Eduardo Silva.
 O Sistema Cardiovascular pode ser divido da
seguinte forma:
(1) coração, considerado como uma bomba
muscular; (2) circuito pulmonar, que leva sangue
pobre em oxigênio aos pulmões e traz sangue
oxigenado ao coração; e (3) circuito sistêmico, que
leva sangue rico em oxigênio do coração para todas
as partes do corpo, exceto os pulmões. Todo este
transporte é feito por tubos ocos, as artérias e veias.
Anatomia Funcional do Coração
 Na realidade, o coração é formado por duas bombas
distintas: o “coração direito” e o “coração esquerdo”.
Cada um desses “corações” possuí duas câmaras,
chamadas de átrio e ventrículo.
Fisiologia do Músculo Cardíaco
  Três tipos de músculos: atrial, ventricular e fibras
especializadas excitatórias e condutoras.
  As duas primeiras são similares ao músculo
esquelético, e as fibras especializadas formam um
sistema excitatório para o coração.
  As fibras musculares cardíacas são muito parecidas
com o músculo esquelético, exceto pelo entrelaçamento de suas fibras.
O Coração como um Sincício
O músculo cardíaco apresenta membranas celulares
que separam fibras musculares cardíacas adjacentes: os
discos intercalares.
 Eles formam uma rede que visa propagar o potencial
de ação de uma fibra muscular à outra, no sentido
longitudinal;
 O músculo cardíaco age como um sincício, ou seja,
uma interligação de células musculares cardíacas
que tem a propriedade de propagar um potencial de
ação de uma fibra muscular para todas as demais;
 Por definição, um sincício é uma “massa de
protoplasma multinucleada produzida por uma fusão
de células”.
 Na verdade, o coração possui dois sincícios: o
sincício atrial (paredes dos átrios) e o sincício
ventricular (paredes dos ventrículos),
interligados por um sistema especializado de
condução, o feixe átrio-ventricular (feixe A-V).
Esta presença dos dois sincícios é fundamental
para a eficácia do bombeamento cardíaco.
Os Nodos Cardíacos
O Coração possui um sistema especializado para gerar e conduzir
impulsos nervosos que promovem as contrações ritmadas dos
músculos cardíacos: são os nodos e feixes cardíacos.
 Nodo sinusal ou sinoatrial (S-A) – gera o impulso




rítmico normal;
Vias internodais – conduz o impulso do nodo sinusal
para o nodo atrioventricular;
Nodo atrioventricular (A-V) – retarda o impulso vindo
dos átrios para os ventrículos;
Feixe A-V – conduz os impulsos dos átrios para os
ventrículos;
Feixes esquerdo e direito de Fibras de Purkinje –
conduzem os impulsos para todas as partes dos
ventrículos.
O Ciclo Cardíaco
 Os batimentos cardíacos estão relacionados a um
ciclo rítmico definido de contração – a sístole (gr.
systolé – contração), e de relaxamento – a diástole
(gr. diastolé – dilatação).
Eventos:
1) Sístole Atrial
 O nodo sinusal é o local onde se origina o estímulo
elétrico que inicia o ciclo cardíaco, propagando-se em 3
direções principais:
 Átrio direito, Átrio esquerdo e nó atrioventricular. Este
processo, chamado de acoplamento excitaçãocontração, estabelece a relação entre a geração do
potencial de ação e a contração das células miocárdicas.
 No eletrocardiograma, a ativação do átrio origina a
onda P.
 Durante a sístole ventricular, os átrios se enchem
de sangue. Com o início da diástole ventricular, as
maiores pressões nos átrios abrem as valvas A-V,
permitindo o fluxo de sangue para os ventrículos.
Isto é feito em três tempos:
A) Período de enchimento rápido dos ventrículos;
B) Período de passagem direta de sangue das veias
pulmonares para os átrios e destes para os
ventrículos;
C) Período de contração dos átrios (aprox. 25% do
sangue).
