Contexto Histórico e Sociocultural em que se passa o Livro • Como cenário histórico, é presente no livro o pósescravidão, mas há a continuidade dos laços de trabalho, confiança e respeito. Em troca de comida, casa e proteção, os escravos trabalhavam nos engenhos e nas casas grandes. A relação entre negros e brancos é vista sob uma óptica positiva, de ganhos para ambos os lados. Análise da obra • O mundo de Carlinhos, o menino de engenho, vai da pureza às deturpações de caráter, de uma realidade totalizadora a um destino individual. À semelhança de seus contemporâneos, a literatura de José Lins do Rego preocupa-se em revelar uma nova visão da realidade social, política e econômica do Brasil, em especial do Nordeste. O espelho das mazelas sociais é o elemento comum aos romancistas de 30, a segunda fase do modernismo brasileiro. Resumo da Obra • Carlinhos é um menino acanhado, tristonho e melancólico. Após a morte da mãe, se vê sem rumo, com pessoas até então desconhecidas. Sente-se limitado e diferente das outras crianças, e é assim tratado por ser o neto do coronel. Não pode brincar como os outros, não pode ficar até tarde no sereno, e sente inveja da liberdade alheia. Sua liberdade vai acontecer através de sua descoberta sexual aos doze anos. Como caminho para o menino tornar-se homem, seu avô ao mandá-lo para o internato enxerga um desejo de sua filha. Carlos aceita e vai. Considerando este fato o fim da sua infância e portanto, o fim da história. Modernismo em “O Menino do Engenho” • A construção de Menino de Engenho se apóia em muitos aspectos do estilo predominante à época, o Modernismo. Fica evidenciado pelo enredo que se apresenta o apoio do romance na cultura brasileira. A trama se passa no típico engenho-de-açúcar nordestino, o ´Santa Rosa´, que constitui o cenário da construção do romance. Em torno dele se apresentam os costumes, as crendices, as superstições que refletem bem a nossa cultura. O modernismo, como se sabe, exalta bem este nacionalismo, esta atmosfera brasileira, visível em todo o romance. Podemos ver no romance uma postura de um certo modo engajada, apesar da predominância no livro da idéia de evocação de uma infância marcada pela magia e o encanto da vida no engenho Santa Rosa. • De uma certa forma, o autor narra a miséria de forma degradante em que vivia o povo e mesmo, em breves momentos, o autoritarismo e a arrogância do Coronel Zé Paulino. A separação em castas é visível no romance, em que negros e trabalhadores compartilham de um regime de escravidão. A vida dos escravos, a senzala, o sofrimento e os castigos que os negros enfrentam no tronco são descritas pelo narrador de forma emotiva.