Geografia Concurso PM – 2012 Geografia serve pra quê? "... a principal forma de relação entre o homem e a natureza, ou melhor, entre o homem e o meio, é dada pela técnica - um conjunto de meios instrumentais e sociais, com os quais o homem realiza sua vida, produz, e ao mesmo tempo, cria espaço". (Adaptado de Milton SANTOS, A Natureza do espaço, Edusp, p. 63) "... A Geografia e a cartografia, em particular, são matérias que envolvem um conhecimento estratégico, o qual permite às pessoas que desconhecem seu espaço e sua representação, passarem a organizar e dominar esse espaço". (Yves LACOSTE. A Geografia, isso serve p/ fazer a Guerra. Campinas, Papirus, 1988) Geografia serve pra quê? "... A Geografia está na vanguarda de muitas frentes de trabalho. Do ponto de vista teórico lidera uma das correntes mais respeitadas, pois decidimos enfrentar o desafio de procurar uma maior aderência da nossa disciplina para fazer face às rápidas mudanças do mundo de hoje. Assim, conceitos como: espaço geográfico, território, região, etc tiveram que ser revisados. " (Adaptado de Maria Adélia A. de SOUZA. Os próximos passos da ciência. In Ciência Hoje.Vol. 24, nº 140, julho/1998. P. 47) O grande segredo p/ os professores melhorarem a transmissão das informações geomorfológicas é mostrar ao aluno em que ambiente geomorfológico ele está, como é o seu espaço, o seu lugar. A partir desse contato é que se pode buscar novos ambientes, novos lugares e utilizar o livro didático como ferramenta auxiliar p/ novas compreensões.". (Jurandyr ROSS, em entrevista à Revista Discutindo a Geografia.Ano 1, nº 1/Julho/2004. P. 15) O homem, ao longo de sua história, foi se adaptando ao ambiente em que vivia, conforme suas necessidades. Como precisava de água, morava perto dos rios para poder trabalhar com a agricultura, as plantações dos alimentos, e manter condições de sobrevivência. Dessa forma, as cidades foram sendo formadas, pois as aglomerações de homens em determinadas regiões fizeram com que as instalações das pessoas melhorassem, através da construção de casas, igrejas, locais para diversão, escolas, etc. Para que isso fosse possível, o homem teve que modificar o ambiente natural. Dessa forma, parte da natureza foi destruída para abrir espaço para as construções. través das construções, foram se formando as diferentes regiões, os países, os estados e as cidades, e sempre prejudicando e destruindo a paisagem natural, por mais que o homem tentasse preservá-la. O crescimento populacional dos seres humanos contribuiu para que grande quantidade da natureza fosse destruída e isso acarretou em grandes problemas à vida do planeta. A poluição das cidades tem causado muitos problemas, como a destruição da camada de ozônio, favorecendo o aumento de doenças como o câncer e as doenças respiratórias. Devido ao efeito estufa, temos o aumento do calor na Terra, provocando a estiagem das chuvas, o que leva à diminuição das águas dos rios. O calor excessivo tem provocado o derretimento das geleiras, aumentando as águas dos mares e oceanos, provocando catástrofes. As cidades estão tão cheias, lotadas, que as favelas vão aumentando. Nesses locais não há condições dignas de moradia para as pessoas, sem saneamento básico, com esgotos abertos, sem água tratada, causando várias doenças. Espaço Geográfico – Geografia Física Geosfera é um termo que denota o corpo sólido daTerra, em contraste com a Hidrosfera. A Geosfera é costituida pelo núcleo do globo, pelo manto e pela Litosfera. O núcleo tem aproximadamente 3500km de espessura e é constituído essencialmente por ferro, sendo portanto muito denso. É constituído por uma parte interior sólida com cerca de 1200km e por uma parte líquida. O manto terrestre estende-se desde cerca de 30 km de profundidade (podendo ser bastante menos nas zonas oceânicas) até aos 2 900 km abaixo da superfície (transição para o núcleo). A astenosfera é a parte superior do manto, econtra-se em estado líquido. Os movimentos de convecção e divergência do material plástico dão origem aos movimentos das placas tectónicas. A litosfera é a camada superior, constituida pela crosta oceânica e pela crosta continental. A crosta oceânica é mais fina (3 a 10km) e densa que a crosta continental (35-50km). Espaço geográfico é qualquer região ou fração de espaço do planeta. O espaço geográfico pode ser dividido essencialmente em três subespaços: Geosfera (ao qual pertence a litosfera); Hidrosfera e Atmosfera. A combinação da litosfera com a hidrosfera e a atmosfera constitui um subespaço geográfico denominado biosfera. Este subespaço recebe tal denominação por corresponder à porção do planeta que é capaz de comportar vida. Para a geografia física o espaço geográfico é o espaço concreto ou físico inserido na interface "litosferahidrosfera-atmosfera". É o espaço de todos os seres vivos, não só o espaço do homem. O espaço geográfico foi formado a 4,5 bilhões de anos quando a Terra foi formada. De lá para cá houve mudanças profundas na sua estrutura, composição química e na paisagem geográfica. Oceanos apareceram, oxigênio ficou abundante, devido o papel das algas e plantas superiores. Quando o homem surgiu na Terra ele já estava formado. Com o tempo a humanidade começou a modifica-lo através da tecnologia. Hoje as paisagens geográficas estão bastante modificadas, mas a natureza continua determinando tudo ou quase tudo. Só o fato do homem precisar respirar é um fator determinante. Hidrosfera