Campylobacter Situação, detecção e “controle”. Dra. Anderlise Borsoi FMVZ\USP Introdução As bactérias do gênero Campylobacter têm recebido atenção crescente nos últimos 30 anos responsáveis por enterites em humanos Mais de 80% dos casos em humanos são por C. jejuni e 10% dos casos por C. coli. Fontes de infecção humana manipulação e/ou o consumo de carne contaminada, especialmente frangos. Campylobacter em alimentos C. jejuni e C. coli possuem requisitos únicos para seu crescimento e são sensíveis ao estresse ambiental. Crescem em microaerofilia e não crescem em temperaturas inferiores a 30°C. Sensíveis a dessecação, estresse osmótico e não resistem a a pH inferior a 4,9. Campylobacter em alimentos Sensíveis a concentrações superiores a 2% de cloreto de sódio e ao calor. Não sobrevive em alimentos que tenham sido devidamente cozidos ou pasteurizados. Campylobacter em Humanos Enterites- indistinguíveis clinicamente; Febre, dores musculares, cefaleia, vômitos, diarreia aquosa/sanguinolenta; Auto limitante. Sequela mais importante Síndrome de Guillain-Barré (GBS) Campylobacter em humanos A a síndrome de Guillain-Barré (GBS), que se caracteriza por inflamação aguda dos nervos periféricos e desmielinização. Campylobacter em humanos De acordo com a WHO (2012) em decorrência da infecção por Campylobacter, foi estimada a incidência de •1/3 dos casos de GBS •1 a 15 % dos casos de artrite reativa •36% dos casos de síndrome do intestino irritável (desenvolvida dentro de 1 a 2 anos após a infecção Campylobacter em humanos Mundialmente a ocorrência de doença celíaca esta estimada em 1% . •Um aumento de 3,5 vezes no risco ajustado para doença celíaca •Não foi observada associação com Salmonella nãotifóide, Shigella e Yersinia. Campylobacter em humanos Os níveis para infecção em humanos são relativamente baixos, aproximadamente 500 a 800 UFC. Campylobacter em humanos Nos países Sul Americanos são encontrados mais portadores sãos do que em países desenvolvidos. Provável estado de portador são más condições de saneamento maior oportunidade para transmissão especialmente, em crianças. Casos Brasil Casos EUA Top 10 - combiações patógenos X alimento Patógenos – Combinações de Alimentos Rank Combinado Doentes Campylobacter - Aves 1 608,231 6,091 55 Toxoplasma - Suínos 2 35,537 1,815 134 Listeria – Delicatessen 3 651 595 104 Salmonella - Aves 4 221,045 4,159 81 Listeria – Produtos Lácteos 5 434 397 70 Salmonella - Alimentos Complexos 6 195,655 3,682 72 Norovírus – Alimentos Complexos 6 2,494,2 22 6,696 68 Salmonella –Alimentos Processados 8 170,264 3,204 63 Toxoplasma- Carne 9 20,086 1,026 76 Salmonella -Ovos 10 115,003 2,164 42 Hospitaliza ções Mortes Carga de doença por categoria de alimentos Categoria de Alimentos Doentes Hospitalizações Mortes 1 Aves 1,538,468 11,952 180 2 Alimentos Complexos 3,001,858 11,952 189 3 Suínos 449,322 11,674 201 4 Alimentos Processados 1,193,970 4,334 134 5 Carnes 760,799 7,125 131 6 Delicatessen/Outras Carnes 204,293 4,818 129 7 Produtos Lácteos 297,410 1,889 114 8 Frutos do Mar 642,860 2,937 97 9 Alimento para crianças 46,636 1,106 69 10 Ovos 170,123 2,472 45 Inspeção de Carnes - FISIS Inspeção de Carnes - FISIS Casos na UE EFSA - EU EFSA - EU FSA - UK Anti-Campylobacter campaign launched in the UK Campylobacter em Frangos É geralmente aceite na comunidade científica que transmissão vertical não contribui para a colonização de lotes, e os pássaros geralmente não "adquirem" Campylobacter até 2 a 3 semanas de idade. Trasmissão horizontal: propagação rápida dentro do lote; tal é ajudada por fatores comportamentais, como coprofagia. Infecção Experimental Table 1 Contagem em suabes de cloaca de C. jejuni inoculadas em frangos de corte a partir de dois diferentes methodos. Pi Days Método A Método B p UFC/mL UFC /mL (log10) (log10) 0 0 0 0 7 2.32 3.18 0.193 14 1.18 2.79 0.0002 21 1.18 2.18 0.0011 Campylobacter em Frangos Campylobacter em incubatório vem sendo isolada de Penas Embriões em desenvolvimento Pintos recém eclodidos Comensal em frangos? A linhagem tem efeito significativo da infecção experimental; Nas quatro linhagens foi observado montagem de resposta imune inata; As linhagem em que não houve aumento da IL 10, a resposta inflamatória foi intensa, com dano na mucosa intestinal e diarreia. No estudo, demonstraram que a infecção por C. jejuni não pode ser considerada inofensiva, mas sim pode levar a manifestação de doença e implicações no bem-estar das aves Campylobacter em Frangos