Mecânica – Aula 6
Maria Augusta Constante Puget (Magu)
Tipos de Força (1)


Podemos classificar as forças envolvidas nas interações
entre os corpos, em:
Forças de Campo:
◦ Forças existentes entre os corpos, sem que haja a necessidade
de os mesmos estarem em contato físico, ou mesmo que haja
qualquer meio material entre eles.
◦ São forças que atuam à distância.
Exemplos: Força gravitacional, forças eletromagnéticas.

Forças de Contato:
◦ Interações que só ocorrem quando os corpos se tocam.
◦ Estas forças deixam de agir quando os corpos envolvidos
deixam de estar em contato.
Exemplos: Força de atrito, força de resistência do ar, força
normal.
2
Forças de Compressão (1)

Quando duas superfícies estão em contato e se
comprimem, trocam forças denominadas de
contato de compressão.

Dependendo do modo como é realizada a
compressão mútua, as forças de contato trocadas
entre os corpos têm uma determinada direção, mas
obedecem sempre ao Princípio da Ação e
Reação.
3
Forças de Compressão (2)
Exemplo:
Pé trocando forças de contato com o solo durante uma
caminhada.
𝑁
𝑪
𝐹𝐴
A força de contato 𝑪 pode ser decomposta em componentes
ortogonais:
𝑵- Componente normal da força de contato ou, simplesmente,
normal: Perpendicular às superfícies em contato que se
comprimem.
𝑭𝑨 - Componente tangencial da força de contato ou,
simplesmente, força de atrito: Tangente às superfícies em
contato que se comprimem.
4
Forças de Compressão (3)
Exemplo:
Pé trocando forças de contato com o solo durante uma
caminhada.
𝑁
𝑪
𝐹𝐴
Devemos observar que:
𝑪 = 𝑵 + 𝑭𝑨
5
Força Normal (1)
Se não houver, durante a compressão,
tendência ao escorregamento de uma
superfície em relação à outra ou ainda, se as
superfícies em contato forem lisas, a força
de atrito 𝑭𝑨 não se manifesta ou é
considerada desprezível.
 Neste caso, a força de contato de
compressão se reduz à componente normal
𝑵 , que é perpendicular às superfícies em
contato.

6
Força de Tração (1)

Imagine uma barra cilíndrica de comprimento l.

Se aplicarmos aos extremos desta barra forças que ajam de
maneira a tentar diminuir este comprimento, diremos que a
barra está submetida a forças de compressão.
F
F
Forças de compressão

Se as forças nos extremos, ao contrário, agirem de maneira a
tentar aumentar o comprimento l da peça, diremos que a barra
está submetida a forças de tração.
F
F
Forças de tração
7
Força de Tração (2)
Um exemplo de força de tração é a força trocada entre um
fio e um corpo solicitado através dele: Possui sempre a
direção do fio.
 Os fios sempre puxam os corpos e, por serem flexíveis, não
conseguem empurrá-los.

8
Força de Tração (3)

Para criar um modelo mais simples na resolução de
problemas físicos, admitimos os fios como ideais,
os quais são caracterizados por:
1. Terem massas desprezíveis: Muito pequenas se
comparadas com as dos outros corpos envolvidos no
problema.
2. Serem inextensíveis: Terem comprimento invariável,
qualquer que sejam os esforços a que estejam
submetidos.
9
Força de Tração (4)
Exemplo:
𝒂
A
Bloco A puxado por um automóvel através de um fio considerado ideal.
Ação do Automóvel no Fio.
Ação do Bloco A no Fio.
𝒂
A
T2
T2
Ação do Fio no Bloco A.


T1
T1
Ação do Fio no Automóvel.
Da 2ª Lei de Newton aplicada ao fio: (T1-T2) = mfio∙a
Se o fio for ideal: mfio= 0  T1= T2
10
Força de Tração (5)
Exemplo:
𝒂
A
T
T
Bloco A puxado por um automóvel através de um fio considerado ideal.



Assim, tudo se passa como se o fio não existisse e o
automóvel e o bloco A interagissem diretamente.
A função do fio ideal é apenas a de transmitir forças, sem
alterar sua intensidade.
É esta força de intensidade T que chamamos de força de
tração a que o fio, em toda a sua extensão, está submetido.
11
Força de Tração (6)

Uma polia (ou roldana) é constituída por uma roda de
material rígido, livre para girar em torno de seu eixo, sob a
ação de fios que aderem à sua parte externa.