é a esfera de todas as águas do planeta, os quais formam uma camada descontínua sobre a superfície da Terra. Compreende todos os rios, lagos,lagoas e mares e todas as águas subterrâneas, bem como as águas marinhas e salobras, águas glaciais e lençóis de gelo, vapor de água, as quais correspondem a 71% de toda a superfície terrestre Incluem-se na hidrosfera todos os organismos vivos que habitam na água ou dependem dela e também todos os habitats aquáticos. A atmosfera terrestre consiste, da superfície até o espaço, da troposfera, da estratosfera, mesosfera, ionosfera e exosfera. A nossa atmosfera também protege a vida na Terra impedindo que os nocivos raios ultravioletas do Sol cheguem diretamente ao planeta. A hidrosfera e a atmosfera juntas permitem a vida no planeta, tendo sido também os agentes formadores dos mais importantes combustíveis fósseis: o petróleo e o carvão. Geografia Humana e Espaço Geográfico. Na corrente conhecida como geografia tradicional, o conceito de espaço não era uma categoria central de pesquisa, pois os geógrafos trabalhavam principalmente com os conceitos de superfície terrestre, região, paisagem e território. Já a partir da década de 1950, com a chegada da geografia quantitativa, o conceito de espaço tornou-se central nas pesquisas em geografia humana. De fato, essa corrente do pensamento geográfico definia a geografia como a ciência que estuda a organização espacial, ou seja, a lógica que estabelece os padrões de distribuição espacial dos fenômenos e as relações que conectam pontos diferentes do espaço. Nesse sentido, a geografia precisava entender a lógica do comportamento dos agentes sociais para poder explicar a localização das atividades humanas e os fluxos de pessoas, mercadorias e informações que conectam os lugares. Mas, de meados dos anos 1970 em diante, o conceito de espaço foi totalmente redefinido pela geografia crítica. Essa corrente afirma que, assim como a cultura, a política e a economia são instâncias da sociedade, o mesmo ocorre com o espaço, que, como produto social, reflete os processos e conflitos sociais, ao mesmo tempo em que influi neles. Para a maior parte dos geógrafos críticos, como Milton Santos, Ruy Moreira, David Harvey, entre outros, o objeto de estudo da geografia é o espaço, concebido de forma humanizada e politizada como uma instância social. Segundo essa última concepção, que é a predominante na atualidade, a sociedade se expressa inteira no espaço geográfico, num feixe de relações sociais, políticas e econômicas que as pessoas estabelecem entre si e delas com o espaço. As relações entre as pessoas são construídas na família, no trabalho, na escola, na universidade, no lazer, na igreja, etc. As relações de trabalho nos últimos anos passam por uma enorme transformação provocada pela rapidez do avanço tecnológico e sua aplicação nos processos produtivos. As paisagens geográficas mudam, mas porque elas mudam? As paisagens mudam porque precisam incorporar novos objetos que a ciência descobriu e novos elementos que a técnica cria por meio do trabalho do ser humano. É partindo da ciência e da tecnologia que objetos são fabricados pelos homens. Alguns desses objetos são incorporados á nossa rotina sem maiores implicações, como o telefone celular, por exemplo. Outros objetos exigem implantação de novos arranjos espaciais que facilitem o seu uso pelas pessoas, no dia a dia, sabe:derruba isso constrói aquilo...E assim a paisagem muda. Isso sem considerar os fenômenos naturais: os terremotos,as inundações, os deslizamentos de terra e outros. Superfície Terrestre. A área total da Terra é de aproximadamente 510 milhões de Km². Sua superfície se apresenta bastante irregular, possuindo terras emersas (terras situadas acima do nível do mar) e terras submersas, cobertas de água. Entretanto, a maior parte da Terra se encontra coberta de água, ou seja. cerca de 71% de sua superfície é constituída pelos oceanos, mares, lagos, rios etc. As terras emersas correspondem apenas a 29% da superfície terrestre e são formadas por continentes e ilhas, onde vivem os homens. A distribuição dos continentes e oceanos também não ocorre de forma uniforme. Pode-se observar no mapa-múndi que há mais terras emersas no hemisfério Norte, enquanto no hemisfério Sul há um predomínio de água. Na verdade, a água predomina em ambos os hemisférios, sendo que no hemisfério Sul a quantidade é bastante superior em relação à porcentagem de terras emersas. Em razão disso, o hemisfério Sul é chamado de “Hemisfério das águas”,enquanto o hemisfério Norte é denominado de “Hemisfério das terras”. Continentes Definição: grandes porções de terras emersas, limitadas pelas águas dos mares e oceanos. A diferença entre um continente e uma ilha está no tamanho, pois a ilha também é uma porção de terra cercada de água por todos os lados, só que ela é menor que o continente. Observando o planisfério (mapa-múndi), podemos verificar que a Terra possui seis continentes. O mais extenso de todos é a Ásia, seguido pela América, África, Antártida, Europa e Oceania. Contudo. alguns autores consideram apenas cinco massas continentais, visto que levando em consideração a definição de continente (grande porção de terra emersa, limitada pelas águas dos mares e oceanos), a Europa e a Ásia se encontram no mesmo bloco de terras emersas e, sendo assim, ambas forma um só continente, o qual é denominado - por estes autores - de Eurásia. De