CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM
EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA
DISCIPLINA SOCIOLOGIA DO TRABALHO
O TRABALHO ATUAL COMO
FORMA HISTÓRICA
Adriana Alves
Outubro - 2009
O TRABALHO ATUAL COMO FORMA
HISTÓRICA
 Atualmente, o trabalho é visto como
uma obrigação
 Constituído de tarefas monótonas, que
exigem dedicação permanente
 Contrato aceito não pela função, mas
pelo que proporciona: horários livres,
férias, salário e prestigio.
Esta organização é recente e começou a
ser implantada no final do século XVII
e início do século XIX.
TRABALHO
Objetivo do trabalho
Antepassados – sobrevivência, realização
Atual – aquisição de bens
Nossas necessidades pessoais estimuladas pela comunicação de
massa, crescem muito mais rapidamente do que nossas
possibilidades.
Nosso desejos x nossos recursos
Frustração
A sociedade nutre uma imagem de existência de oportunidade para
todos que não corresponde a realidade
Efeito
Sensação de fracasso, perda de estima e auto culpabilidade
Conversão das pessoas em ganhadores e perdedores, triunfantes e
fracassados
MUNDO DO TRABALHO
Sociedade de subsistência
Produção para a satisfação das
necessidades
Sociedade industrializada
Produção decidida pelo patrão
Trabalho indissociáveis de seus fins. Sujeita-se a reestruturação do
Conseqüência da vida em seu
mercado ou da compra de
conjunto
produtos produzidos
Trabalhador decide quando, onde e
como produzir e em que rítmo
Trabalho em si – carga, uma
fonte de desprazer, um esforço
Satisfação realizada com de esforço
variável dependendo da natureza e
da tecnologia a seu alcance
Satisfação –excedente e lucro
Não há diferença entre trabalho,
ócio, ocupação e rituais
O ócio é tempo livre de
desfrute e da entrega as
inclinações pessoais
Atividades produtivas muitas vezes
O espaço é separado,
são dimensões recreativas e sociais produção x consumo; público
x privado
O QUE É TRABALHO?
Hegel
 O trabalho em sua forma pertence exclusivamente
ao homem, pois somente ele tem a capacidade de
projetar em sua cabeça algo, antes de construí-la.
 O trabalho é uma forma de liberdade, em primeiro
lugar, porque o homem pode ir além de suas
necessidades naturais. Em segundo lugar por que o
processo de trabalho dá ao homem a capacidade de
dar forma ao mundo exterior de acordo com sua
vontade.
 Não pode haver liberdade sem trabalho, o trabalho
é uma forma de liberdade.
O QUE É TRABALHO?
Marx
 O trabalho é uma efetivação de uma
vontade transformadora do homem.
 O aspecto de liberdade reside no elemento
de vontade
 A dissociação entre o elemento
consciente e o elemento puramente físico
do trabalho torna possível sua alienação
O QUE É TRABALHO?
Max Weber
Dever e vocação com um fim absoluto em si mesmo e não o ganho material
obtido através dele;
A atitude do trabalhador comprometido com o que faz não é produto da
natureza mas sim produto de um longo e árduo processo educativo;
O capitalismo é uma organização econômica racional assentada no trabalho
livre e orientada para um mercado real, não para mera especulação ou
rapinagem.
O espírito do capitalismo é a conduta racional baseada na idéias de
vocação, nascida do espírito do ascetismo cristão;
A riqueza só é eticamente má para um gozo de vida no ócio e no pecado, e
