A CELEBRAÇÃO DO
MISTÉRIO CRISTÃO
Ó Trindade Santa, que quereis que todos os homens e
mulheres recebam e participem da Boa Nova de vosso
Reino, nós vos louvamos pelo testemunho e pelo
trabalho de evangelização realizados nestes anos em
nossa Arquidiocese de Pouso Alegre.
Diante da realidade do Sul de Minas,
em constante transformação, nossa
Igreja se coloca a caminho da 9ª
Assembleia de Pastoral com o tema:
“Igreja Viva em Missão” e com o
lema: “À mesa da Palavra e do Pão,
somos alimentados e enviados em
missão”.
Concedei-nos, Senhor, perceber os apelos do Espírito,
responder aos desafios e dar novo impulso à
evangelização, buscando e vivendo a comunhão,
participação e a fidelidade na missão. Renovai em
todos nós o encantamento pelo vosso Reino.
Que Maria, Mãe de Cristo e da Igreja,
São Sebastião, nosso padroeiro
arquidiocesano, sejam nossos
intercessores e estejam conosco nesta
caminhada de fé e vida.
Amém!
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OS SETE SACRAMENTOS DA IGREJA
III. Os efeitos da Confirmação
1302. Ressalta desta celebração que o efeito do
sacramento da Confirmação é uma efusão especial
do Espírito Santo, tal como outrora foi concedida
aos Apóstolos, no dia de Pentecostes.
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1303. Por esse fato, a Confirmação proporciona
crescimento e aprofundamento da graça batismal:
– enraíza-nos mais profundamente na filiação
divina, que nos leva a dizer « Abba! Pai!» (Rm
8,15);
– une-nos mais firmemente a Cristo;
– aumenta em nós os dons do Espírito Santo;
– torna mais perfeito o laço que nos une à Igreja;
– dá-nos uma força especial do Espírito Santo para
propagarmos e defendermos a fé, pela palavra e pela
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ação, como verdadeiras testemunhas de Cristo, para
confessarmos com valentia o nome de Cristo, e para
nunca nos envergonharmos da cruz:
«Lembra-te, pois, de que recebeste o sinal espiritual,
o espírito de sabedoria e de entendimento, o espírito
de conselho e de fortaleza, o espírito de ciência e de
piedade, o espírito do santo temor, e guarda o que
recebeste. Deus Pai marcou-te com o seu sinal, o
Senhor Jesus Cristo confirmou-te e pôs no teu
coração o penhor do Espírito».
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1304. Tal como o Batismo, de que é a consumação,
a Confirmação é dada uma só vez. Com efeito, a
Confirmação imprime na alma uma marca
espiritual indelével, o «carácter», que é sinal de que
Jesus Cristo marcou um cristão com o selo do seu
Espírito, revestindo-o da fortaleza do Alto, para que
seja sua testemunha.
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1305. O «carácter» aperfeiçoa o sacerdócio comum
dos fiéis, recebido no Batismo, e «o confirmado
recebe a força de confessar a fé de Cristo
publicamente e como em virtude dum encargo
oficial (quasi ex officio)».
IV. Quem pode receber este sacramento?
1306. Todo o batizado ainda não confirmado pode e
deve receber o sacramento da Confirmação. Uma
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vez que Batismo, Confirmação e Eucaristia formam
uma unidade, segue-se que «os fiéis têm obrigação de
receber este sacramento no tempo devido», porque, sem
a Confirmação e a Eucaristia, o sacramento do Batismo
é, sem dúvida, válido e eficaz, mas a iniciação cristã
fica incompleta.
1307. O costume latino, desde há séculos, aponta «a
idade da discrição» como ponta de referência para se
receber a Confirmação. Em perigo de morte, porém,
devem confirmar-se as crianças, mesmo que ainda não
tenham atingido a idade da discrição.
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1308. Se por vezes se fala da Confirmação como
«sacramento da maturidade cristã», não deve, no
entanto, confundir-se a idade adulta da fé com a
idade adulta do crescimento natural, nem esquecerse que a graça batismal é uma graça de eleição
gratuita e imerecida, que não precisa duma
«ratificação» para se tornar efetiva. São Tomás
recorda isso mesmo:
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«A idade do corpo não constitui um prejuízo para a
alma. Por isso, mesmo na infância, o homem pode
receber a perfeição da idade espiritual de que fala a
Sabedoria (4,8): «A velhice honrada não é a que dão
os longos dias, nem se avalia pelo número dos
anos». E foi assim que muitas crianças, graças à
fortaleza do Espírito Santo que tinham recebido,
lutaram corajosamente e até ao sangue por Cristo».