acordo com estes referidos autores, a Europa seria uma península da Eurásia. Península corresponde a uma ponta de terra continental que avança sobre o mar. Os limites entre a Europa e a Ásia são constituídos pelos Montes Urais (maciço antigo), o rio Ural, o mar Cáspio e o mar Negro. Oceanos. Definição: vastas extensões de águas salgadas, profundas, que cobrem grande parte da Terra. Oceano Atlântico: é o mais importante de todos por sua capacidade de navegação (mais intensa tanto a nível comercial quanto de passageiros) e de localização geográfica, principalmente ao Norte, pois liga os países mais ricos do planeta (os EUA e Canadá, na América, com os países da Europa); Oceano Pacífico: é o mais extenso dos oceanos e neste se localiza o maior número de fossas submarinas e as mais profundas (Mindanau, 11.684 m; das Marianas, 11.033 m, etc). Constitui-se em uma zona de grande instabilidade tectônica,sendo constantemente afetado por terremotos, maremotos e vulcanismos. Oceano Índico: é o que apresenta as maiores temperaturas, uma vez que se localiza quase totalmente na zona tropical; Oceano Glacial Ártico: é o menor de todos os oceanos. Encontra-se congelado à superfície (banquisas) a maior parte do ano, embora suas condições ambientais estejam alteradas sob os efeitos do Aquecimento Global; Oceano Glacial Antártico: caracteriza-se por ser totalmente aberto, sendo formado pelas águas dos oceanos (Atlântico, Pacífico e Índico). Por estar localizado na Zona Polar Antártica, suas águas também se apresentam congeladas à superfície (as chamadas banquisas) Oceano ≠ Mar: o Mar é uma porção de água, menos profunda. De acordo com a sua localização geográfica, os mares podem ser classificados em três tipos: Mar Aberto ou Costeiro: quando se encontra localizado junto à costa litorânea, sob a plataforma continental. Neste caso, o mar é uma extensão natural do oceano, só que sob a influência do continente (aporte das águas fluviais, esgotos, resíduos sólidos etc.). Exemplos: Mar do Caribe, Mar Amarelo e Mar Arábico; Mar de Interior ou Continental ou Mediterrâneo: quando se localiza no interior do continente, mantendo contato com outro corpo de água (mares ou oceanos) através de um canal (estreito). Exemplos: Mar Negro, mar Mediterrâneo e Mar Báltico; Mar Fechado ou Isolado: quando este se encontra localizado no interior do continente e não mantém contato com outro corpo de água (mar ou oceano). Exemplos: Mar Morto, Mar de Aral e Mar Cáspio. Território. A concepção mais comum de território (na ciência geográfica) é a de uma divisão administrativa. Através de relações de poder, são criadas fronteiras entre países, regiões, estados, municípios, bairros e até mesmo áreas de influência de um determinado grupo. Para Friedrich Ratzel, o território representa uma porção do espaço terrestre identificada pela posse, sendo uma área de domínio de uma comunidade ou Estado. Nesse sentido, o conceito de território abrange mais que o Estado-Nação. Qualquer espaço definido e delimitado por e a partir de relações de poder se caracteriza como território. Uma abordagem geopolítica, por exemplo, permite afirmar que um consulado ou uma embaixada em diferentes países, seja considerado como parte de um território de outra nação. Portanto, o território não se restringe somente às fronteiras entre diferentes países, sendo caracterizado pela ideia de posse, domínio e poder, correspondendo ao espaço geográfico socializado, apropriado para os seus habitantes, independentemente da extensão territorial Em nosso dia-a-dia, a palavra região é utilizada em várias circunstâncias. Falamos em região industrial, região da laranja, região da seca, região do Bico do Papagaio, região de expansão das fronteiras agrícolas, região do IBGE, região natural, região mais pobre, mais rica, e várias outras delimitações territoriais em que a palavra pode ser livremente utilizada. Todas elas possuem uma característica comum independentemente do tamanho, são áreas que se diferenciam do seu entorno por uma ou mais particularidades. A organização socioeconômica de atual de uma região é resultante da forma como ela foi-se estruturando ao longo da historia.Algumas mudaram de função econômica (substituição da pecuária pelo cultivo, da agricultura voltada para o mercado interno pela de produtos de exportação); outras, devido ao desmatamento, deixaram de ser uma região natural; ou ainda, foram criadas novas regiões industriais, turísticas, etc. Após a Segunda Guerra Mundial, sobretudo com o avanço da globalização da economia, muitas regiões ampliaram o alcance de suas relações: deixaram de ter importância apenas local e se tornaram centros conectados com outras partes do mundo. Região. Fronteira. Fronteira Brasil-Argentina: à esquerda, Barracão(PR), à direita, Bernardo de Irigoyen, e nos prédios ao fundo, Dionísio Cerqueira(SC) Portanto, o entendimento que chegamos de fronteiras, é que estas não passam de culturais, étnicas, religiosas, econômicas e sociais, que são existências históricas e não definidas, pelo fato de suas limitações ainda estarem abertas. A fronteira deve ser entendida como meio de articulação dos Estados de manter os seus respectivos limites sazonais. Dessa forma, entre limites como meio que separa as unidades políticas soberanas, da mesma forma fatores físicos, geográficos ou culturais. Essa abstração de limites acaba interferindo radicalmente na vida cotidiana das populações que vivem em