sua aquisição só é ruim se o propósito for para uma vida folgada e
despreocupada;
Querer ser pobre é o mesmo que ser doente, reprovável em relação à
glorificação do trabalho e derrogatório quanto a Glória de Deus.
O QUE É TRABALHO?
Emile Durkheim
TRABALHO GÊNESE
E EVOLUÇÃO
TRABALHO - GÊNESE
 A história do trabalho teve sua origem na busca humana
de formas de satisfazer suas necessidades biológicas de
sobrevivência.
 Na economia de subsistência, o trabalhador decidia o
que produzir, como produzir, quando e a que ritmo, era
dono do seu tempo.
 Não existia separação entre o espaço familiar e o de
trabalho, optavam pela duração e a intensidade do
trabalho, de acordo com as necessidades de produção.
 A medida que as necessidades foram sendo satisfeitas,
ampliaram-se, contribuindo para a criação de novas
relações, que passaram a determinar a condição
histórica do trabalho (Oliveira, 1987).
GRÉCIA ANTIGA
 Os gregos apontavam distinções
entre o esforço do trabalho na terra,
a fabricação do artesão e a
atividade livre do cidadão que
discutia os problemas da
comunidade.
 O trabalho na terra possuía,
originalmente, para eles, valor e
prestígio, pois estabelecia um elo
com a divindade, que rege a
fertilidade da terra e os ciclos
naturais.
GRÉCIA ANTIGA
 Para os gregos, a vida humana e suas
atividades desenvolviam-se em dois
espaços diferenciados: na esfera da
vida privada e na esfera da vida
pública.
 Havia uma separação entre os
trabalhos realizados no espaço privado
(doméstico) e os praticados no espaço
público, o trabalho da polis: daí a
distinção entre os diferentes esforços
despendidos e os diferentes
entendimentos sobre o trabalho.
GRÉCIA ANTIGA
 As atividades realizadas na esfera da vida
privada eram atividades específicas do
labor, atividades estas que aproximavam o
homem dos animais.
 Embora fossem atividades de manutenção
da vida, tudo o que era gerado era
imediatamente consumido.
 O labor mantinha os homens circunscritos
diante de sua mortalidade biológica.
Segundo essa linha de raciocínio, o que o
homem produzia pelo labor não lhe permitia
inscrever-se na ordem da imortalidade.
Arendt (2007),
GRÉCIA ANTIGA
 Superar a sujeição à vida biológica e,
simultaneamente, transcender a
atividade de labor era o ideal grego
para a vida humana.
 Nessa superação da sujeição às
necessidades vitais realizava-se a
liberdade, não como um fim em si
mesma, mas como um passaporte ou
salvo-conduto para o ingresso no
direito de participação na esfera da
vida pública, da polis.
 A liberdade era um meio para que o
homem se tornasse cidadão.
GRÉCIA ANTIGA
"O que impediu que a polis violasse as
vidas privadas de seus cidadãos,
vendo como sagrados os limites que
cercavam cada propriedade, não foi o
respeito pela propriedade privada, tal
como a concebemos, mas o fato de
que, sem ser o dono de sua casa, o
homem não podia participar dos
negócios do mundo, porque não tinha
nele lugar algum que lhe pertencesse"
(Arendt, 2007 p.39).
GRÉCIA ANTIGA
Ser livre significava, ao mesmo
tempo, não estar sujeito às
necessidades da vida nem ao
comando de outro e também não
comandar. Não significava domínio,
como também não significava
submissão.
GRÉCIA ANTIGA
 Na antiguidade greco-romana vigorou o modo de




