Como eu Monitoro e Diagnostico Poliomavirus Marilda Mazzali Disciplina de Nefrologia- FCM UNICAMP Infecção pelo Poliomavirus: Diagnóstico Viscount et al, Transplantation 2007 Algoritmo para investigação de Infecção pelo Poliomavirus “Mundo Ideal” – Wiseman et al, AJKD 2009. Disfunção inexplicada do enxerto Screening para pacientes assintomáticos Checar PCR BKV sangue* Se prevalência > 2%* Pesquisa em urina PCR, mRNA, citologia M1,3,6,12 PCR qualitativo BKV M1,3,6,12 PCR em sangue > 10.000 cópias-ml Biopsia renal com imunohistoquimica Considerar redução empirica de imunossupressão se função renal estável Sem evidencia de PVAN Presumida Reduzir IMSS BKV + rejeição vascular IVIg + redução de IMSS Considerar leflunomide BKV + tubulite BKV com ou sem rejeição redução de IMSS Pulso x leflunomide Continuar acompanhamento a cada 2-4 semanas até negativo Considerar redução adicional de imunossupressão PCR em sangue negativo: Monitorar para risco de recorrencia de BKV, biopsiar para disfunção inexplicada SCREENING PARA INFECÇÃO ATIVA PELO POLIOMAVIRUS EM RECEPTORES DE TRANSPLANTE RENAL Protocolo I – padronização de técnicas diagnósticas Protocolo II- Estudo Prospectivo LABNEF - FCM Unicamp Protocolo I - Screening Poliomavirus OBJETIVO Padronização de testes para detecção de infecção ativa pelo Poliomavirus tipo BK em receptores de transplante renal CRITÉRIOS DE INCLUSÃO • • • • • • Receptores de Tx renal com doador entre set/99 a julho/2001 Idade > 18 anos Rim funcionante, em acompanhamento ambulatorial Função renal estável ( creatinina < 15%) Ausência de rejeição aguda TCLE assinado Protocolo I - Screening Poliomavirus MATERIAL & MÉTODOS • • • • • • Acompanhamento ambulatorial mínimo de 6 meses Período de coleta: janeiro a dezembro de 2002 Mínimo de 3 amostras/paciente Análise de citologia urinária: 3 pesquisadores, cego Imunocitoquímica para todas as citologias positivas PCR em sangue em: – todas as amostras correspondentes às citologias positivas – primeira amostra dos pacientes com citologia persistentemente negativa Protocolo I - Screening Poliomavirus Citologia urinária Cél decoy + Negativa Imunocitoquímica Positiva Negativa PCR sangue Positiva Negativa Biopsia renal + Imunohistoquímica Diagnóstico - Citologia Urinária • • • • • Amostra isolada de urina 1:1 em 100% ETOH Lâminas de citologia em triplicata Coloração de Papanicolaou modificada Microscopia óptica x 400/imersão s/n Presença de células decoy: – – – – núcleo basófilo aumento de volume nuclear cromatina condensada nucléolos evidentes LABNEF - FCM Unicamp Diagnóstico - Imunocitoquímica urinária • • • • • • Lâminas de citologia conservadas em freezer -20C Ac primário monoclonal mouse anti BK/JC humano Ac secundário peroxidase anti mouse IgG cromógeno: diaminobenzidina contracoloração: hematoxilina de Harris Análise por microscopia óptica – células positivas: marrom – células negativas: azul LABNEF - FCM Unicamp Diagnóstico - PCR qualitativo • • DNA extraído a partir de PMN sangue periférico 40 ciclos de amplificação • • Probe HPSF 1 : 5´AAG TCT TTA GGG TCT TCT AC3´ Probe HPSF 2: 5´GTC CCA ACC TAT GGA ACA GA 3´ – 94C 1min, 54C 2min, 72C 1min 176pb LABNEF - FCM Unicamp