determinados locais. A fronteira, portanto, deve ser entendida como um processo de formação social e histórico, esses no caso são simbolicamente produzidos, sendo na grande maioria abertos e não acabados, portanto conduzidos a um processo de contínua transformação. Dessa maneira, antes de tudo as fronteiras constituiriam em zonas vivas, sejam naturais, como artificiais, a primeira pelo fato de se identificar com os elementos físicos, a segunda com as linhas formais. Assim, a fronteira sempre passou pela identidade de condição nacionalista, onde os países procuraram desenvolver determinados limites quanto aos seus respectivos sistemas políticos e econômicos. Movimentos Populacionais MIGRAÇÃO Trata-se do deslocamento ou movimento do indivíduo ou de sociedades humanas de um lugar para outro. Qualquer mobilidade espacial envolve duas áreas, de um lado se configura a saída (emigração) e do outro, o movimento de entrada (imigração). O movimento migratório pode ser provocado por diferentes fatores, podendo estes serem de atração ou de expulsão. FATORES POSSÍVEIS DE SAÍDA (EXPULSÃO) - Guerras ou conflitos armados; - Condições climáticas rigorosas; - Perseguições políticas, religiosas ou étnicas; - Desastres naturais (cheias, secas, incêndios naturais, terremotos, erupções vulcânicas etc.); - Desastres de origem antrópica (acidente nuclear, contaminação ambiental de grandes proporções e comprometimento da qualidade de vida etc.); - Epidemias; -Estagnação econômica. FATORES POSSÍVEIS DE ENTRADA (ATRAÇÃO) - Maior oferta de emprego; -Tolerância política, ideológica, religiosa ou racial; - Dinamismo econômico; - Melhores condições de vida; - Programa ou Política governamental, estimulando a imigração. Em consequência da Globalização, hoje, as migrações se caracterizam mais pelo fator econômico, incluindo aí, todos os aspectos relacionados a este, tais como oferta de emprego, melhores condições de vida, salários atrativos, ofertas de cursos para aprimoramento e/ou aperfeiçoamento profissional etc. Em razão disso, até hoje se mantiveram e ampliaram-se os fluxos de pessoas dos países subdesenvolvidos (pobres) para os países desenvolvidos (ricos). Em relação às ÁREAS de deslocamento, as migrações podem ser: INTERNAS OU NACIONAIS: quando o deslocamento do indivíduo é realizado entre cidades, estados ou regiões no âmbito de seu próprio país. Estas se subdividem em : Migração inter-regional: quando se realiza de uma região para outra. Exemplo: Migração de nordestinos para a região Sudeste; Migração intra-regional: quando se realiza dentro da mesma região.Exemplo: Migração da da área rural para os centros urbanos, em busca de melhores condições de vida. EXTERNAS OU INTERNACIONAIS: Quando o deslocamento do indivíduo é realizado entre países. Exemplo: Migração de brasileiros para os EUA, Itália ou Espanha. As migrações podem ocorrer sob as seguintes CIRCUNSTÂNCIAS: MIGRAÇÃO ESPONTÂNEA: quando ela se dá por livre escolha do próprio migrante; MIGRAÇÃO FORÇADA: quando o indivíduo é obrigado, forçado a migrar, de acordo com o interesse de terceiros. Exemplo: o negro africano por ocasião do tráfico de escravos. MIGRAÇÃO PLANEJADA: quando ela se dá de forma a cumprir um determinado objetivo. MIGRAÇÃO CONTROLADA: quando sua iniciativa faz parte da política ou do programa de governo, cabendo a este regular o fluxo de pessoas tanto para fora (emigrantes) quanto para dentro de suas fronteiras (imigrantes). Amigração controlada se subdivide em: - Restringida: quando o governo impõe restrições, dificultando a imigração.Exemplo: a política atual de imigração dos EUA e de muitos países europeus. - Estimulada: quando o governo possibilita o fluxo de migrantes tanto interno quanto externamente (entrada de estrangeiros). Exemplo: Política brasileira de imigração para as fazendas de café em nosso território. Quanto ao TEMPO DE PERMANÊNCIA do migrante, a Migração pode ser: DEFINITIVA: quando a opção de não voltar é do próprio sujeito ou, por algum motivo, este não mais retorne ao seu lugar de origem. TEMPORÁRIA: quando há intenção de retorno, isto é, a migração se dá por um tempo determinado. Exemplos: Turistas em férias; indivíduos que vão estudar em outro país por um período de tempo etc. As migrações temporárias se subdividem em: Pendular: corresponde ao deslocamento diário, ou seja, aquele que é realizado em um período de tempo curto. Exemplo: Estudantes que estudam, todos os dias, em outro município ou indivíduos que trabalham, diariamente, em outra cidade, regressando para casa ao final da tarde ou da noite. Por muitos anos, a dinâmica econômica entre as cidades se manteve na relação entre as chamadas áreas periféricas (local de moradia da maior parte dos trabalhadores) e as ditas áreas centrais ou metropolitâneas (local do trabalho). A capacidade de atração destas últimas acabavam determinando um movimento a grandes distâncias, diários, entre a casa e o trabalho. E, em consequência disso, as cidades de moradia dos trabalhadores passaram a ser concebidas comocidades-dormitórios. Embora, muitas cidades ainda permaneçam com esta característica, outras – que anteriormente se configuravam como cidades-dormitórios - apresentaram um crescimento econômico, com relativo acréscimo de postos de trabalhos (formais e/ou informais) e, consequentemente, um aumento no percentual de pessoas trabalhando no próprio município de sua residência. Transumância: corresponde à migração periódica (sazonal), que compreende um período de tempo maior, relacionada às estações do ano. Exemplo: O migrante sai de um determinado espaço por ocasião de uma estação do ano, como o inverno – por exemplo – e posteriormente retorna, quando do início da primavera, quando a temperatura já está mais elevada. Outro exemplo, por questões da época da colheita, muitos trabalhadores rurais migram para as áreas de produção e só retornam após finalizarem os trabalhos (cana de açúcar). Demografia Brasileira. Crescimento, fecundidade e outros dados demográficos No último século a população brasileira multiplicou por dez: em 1900 residiam no Brasil cerca de 17 milhões de pessoas, no ano 2000 quase 170 milhões. Desde o primeiro recenseamento (1872) ocorreram várias mudanças no padrão da evolução demográfica brasileira. Até o início da década de 1930 o crescimento da população do Brasil contou com forte contribuição da imigração. A partir de 1934, com a adoção da "Lei de Cotas" que estabelecia limites à entrada de imigrantes, o aumento da população dependeu, principalmente, do crescimento vegetativo (cv), isto é, a diferença entre as taxas de natalidade e a de mortalidade expressa em % (por cem) ou %0 ( por mil) habitantes. No entanto, foi depois da Segunda Guerra Mundial (1939-45) que o crescimento tornou-se acelerado, devido à diminuição das taxas de mortalidade. Isso é explicado por fatores como a expansão da rede de esgoto, acesso à água encanada, campanhas de vacinação em massa, acesso a medicamentos básicos, etc. Entre 1940 a 1960 foi registrada a maior evolução das taxas de crescimento populacional, atingindo em 1960 a taxa de 2,9% a.a. (ao ano - ou 29%0 a.a.). Este período marcou a primeira fase de transição demográfica brasileira. A partir da década de 1960, começou a ocorrer uma desaceleração demográfica contínua: a diminuição das taxas de natalidade passou a ser maior que a das taxas de mortalidade, registrando em 2000 um crescimento demográfico de 1,6% a.a., com tendência à queda. Essa mudança no padrão do crescimento populacional brasileiro mostra uma situação típica dasegunda fase de transição demográfica. Mudanças das taxas de fecundidade A razão fundamental da queda das taxas de crescimento populacional no Brasil foi a diminuição da taxa de fecundidade (média de número de filhos por mulher em idade de procriar, entre 15 a 49 anos), que caiu de 6,3 filhos, em 1960, para 2,0 filhos, em 2006, o que significa que as famílias brasileiras estão diminuindo. Apesar do crescimento cada vez mais lento, a população brasileira deverá chegar a 183 milhões de habitantes no final de 2009. O número de brasileiros mais que dobrou em 35 anos, uma vez que em 1970 havia 90 milhões de pessoas no país. Apenas nos últimos cinco anos - 2000 e 2005 - cerca 15 milhões de habitantes foram acrescentados ao país. Urbanização e queda das taxas de crescimento O intenso processo de urbanização, verificado no Brasil principalmente a partir da década de 1960, foi o principal responsável pela redução das taxas de fecundidade e a conseqüente queda das taxas de crescimento demográfico. É na cidade que as informações e o acesso aos métodos de contraconcepção são maiores e foi justamente a partir deste período que a pílula anticoncepcional passou a ser difundida na sociedade brasileira. As mulheres engrossaram o mercado de trabalho urbano e as famílias passaram a dispor de menos tempo para se dedicar aos filhos. Além disso, na cidade as despesas com a criação e formação da criança são maiores que no meio rural, constituindo um fator inibidor para a formação de famílias numerosas. No caso das mulheres mais pobres, diante da dificuldade de terem acesso a métodos de contra-concepção, a esterilização foi a principal opção adotada. Registraram-se no Brasil casos em que a esterilização das mulheres em hospitais públicos foi realizada inclusive sem o consentimento da paciente, logo após o trabalho de parto. As alternativas de contra-concepção mais utilizadas pelas mulheres brasileiras são, respectivamente: a ligadura de trompas (esterilização), a pílula e a camisinha. Nos países desenvolvidos a ligadura de trompas é o método menos utilizado, sendo mais comum a vasectomia, que é o processo de esterilização masculina, que pode ser reversível. Crescimento populacional e estrutura etária A distribuição da população por faixas de idade em um país é conseqüência das taxas de crescimento populacional, da expectativa de vida e das migrações. A população é geralmente agrupada em três faixas etárias: jovens (0-14 anos); adultos (15-64 anos); e idosos (acima de 65 anos). Nos países desenvolvidos, a estrutura etária é caracterizada pela presença marcante da população adulta e de uma porcentagem expressiva de idosos, conseqüência do baixo crescimento vegetativo e da elevada expectativa de vida. Essa situação tem levado a reformas sociais, particularmente, no sistema previdenciário em diversos países do mundo, já que oenvelhecimento da população obriga o Estado a destinar boa parte de seus recursos econômicos para a aposentadoria. Nos países subdesenvolvidos os jovens superam os adultos e os idosos, conseqüência do alto crescimento vegetativo e da baixa expectativa de vida. Essa situação coloca os países subdesenvolvidos numa situação de desvantagem, particularmente os pobres que possuem famílias mais numerosas: sustentar um número maior de filhos limita as possibilidades do Estado e da família