Crise do Antigo Sistema
Colonial
Rebeliões Nativistas e Rebeliões
Coloniais/Emancipacionistas
Rebeliões Nativistas
Características:
• Caráter local;
• Ligadas a problemas econômicos;
• Não pregavam a independência do Brasil.
Aclamação de Amador Bueno/Bota
Fora dos Padres [1641 – São Paulo]
• Motivos: Com o término da União Ibérica
(1580/1640) houve um rompimento do
comércio de escravos indígenas entre São
Paulo e Buenos Aires .
• Revoltosos, o povo da província de São Paulo
aclama Amador Bueno (homem de posses)
para ser o rei da província.
• Amador Bueno recusa e o povo de São Paulo
aceita a subordinação à Portugal.
Revolta dos Beckmans [1684 –
Maranhão]
• Uma reação de proprietários rurais do Maranhão aos abusos
cometidos pela Companhia de Comércio do Maranhão, instalada na
região dois anos antes, em 1682, por ordem do governo português.
• A Companhia detinha o monopólio na venda de produtos de outras
regiões e escravos, e na compra do açúcar e do algodão dos
produtores rurais. A insatisfação da população foi crescente, pois a
Companhia vendia produtos de baixa qualidade a preços altos, os
escravos não eram suficientes e a Companhia pagava um preço
injusto pelo açúcar e pelo algodão dos produtores.
• A revolta teve início em 1684, sob a liderança dos irmãos Tomás e
Manuel Beckman, grandes senhores de engenho da região. A
revolta teve como objetivo a abolição do monopólio da Companhia
de Comércio do Maranhão, para que se estabelecesse uma relação
comercial justa. Os Beckman lideraram o saque aos armazéns da
Companhia, depuseram o governo local e expulsaram os jesuítas da
região.
Guerra dos Emboabas [1707/1709 –
Minas Gerais]
• Foi um conflito armado envolvendo os bandeirantes
paulistas e os emboabas (portugueses e imigrantes de
outras regiões do Brasil). O confronto tinha como causa
principal a disputa pela exploração das minas de ouro
recém descobertas na região das Minas Gerais. Os
paulistas queriam exclusividade na exploração da
região, pois afirmavam que tinham descoberto as
minas.
• Os paulistas foram derrotados e a Coroa Portuguesa
criou a Capitania de São Paulo e Minas de Ouro.
• Os bandeirantes foram em busca de ouro nas regiões
de Goiás e Mato Grosso, e lá encontraram outras
minas.
Guerra dos Mascates [1710 –
Pernambuco]
• Senhores de Engenho (Olinda)
X
Comerciantes (Recife)
• Porto de Recife passou a atrair muitos
comerciantes portugueses e começou a fazer com
que o povoado crescesse e tomasse o título de
vila (1709).
• Descontentes, os senhores de engenho de Olinda
atacaram Recife. Os comerciantes de Recife
ganham.
Revolta de Vila Rica/Revolta de Felipe
dos Santos [1720 – Minas Gerais]
• O que pediam:
- Diminuição do quinto
- Eliminação do monopólio de vários produtos
de consumo
- Fim da repressão contra os rebeldes
• Consequências:
- Filipe dos Santos foi condenado à morte
- As casas de Fundição foram mantidas
Rebeliões Coloniais/Emancipacionistas
Características:
• Caráter nacional;
• Ligadas a problemas econômicos e políticos;
• Pregavam a independência e a adoção da
República;
• Receberam influências das revoluções
burguesas: Iluminismo, Revolução Industrial
(1760-1840), Independência dos E.U.A. (17751783), Revolução Francesa (1789-1799), etc.
Inconfidência Mineira (1789)
• Líderes: Claudio Manuel da Costa, Tomás Antonio
Gonzaga, Silvério dos Reis, Alvarenga Peixoto,
Joaquim José da Silva Xavier (Tiradentes).
• Movimento Elitista e Escravista.
*Motivos:
• Enfraquecimento da economia mineradora
• Filhos das elites mineradoras com influências
européias
*Propostas:
• Independência/República
• Transferência da capital para São João Del Rei
• Fundação de uma faculdade em Vila Rica
• Política Econômica Industrial
• Nova bandeira
* Claudio Manuel da Costa
"Enfim serás cantada, Vila Rica,
Teu nome impresso nas memórias fica.
Terás a glória de ter dado o berço
A quem te faz girar pelo universo."
(Canto X, v.199-202)
"Levados de fervor, que o peito encerra
Vê os Paulistas, animosa gente,
Que ao Rei procuram o metal luzente
Co'as próprias mãos enriquecer o erário.
Arzão é este, é este, o temerário,
Que da Casca os sertões tentou primeiro:
Vê qual despreza o nobre aventureiro,
Os laços e as traições, que lhe prepara
Do cruento gentio a fome avara.
A exemplo de um contempla iguais a todos,
E distintos ao rei por vários modos
Vê os Pires, Camargos e Pedrosos,
Alvarengas, Godóis, Cabrais, Cardosos,
Lemos, Toledos, Paes, Guerras, Furtados,
E os outros, que primeiro assinalados
Se fizeram no arrojo das conquistas,
Ó grandes sempre, ó imortais Paulistas!
Embora vós, ninfas do Tejo, embora
Cante do Lusitano a voz sonora
Os claros feitos do seu grande Gama;
Dos meus Paulistas honrarei a fama.
Eles a fome e sede vão sofrendo,
Rotos e nus os corpos vem trazendo,
Na enfermidade a cura lhes falece,
E a miséria por tudo se conhece."