Protocolo I- Resultados • 105 pacientes randomizados • 80 pacientes com material adequado para análise – 240 amostras analisadas • 25 casos descartados (citologia com material inadequado) • Divididos em 4 grupos, de acordo com citologia: – – – – Grupo Grupo Grupo Grupo I: Citologia persistentemente negativa (n= 37) II: Citologia persistentemente positiva (n= 24) III: Negativação da citologia na evolução (n= 9) IV: Positivação da citologia na evolução (n=10) LABNEF- FCM Unicamp Protocolo I- Resultados • Primeira coleta 13 5 meses • Todas citologias + com imunocitoquímica positiva para BKV • PCR qualitativo em sangue: – – – – Citologia negativa (grupo 1) = 100% PCR negativo Citologia positiva (grupo 2) = 58% PCR positivo Positivação de citologia (n=9)- cito + precedeu PCR + Negativação de citologia (n=10) = 25% PCR positivo inicial, 100% PCR negativo final. Protocolo I- Resultados • Nenhum caso de Nefropatia pelo Poliomavirus no período de acompanhamento** • Sem diferenças entre grupos positivo/negativo em relação a: – – – – – Imunossupressão Tipo de doador Doença renal primária Incidência de rejeição aguda Creatinina sérica na ocasião da coleta das amostras Protocolo I- Resultados • Após 5 anos de acompanhamento: – Perda de enxerto – comparável entre os grupos positivo x negativo – O grupo com histórico de citologias positivas (pelo menos 1 caso), apresentou pior função renal (creatinina sérica) ao final de 5 anos de follow up (1.5mg% vs. 2.6 mg%, p<0.05). Protocolo II- Prospectivo • Início - abril de 2004 • 380 pacientes com pelo menos 1 ano de acompanhamento • Amostras sequenciais: – – – – – – – – Mês 1 Mês 3 Mês 6 Mês 9 Mês 12 Trimestral anos 2 e 3 Semestral após ano 3. *citologia positiva- intervalo menor LABNEF - FCM Unicamp Algoritmo para investigação de Infecção pelo Poliomavirus “Mundo Real” – Unicamp, a partir de 2004. Citologia urinária Negativa Coleta de rotina Observação Citologia urinária Intervalos curtos decoy + Ajuste de IMSS Decoy + PCR sangue Positiva Ajuste de IMSS Citologias de acompanhamento LABNEF- FCM Unicamp Biopsia renal Imunohistoquímica – Virúria • Redução do ICN • Manutenção antiproliferativo • 380 pacientes Screening – Nefropatia estabelecida • Metilprednisolona se rejeição associada • Manutenção de corticóide • Interrupção de tacrolimus/mmf Follow up • 92 virúria persistente • 60 negativos com ajuste de IMSS • Sirolimus se possível (nível~8 ng/dl) • Ou Azatioprina/ciclosporina dose baixa. – Outras drogas? • Ciprofloxacin profilático. PVAN • 32 indicações de bíopsia renal • 27 nefropatias diagnosticadas • 2 uropatias obstrutivas Suspeita PVAN • 14 meses pós transplante, citologia persistente positiva • Creatinina sérica 1,4 ± 0,6 mg% • 3 citologias positivas • Tacrolimus sanguíneo: 8,0 ng/d Biopsia • 22 meses pós transplante • Creatinina sérica: 2,6 ± 0,8 mg% • Tacrolimus sanguíneo: 6,8 ng/d 5 anos FUP • 37% perda de enxerto • (creatinina inicial 1,7 ± 0,7 vs. 1,4 ± 0,5mg%, P<0.05) • (creatinina na biopsia: 3,1 ± 0,6 vs. 2,3 ± 0,7 mg%, p<0.05) • 17 enxertos funcionantes: IMSS com mTOR e corticóide, clareamento de virúria me média 16 semanas. • Creatinina atual: 2,0 ± 0,5 mg%, 70 meses de acompanhamento