Filme “Rio”: a construção de imagens e a (re)produção de estereótipos em relação à Cidade do Rio de Janeiro Autoras: BÁRBARA MAIA INÁCIO (Universidade Estácio de Sá); JÉSSICA ROCHA SILVA (UFRJ) e JEANINE MAGALHÃES DE LIMA (UFRJ) Orientadora: Rosemere Maia – ESS/UFRJ Apresentação Trabalho situado âmbito do projeto de pesquisa intitulado “Sob o discurso da beleza e da ordem: Política Urbana e criminalização da pobreza no Rio de Janeiro em tempos de mercantilização das Cidades”. http://virusplanetario.wordpress.com/tag/violencia/ Objetivos: http://cageos.wordpress.com/2012/09/ 05/utilizacao-das-historias-emquadrinho-na-sala-de-aula/ Analisar a forma como o Rio de Janeiro é apresentado no filme “Rio”, de modo a compreender a correspondência das imagens e representações mostradas na referida produção ao momento singular vivido pela Cidade, bem como ao protagonismo por ela assumido no “mercado mundial de cidades”. Por outro lado, pretende-se avaliar em que medida determinados estereótipos apresentados pelo filme – relacionados, sobretudo, ao exotismo/natureza exuberante, à pobreza e seus espaços de manifestação (como as favelas), às manifestações culturais - concorrem para o obscurecimento de importantes contradições que marcam a Cidade, contribuindo também para a criminalização dos pobres. Metodologia Ficha Técnica: Gênero: Animação Direção: Carlos Saldanha Ano: 2011 Imagem customizada do Brasil, em especial do Rio de Janeiro. Exaltação das belezas da Cidade. Visão exageradamente carnavalesca do Rio e de seus habitantes. Análise de produção audiovisual Observação Algumas considerações: Apoio: O filme: Destaque dado aos pontos turísticos da Cidade. Leitura e sistematização de bibliografia especializada e de artigos de jornais e revista Através da análise do filme, pudemos avaliar o poder detido pelas imagens em torno da Cidade na construção de visões de mundo – estereotipadas ou não -, que expressam valores, símbolos e signos referentes a uma sociedade, a um espaço ou a segmentos sociais específicos, ao mesmo tempo em que afirmam ou escamoteiam processos econômicos, políticos e ideológicos que contribuem para a reprodução de contradições e desigualdades sociais. http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/mp-diz-que-recolhimento-de-usuarios-decrack-em-abrigos-e-inconstitucional http://cinefilos.jornalismojunior.com.br/2012/07/12/uma-historia-bemdivertida-a-animacao-no-mundo-do-cinema/infografico-animacao-2-7/ Criação de caricatura pejorativa de sua população. Uso da licença poética (como animais que falam). “Os estereótipos surgem como representações equivocadas e preconceituosas da identidade nacional: jeitinho brasileiro, imagem do malandro, exotismo, erotismo, pobreza fórmulas perfeitas para produzir um filme de grande bilheteria.” http://miseriahq.blogspot.com.br/2011 /06/alerta-okupa-flor-do-asfalto-do-riode.html O momento da Cidade: Persegue-se a inserção da cidade no mercado mundial de cidades , colocando-se como fundamental o investimento em atividades vinculadas ao terciário avançado, assim como a descoberta e/ou investimento em elementos que expressem sua vocação. Reforço, por gestores e empreendedores, de uma marca que remete às belezas naturais, à cultura, ao lazer, aos esportes, aos grandes eventos internacionais . Proposição de políticas urbanas pautadas em intervenções excludentes em relação à maioria da população. Priorização de projetos capazes de agregar equipamentos voltados para o turismo e para a cultura. As contradições: Discursos da segurança e da ordem pública assumem centralidade na Cidade. Realização, pela burguesia e por seus representantes políticos, da “contenção da pobreza por meio da criminalização dos pobres”. Pobres, negros, favelados têm sido os alvos preferenciais das investidas dessa “política de tolerância zero” que grassa, com vários matizes, na Cidade do Rio de Janeiro. Submissão das políticas sociais (sobremaneira a de assistência social e a de habitação) à política de segurança pública. Choque de Ordem, recolhimento compulsório de usuários de crack, perseguição aos trabalhadores informais. Bibliografia: MARICATO, H, VAINER, C.& ARANTES, O. A cidade do pensamento único - desmanchando consensos. Petrópolis, Ed. Vozes, 2000. CARVALHO, Inaiá Maria Moreira de. 2006. Globalização, metrópoles e crise social no Brasil, EURE (Santiago), vol.32 , 95, 5-20. GOMES, M. F. C. M. (Org.) ; MAIA, Rosemere (Org.) ; FRANCA, B. A. (Org.) ; CARDOSO, I. C. C. (Org.) . Renovação urbana, mercantilização da cidade e desigualdades socioespaciais (no prelo). 1. ed. Rio de Janeiro: Mauad, 2013. MAIA, Rosemere ; ICASURIAGA, G. L. M. . Cidade Maravilha, purgatório da beleza e do caos - Globalização e Política Urbana no Rio de Janeiro no limiar do século XXI. In: VII CONGRESSO PORTUGUÊS DE SOCIOLOGIA, 2012, PORTO - PT. Atas do VII Congresso Português de Sociologia. LISBOA: ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE SOCIOLOGIA, 2012. RASIA, Régis Orlando. E quando “o outro somos nós”? O estereótipo do Brasil e do brasileiro no audiovisual. In http://www.rua.ufscar.br/site/?p=8041 . CINEMA NA REDE. Crítica – Rio. In http://www.cinemanarede.com/2011/03/critica-rio.html