(Vila Rica, Canto VI)
Tomás Antonio Gonzaga
• Após terminar a faculdade de Coimbra, volta ao
Brasil, em 1782, sendo nomeado ouvidor e juiz.
No mesmo ano, conheceu Maria Doroteia
Joaquina de Seixas Brandão, jovem de apenas
dezesseis anos, a qual inspirou a composição do
conjunto de poemas intitulados Marília de
Dirceu sob o pseudônimo pastoril de Dirceu.
• No ano de 1792 é exilado em Moçambique a fim
de cumprir sua pena.
• Após o exílio na África, é editada a primeira parte
da obra Marília de Dirceu. Publicado incialmente
em três partes nos anos de 1792, 1799 e 1812 (a
última após a morte do poeta).
• Antes de ir para a prisão, Gonzaga escreve
uma série de poemas satíricos em forma de
correspondência sob o título de Cartas
Chilenas. Nelas, Critilo, um habitante de
Santiago do Chile, critica os mandos e
desmandos do governador Fanfarrão Minésio.
Na realidade, Santiago seria Vila Rica e, seu
governador, Luís da Cunha Meneses (então
governador de Minas Gerais). Além disso,
endereça as cartas para Doroteu, que era, na
realidade, o também poeta árcade Claudio
Manuel da Costa.
Tiradentes
esquartejado,
1893, de Pedro
Américo.
Conjuração Baiana/Revolta dos
Alfaiates (1798)
Bandeira da Conjuração Baiana. as cores da bandeira do
movimento (Azul, branca e vermelha) são até hoje as cores da
Bahia.
Líderes da Conjuração
Baiana: João de Deus, Lucas
Dantas, Manuel Faustino e
Luis Gonzaga.
*MOTIVOS:
• Quando Salvador deixou de ser a capital brasileira, acabou
perdendo boa parte dos investimentos da Coroa e passou a
ter papel secundário diante da nova capital, o Rio de
Janeiro.
• População baiana sofre com a crise econômica do estado.
• A violência aumentava cada vez mais com o constante
saqueamento de propriedades privadas e mercadorias.
• Ideias radicais foram surgindo.
• O médico Cipriano Barata organizou a população mais
humilde, como escravos e pequenos camponeses, para
difundir mensagens e panfletos incitando mais revoltosos
para aderir à revolução.
• Uniram-se ao levante de Barata mulatos, escravos, negros
livres, comerciantes, artesãos, religiosos, soldados, setores
populares e, especialmente, muitos alfaiates.
Propostas:
•
•
•
•
•
•
Independência e implantação da República;
Abolição da escravidão;
Diminuição dos Impostos;
Abertura dos Portos;
Fim do Preconceito;
Aumento Salarial dos soldados.
Desfecho:
• O rei de Portugal, D. Fernando, infiltrou homens de seu
exército com os revoltosos e acabou surpreendendo-os;
• Revoltosos mais pobres, como Faustino e Nascimento,
foram condenados imediatamente à morte por
enforcamento, enquanto que os intelectuais e mais
abastados Barata e o professor Francisco Moniz foram
absolvidos pela Coroa;
• Muito além da pretensão de derrubar a monarquia, a
revolta pôs em xeque as questões sociais do país e deu
impulsão para o surgimento das primeiras campanhas
abolicionistas do país.
Revolução Pernambucana (1817)
• Líder: Padre Miguelito.
• Movimento de classe média.
* Motivos:
• Governo Joanino (1808/1821)
• O aumento de impostos.
* Proposta:
• Independência e implantação da República.
* Consequências:
• Prisões e mortes.
Conjuração do Rio de Janeiro (1797)
• Líderes: Manuel Inácio da Silva Alvarenga (professor de
retórica), Ildefonso José da Costa Abreu (cirurgião),
João Marques Pinto (professor de grego);
* Motivos:
• Criação da Sociedade Literária;
• Desconfiança do vice-rei Conde de Resende (17901804);
* Consequências:
• Decreto de fechamento da Sociedade Literária, em
1794. Com o pretexto de que eles continuavam se
reunindo clandestinamente, mandou processar e
prender todos os seus membros.
• Conde de Resende não conseguiu apurar nenhuma
prova concreta de que os intelectuais planejavam uma
conspiração contra os monarcas, e os libertou depois
de dois anos.
Conjuração dos Suassunas
(1801 – Pernambuco)
• Loja Maçônica Areópago (Areópago de Itambé): Manuel Arruda
Câmara (membro da Sociedade Literária – RJ); padres e alunos
do Seminário de Olinda como o próprio fundador bispo dom José
Joaquim da Cunha Azeredo Coutinho e o padre Miguel Joaquim de
Almeida Castro (padre Miguelinho);
• As discussões filosóficas e políticas no Areópago evoluíram para
uma conjuração contra o domínio português no Brasil, com o
projeto de emancipação de Pernambuco, constituindo-se
uma república sob a proteção de Napoleão Bonaparte.
• Integravam também o grupo de conspiradores os irmãos Cavalcanti
– Luís Francisco de Paula, José Francisco de Paula Cavalcanti de
Albuquerque e Francisco de Paula –, o último sendo proprietário
do Engenho Suaçuna, que daria nome ao movimento.
• Em 21 de Maio de 1801, um delator informou às autoridades da
capitania os planos dos conjurados, o que conduziu à detenção de
diversos implicados. Entretanto, vieram a ser absolvidos mais tarde,
por falta de provas. O aerópago foi fechado em 1802, reabrindo
pouco mais tarde sob o nome de Academia dos Suaçunas, com sede
no mesmo engenho, palco das reuniões dos antigos conspiradores.
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