reconhecer a sede daqueles que EVANGELHO SEGUNDO MATEUS lutam para matar a sede do povo. Não há maior prazer que beber um copo d'água depois de atravessar o deserto. Pois bem, o discípulo pode ficar tranqüilo, pois receberá muitos copos de água daqueles que irão reconhecer o seu trabalho. Talvez tenha sido abandonado por muitos, justamente os que ele mais amava, mas encontrará muitos outros, e principalmente o Outro que, pouco a pouco, vai reunindo a grande família que reparte a vida e a liberdade. EVANGELHO SEGUNDO MATEUS Enquanto isso, Jesus continua ensinando e pregando. Também nós, depois de passar para outros o segredo do Reino, devemos continuar, porque "aquele que perseverar até o fim será salvo“. EVANGELHO SEGUNDO MATEUS Para refletir em grupos 1. Por que o anúncio e a prática da justiça provocam choques? 2. Quem é que garante a honradez e a fama dos discípulos de Jesus? 3. Por que a solidão e a morte são os nossos maiores medos? Como vencer esses medos? 4. Qual a dúvidas que podemos ter quando lutamos pela justiça? 5. Qual o apoio e a acolhida que a comunidade tem dado àqueles que anunciam a justiça e lutam por ela? 6. Como a comunidade tem reagido diante das dificuldades que surgem na luta pela justiça? EVANGELHO SEGUNDO MATEUS JESUS É MESMO O MESSIAS? (Mateus 11) O capítulo 11 de Mateus funciona como revisão do que aconteceu até agora neste evangelho. Todos nos temos expectativas e, quando chega a realidade, nem sempre ela coincide com o que esperávamos antes. O mesmo aconteceu com Jesus, o Messias. O povo daquele tempo, como nós hoje, esperava pelo Messias libertador. Jesus chegou, começou a falar e a agir, mostrando que o seu compromisso era com o Reino de Deus e com a justiça que faz esse Reino se tornar EVANGELHO SEGUNDO MATEUS presente e concreto na vida do povo. Será que ele é mesmo o Messias? Até o anunciador duvida João Batista estava preso (ver 4,12) por enfrentar violentamente os poderosos (ver 14,1-5). Ele havia anunciado a chegada do Messias que iria julgar e condenar violentamente toda a injustiça, mas Jesus se apresentará humildemente para o batismo de conversão (veja 3,13-15). João esperava alguém forte, e Jesus parece fraco. Então manda seus discípulos EVANGELHO SEGUNDO MATEUS perguntar: "Você é mesmo o Messias, ou devemos esperar um outro?" (11,7-15). Essa pergunta pode ser também a nossa: Será que Jesus traz de fato a solução para todos os nossos problemas? A resposta de Jesus aponta não para a sua pessoa, mas para o que ele faz: o povo começa a enxergar, a andar, a ficar limpo de sua marginalização, a ouvir e, importante, os pobres recebem a notícia da sua libertação. Tudo o que os profetas anunciavam para o tempo do Messias. Precisa dizer mais? Se não EVANGELHO SEGUNDO MATEUS entendermos isso, temos que reler a Bíblia do começo ao fim, para compreender que o projeto de Deus é liberdade e vida para todos, começando por aqueles que não as tem... Mas o papel de João é também o nosso No tempo de Jesus todo mundo esperava que chegasse Elias, o profeta que voltaria para preparar o caminho do Messias (11,7-15). Em outras palavras, um novo Moisés que levaria o povo até as margens do Jordão. Daí para frente o povo seria conduzido por Josué, ou EVANGELHO SEGUNDO MATEUS seja, por Jesus. João havia anunciado severamente a necessidade de mudar de vida, através do arrependimento e da conversão. Esse era o papel do profeta Elias, modelo de todos os outros profetas. Foi o modelo de João, e também é o modelo para todos nós, pois nós também devemos preparar o caminho da libertação. E a libertação não acontecerá se as pessoas não tomarem consciência do seu compromisso consciente ou inconsciente com a injustiça, para depois mudar de vida e se