Coloniza o muco, primariamente nos cecos; Pode ser recuperada ainda de baço e fígado; 40 UFCs podem promover colonização; Colonização ave a ave extremamente rápida e eficente; Esta cinética de colonização indica que medidas de redução que contemplem penalização de lotes positivos não seja factível. Positividade: Frangos de corte Miúdos - feiras livres- 87,5% Carcaças 12% Carcaças 70,8% 100% Cortes 56% Carcaças 43% Cortes 8% Carcaças 35% Carcaças 60% Carcaças 50% 85% 99% congelado 7 dias à – 20ºC = 64% Positividade: Frangos de corte Suabes de cloaca 100% conteúdo fecal 61% conteúdo cecal 46 % Cama de aviário 37,5% Suabes de cloaca 75% amostras cecais 81,8% Positividade: Poedeira e Matrizes Matrizes Suabe cloaca 55% Mecônio 80% Poedeiras Suabe cloaca 13,3% ovos negativos Isolamento de Campylobacter Metodologias estabelecidas ISO 10272-1:2006 e 10272-2: 2006 Parte 1 descreve o chamado método " horizontal " para a detecção de Campylobacter spp . em alimentos e rações para animais. Parte 2 da norma enumeração e descreve o método de Parte 3 descreve um Método horizontal para a determinação semi - quantitativa de Campylobacter spp . Da mesma forma , a norma ISO 17995:2005 descreve um método para a detecção e enumeração de espécies de Campylobacter termófilas em água. Metodologias estabelecidas Metodologia MLG 41.03 Método de plaqueamento direto qualitativo e quantitativo para isolamento, identificação e enumeração de Campylobacter spp. presente em amostras de rinsagem de carcaças de aves, esponjas e produtos de aves crus. Diferença de contagem em meios de cultura Amostras Ágar Campy-Cefex Média (UFC/mL) Ágar mCCDA Média (UFC/mL) Suabes 1,3 x 103 9,5 x 102 1,5 x 102 Carcaças pós-chiller Camila Cristina Gonsalves, 2014. 3,8 x 101 “Controle” - Análise de Risco “Controle” – Análise de Risco Principais riscos de infecção por Campylobacter em lotes de frangos ... Check list Check list – Análise de Risco 1- Água C. jejuni gera formas viáveis não cultiváveis na água, especialmente na presença de biofilmes. A sobrevivência de tais formas, por períodos de até quatro meses foi registrada; Tetrahymena pyriformis, protozoário pode albergar a Campylobacter e proteger frente ao cloro. Check list – Análise de Risco 2- Pessoas e atividades Tráfego de pessoas para as atividades de manejo rotineiras servem como carreadores; Vdestiário nos galpões Lavagem das mãos Roupas e sapatos Check list – Análise de Risco 3- Ração e cama A condição de cama nova e ração seca (baixa umidade) são eficientes contra a sobrevivencia C. jejuni. Check list – Análise de Risco 4- Limpeza e desinfecção dos galpões A infecção de um lote positivo para um novo lote em mesmo galpão é uma obvia fonte potencial. Quanto eficiente é meu sistema de limpeza e desinfecção? Check list – Análise de Risco 5- Aerossóis Ambiente com muito poeria em suspensão e úmido, Campylobacter parentemente pode viajar distâncias consideráveis e mantendo capacidade infectiva; Dentro de galpões de frangos de corte fechado aumentou a positividade; Nebulização positividade. aumentou a Check list – Análise de Risco 6- Intervalo entre lotes. Tempo diretamente proporcional a redução de contaminação; “Controle” – Análise de Risco Devido a alta exposição das aves, baixa dose infectivas e as rápidas taxas de transmissão ave-a-ave procedimentos de biossegurança padrão são insuficientes. Com uma tal variedade de fatores de risco, a identificação precisa das fontes é essencial para assegurar as intervenções mais eficazes a serem postas em prática. “Controle” – Análise de Risco O uso de enumeração de Campylobacter em diferentes pontos é método de análise de risco. Os pontos críticos no processo de abate devem ser avaliados; Em carcaças pode ser usado como indicador de sucesso das intervenções adotadas nas plantas de abate é indicado. “Controle” – Análise de Risco Monitoria de Campylobacter em processo de abate de frangos de corte. Amostras Positividade % Campylobacter Campylobacter Média (UFC/mL) Log10/mL 2,98 Suabes 100 9,5x102 Carcaças pré 100 8,3 x101 chiller 1,92 Água chiller 100 3,0 x101 Carcaças pós 83 3,8 x101 chiller Água 1,48 1,58 100 Abastecimento Camila Cristina Gonsalves, 2014. 4,7 0,67 Controle - antimicrobianos Exclusão competitiva Pró/ prébióticos Ácidos Vacinação Considerações Finais EU 2015 – mudanças? Antecipar-se às exigências da EU Monitorar a produção e o processo de abate para conhecer o nível de contaminação na empresa. Investir em biossegurança. Obrigada! [email protected]