Para criar um modelo mais simples na resolução de
problemas físicos, admitimos as polias como ideais, as
quais são caracterizados por:
◦ Massa desprezível.
◦ Sem atrito no eixo de rotação.
• Nestas condições, elas modificam
a direção dos fios que passam
pela gola sem alterar a
intensidade das forças de tração.
12
Polias (1)
As polias ou roldanas servem para mudar a
direção e o sentido da força com que puxamos um
objeto (força de tração).
 As polias podem facilitar a realização de algumas
tarefas, dependendo da maneira com que elas são
interligadas.


Temos dois tipos de polias:
◦ Polias fixas.
◦ Polias móveis.
13
Polias (2)

Polia Fixa: Muda a direção e sentido de uma força,

mantendo sua intensidade.
Está presa a um suporte rígido, fixo e executa apenas
movimento de rotação, não de translação.
A força aplicada pelo homem que tem
direção vertical e sentido para baixo
passa a agir sobre o bloco na direção
horizontal e sentido para a direita, mas
com a mesma intensidade.

A força aplicada passa de vertical
e para baixo (aplicada pelo homem)
para vertical e para cima (agindo sobre
o bloco).
Observe que, se o homem puxar a corda de 1 metro, cada
bloco também se deslocará de 1 metro.
14
Polias (3)

Polia Móvel: A polia móvel facilita a realização de algumas
tarefas, como, por exemplo, a de levantar algum objeto pesado.
 A cada polia móvel colocada no sistema, a força fica reduzida à
metade.
Na figura: Se a intensidade do peso do bloco é P, você consegue
equilibrá-lo aplicando na extremidade direita da corda uma força
de apenas P/2 porque os outros P/2 que estão faltando estão
aplicados no teto, onde está presa a extremidade esquerda da
corda.
 Desvantagem: Diminuição do deslocamento do corpo, ou seja,
se sua mão subir de 2 metros, o bloco subirá metade, apenas 1
metro.

15
Polias (4)
Associação de Polias – Uma Fixa e outra Móvel:

A polia de cima, fixa, não interfere no valor da força aplicada pela
pessoa, serve apenas para sua comodidade, levantando o bloco ao
puxar o fio para baixo.

A polia de baixo, móvel, reduz à metade a força aplicada pela
pessoa (metade do peso do bloco). Lembre-se, contudo, de que, se
a pessoa puxar o fio de uma distância d, o bloco subirá d/2.
16
Polias (5)
Associação de Polias – Uma polia fixa e várias
polias móveis (talha exponencial):
Na figura abaixo, onde temos 3 polias móveis e uma fixa, o
bloco de peso P é mantido em equilíbrio pela pessoa.
• A força que a pessoa aplica tem
intensidade 8 vezes menor que o peso do
bloco, pois cada polia móvel reduz pela
metade a força aplicada nela.
• Esse tipo de associação é chamado de
talha exponencial e a força exercida pela
pessoa, se tivermos n polias móveis,
corresponde a 2n do peso do bloco com
n=1,2,3...

17
Elevador (1)

Quando entramos em um elevador, de acordo com o seu
movimento podemos sentir diferentes sensações.

Há cinco casos possíveis:
Elevador parado ou subindo e descendo com
velocidade constantes (MRU):
 Nesses casos, a força normal aplicada em
nossos pés é igual à nossa força peso, pois a única aceleração
que estamos sentindo é a gravidade. A força resultante entre a
normal e a peso é nula.
FR = 0  FN = P
1.
18
Elevador (2)
2.


3.

Elevador iniciando seu movimento de subida:
Para subir, o elevador faz uma força para cima, tendo uma
aceleração positiva voltada para cima.
Como a resultante está para cima, a força normal é maior
que a força peso.
FN > P  FR = FN - P
Elevador terminando seu movimento de subida:
Para parar, o elevador desacelera fazendo com que a
resultante esteja voltada para baixo, fazendo-o frear.
P > FN  FR = P - FN
19
Elevador (3)
4.

5.

Elevador iniciando seu movimento de descida:
Como está descendo de maneira acelerada, sua resultante
está voltada para baixo.
P > FN  FR = P - F N
Elevador terminando seu movimento de descida:
Como o elevador está descendo, aplica uma força voltada
para cima para parar.
FN > P  FR = FN - P
20
Força de Atrito de Escorregamento (1)
A força de atrito pode ser observada quando um corpo se
movimenta em relação a um outro no qual está apoiado e
também quando existe tendência de escorregamento entre
os corpos.
 Esta força sempre se opõe ao escorregamento (ou
tendência) do corpo em relação ao apoio e se deve à
rugosidade das superfícies em contato.

21
Força de Atrito de Escorregamento (2)
O atrito está presente em quase todo o tipo de
movimento e é muito útil em alguns e “inútil” em
outros.
 Movimentos em que o atrito é “útil” (e importante):

◦ No caminhar: Se não houvesse atrito entre a sola de
nossos sapatos e o chão jamais poderíamos andar. Seria
como andar em uma pista de gelo.
◦ Atrito entre as rodas do carro e a superfície da rua: É
essencial para que o carro possa se deslocar e para que
consiga fazer curvas.