2) Sístole Ventricular
 É o período em que o ventrículo se encontra em
estado de contração. O volume de sangue ejetado
constitui o volume sistólico. O registro desse
fenômeno é mostrado no eletrocardiograma
como o complexo QRS. É dividida em fases:
a) Fase de Contração Ventricular Isovolumétrica
b) Fase de Ejeção Ventricular Rápida
c) Fase de Ejeção Ventricular Lenta
 a) Fase de Contração Ventricular Isovolumétrica
Essa fase começa com o fechamento das valvas
atrioventriculares e termina com o início da ejeção
ventricular. Ocorre a contração dos ventrículos sem
que esses se esvaziem. Com o aumento da pressão
ventricular, as valvas A-V se fecham; porém, as valvas
aórtica e pulmonar ainda estão fechadas.
 b) Fase de Ejeção Ventricular Rápida
Quando as pressões ventriculares direita e esquerda
se elevam acima de 8 mm Hg e 80 mm Hg, as valvas
semilunares se abrem. Há, portanto, um rápido
esvaziamento ventricular (cerca de 70% do sangue
contido), que termina quando as pressões nos
ventrículos e nas artérias que deles se originam
alcançam os níveis mais elevados.
c) Fase de Ejeção Ventricular Lenta
 Nesta fase, a pressão na aorta está
maior do que no ventrículo esquerdo.
Apesar disso, o sangue consegue ser
ejetado, devido ao impulso criado pela
massa de sangue ao ser ejetada do
ventrículo, chamado de momentum.
Com o fim da sístole, a pressão
ventricular cai rapidamente (e alcança
níveis inferiores aos da aorta) e,
portanto, ocorre o fechamento da valva
aórtica, pois o fluxo de sangue é
invertido. A aorta consegue manter sua
pressão elevada, mesmo sem a ejeção
de sangue, devido à retração elástica de
suas paredes. A ejeção e a sístole
ventricular terminam com o
fechamento das valvas semilunares.
O eletrocardiograma durante a sístole
ventricular a onda T – repolarização
ventricular.
3) Diástole Ventricular
 É o período onde o ventrículo se encontra em
estado de relaxamento. É divida em fases:
a) Fase de Relaxamento Isovolumétrico
b) Fase de Enchimento Ventricular Rápido
c) Fase de Enchimento Ventricular Lento
a) Fase de Relaxamento Isovolumétrico
 As valvas semilunares e as valvas atrioventriculares
permanecem fechadas, sendo que nestas últimas, as
pressões nos ventrículos se mantêm maior que as dos
respectivos átrios. Assim que as pressões atingem
valores inferiores às dos átrios correspondentes,
acontece o fim dessa fase – momento em que as valvas
atrioventriculares se abrem.
b) Fase de Enchimento Ventricular Rápido
 Inicia-se com a abertura das valvas atrioventriculares,
provocada pela pressão mais elevada nos átrios que
nos ventrículos. Assim, o sangue flui rapidamente
para o interior dos ventrículos, aumentando o volume
destes.
c) Fase de Enchimento Ventricular Lento
Nessa fase ocorre uma redução do ritmo de
enchimento do ventrículo. Há um lento e
progressivo aumento das pressões dos átrios e
ventrículos, até a contração atrial.
Funções das Valvas
 Valvas Atrioventriculares –
 Valvas da Aorta e Pulmonar –
 Função _
Conceitos Cardíacos Funcionais
 Volume Sistólico –
 Frequência Cardíaca –
 Débito Cardíaco –
 Retorno Venoso –
 Volume Diastólico –
Regulação do Batimento Cardíaco
1) Regulação Intrínseca
 É um mecanismo básico de bombeamento, em
resposta às variações do volume de sangue que
flui para o coração.
a) Mecanismo de Frank-Starling
b) Excitação das Fibras de Purkinje
Mecanismo de Frank-Starling
 Esse mecanismo permite ao coração adaptar-se,
dentro dos limites fisiológicos, a volumes
variáveis de sangue que chegam a ele (retorno
venoso) e a bombear todo o sangue sem permitir
represamento deste nas veias. A idéia é: quanto
mais o músculo cardíaco for distendido durante o
enchimento, maior será a força de contração e,
portanto, maior volume de sangue será ejetado
(volume sistólico).