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1309. A preparação para a Confirmação deve ter por
fim conduzir o cristão a uma união mais íntima com
Cristo e a uma familiaridade mais viva com o Espírito
Santo, com a sua ação, os seus dons e os seus apelos,
para melhor assumir as responsabilidades apostólicas
da vida cristã. Desse modo, a catequese da
Confirmação deve esforçar-se por despertar o sentido
de pertença à Igreja de Jesus Cristo, tanto à Igreja
universal como à comunidade paroquial. Esta última
tem uma responsabilidade particular na preparação dos
confirmandos.
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1310. Para receber a Confirmação é preciso estar em
estado de graça. Convém recorrer ao sacramento da
Penitência para ser purificado, em vista do dom do
Espírito Santo. E uma oração mais intensa deve
preparar para receber com docilidade e disponibilidade
a força e as graças do Espírito Santo.
1311. Tanto para a Confirmação, como para o Batismo,
convém que os candidatos procurem a ajuda espiritual
dum padrinho ou de uma madrinha. É conveniente que
seja o mesmo do Batismo, para marcar bem a unidade
dos dois sacramentos.
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V. O ministro da Confirmação
1312. O ministro originário da Confirmação é o
bispo.
No Oriente, é ordinariamente o sacerdote que batiza
quem imediatamente confere a Confirmação, numa
só e mesma celebração. Fá-lo, no entanto, com o
santo crisma consagrado pelo patriarca ou pelo
bispo, o que exprime a unidade apostólica da Igreja,
cujos laços são reforçados pelo sacramento da
Confirmação. Na Igreja latina aplica-se a mesma
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disciplina nos batismos de adultos ou quando é
admitido à plena comunhão com a Igreja um
batizado de outra comunidade cristã, que não tenha
recebido validamente o sacramento da Confirmação.
1313. No rito latino, o ministro ordinário da
Confirmação é o bispo. Mesmo que o bispo possa,
em caso de necessidade, conceder a presbíteros a
faculdade de administrar a Confirmação, é
conveniente que seja ele mesmo a conferi-la, não se
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esquecendo de que foi por esse motivo que a
celebração da Confirmação foi separada, no tempo,
da do Batismo. Os bispos são os sucessores dos
Apóstolos e receberam a plenitude do sacramento
da Ordem. A administração deste sacramento feita
por eles, realça que ele tem como efeito unir mais
estreitamente aqueles que o recebem à Igreja, às
suas origens apostólicas e à sua missão de dar
testemunho de Cristo.
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1314. Se um cristão estiver em perigo de morte,
qualquer sacerdote pode conferir-lhe a
Confirmação. De fato, é vontade da Igreja que
nenhum dos seus filhos, mesmo pequenino, parta
deste mundo sem ter sido levado à perfeição pelo
Espírito Santo com o dom da plenitude de Cristo.
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Resumindo:
1315. «Quando os Apóstolos que estavam em
Jerusalém ouviram dizer que a Samaria recebera a
Palavra de Deus, enviaram-lhe Pedro e João.
Quando chegaram lá, rezaram pelos samaritanos
para que recebessem o Espírito Santo, que ainda
não tinha descido sobre eles. Apenas tinham sido
batizados em nome do Senhor Jesus. Então
impunham-lhes as mãos e eles recebiam o Espírito
Santo» (At 8,14-17).
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Resumindo:
1316. A Confirmação completa a graça batismal;
ela é o sacramento que dá o Espírito Santo, para
nos enraizar mais profundamente na filiação
divina, incorporar-nos mais solidamente em Cristo,
tornar mais firme o laço que nos prende à Igreja,
associar-nos mais à sua missão e ajudar-nos a dar
testemunho da fé cristã pela palavra, acompanhada
de obras.
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OS SETE SACRAMENTOS DA IGREJA
Resumindo:
1317. A Confirmação, tal como o Batismo, imprime
na alma do cristão um sinal espiritual ou carácter
indelével; é por isso que só se pode receber este
sacramento uma vez na vida.
1318. No Oriente, este sacramento é administrado
imediatamente a seguir ao Batismo e é seguido da
participação na Eucaristia; esta tradição põe em
relevo a unidade dos três sacramentos da iniciação
cristã. Na Igreja latina, este sacramento é
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Resumindo:
administrado quando se atinge a idade da razão e
ordinariamente a sua celebração é reservada ao bispo,
significando assim que este sacramento vem robustecer
o vínculo eclesial.
1319. O candidato à Confirmação, que atingiu a idade
da razão, deve professar a fé, estar em estado de graça,
ter a intenção de receber o sacramento e estar
preparado para assumir o seu papel de discípulo e
testemunha de Cristo, na comunidade eclesial e nos
assuntos temporais.