Atritos “inúteis”: Os que causam desgastes em peças
de máquinas, por exemplo.
22
Força de Atrito de Escorregamento (3)
Movimento
𝐹𝐴

Como a força que está agindo no corpo, nos exemplos acima,
é exercida pelo apoio, pelo Princípio da Ação e Reação
podemos concluir que este último também sofre a ação de
uma força de mesma direção e intensidade, porém de
sentido oposto.
𝐹𝐴
𝐹𝐴
23
Força de Atrito de Escorregamento (4)

Intensidade da Força de Atrito
Para determinarmos a intensidade da força de atrito,
imaginemos o seguinte experimento:
◦ Apoiamos um corpo de massa m sobre um plano horizontal e
aplicamos sobre o corpo uma força 𝑭, variável em intensidade e
horizontal.
◦ O objetivo é determinarmos, para cada valor de 𝑭, o correspondente
valor da força de atrito.
𝐹
𝐹𝐴
24
Força de Atrito de Escorregamento (5)
Intensidade da Força de Atrito – Atrito estático

Ao solicitarmos o corpo com a força 𝑭, a experiência nos
revela que, até um determinado instante, o corpo não desliza
em relação ao apoio, porque a força 𝑭 é equilibrada pela
força de atrito 𝐹𝐴𝑒 (enquanto não há deslizamento entre os
corpos em contato).

A força 𝐹𝐴𝑒 é denominada força de atrito estático.
𝐹
𝐹𝐴𝑒
Enquanto não houver deslizamento:
F = FAe
25
Força de Atrito de Escorregamento (5)
Intensidade da Força de Atrito – Atrito estático

Pg 229 do Toledo
𝐹
𝐹𝐴𝑒
Enquanto não houver deslizamento:
F = FAe
26
Força de Atrito de Escorregamento (6)
Intensidade da Força de Atrito – Atrito de destaque




A partir de um certo instante, quando a força 𝑭 atinge uma
determinada intensidade, o corpo fica na iminência de
deslizar.
Deste instante em diante, com qualquer aumento na
intensidade de 𝑭, o corpo começa a deslizar sobre o apoio.
Isto significa que a força de atrito estático 𝐹𝐴𝑒 , além de ser
variável (pois à medida que 𝑭 cresce 𝐹𝐴𝑒 também cresce),
tem um limite máximo, que ocorre na iminência do
deslizamento.
A força de atrito estático na iminência do
deslizamento é conhecida como força de atrito de
destaque.
27
Força de Atrito de Escorregamento (7)
Intensidade da Força de Atrito – Atrito de destaque
𝐹
𝐹𝐴𝑒
Na iminência do deslizamento:
F = FAe= FAd

A partir desta situação, dando-se qualquer acréscimo (por
mínimo que seja) à intensidade de 𝑭, observa-se que o corpo
passa a se movimentar.
28
Força de Atrito de Escorregamento (8)
Intensidade da Força de Atrito – Atrito cinético
𝐹
𝐹𝐴𝑐


Uma vez iniciado o movimento, a força de atrito passa a ser
denominada força de atrito cinético 𝐹𝐴𝑐 (ou força de
atrito dinâmico).
A experiência permite verificar que a força de atrito cinético
tem intensidade praticamente constante, não
dependendo, portanto, da intensidade da força solicitadora,
nem da velocidade de deslizamento.
29
Força de Atrito de Escorregamento (9)

O que foi discutido poderia ser representado pelo
gráfico a seguir:
Iminência de movimento
Movimento
30
Leis de Atrito de Escorregamento (1)

A experiência mostra que a intensidade da força de
atrito estático máxima (FAm) é diretamente
proporcional à intensidade da força normal de
compressão (N) entre as superfícies em contato.
FAd= E∙N
onde:
 E
é um número adimensional
coeficiente de atrito estático.
chamado
31
Leis de Atrito de Escorregamento (2)

A experiência permite concluir que a intensidade da
força de atrito cinético (FAc) é diretamente
proporcional à intensidade da força normal de
compressão (N) entre as superfícies em contato.
FAc= C∙N
onde:
 C
é um número adimensional
coeficiente de atrito cinético.
chamado
32
Leis de Atrito de Escorregamento (3)
Os coeficientes de atrito estático (E) e cinético
(C) dependem, como mostra a experiência, da
natureza das superfícies em contato e do seu estado
de polimento.
 Não dependem, entretanto, da área de contato
entre as superfícies.
 O coeficiente de atrito cinético (C) não depende
também da velocidade relativa das superfícies.
 Para um mesmo par de superfícies, a experiência
revela que C  E.