em oferecer uma formação de boa qualidade, coloca a criança no mercado de trabalho e reproduz o círculo vicioso da pobreza e da miséria ao dificultar a possibilidade de ascensão social futura. No caso do Brasil, e de outros países classificados como "emergentes", a proporção de jovens tem diminuído a cada ano, ao passo que o índice da população idosa vem aumentando. Essa é uma das razões das mudanças recentes no sistema de previdência social, com estabelecimento de idade mínima para a aposentadoria e teto máximo para pagamento ao aposentado. Pirâmides etárias As pirâmides etárias são representações gráficas (histograma) da população classificada por sexo e idade. No eixo vertical (y) estão indicadas as diversas faixas etárias, enquanto que no eixo horizontal (x) está indicada a quantidade de população: as barras da esquerda representam a população masculina e as barras da direita representam a população feminina. Observe duas pirâmides etárias correspondentes a dois países que apresentam um perfil sócio-econômico bastante diferente. A forma da pirâmide está associada ao nível de desenvolvimento do país. As pirâmides com forma irregular, topo largo e base estreita, correspondem aos países com predomínio de população adulta e população envelhecida, caso dos países desenvolvidos que atingiram ou estão próximos de atingir a fase de estabilização demográfica. As pirâmides de base larga e forma triangular representam países com população predominante jovem e baixa expectativa de vida, caso dos países subdesenvolvidos, em fase de crescimento acelerado, ainda na primeira fase da transição demográfica. No Brasil, a pirâmide etária tem se modificado a cada década. Sua forma revela uma situação intermediária entre as duas primeiras pirâmides apresentadas, de acordo com as alterações recentes ocorridas do padrão demográfico brasileiro. Observe estas mudanças através da sobreposição das pirâmides de 1980 a 2000. Observação: Não existe um critério único para a distribuição da população por faixa etária; o mais adotado (inclusive pelo IBGE, atualmente) divide a população em jovens (0-14 anos), adultos (15-65 anos) e idosos (acima de 65 anos). Essa distribuição tem como critério a população ligada ao mercado de trabalho (pessoas de 15 a 65 anos, aproximadamente), empregada ou não, e as pessoas consideradas fora desse mercado (com menos de 15 anos ou mais de 65 anos, aproximadamente). Deve-se observar que, a divisão da população, em três grandes grupos etários: de 0 a 14 anos, 15 a 64 e 65 anos e mais, não é restritivo. A utilização da divisão dos tradicionais grupos etários é base para o cálculo da razão de dependência em relação à população potencialmente ativa. A razão de dependência é a relação entre a população dependente (menores de 15 anos + acima de 65 anos) e a população em idade ativa (de 15 a 64 anos), multiplicado por cem. Com relação a faixa etária dos idosos, o critério de 65 anos e mais é utilizado para a conceituação do índice de envelhecimento que é indicado pelo "número de pessoas de 65 anos e mais de idade para cada 100 pessoas menores de 15 anos de idade, na população residente em determinado espaço geográfico, no ano considerado." População brasileira e sua estrutura Com a queda das taxas de natalidade e de mortalidade, acompanhada do aumento da expectativa de vida da população brasileira, a pirâmide de idade vem apresentando uma significativa redução de volume na base, e um aumento da participação percentual das pessoas adultas. A redução da participação dos jovens no conjunto total da população, porém, foi acompanhada pelo esfacelamento dos sistemas públicos de educação e saúde e de um brutal agravamento do processo de concentração de renda. Num futuro próximo, grande parcela desses jovens se transformará em mão-de-obra desqualificada e mal remunerada. Quanto a distribuição da população brasileira por sexo, o país se insere na dinâmica global: nascem cerca de 106 homens para cada 100 mulheres, mas a taxa de mortalidade masculina é maior e a expectativa de vida, menor. Uma parcela significativa da PEA trabalha no setor primário da economia, o que retrata o atraso da agricultura. Um percentual de 20% da PEA no setor secundário indica que o país possui um grande parque industrial. Já o setor terciário, no Brasil, 55,5% da PEA dedica-se ao setor, mas é óbvio que grande parte desses trabalhadores não está efetivamente prestando serviço aos demais habitantes. Quanto a distribuição de renda, o Brasil apresenta uma das maiores concentração do planeta. A PEA e a distribuição da renda no Brasil A participação dos pobres na renda nacional diminuiu e a dos ricos aumentou até 1990. Essa dinâmica perversa foi estruturada principalmente no processo inflacionário de preços. E num sistema tributário pelo qual a carga de impostos indiretos que não distinguem faixas de renda, chega a 50% da arrecadação. Os impostos diretos que possuem alíquotas progressivas, diferenciadas segundo a renda, ou são incluídos no preço das mercadorias e tornam-se indiretos para os consumidores ou são simplesmente sonegado. No que diz respeito a composição da PEA por sexo, há uma grande desproporção: em 1996, apenas 40% dos trabalhadores eram do sexo feminino, enquanto a situação que se verifica nos países desenvolvidos é uma participação igualitária, de 50%. A inserção da mulher no mercado de trabalho, no Brasil, está ligada fundamentalmente a perda de poder aquisitivo