Desinências São os elementos terminais indicativos das flexões das palavras. Existem dois tipos: Desinências Nominais: indicam as flexões de gênero (masculino e feminino) e de número (singular e plural) dos nomes. Exemplos: alun-o aluno-s alun-a aluna-s Observação: Só podemos falar em desinências nominais de gêneros e de números em palavras que admitem tais flexões, como nos exemplos citados. Em palavras como mesa, tribo, telefonema, por exemplo, não temos desinência nominal de gênero. Já em pires, lápis, ônibus não temos desinência nominal de número. Desinências Verbais: indicam as flexões de número e pessoa e de modo e tempo dos verbos. Exemplos: compr-o compra-s compra-mos compra-is compra-m compra-va compra-va-s A desinência "-o", presente em "am-o", é uma desinência número-pessoal, pois indica que o verbo está na primeira pessoa do singular; "-va", de "amava", é desinência modo-temporal: caracteriza uma forma verbal do pretérito imperfeito do indicativo, na 1ª conjugação. É a vogal que se junta ao radical, preparando-o para receber as desinências. Encontra-se o radical de um verbo, retirando-se a terminação ar, er ou ir. Nos verbos, distinguem-se três vogais temáticas: A Caracteriza os verbos da 1ª conjugação. Exemplos: buscar, buscavas E Caracteriza os verbos da 2ª conjugação. Exemplos: romper, rompemos I Caracteriza os verbos da 3ª conjugação. Exemplos: proibir, proibirá Tema É o grupo formado pelo radical mais vogal temática. Nos verbos citados, os temas são: buscarompeproibi- Formas rizotônicas são aquelas cuja sílaba tônica está no radical. Arrizotônicas são as que têm a sílaba tônica fora do radical. Observe a conjugação do verbo cantar no presente do indicativo. O radical de cantar é cant: Eu CANto (rizotônica) Tu CANtas (rizotônica) Ele CANta (rizotônica) Nós canTAmos (arrizotônica) Vós canTAIS (arrizotônica) Eles CANtam (rizotônica) Verbos regulares Obedecem rigorosamente a um modelo comum de conjugação, mantendo o radical invariável. Exemplos: Cantar Bater Partir Verbos regulares da 1ª conjugação: Eu canto Tu cantas Ele canta Nós cantamos Vós cantais Eles cantam Eu amo Tu amas Ele ama Nós amamos Vós amais Eles amam Eu falo Tu falas Ele fala Nós falamos Vós falais Eles falam São aqueles que sofrem alterações no radical e\ou nas terminações, afastando-se do modelo São conhecidos como: Anômalos: são aqueles que incluem mais de um radical em sua conjugação. Por exemplo: Ir Pôr Vou vais ides fui foste ponho pus pôs punha Ser sou és fui foste seja Não são conjugados em determinados tempos, pessoas e modos. Motivo: eufonia ou significação. Exemplos: Eu zurro Eu mio Eu cacarejo Eu lato (Devido à significação, são conjugados apenas na 3.ª pessoa) Eufonia: Eu abolo Eu fedo Outros verbos: adequar esculpir colorir reaver precaver falir doer banir explodir ruir exaurir demolir puir delinquir fulgir bramir..... CHOVER, NEVAR, TROVEJAR... – por serem impessoais, não aparecem na primeira pessoa: “trovejo”, “nevo”, “chovemos”... Verbos abundantes são aqueles que apresentam mais de uma forma para determinada flexão. Essas formas, geralmente, ocorrem no particípio, em que, além das formas regulares (em –ado ou –ido), apresentam as formas irregulares, também conhecidas por breves ou curtas. Verbo Aceitar Acender Benzer Concluir Eleger Emergir Regular e Irregular Aceitado e aceito Acendido e aceso Benzido e bento Concluído e concluso Elegido e eleito Emergido e emerso verbo Entregar Enxugar Expelir Expressar Exprimir Expulsar Extinguir Frigir Findar regular irregular Entregado e entregue Enxugado e enxuto Expelido e expulso Expressado e expresso Exprimido e expresso Expulsado e expulso Extinguido e extinto