produção escravagista.
No ano 310 a.C., havia, em Atenas, 400.000
escravos para 21.000 cidadãos.
As propriedades cresciam e mais e mais trabalhos
eram feitos por escravos, fiscalizados por feitores,
também escravos, em proveito do senhor ausente.
"Aos poucos, o trabalho do camponês foi
substituído pelo escravo, já que era mais
conveniente comprar um indivíduo inteiramente
submetido ao seu dono do que contratar um homem
livre" (Durant, 1955, p.273).
o escravo grego é escravo por condição política, e
não por condição econômica.
GRÉCIA ANTIGA
Os escravos, às vezes, ocupavam posições
profissionais de responsabilidade, o que
era um indício da abstenção radical da
classe dirigente de toda a forma de
trabalho produtivo, qualquer que ele
fosse, mesmo de caráter executivo. Os
senhores consideravam tanto o trabalho
agrícola quanto o artesanal como
"adaptações" à natureza, e não como
sua transformação, sendo, como tal,
formas de serviço.
GRÉCIA ANTIGA
 A necessidade de escravos justificava-se , em
virtude do caráter de natureza servil de que
estavam envolvidas todas as tarefas que servissem
às necessidades de manutenção da vida.
 A escravidão, na Antiguidade, não era,
primordialmente, uma forma de obter mão-de-obra
barata, nem instrumento de exploração para fins de
lucro. Constituía-se na tentativa de excluir o labor
das condições da vida humana. Uma vez que se
considerava que tudo o que o homem tinha em
comum com as outras formas de vida animal era
inumano.
 Laborar significava ser escravizado pela
necessidade, a escravidão era inerente às
condições da vida humana (Arendt, 2007).
GRÉCIA ANTIGA
Aristóteles inicia sua discussão sobre
escravidão (Política) com a afirmação
de que "sem o necessário, nem a vida,
nem a boa vida são possíveis". Ter
escravos era a forma de dominar a
necessidade. Os camponeses, que
produziam o necessário para a vida,
são classificados, tanto por Platão
como por Aristóteles, na mesma
categoria de escravos (Arendt, 2007).
GRÉCIA ANTIGA
 A expansão habitacional levou à conquista de
novas áreas de cultivo, originando, com a atividade
de plantio, as noções de propriedade e de produto
excedente.
 O produto excedente, aquele que não era
imediatamente consumido, foi gradativamente
gerando uma classe ociosa, e a propriedade, tal
como se encontra em estágios posteriores da
evolução econômica, separou-se do trabalho, a
ponto de estabelecer-se a desapropriação total de
quem trabalha pelo suposto direito de propriedade
do ocioso.
 Nesse contexto, inseriu-se a prática da guerra, que
transformou os povos conquistados em produtores
comprometidos com a entrega de seus excedentes
aos donos da terra.
GRÉCIA ANTIGA
Entendida a economia dessa maneira,
os bens materiais só tinham valor
pela sua utilização. A produção e a
distribuição não se correlacionavam
a interesses econômicos
específicos de posse de bens.
IMPÉRIO ROMANO
Após a instalação do Império Romano,
apesar de as atividades agrícolas
continuarem sendo a ocupação
predominante, o comércio foi
fortalecido, tornando-se Roma o
centro do comércio internacional,
havendo, então, uma diversificação de
atividades que perdurou até o final da
Idade Antiga.
ERA CRISTÃ
Na tradição judaico-cristã, o trabalho
associa-se também à noção de punição,
maldição. Na Bíblia, o trabalho é
apresentado como uma necessidade que
leva à fadiga e que resulta de uma
maldição: "comerás o pão com o suor de
teu rosto" (Gn. 3,19). Decorre desse
princípio bíblico o sentido de obrigação,
dever, responsabilidade, impregnado à
noção de trabalho.
ERA CRISTÃ
São Bento também - grande influência
na concepção do trabalho, baseandose na necessidade de salvação do
homem e sua aproximação a Deus, por
meio do trabalho e como forma de não
cair em tentação.
Os beneditinos, colocando em prática
seu lema "ora et labora" (reza e
trabalha), tiveram papel decisivo na
reconstrução da Europa após a queda
do império Romano
IDADE MÉDIA
 A Idade Média representa um período de
transformações significativas, em relação
às épocas anteriores, principalmente no
que diz respeito ao predomínio da vida
rural.
 Ao modo de produção escravagista da
Antiguidade, sucedeu-se o feudal e os
trabalhadores típicos passaram a ser os
servos que, por não terem a posse da
terra, estabeleciam uma relação servil de
trabalho, produzindo para si e também
para todos os habitantes do feudo.
IDADE MÉDIA
 O Feudalismo constituía-se em um
sistema de produção para uso.
 Pela natureza da produção em si, não
havia trabalho excedente,
conseqüentemente, não se produzia para
gerar excedente e nem se manifestava
um apetite insaciável.
 Os feudos eram auto-suficientes,
inexistindo o comércio.
 Ideologia de que os servos existiam para
servir aos senhores. O servo trabalhava
a terra, e o senhor manejava o servo.
IDADE MÉDIA
A sociedade feudal era composta de três classes:
sacerdotes, guerreiros e trabalhadores (camponeses e
servos).
 A Igreja exercia o papel de prestar ajuda espiritual, por
meio dos sacerdotes. Simultaneamente, adquiriu grande
poder e riqueza em terras. O único sentido de riqueza que
prevalecia naquela época era a posse da terra, já que ela
proporcionava as mercadorias de que se necessitava e
constituía a chave da fortuna.
 Os guerreiros eram militares, representados pela
nobreza, que se ocupava da proteção militar em caso de
guerra.
 Os trabalhadores, por sua vez, produziam para ambas as
outras classes, cultivando as terras que arrendavam e,
também, a propriedade do senhor feudal, em troca de
proteção espiritual e militar. (Hubermann 1981)