Excitação das Fibras de Purkinje
 Também é um mecanismo adaptatório ao retorno
venoso aumentado. Com as fibras musculares
mais distendidas, as fibras de Purkinje também se
distendem, o que as torna mais excitáveis. Desta
forma, haverá um aumento na frequência de
descarga rítmica de despolarização dessas fibras,
o que provocará um aumento na Frequência
Cardíaca.
2) Regulação Extrínseca
 É um mecanismo de regulação da atividade
cardíaca pelo Sistemas Nervosos Autônomos
Simpático e Parassimpático.
a) SNA Simpático
b) SNA Parassimpático (Vagal)
SNA Simpático
 As fibras nervosas do SNA Simpático liberam
noradrenalina, e a medula da glândula suprarenal libera adrenalina, além da noradrenalina.
Estes mediadores químicos possuem uma função
estimuladora da atividade do coração, tanto no
que se refere à força de contração quanto na
frequência cardíaca, ou seja, aumenta o débito
cardíaco.
SNA Parassimpático (Vagal)
 As fibras nervosas do SNA Parassimpático,
representados pelos nervos vagos, liberam
acetilcolina, com uma função depressora da
atividade do coração, tanto no que se refere à
força de contração quanto no aumento da
frequência cardíaca, ou seja, diminui o débito
cardíaco.
Circulação Sistêmica
 Bombeado pelo coração, o sangue flui, por meio
de uma vasta rede vascular, para suprir as
necessidades de nossos tecidos. A cada sístole,
um volume de sangue é bombeado para as
artérias, volume este que encontra uma
resistência ao fluxo, chamada de resistência
vascular, que é devido ao atrito das moléculas e
células sanguíneas contra as paredes dos vasos,
que se afinam e ramificam cada vez mais.
 Para que vença esta resistência, o sangue deve ser
bombeado com uma força tal que consiga vencer a
resistência dos vasos sanguíneos. Desta forma, a
pressão arterial sistólica é, em média, de 120
mmHg, e a pressão arterial diastólica é, em média,
de 80 mmHg. Conforme avança a circulação
sistêmica, a pressão cai até atingir 0 mmHg, no
final das veias cavas. Na verdade, a diferença ou
gradiente de pressão é o que impele o sangue
através dos vasos.
FLUXO SANGUÍNEO
 O fluxo sanguíneo é a quantidade de sangue que
passa por um determinado ponto da circulação
durante um período definido de tempo. Em nível
tecidual, pode ser bastante variável, dependendo
do tipo de tecido e do estado do metabolismo
corporal. Por exemplo, os músculos esqueléticos
apresentam pequena necessidade de sangue em
repouso, que pode aumentar mais de 20 vezes no
exercício intenso. Em termos globais, o fluxo
sanguíneo normal é de 5000 ml./min.
Relações entre Pressão, Fluxo e
Resistência
 FLUXO = DIFERENÇA DE PRESSÃO /
RESISTÊNCIA
A resistência vascular
 Comprimento do Vaso: Quanto maior for o
comprimento de um vaso, maior será a resistência
ao fluxo sanguíneo através do próprio vaso.
 Diâmetro do Vaso: A resistência oferecida ao fluxo
sanguíneo através de um vaso é inversamente
proporcional à variação do diâmetro deste mesmo
vaso, elevada à quarta potência.
 Viscosidade do Sangue: Existe cerca de 3 vezes mais
resistência ao fluxo do sangue do que ao fluxo da
água através de um vaso. O sangue de uma pessoa
anêmica apresenta menor viscosidade e,
conseqüentemente, um maior fluxo através de seus
vasos. Isso pode facilmente ser verificado pela
taquicardia constante que tais pessoas apresentam.
 Velocidade do Sangue: Quanto maior o diâmetro de
um vaso, menor será a velocidade do sangue para
que um mesmo fluxo ocorra através deste vaso.