comprometer com o anúncio e a prática de Jesus. É Jesus quem vai introduzir o povo EVANGELHO SEGUNDO MATEUS na Terra Prometida do Reino de Deus, onde a justiça garantirá que todos tenham vida e liberdade. Apesar da grandeza de João, o menor dos discípulos de Jesus é maior do que ele, porque João pertencia ao tempo da espera, enquanto Jesus pertence ao tempo da realização. Mas por que o Reino de Deus sofre violência? Certamente porque a injustiça resiste para não ser destruída, e reage violentamente. Jesus e os seus discípulos irão enfrentar-se com ela, cedo ou tarde. EVANGELHO SEGUNDO MATEUS Por que João e Jesus não são aceitos? João era severo e violento. Exigia arrependimento, conversão e mudança de vida. Jesus é manso e cheio de compaixão, e liberta o povo do sofrimento e dos problemas. Mas há gente que não gosta nem de um nem do outro (11,16-19). Como entender? Jesus compara essas pessoas com crianças caprichosas que emburram e não querem participar nem do brinquedo de festa, nem do brinquedo de velório. No fundo, essas pessoas não querem mudar, ou melhor, não querem reconhecer que estão erradas e precisam mudar. Então partem para a difamação: "João? Ora, ele é um louco!... Jesus? Ora, ele é um boa-vida...” EVANGELHO SEGUNDO MATEUS Quem pode entender o que Jesus faz? Jesus começa a criticar as cidades: Corazin, Betsaida, Cafarnaum... (11,2-24) Por quê? Porque nelas estavam os poderes, principalmente os poderes intelectuais, concentrados, sobretudo nas sinagogas, onde o povo entrava para ouvir a Palavra de Deus. Só que esses intelectuais, que possuíam todo o conhecimento para reconhecer que na ação de Jesus o Reino estava chegando, resistiam. Claro. Se reconhecessem, iriam perder o poder e a influência sobre o povo. Nessa EVANGELHO SEGUNDO MATEUS região, onde todos os povos cruzavam rotas de comércio, Jesus realizava a libertação de todos. Mas o que acontece quando as pessoas se libertam? Muitos aproveitadores irão perder os seus rendosos empregos... Só os pobres compreendem o projeto de Deus Mateus 11,25-30 é um dos pontos mais altos do evangelho. Jesus louva o Pai porque ele revela o seu projeto aos pobres e o esconde aos "sábios", "inteligentes" e "poderosos". Somente os pobres, que EVANGELHO SEGUNDO MATEUS foram roubados na sua liberdade (ser) e na sua vida (ter), podem compreender que o projeto de Deus e a justiça que julga os ricos e poderosos, para devolver aos pobres e fracos a vida e a liberdade que lhes foram roubadas. O pobre pode reconhecer Jesus como o seu libertador porque a ele Jesus se revela como mediador do Pai, fazendo justiça. Os pobres estão cansados de carregar a sua cruz de miséria e escravidão, cruz sobre a qual ainda sentam aqueles que só pensam na sua EVANGELHO SEGUNDO MATEUS abundância, prestígio, riqueza e poder, as tentações que geram a injustiça. Em Jesus, na sua palavra e ação, eles aprendem que Deus está do lado deles e que é através do seu anseio pela justiça que Deus ira criar um mundo novo, onde não mais existirá a vergonha, mas o orgulho legítimo de ser, finalmente, humano. Só os pobres podem compreender o Evangelho, e somente eles podem trazer para todos o Reino de Deus. EVANGELHO SEGUNDO MATEUS Para refletir em grupos 1. Nossa missão é anunciar Jesus. Temos alguma dúvidas de que ele seja o Messias que liberta o povo? Qual? 2. Nossa missão é fazer o que João fez. O que ele fez, e como podemos fazer isso hoje? 3. Quais as desculpas que as pessoas usam para não aceitar a mensagem de João e de Jesus? 4. Por que as cidades resistem ao anúncio do Evangelho? 5. Por que somente os pobres podem entender o projeto de Deus anunciado e realizado por Jesus? 6. Existe diferença entre a sabedoria dos intelectuais e a sabedoria do povo?