dos salários e a conseqüente necessidade de ela trabalhar para complementar a renda familiar. Tal situação permite que parte dos empresários prefira, em diversas atividades, a mão-de-obra feminina, que por necessidade de trabalho se sujeita a salários menores que os pagos a homens, mesmo exercendo função idêntica na mesma empresa. Os movimentos internos Os movimentos migratórios estão ligados a fatores econômicos, desde o tempo da colonização. Quando terminou o ciclo da cana-de-açúcar no Nordeste e teve inicio o ciclo de ouro, em Minas Gerais, houve um enorme deslocamento de pessoas e um intenso processo de urbanização no novo centro econômico do país. Graças ao ciclo do café e, posteriormente, com o processo de industrialização, a região Sudeste pôde se tornar efetivamente o grande pólo de atração de migrantes. Qualquer região do país que receba investimentos produtivos, públicos ou privados, que aumentem a oferta de emprego, receberá também pessoas dispostas a preencher os novos postos de trabalho. Atualmente, São Paulo e Rio de Janeiro são as capitais que menos crescem no Brasil. Em primeiro lugar, aparecem algumas capitais de estado da região Norte, localizadas em áreas de grande expansão das atuais fronteiras agrícolas do país. Em seguida, vem a capital nordestina e, finalmente, as do Sul do Brasil. Êxodo rural e migração pendular De meados da década de 50 até o final dos anos 70, o Brasil sofreu um intenso êxodo rural, ou seja, a saída de pessoas do campo em direção as cidades. Como essas cidades não receberam investimentos públicos em obras de infra-estrutura urbana passaram a crescer em direção a periferia, onde eram construídos enormes favelas e loteamento clandestinos, sobretudo ao redor dos bairros industriais. Esse processo levou ao surgimento das metrópoles, onde ocorreu uma migração diária entre os municípios, fenômenos conhecidos como migração pendular. Para a população que realiza esse movimento diário, a reestruturação dos transportes coletivos metropolitanos é urgente. Transumância A transumância é um movimento populacional sazonal, ou seja, que ocorre em certos períodos do ano e que sempre se repete. Por exemplo, em março, quando para de chover no sertão, os pequenos e médios proprietários são obrigados a migrar para o Agreste ou para a Zona da Mata, em busca de uma ocupação que lhes permita sobreviver até dezembro, quando volta a chover no sertão e eles retornam as suas propriedades. Também é comum a transumância praticada pelos bóias-frias volantes, que não possuem residência fixa. O trabalho volante é temporário, só ocorre durante o período do plantio da colheita. Tal situação obriga os trabalhadores a migrar de cidade em cidade atrás de serviço. Migração urbana-urbana Atualmente, nos estados de São Paulo e do Rio de Janeiro, é significativa a saída de população das metrópoles em direção as cidades médias do interior. As metrópoles estão completamente inchadas, com precariedades no atendimento de praticamente todos os serviços públicos. Já as cidades do interior desses estados, além de estar passando por um período de crescimento de crescimento econômico, ofereceram melhor qualidade de vida a população. Fluxos Migratórios Brasileiros BREVE HISTÓRICO DAS MIGRAÇÕES INTERNAS NO BRASIL XVI e XVI l-Saída de nordestinos da Zona da Mata rumo ao Sertão atraídos pela expansão da pecuária. XVIII-Saída de nordestinos e paulistas rumo à região mineradora (Minas Gerais). XIX-Saída de mineiros rumo ao interior paulista atraídos pela expansão do café. XIX-Saída de nordestinos rumo à Amazônia para trabalhar na extração da borracha. XX-Década de 1950 - Saída de nordestinos rumo ao Centro-Oeste (Goiás) para trabalhar na construção de Brasília, Esse período ficou conhecido como a "Marcha para o Oeste", e os migrantes foram chamados de "candangos". Décadas de 1950 e 1960 - Saída de nordestinos (principalmente) rumo ao Sudeste, motivada pela industrialização. As cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro receberam o maior fluxo de imigrantes. Décadas de 1960 e 1970 - Salda de nordestinos que continuaram migrando para o Sudeste, o Centro-Oeste (Mato Grosso) e o Sul (Paraná). A partir de 1967, com a criação da Zona Franca de Manaus, ocorreu intensa migração de nordestinos rumo à Amazônia (principalmente Manaus). Em grande parte foi uma migração orientada pelo Governo Federal. Décadas de 1970 a 1990 - Migrações de sulistas rumo ao Centro-Oeste (agropecuária) e de nordestinos rumo à Amazônia (agropecuária e garimpes). Em consequência, o Nordeste e o Centro-Oeste foram, respectivamente as regiões que apresentaram o maior crescimento populacional do Brasil, nas últimas décadas. Os movimentos internos da população brasileira Os números anteriores são impressionantes: éramos 146,8 milhões de habitantes e 53,3 milhões de migrantes em 1991, isto é, quase 40% do total da população. Essa grande migração interna ou grande mobilidade espacial populacional é um dos traços marcantes da população brasileira. As migrações internas no Brasil caracterizam-se por dois tipos principais; a intra-regional e a inter-regional. A migração intra-regional Significa a migração de pessoas dentro de uma mesma região. Destacamos dois exemplos reiterados pêlos resultados preliminares do Censo 2000: - A saída de pessoas das pequenas cidades nordestinas rumo às suas respectivas capitais, onde a possibilidade de novas oportunidades é maior do que em