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Resumindo:
1320. O rito essencial da Confirmação é a unção
com o santo crisma na fronte do batizado (no
Oriente também em outros órgãos dos sentidos),
com a imposição da mão do ministro e as
palavras: «Accipe signaculum doni Spiritus Sancti
– Recebe por este sinal o Espírito Santo, o Dom de
Deus» (no rito Romano) ou: «Signaculum doni
Spiritus Sancti – Selo do dom que é o Espírito
Santo» (no rito Bizantino).
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Resumindo:
1321. Quando a Confirmação é celebrada
separadamente do Batismo, a sua ligação com este
sacramento é expressa, entre outras coisas, pela
renovação dos compromissos batismais. A
celebração da Confirmação no decorrer da
Eucaristia contribui para sublinhar a unidade dos
sacramentos da iniciação cristã.
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O SACRAMENTO DA EUCARISTIA
1322. A sagrada Eucaristia completa a iniciação
cristã. Aqueles que foram elevados à dignidade do
sacerdócio real pelo Batismo e configurados mais
profundamente com Cristo pela Confirmação,
esses, por meio da Eucaristia, participam, com toda
a comunidade, no próprio sacrifício do Senhor.
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1323. «O nosso Salvador instituiu na última ceia,
na noite em que foi entregue, o sacrifício
eucarístico do seu corpo e sangue, para perpetuar
pelo decorrer dos séculos, até voltar, o sacrifício da
cruz, confiando à Igreja, sua esposa amada, o
memorial da sua morte e ressurreição: sacramento
de piedade, sinal de unidade, vínculo de caridade,
banquete pascal em que se recebe Cristo, a alma se
enche de graça e nos é dado o penhor da glória
futura».
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I. A Eucaristia – fonte e cume da vida eclesial
1324. A Eucaristia é «fonte e cume de toda a vida
cristã». «Os restantes sacramentos, assim como
todos os ministérios eclesiásticos e obras de
apostolado, estão vinculados com a sagrada
Eucaristia e a ela se ordenam. Com efeito, na
santíssima Eucaristia está contido todo o tesouro
espiritual da Igreja, isto é, o próprio Cristo, nossa
Páscoa».
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1325. «A comunhão de vida com Deus e a unidade do
povo de Deus, pelas quais a Igreja é o que é, são
significados e realizados pela Eucaristia. Nela se
encontra o cume, ao mesmo tempo, da ação pela qual
Deus, em Cristo, santifica o mundo, e do culto que no
Espírito Santo os homens prestam a Cristo e, por Ele,
ao Pai».
1326. Enfim, pela celebração eucarística, unimo-nos
desde já à Liturgia do céu e antecipamos a vida eterna,
quando «Deus for tudo em todos» (1 Cor 15, 18 ).
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1327. Em síntese, a Eucaristia é o resumo e a
súmula da nossa fé: «A nossa maneira de pensar
está de acordo com a Eucaristia: e, por sua vez, a
Eucaristia confirma a nossa maneira de pensar».
II. Como se chama este sacramento?
1328. A riqueza inesgotável deste sacramento
exprime-se nos diferentes nomes que lhe são dados.
Cada um destes nomes evoca alguns dos seus
aspectos. Chama-se:
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Eucaristia, porque é ação de graças a Deus. As
palavras« eucharistein» (Lc 22, 19; 1 Cor 11, 24) e
«eulogein» (Mt 26, 26; Mc 14, 22) lembram as
bênçãos judaicas que proclamam – sobretudo
durante a refeição – as obras de Deus: a criação, a
redenção e a santificação.
1329. Ceia do Senhor (150), porque se trata
da ceia que o Senhor comeu com os discípulos na
véspera da sua paixão e da antecipação do banquete
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nupcial do Cordeiro na Jerusalém celeste.
Fracção do Pão, porque este rito, próprio da refeição
dos judeus, foi utilizado por Jesus quando abençoava e
distribuía o pão como chefe de família, sobretudo
aquando da última ceia. É por este gesto que os
discípulos O reconhecerão depois da sua ressurreição e
é com esta expressão que os primeiros cristãos
designarão as suas assembleias eucarísticas. Querem
com isso significar que todos os que comem do único
pão partido, Cristo, entram
em comunhão com Ele e formam um só corpo n'Ele.
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Assembleia eucarística («sýnaxis»), porque a
Eucaristia é celebrada em assembleia de fiéis,
expressão visível da Igreja.