IDADE MÉDIA
 Com o advento da Reforma Protestante, o
trabalho foi uma vez mais fortalecido como a
chave da vida.
 Manter-se por meio dele era um modo de servir
a Deus.
 As profissões passaram a ser vistas como fruto
de uma vocação, e o trabalho, o caminho
religioso para a salvação.
 Para a ética do trabalho protestante de
Martinho Lutero, trabalhar de forma árdua,
diligente e abnegada equivale a cultivar a
virtude (Huberman,1981).
IDADE MÉDIA
Advento das cruzadas , alavanca o comércio.
"Dezenas de milhares" de europeus
atravessaram o continente por terra e por
mar, para conquistar a "Terra Prometida dos
muçulmanos".
Os mercadores os acompanhavam, com a
finalidade de fornecer as provisões de que
necessitassem durante o caminho.
Ao regressar, os cruzados passavam a
procurar pelas mercadorias a que tinham
tido acesso durante a viagem.
Em decorrência, criaram-se novos hábitos de
consumo de roupas e de comidas e, com
isso, um novo mercado para os produtos.
IDADE MÉDIA
 Com o desenvolvimento do comércio
acentuou-se o uso da tecnologia,
desenvolvida para facilitar a
realização do trabalho, bem como para
aumentar o seu ritmo.
 Estabeleceram-se novas relações
sócio-econômicas e políticas.
 Instituiu-se a cidade dos homens e
nela se fez uma separação entre
política e moral.
IDADE MÉDIA
Nos séculos XI e XII, o comércio
intensificou-se.
Intensificou-se a procura de mercadorias
estrangeiras e desenvolveu-se a rota
comercial do Mediterrâneo que se
tornou a maior entre o Oriente e o
Ocidente.
Aos poucos, o processo de troca
simples, com utilização do dinheiro,
tornou-se um processo de transação
dupla. Assim, o uso do dinheiro,
agilizando o intercâmbio de
mercadorias, incentivou o comércio
IDADE MÉDIA
 O progresso das cidades e o uso do dinheiro
possibilitaram aos artesãos abandonar o
trabalho servil na agricultura e viver o seu
ofício, não mais para satisfazer suas
necessidades apenas, mas para atender à
demanda.
 O crescimento do comércio justificava-se,
também, pela existência do artesanato
enquanto profissão isolada, já que, até
aquela época, na economia do mundo prémoderno, a produção era limitada, e o
próprio consumo dava-se dentro dos limites
das necessidades físicas do ser humano.
IDADE MÉDIA
 A unidade industrial típica do final da Idade Média
era uma pequena oficina, tendo um mestre como
empregador em pequena escala, trabalhando lado a
lado com seus ajudantes.
 Os aprendizes eram jovens que viviam e
trabalhavam com o artesão principal.
 Tornar-se aprendiz era um passo sério.
Representava um acordo entre o jovem, seus pais e
o mestre artesão, segundo o qual, em troca de um
pequeno pagamento (em alimento ou dinheiro) e a
promessa de ser trabalhador e obediente, o jovem
era iniciado na arte, morando com o mestre
durante o aprendizado.
IDADE MÉDIA/IDADE MODERNA
Do século XVI ao XVIII, os artesãos
independentes da Idade Média
começaram a desaparecer e, em
seu lugar, surgiram os assalariados,
cada vez mais dependentes do
capitalista-mercador-intermediárioempreendedor (Huberman, 1981).
IDADE MÉDIA/IDADE MODERNA
 O crescimento industrial foi precedido por
uma revolução agrária.
 Na Inglaterra, depois de 1750, a colocação
de cercas nas antigas pastagens comuns e
campos abertos e o desenvolvimento da
agricultura aumentaram a produção de
alimentos para a população crescente e de
matérias-primas para as indústrias em
expansão.
 Com a "colocação da primeira cerca
surgiram os primeiros sem-terra e sem-teto
da história da humanidade" (Polanyi, 1944;
Salm, 1993).
IDADE MODERNA





