Proteção e melhoria das áreas de captação de água da APA Guandu IF 128 Manejo de áreas Silvestres Marília Gabriela Tirelli Caracterização da Área O Rio Guandu, principal curso da Baía de Sepetiba, drena uma bacia com área de 1.385 km²; Seus principais afluentes são os rios dos Macacos, Santana, São Pedro, Poços, Queimados e Ipiranga e seu curso final recebe o nome de canal de São Francisco, cujo percurso total até a foz é de cerca de 48 km . A vegetação natural consiste das fitofisionomias de floresta ombrófila densa e manguezais,remanescente do bioma Mata Atlântica. Importância O rio Guandu é a principal fonte de abastecimento de água para a região metropolitana do Rio de Janeiro, atendendo a uma população de cerca de nove milhões de pessoas. As águas da bacia do Rio Guandu, somadas às águas provenientes da transposição do Rio Paraíba do Sul, são responsáveis pelo abastecimento de água potável e pela geração de energia elétrica de quase toda a região metropolitana do Rio de Janeiro(80% do abastecimento publico).(AGEVAP, 2012). Área de Proteção Ambiental – art. 15 do SNUC É uma área em geral extensa, com certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e bem estar das populações humanas. Objetivo: Proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais Categoria de Uso Sustentável ! Conciliar a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus recursos naturais; Explorar o ambiente garantindo a perenidade dos recursos ambientais renováveis e dos processos ecológicos; Socialmente justo e economicamente viável. Caracterização da APA Guandu Com 74.272 mil hectares, a APA Guandú abrange partes dos municípios de Engenheiro Paulo de Frontin, Itaguaí, Japeri, Miguel Pereira, Nova Iguaçu, Paracambi, Piraí, Queimados, Rio Claro, Seropédica e Vassouras. Foi criada com o objetivo de garantir a qualidade e quantidade da água da Bacia do rio Guandu, Problemática O uso inadequado do solo nas margens de rios pode acarretar numa diminuição significativa da qualidade da água, muitas vezes dificultando e encarecendo o tratamento da mesma. Constata-se na maioria das propriedades a inexistência de áreas preservadas e o que é pior, verifica-se que a avançada degradação dos solos em face dos processos erosivos, resulta na diminuição da produtividade. Nesta área, as famílias vivenciam no dia a dia os sintomas da escassez da água Proposta Introdução de SAFs em pequenas propriedades rurais próxima as áreas de captação de água da APA Guandu. Etapas do projeto Identificação das áreas de captação Levantamento das pequenas propriedades rurais próxima a essa áreas SISTEMAS AGROFLORESTAIS COMO OPORTUNIDADE DE PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL. Alocar recursos em áreas passíveis de recuperação Atividades Identificação de áreas para o projeto; Estratégias para atingir os agricultores; Escolha das espécies adequadas para cada área; Projeto de um viveiro para os agricultores; Mutirão de plantio . Porque utilizar SAFs ? SAFs são formas de uso e manejo da terra, nas quais árvores e arbustos são utilizados em associação com cultivos agrícolas e/ou com animais, numa mesma área, de maneira simultânea ou numa sequência temporal. (Dubois et al, 1996) Os sistemas agro florestais criam soluções práticas que reduzem a tensão de duas atividades ambientais, proteção da mata ciliar e a produção de alimentos de subsistência das populações rurais.(Garrity & Agus ,2000) Os Sistemas Agroflorestais estão sendo apontados como uma técnica muito apropriada para a recomposição de APPs em propriedades rurais familiares, pois são sistemas que permitem conciliar produção e preservação ambiental, além de ser um sistema mais compatível com a realidade da agricultura familiar (OLIVEIRA, 2011). Pequenas Propriedades As pequenas propriedades dominam o cenário rural do Rio de Janeiro onde, segundo o IBGE (2002), 92,8% do total se constituem de menos de 01 hectare de área. A APA do Guandú possui microbacias com presença de captação de água e tem a presença de pequenas propriedades nessas microbacias. Qualquer medida proposta que resulte em perda de área agricultável vai enfrentar forte resistência dos pequenos produtores. Por isso, o projeto deve estar ligado a alternativas que compensem ou viabilizem economicamente as propriedades rurais, de modo que a recuperação das áreas degradadas seja feita de forma que gere menor custo para o agricultor. Benefícios para o Proprietário Melhor utilização do espaço; Melhora as características químicas, físicas e biológicas do solo; Diminui o risco de perda completa da cultura; Uso positivo da sombra; Aumentar a rentabilidade líquida da propriedade. Cenário Futuro Áreas de captação de água protegidas; Água em quantidade e qualidade para a população; Menores custos de tratamento da água pela ETA Guandu; Alternativa de renda aos produtores rurais da região. Fortalecimento de laços entre a comunidade local do entorno da APA do Rio Guandu; Conscientização da população da importância da APA. Bibliografia DUBOIS, J.C.; VIANA, V.M.; ANDERSON, A B. Manual agroflorestal para Amazônia. v.1, 228p. REBRAF, Rio de Janeiro, 1996. OLIVEIRA, T. L. C. Sistemas Agroflorestais: Perspectivas de Uso em Propriedades Rurais na Região de Cacaria, Piraí-Rj. 2011. 54 pg. Monografia (Curso Engenharia Florestal) – Instituto de Floresta, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, 2011. UFRRJ (1986) (Coord. R. Valcarcel) Diagnóstico Conservacionista do Sistema Light-Cedae. Relatório Final. 279p. UFRRJ. Itaguaí, RJ. OBRIGADA!