33
Leis de Atrito de Escorregamento (4)
Valores de Coeficientes de Atrito Cinético e
Estático para Alguns pares de Materiais
E
C
madeira/madeira
0,40
0,20
gelo/gelo
0,10
0,03
aço/aço (s/ lubrificação)
0,74
0,57
alumínio/aço (s/ lubrificação)
0,61
0,47
cobre/aço (s/ lubrificação)
0,53
0,36
borracha/asfalto seco
1,0
0,80
borracha/asfalto molhado
0,30
0,25
articulações dos membros
humanos
0,01
0,01
Materiais
34
Leis de Atrito de Escorregamento (5)
A força de atrito sempre se opõe ao movimento
relativo das superfícies (ou à tendência de
movimento relativo).
 Quando não há deslizamento entre as superfícies
não existe “fórmula” para calcular a intensidade da
força de atrito.
 A expressão:
FAd= E∙N
permite calcular a intensidade máxima da força de
atrito antes que se inicie o movimento relativo.
 Resumindo:
1. Sem deslizamento: 0  FAe  E∙N
2. Com deslizamento: FAc= C∙N

35
Forças de Resistência (1)

Quando um corpo se movimenta em relação a um
fluido, fica submetido à ação de uma força contrária ao
movimento relativo, denominada força de resistência
(𝐹𝑅 ).
Esta força é análoga à força de atrito cinético mas, ao
contrário desta, sua intensidade depende da velocidade.
 A intensidade da força de resistência (FR) em função da
velocidade v do corpo em relação ao fluido é dada
pela expressão aproximada:
FR = Av + Bv2
onde A e B são coeficientes que dependem do corpo e do
fluido.

36
Forças de Resistência (2)

Para corpos pequenos, movendo-se num fluído
viscoso e em baixa velocidade, o termo Av, também
denominado força viscosa (FV), prevalece sobre o
segundo termo (Bv2).

Nestas condições, este último pode ser desprezado
e a força de resistência pode ser considerada como
igual à força viscosa:
FR = FV = Av
37
Forças de Resistência (3)

Para corpos grandes, movendo-se em fluídos não
muito viscosos (como o ar, por exemplo) e em altas
velocidades, o termo Bv2, também denominado
força de arrasto (FA) torna-se muito mais intenso
do que a força viscosa, podendo-se então desprezar
esta última:
FR = FA = Bv2
38
A Resistência do Ar (1)

Para um grande intervalo de velocidades subsônicas,
a força de resistência do ar, também denominada
força de arrasto aerodinâmico, é proporcional
ao quadrado da velocidade do corpo em relação ao
ar:
FA = Bv2

A constante de proporcionalidade B depende da
densidade do ar, da área da seção do corpo voltada
para o fluxo do ar e do formato aerodinâmico do
corpo.
39
A Resistência do Ar (2)
Experimentalmente, observa-se que:
BdCS
onde:
d = Densidade do ar.
C = Coeficiente de forma (constante que depende do formato
do corpo).
S = Área da maior seção transversal ao fluxo.

40
Velocidade Limite de Queda (1)

Um corpo em queda livre (no vácuo) tem sua
velocidade aumentando continuamente e a única força
que age sobre ele é a força peso.

Porém, quando um corpo cai na atmosfera, fica
submetido à ação de uma força de arrasto
aerodinâmico.
Ao iniciar a queda, esta força não tem valor apreciável,
pois a velocidade ainda é baixa.
Conforme o corpo vai ganhando velocidade, esta força
assume valores cada vez mais intensos. A aceleração do
corpo se torna, portanto, cada vez menor (o corpo
continua ganhando velocidade, mas a uma taxa cada vez
menor).


41
Velocidade Limite de Queda (2)

Quando a força de arrasto aerodinâmico se torna tão intensa
quanto o peso, o corpo entra em equilíbrio dinâmico, pois
a resultante se anula e, portanto, sua aceleração também se
anula.

Pelo Princípio da Inércia o corpo continua descendo com
a velocidade que tem no instante em que a resultante se
anula.

Esta velocidade é denominada velocidade limite de queda
(vL).
𝑣𝐿 =
𝑚𝑔
𝐵
42
Velocidade Limite de Queda (3)

O gráfico da velocidade em função do tempo tem a
forma abaixo:
v = gt


Note-se que, para velocidades baixas, o corpo se
comporta, aproximadamente, como se estivesse em
queda livre.
Os efeitos do arrasto aerodinâmico só se fazem sentir
em alta velocidade.
43
Velocidade Limite de Queda (4)
44
Download

MecanicaAula6