1330. Memorial da paixão e ressurreição do Senhor.
Santo Sacrifício, porque atualiza o único sacrifício
de Cristo Salvador e inclui a oferenda da Igreja; ou
ainda santo Sacrifício da Missa, «Sacrifício de
louvor» (Hb 13,15),Sacrifício espiritual, Sacrifício
puro e santo, pois completa e ultrapassa todos os
sacrifícios da Antiga Aliança.
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Santa e divina Liturgia, porque toda a liturgia da
Igreja encontra o seu centro e a sua expressão mais
densa na celebração deste sacramento; no mesmo
sentido se lhe chama também celebração dos Santos
Mistérios. Fala-se igualmente do Santíssimo
Sacramento, porque é o sacramento dos
sacramentos. E, com este nome, se designam as
espécies eucarísticas guardadas no sacrário.
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1331. Comunhão, pois é por este sacramento que
nos unimos a Cristo, o qual nos torna participantes
do seu corpo e do seu sangue, para formarmos um
só corpo; chama-se ainda as coisas santas («tà
hágia»; «sancta») – é o sentido primário da
«comunhão dos santos» de que fala o Símbolo dos
Apóstolos – , pão dos anjos, pão do céu, remédio
da imortalidade, viático...
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1332. Santa Missa, porque a liturgia em que se
realiza o mistério da salvação termina com o envio
dos fiéis («missio»), para que vão cumprir a
vontade de Deus na sua vida quotidiana.
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III. A Eucaristia na economia da salvação
OS SINAIS DO PÃO E DO VINHO
1333. No centro da celebração da Eucaristia temos
o pão e o vinho que, pelas palavras de Cristo e pela
invocação do Espírito Santo, se tornam o corpo e o
sangue do mesmo Cristo. Fiel à ordem do Senhor, a
Igreja continua a fazer, em memória d'Ele e até à
sua vinda gloriosa, o que Ele fez na véspera da sua
paixão: «Tomou o pão...», «Tomou o cálice com
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vinho...». Tornando-se misteriosamente o corpo e o
sangue de Cristo, os sinais do pão e do vinho
continuam a significar também a bondade da
criação. Por isso, no ofertório [apresentação das
oferendas], nós damos graças ao Criador pelo pão e
pelo vinho, fruto «do trabalho do homem», mas
primeiramente «fruto da terra» e «da videira», dons
do Criador. A Igreja vê no gesto de Melquisedec, rei
sacerdote, que «ofereceu pão e vinho» (Gn 14, 18),
uma prefiguração da sua própria oferenda.
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1334. Na Antiga Aliança, o pão e o vinho são
oferecidos em sacrifício entre as primícias da terra,
em sinal de reconhecimento ao Criador. Mas
também recebem uma nova significação no
contexto do Êxodo: os pães ázimos que Israel come
todos os anos na Páscoa, comemoram a pressa da
partida libertadora do Egito; a lembrança do maná
do deserto recordará sempre a Israel que é do pão
da Palavra de Deus que ele vive. Finalmente, o pão
de cada dia é o fruto da terra prometida, penhor da
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fidelidade de Deus às suas promessas. O «cálice de
bênção» (1 Cor 10,16), no fim da ceia pascal dos
judeus, acrescenta à alegria festiva do vinho uma
dimensão escatológica – a da expectativa
messiânica do restabelecimento de Jerusalém. Jesus
instituiu a sua Eucaristia dando um sentido novo e
definitivo à bênção do pão e do cálice.
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1335. Os milagres da multiplicação dos pães,
quando o Senhor disse a bênção, partiu e distribuiu
os pães pelos seus discípulos para alimentar a
multidão, prefiguram a superabundância deste pão
único da sua Eucaristia. O sinal da água
transformada em vinho em Caná já anuncia a
«Hora» da glorificação de Jesus. E manifesta o
cumprimento do banquete das núpcias no Reino do
Pai, onde os fiéis beberão do vinho novo tornado
sangue de Cristo.
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1336. O primeiro anúncio da Eucaristia dividiu os
discípulos, tal como o anúncio da paixão os
escandalizou: «Estas palavras são insuportáveis! Quem
as pode escutar?» (Jo 6,60). A Eucaristia e a cruz são
pedras de tropeço. É o mesmo mistério e não cessa de
ser ocasião de divisão. «Também vos quereis ir
embora?» (Jo 6,67): esta pergunta do Senhor ecoa
através dos tempos, como convite do seu amor a
descobrir que só Ele tem «palavras de vida
eterna»(Jo 6,68) e que acolher na fé o dom da sua
Eucaristia é acolhê-1'O a Ele próprio.
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Catecismo da Igreja Católica