O século XVII foi a era das revoluções científicas de
Galileu e Newton.
Esse período também compreendeu a primeira das
revoluções liberal-democráticas que iriam redefinir a
maioria dos governos do mundo.
Viu-se o surgimento da filosofia das instituições
capitalistas. Foi o tempo de inúmeras controvérsias
na Religião, na Filosofia e na Teoria Social.
Foi o grande divisor de períodos históricos. Antes
deles, a humanidade tinha vivido meia dúzia de
séculos no período que os autores chamam,
genericamente, de Idade Média.
Após o impacto da revolução copernicana, nas
primeiras décadas do século XVII, o curso da História
se viu irrevogavelmente modificado, passando a
rumar na direção do que hoje chamamos de Era
Moderna (Polanyi, 1944).
IDADE MODERNA
Com a Idade Moderna se iniciou uma era de
novos valores.
O foco de interesses desviou-se do mundo
interno para o mundo externo.
À exceção da preguiça, todos os outros sete
pecados (mortais) foram transformados em
virtudes. "A cobiça, a avareza, a inveja, a
gula, a luxúria e o orgulho tornaram-se as
forças motrizes da nova economia.
Um poder desenfreado está desde então
atrelado a apetites igualmente
desenfreados"
(Lewis apud Horman, Harmann, 1990, p. 55).
IDADE MODERNA
A Revolução Industrial, ocorrida a partir do
último terço do século XVIII, foi uma das
maiores transformações ocorridas na
história do homem.
O poder humano foi liberado, e a economia
pôde fornecer bens e serviços demandados
pela sociedade.
Passou-se do trabalho manual para a máquina
- ferramenta, do atelier ou manufatura para
a fábrica e, pouco a pouco, o trabalho do
dia-a-dia, a mentalidade das pessoas, a
cultura, enfim todos os setores da vida,
foram atingidos e transformados.
Novos trabalhos foram surgindo, enquanto
crescia o setor de serviços.
IDADE MODERNA
Foi através da porta da fábrica, que o homem
pobre, a partir do século XVIII, foi introduzido no
mundo burguês, onde a fábrica, com vistas à
racionalização, já era pensada a partir das
máquinas e não a partir do homem, levando a
uma cisão entre concepção e execução do
trabalho, processo esse extremamente
alienante para o trabalhador
(Meszaros, 1989; Marx, 1987; Decca, 1988).
IDADE MODERNA
O século XIX é marcado pela hegemonia
desse Racionalismo, na maioria das
atividades humanas: no campo das
Ciências Físicas, Matemáticas e
Sociais; na ação política, com a vitória
do Sistema Liberal Capitalista; e no
campo do Direito, com o aparecimento
dos Estados Constitucionais
(Polanyi, 1980).
IDADE MODERNA
Em conseqüência a essa evolução histórica do
processo de trabalho, passando-se da
cooperação simples à manufatura e à grande
indústria, surgiram nas fábricas, no início do
século XX, esforços direcionados para a
racionalização do trabalho, em cuja defesa
Taylor é um dos nomes em evidência. A par
dessa racionalização, cada vez mais se dava
tratamento diferenciado para formas
diferenciadas de pagamento do trabalho
humano
IDADE MODERNA
 No século XX, o homem pôs em exploração