Frigido e frito Findado e findo verbo Imergir Imprimir Inserir Isentar Imergir Limpar Matar Morrer Omitir regular irregular Imergido e imerso Imprimido e impresso Inserido e inserto Isentado e isento Imergido e imerso Limpado e limpo Matado e morto Morrido e morto Omitido e omisso Prender Romper Salvar Segurar Soltar Submergir Suprimir Suspender Tingir Prendido e preso Rompido e roto Salvado e salvo Segurado e seguro Soltado e solto Submergido e submerso Suprimido e supresso Suspendido e suspenso Tingido e tinto. • Nos verbos [trazer] [chegar] e [empregar] apenas o particípio regular é aceito: trazido, chegado e empregado. As formas trago, chego e empregue não são aceitáveis: Ele tinha chegado cedo. E não: Ele tinha chego cedo. / O presente foi trazido por mim. E não: O presente foi trago por mim. Com os verbos ter e haver, devemos usar o particípio regular (marcado pelas terminações -ado ou -ido). Ele tinha salvado o arquivo Ela havia prendido o dedo. Já com o ser e o estar, emprega-se o irregular: Ele foi salvo por um herói" Os bandidos estão presos". Outros verbos, como aceitar, limpar, entregar e eleger, seguem a mesma regra (aceitado e aceito, limpado e limpo, entregado e entregue e elegido e eleito). Porém, para outros, como ganhar, pagar e pegar, a tendência moderna é o uso cada vez maior do particípio irregular (ganho, pago e pego, respectivamente) seja lá qual for o verbo antecessor. Por exemplo: "Ele havia ganho muitos presentes" e "Ele tinha ganho muitos presentes". Essa desobediência não consititui erro. É considerada pelos estudiosos um movimento natural da língua. A tendência moderna é o uso cada vez maior do particípio irregular com os verbos ganhar, pagar e pegar, seja lá qual for o verbo antecessor. Ele havia ganho muitos presentes. Ele tinha ganho muitos presentes. Essa desobediência não constitui erro. É considerada pelos estudiosos um movimento natural da língua. • As formas regulares: abrido, cobrido, escrevido, ganhado, gastado e pagado são evitadas na língua culta. Usam-se: aberto, coberto, escrito ganho, gasto e pago, com qualquer auxiliar. • O verbo vir tem como particípio vindo, a mesma forma que seu gerúndio. Também seus derivados: advindo, intervindo, provindo, sobrevindo. • Os verbos abundantes estão perdendo a forma regular, em virtude da preferência pela forma irregular mais curta. A professora entra na sala e já vai sentenciando: - Hoje não estou para brincadeiras. Nada de gracinha. - O que aconteceu, pró? - Fui advertida pela Direção. Não estou cumprindo o programa. Não estou cumprindo o programa no tempo necessário. Estamos atrasados. E tudo por não mandá-los para lá quando preciso. Então, ela começou a falar sobre Verbo. Os verbos regulares, irregulares, abundantes, defectivos… - Regular é quando o verbo é regular. Essa é mole. – disse Alan. - Abundante? Tem vários alguma coisa. – enrolou Julia. - Possui mais de uma forma para uma mesma flexão. – explicou a professora. - Como assim? - Aceitado e aceito. Acendido e aceso. Usamos o particípio regular, final ADO, depois de TER e HAVER e o outro, o particípio irregular, com SER e ESTAR. Exemplo: Eu havia limpado a cozinha. A cozinha foi limpa por mim. - Legal. - E o defectivo? Ivanilton? - Defectivo… Defectivo… Vem com defeito? - Podemos dizer que sim. Ele não apresenta conjugação completa. Exemplo: não existe a primeira pessoa do singular do presente do indicativo do verbo FALIR. “Eu falo? Falho?”. Falir é defectivo. Demolir: “Eu demolo?” Não existe. O restante sim: Tu demoles; Ele demole…” - Nós demomoles… – continuou Ivanilton. - Eles deromoles… – completou Arnoldo. (Por Mateus Modesto | Publicado em Crônicas | 01/03/2010)