Regulação Metabólica, Humoral e
Nervosa do Fluxo Sanguíneo
 Controle Agudo – se refere à alterações rápidas, nas
arteríolas e capilares, em um prazo de segundos a
minutos, de modo a manter um fluxo adequado de
sangue ao tecido.
 Teoria Vasodilatadora - Quanto maior o metabolismo,
ou quanto menor a disponibilidade de oxigênio ou
outros nutrientes, maior a taxa de formação de uma
substância vasodilatadora (adenosina, CO2, ácido lático,
compostos de fostato de adenosina, íons potássio e
hidrogênio).
 Teoria da Demanda de Oxigênio – ou teoria da demanda
de nutrientes, que produziria nos músculos lisos que
controlam os vasos uma menor taxa de contração,
provocando por sua vez vasodilatação desses vasos.
 Hiperemia Reativa – quando o fluxo sangüíneo para
um tecido é bloqueado durante segundos a horas,
ao ser liberado, aumenta entre quatro a sete vezes o
normal. Além disso, se o bloqueio durou alguns
segundos, o fluxo aumenta por alguns segundos; se
durou uma hora ou mais, o fluxo aumenta por
várias horas.
 Hiperemia Ativa – quando o tecido se torna
altamente ativo (exercício, aumento de secreção
glandular, cérebro durante atividade mental
aumentada), verifica-se um aumento na velocidade
do fluxo sangüíneo pelos tecidos.
Autoregulação do Fluxo Sangüíneo
pela Pressão Arterial Aumentada
 A elevação da pressão arterial (PA) provoca
aumento do fluxo sangüíneo, ocorrendo retorno
aos níveis normais em menos de um minuto.

Teoria Metabólica – ao aumentar a PA, o aumento do
fluxo provoca o aumento excessivo das taxas de oxigênio
e nutrientes, o que pode induzir a contração dos vasos
sangüíneos.

Teoria Miogênica – quando a PA aumentada distende o
vaso, pode provocar a constricção vascular e redução do
fluxo sangüíneo.
Regras Gerais:
 Quanto maior o metabolismo de determinado
tecido, maior seu fluxo sangüíneo.
 O fluxo sanguíneo para cada tecido é regulado no
nível mínimo capaz de suprir as suas
necessidades.
 Controle a Longo Prazo – se refere à alterações
lentas, que podem durar dias, semanas ou meses.
Proporciona um melhor controle, e pode surgir a
partir do aumento/diminuição das dimensões
físicas e do número de vasos sangüíneos.
 Alteração no Grau de Vascularização dos Tecidos


se a PA diminui por semanas, as dimensões físicas e o
número de vasos aumenta; por outro lado, se a PA
aumenta por semanas, o número e dimensões dos
vasos diminuem;
se o metabolismo aumenta por período prolongado de
tempo, a vascularização aumenta; se o metabolismo
diminuir, a vascularização diminui.
 Angiogênese – crescimento de novos vasos
sangüíneos, em resposta à presença de fatores
angiogênicos, liberados por tecidos isquêmicos,
tecidos em rápido crescimento e tecidos com alto
metabolismo.
 Circulação Colateral – ocorre tanto no mecanismo
agudo ou em longo prazo do fluxo sangüíneo, sendo
geralmente uma resposta à obstrução de uma artéria
ou veia, que interrompe o fluxo sangüíneo a um
tecido. Nos minutos imediatos até a hora seguinte, e
posteriormente, nas horas e dias subseqüentes, o
fluxo sangüíneo praticamente normaliza.
Regulação Humoral do Fluxo
Sangüíneo
a) Agentes Vasocontrictores:
 Norepinefrina e Epinefrina
 Angiotensina –
 Vasopressina –
 Endotelina –
É por sua potente vasoconstricção que o
sangramento de artérias com até 5mm de
diâmetro é impedido.
b) Agentes Vasodilatadores:
 Bradicinina –
 Serotonina –
 Histamina –
 Prostaglandinas –
Regulação Neural do Fluxo
Sanguíneo
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