Espiritualidade na Pós-Modernidade Aspectos Conceituais Prof. Ozean Gomes 1 Minicurso ministrado no STADEC Espiritualidade • É um termo relativamente usual, porém, complexo e transcende as fronteiras da religião cristã (mundo corporativo; comunidade acadêmica; grupos de identificação com a sustentabilidade do planeta e religiões místicas). • Em termos conceituais, é importante não confundir espiritualidade com misticismo, experiências transcendentais ou mesmo práticas religiosas. 2 Espiritualidade • No sentido usual, diz respeito às qualidades do espírito humano, tem a ver com a dimensão noológica, situada além do psico-físico. Refere-se aquilo que pertence à realidade transcendental do ser humano. • É a recusa que a vida se esgote na sua materialidade numa existência que tem sentido em si mesma. É a noção de que a vida é contruída num sentido para além do “aqui agora” (Cortella). 3 Espiritualidade • No sentido cristão clássico, está ligada ao cultivo e nutrição da realidade espiritual do ser humano(parte de Deus em nós) – piedade, devoção… • Espiritualidade tem a ver com qualidade de vida, envolve comunhão com Deus e com nosso próximo… • Logo, a espiritualidade não é somente algo que se refira à alma ou a coisas que não possamos ver ou tocar: espiritualidade envolve o ser humano como um todo, em todos os momentos da vida. 4 Pós-Modernidade • Termo impreciso, controverso e inevitável • Termos alternativos: modernidade tardia, modernidade líquida… hiper-modernidade, neo-modernidade, • Jean-François Lyotard, um dos primeiros autores a discutir esse termo no âmbito filosófico, descreve a condição pós-moderna, como a “designação do estado da cultura após as transformações que afetaram as regras dos jogos da ciência, da literatura e das artes a partir do século XIX” 5 Pós-Modernidade • Não é possível compreender a noção “pósmodernidade” sem evocar os períodos antecedentes (pré-modernidade e modernidade). • Se tratarmos as mudanças desses períodos a partir de paradigmas, os definiremos dessa maneira: “Em termos simples, a pré-modernidade era governada por Deus(Religião), a modernidade, pelo homem, e a pós-modernidade é governada por todo mundo, isto é, ninguém” (Ed René Kivitz). 6 Pós-Modernidade Promessas e frustrações dos três períodos • Pré-moderno O céu para os Os bons bons e inferno mostraram para os maus. maus. • Moderno Céu na terra: O progresso não justiça social resolveu nossos problemas Céu na terra através do prazer Falta de sentido • Pós-moderno se 7 Pós-Modernidade • Consciência pós-moderna (Bauman) o Consciência de um fracasso; o Despertar infeliz de um sonho colorido o Liquefação das estruturas sociais que sustentam a vida em sociedade (modernidade líquida) 8 Espiritualidade na Pós-Modernidade • Sendo a espiritualidade, o cultivo da dimensão espiritual e pós-modernidade, um tempo em que impera a falta de sentido, como essas duas coisas se encontram? • Em termos inverso, essa pergunta pode ser colocada dessa forma: em tempos que impera a falta de sentido, como tem se nutrido a vida espiritual? 9 Espiritualidade na Pós-Modernidade • Em tempos atuais, espiritualidade tem a ver com o novo estado de espírito do mundo pósmoderno. Falar de espiritualidade, segundo James Houston, é falar sobre a revolta do espírito humano ao aprisionamento que a cultura racional impôs sobre a civilização ocidental (Barbosa). 10 Espiritualidade na Pós-Modernidade “A volta ao sagrado na pós-modernidade não passa pelos parâmetros da religião institucionalizada, muito menos do Cristianismo” • Espiritualidade subjetiva e indiferente a verdade o Religião não é mais vista como um conjunto de crenças sobre o que é ou não verdade • Espiritualidade tribal o fim das metanarrativas • Espiritualidade emotiva Evangelização no Mercado Pós-Moderno 11 Espiritualidade na Pós-Modernidade • Uma resposta eclesiológica espiritualidade pós-moderna de uma Igreja emergente 12 Espiritualidade na Pós-Modernidade Características do Movimento Emergente (Meister): • Pluralismo Mclaren: “por que sou um cristão missional, evangélico, pósprotestante, liberal-conservador, místico-poético, bíblico, carismático-contemplativo, fandamentalista-calvinista, anabatistaanglicano, metodista, católico, verde, encarnacional, deprimidomas-esperançoso, emergente e inacabado”. Simon Hall, líder da comunidade revive, em leeds, reino unido, afirma: “Meu alvo para a comunidade não é ser “pós” tudo. Nós somos evangélicos e carismáticos e liberais e ortodoxos e contemplativos e ligados à justiça social e ao culto alternativo”. 13 Espiritualidade na Pós-Modernidade Características do Movimento Emergente: • Protesto: Carson enumera: - Protesto contra a igreja evangélica tradicional - protesto contra a forma de interpretar o modernismo - Protesto contra igreja “seeker sensitive” Mauro meister acrescenta: - Protesto contra autoridade e hierarquia - protesto contra teologia sistemática 14 Espiritualidade na Pós-Modernidade Características do Movimento Emergente: • Missional Gibbs e Bolger descrevem as igrejas emergentes como comunidades que praticam o caminho de Jesus dentro das culturas pós-modernas. Essa definição envolve nove práticas. Igrejas emergentes: (1) identificam-se com a vida de jesus, (2) transformam o ambiente secular e (3) vivem vidas comunitárias intensas. Por causa dessas três atividades, elas: (4) acolhem os estranhos, (5) servem com generosidade, (6) participam como produtoras, (7) criam como seres criados, (8) lideram como um corpo e (9) tomam parte nas atividades espirituais. 15 Espiritualidade na Pós-Modernidade Características do Movimento Emergente : • Linguagem, Culto e Pregação Uma das propostas fundamentais na comunicação emergente é a criação de um culto experimental e multi-sensorial, numa atmosfera trabalhada por luzes, velas, símbolos, mensagens multimídia, arte estática e em movimento, espontânea e participativa, dando sempre lugar à experiência. Isto seria uma reação ao culto na igreja moderna que coloca os adoradores mais como expectadores e que exige muito pouco envolvimento no ato de adoração. 16 O Espírito da Reforma (Tillich) Será Possível?