gigantescas reservas de energia.
À obra, ao labor, ao trabalho, veio acrescentarse o serviço da máquina.
Obrigado a adaptar-se ao seu ritmo, o
trabalhador transformou-se em operador de
motores ou em empregado de escritório.
O ritmo da produção exigia a docilidade do
consumidor capaz de aceitar um produto
estandardizado e condicionado (Illich, 1976).
O desenvolvimento do assalariado impôs
repensar o trabalho nas organizações. Surge,
então, uma outra visão do mundo do trabalho.
Fundamentalmente, é o lugar, o significado e o
conteúdo do trabalho pelo qual o homem produz
sua existência que se transformam (Marx, 1987).
IDADE CONTEMPORÂNEA
 na sociedade de mercado do século XX,
o
trabalho transformou-se na fonte de todos os
valores do homem.
 Não se faz mais a distinção entre trabalho e
ocupação.
"O trabalho é a prática de um esforço subordinado
às necessidades objetivas inerentes ao processo de
produção em si. Já a ocupação, como prática de
esforços livremente produzidos pelo indivíduo em
busca de sua realização pessoal, deu lugar, em
larga escala a uma idéia materialista de vida"
(Ramos, 1983, p. 82).
IDADE CONTEMPORÂNEA


Na sociedade de mercado, o lazer também ficou
desassociado do trabalho e da ocupação. O lazer se tornou
sinônimo de ociosidade, passatempo, diversão - conotação
que nunca teve antes.
O homem moderno passou a imolar sua vida no altar do
"trabalho" e a tomar como situação de felicidade a
submissão a um "emprego" determinado por outrem
(Kurz,1997). O trabalho tornou-se nesta era uma atividade
compulsiva e incessante, a servidão tornou-se liberdade e a
liberdade, servidão; ou seja, a aceitação voluntária de um
sofrimento, sem outro sentido senão ele próprio. Para o
homem dos tempos modernos, o tempo livre inexiste, ou é
escasso. Passou a ser, por outros meios, um mero
prolongamento do trabalho, veja-se a indústria da diversão.
A lógica do trabalho perpassa a cultura, o esporte e, até
mesmo, a intimidade. Em outras palavras, ela apoderou-se
de todas as esferas da vida e da existência humana.
IDADE CONTEMPORÂNEA
 "A produção econômica veio a ser
(exceto em tempos de guerra) a
preocupação central da sociedade, e o
crescimento econômico passou a
medida principal pela qual as
sociedades julgam o seu progresso"
(Harmam, Hormann, 1993, p. 55).
 Essa realidade provoca as distorções
responsáveis pelo pensamento que
movimenta muitas pessoas, ou seja, o
de que basta ter um salário, já que ele
garante a sobrevivência.
TRABALHO E CAPITALISMO
Exploração capitalista

Trabalhador passou a trabalhar fora do ambiente doméstico,

O capitalista é dono dos meios de produção e passou a pagar um salário
em troca da sua força de trabalho, e apropriou-se do produto final.

O trabalhador encontra-se em uma posição de alienação, mas ainda
conserva o controle sobre o processo de trabalho.

A degradação do trabalho se dá através da divisão manufatureira do
trabalho. A “mais valia absoluta” cede caminho para a “mais valia
relativa”.

O trabalhador, que já havia perdido a capacidade de determinar o
produto, perde agora o controle de seu processo de trabalho, e entrou
em uma relação alienada com seu próprio trabalho como atividade.

Com esta divisão, a mão de obra barateou, pois sempre havia
contingente mais que suficiente para aprender o trabalho, tornando o
trabalhador facilmente substituível.

Marx denominou “Exército de Reserva”.
A DIVERSIDADE ATUAL NAS
CONDIÇÕES DE TRABALHO
 Nem todos os trabalhadores da sociedade
capitalista são iguais, compreende- se melhor
isto analisando-se alguns estereótipos.
 Em um destes estereótipos os profissionais
liberais são profissionais autônomos, tem um
certo grau de controle sobre o produto de seu
trabalho. Exemplo, os professores, os médicos
da saúde pública, os grupos profissionais da
administração, os executivos das organizações
públicas.
 Tais trabalhadores apesar de serem
assalariados possuem um maior grau de
liberdade, pois suas tarefas não estão
integradas numa seqüência coletiva.
 Os trabalhadores desse processo só se
consolidam no capitalismo.
PROCESSO DE DEGRADAÇÃO DO TRABALHO,
Passagem da independência, para a dependência dos
trabalhadores
 1º dissociação entre o processo de trabalho e
seu objetivo, a satisfação das necessidades
próprias e alheias.
 2º perda do controle sobre o seu processo de
trabalho
 3º processo orientado pelo caráter qualitativo
das tarefas encaminhadas à economia de tempo.
 4º passagem de um tempo da atividade
vinculada ao estado de ânimo ou a disposição do
trabalhador ao tempo regular das máquinas.
 5º processo de trabalho variado, composto de
múltiplas tarefas distintas
PROCESSO DE DEGRADAÇÃO DO TRABALHO,
Passagem da independência, para a dependência dos
trabalhadores
Alienação do trabalho
 O trabalho é externo ao trabalhador, isto é não
pertence ao seu ser.
 A expansão do capitalismo e a industrialização
levaram à ruína ofícios tradicionais
 Imposições sobre o trabalhador:





Privar-lhes de quaisquer outras possibilidades de subsistência.,
A organização que hoje conhecemos é o resultado de uma longa
cadeia de conflitos globais.
Profunda revolução cultural, o profundo respeito sobre o trabalho
bem feito cedeu lugar ao fetichismo da maquinaria.
Sistematização política repressiva dirigida contra os que se
negavam a aceitar as novas relações sociais.
Garantia dos mecanismos institucionais para que cada novo
indivíduo pudesse inserir- se nos novos processos produtivos.
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O Trabalho atual como forma histórica (power point 2007)