suas cidades de origem. - A saída de pessoas das metrópoles nacionais localizadas no Sudeste, isto é, São Paulo e Rio de Janeiro, rumo às cidades médias do próprio Sudeste, em busca de melhor qualidade de vida (menos violência, áreas de lazer, menor custo de vida, menor trânsito, ar mais puro, etc.). Novos pólos de desenvolvimento, como Ribeirão Preto, Campinas, São José dos Campos, São Carlos, São José do Rio Preto, Uberlândia, Juiz de Fora, Belo Horizonte, têm atraído esses migrantes. Em outras regiões brasileiras também ocorre crescimento migratório em direção aos novos pólos de desenvolvimento, como Londrina e Curitiba (Paraná), Fortaleza (Ceará), Recife (Pernambuco) e Salvador (Bahia). Um tipo muito comum de migração intra-regional é a transumância, ou seja, o deslocamento periódico ou temporário da população motivado por mudanças climáticas (sazonal) ou econômicas. As pessoas retornam ao local de origem quando as condições que motivaram sua saída temporária são resolvidas. Um exemplo desse tipo de migração ocorre entre os trabalhadores sem qualificação profissional que residem entre o Agreste e o Sertão nordestino (os corumbás) e se deslocam para a Zona da Mata (faixa litorânea) para realizar o corte da cana. Após a safra, geralmente depois de alguns meses, retomam aos seus locais de origem. A migração inter-regional A migração de pessoas entre as regiões brasileiras foi e continua sendo a mais típica e a quantitativamente mais expressiva dentre as transferências populacionais no interior do nosso país. Durante meio século de história, a região Nordeste que nunca recuperou a importância econômica após o declínio da economia açucareira (nos séculos XVI e XVII), caracterizou-se como região de expulsão populacional. Primeiro, para a região Sudeste; depois, para as novas "fronteiras agrícolas" das regiões Norte e Centro-Oeste. A região Sudeste, ao contrário, viveu dois momentos fundamentais para a economia brasileira a economia cafeeira e a industrialização - além da descoberta do ouro, em tempos coloniais. Por esses fatores e por ter abrigado a capital federal (a cidade do Rio de Janeiro) até o início da década de 1960, o Sudeste tornou-se o "coração econômico do país" e, em consequência, a maior região de atração populacional do Brasil, principalmente até a década de 1980. Porque sair do campo e ir para as cidades A saída da população das zonas rurais para as zonas urbanas - êxodo rural - é o principal movimento populacional interno brasileiro. As péssimas condições dos moradores das áreas rurais, como a alimentação insuficiente, super-exploração da mão-de-obra, poucas oportunidades de trabalho para os jovens, secas prolongadas, baixos salários, mecanização de algumas lavouras e, principalmente, a industrialização que se acentuou após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) constituem as principais causas do intenso êxodo rural brasileiro. A vez do Norte e do Centro-Oeste A partir da década de 1960 ocorreram grandes fluxos migratórios rumo às regiões Norte e Centro Oeste, que se refletiram nos expressivos crescimentos populacionais. Esses significativos crescimentos demográficos tiveram nas migrações sua causa mais importante. Os principais contextos históricos que envolveram essas migrações para as duas regiões anteriormente destacadas foram: a partir da década de 1970, as migrações internas para o Norte e o Centro-Oeste foram provocadas pelo Governo Federal. Era o período militar (1964-1984), quando a ênfase nas grandes obras ocultava a repressão política interna. Entre essas grandes obras estavam as construções das rodovias Transamazônica (região Norte) e Cuiabá-Santarém (regiões Centro-Oeste e Norte, respectivamente) e um projeto de colonização que fixaria os novos migrantes em uma faixa de 10 km ao longo dessas rodovias. Era inclusive uma maneira de desviar o fluxo migratório do Sudeste, que já apresentava sinais de saturação. Posteriormente, projetos agropecuários, de mineração, tanto do governo brasileiro quanto estrangeiros, e a possibilidade de enriquecimento através de garimpes, atraíram milhares de nordestinos e sulistas, respectivamente, para essas regiões. Esses intensos fluxos migratórios para essas áreas, que ficaram conhecidas como novas fronteiras agrícolas, foram os responsáveis por torná-las as de maior crescimento populacional no Brasil. As migrações internas no século XXI Mais recentemente, a partir das décadas de 1980 e 1990, novas tendências passaram a contradizer o que antes parecia imutável, isto é: - diminuição da migração interna rumo ao Sudeste, como reflexo do aumento das migrações intra-regionais; - diminuição da migração interna rumo às duas metrópoles nacionais: São Paulo e Rio de Janeiro. Verifica-se essa tendência a partir de uma comparação com outras capitais. As cidades que apresentaram maior crescimento foram as que receberam, entre outros fatores, maior fluxo migratório, como Boa Vista, Curitiba, Porto Velho e outras. A volta de nordestinos aos seus estados de origem também foi significativa, e principalmente a busca das capitais da região, como Fortaleza, Salvador e Recife, começa a mudar o seu perfil de área de expulsão populacional, embora paradoxalmente isso não signifique diminuição da pobreza de sua população. Rede urbana Sistema de hierarquização urbana, no qual várias cidades se submetem a uma maior, que comanda esse espaço. Em cada nível, as maiores polarizam as menores. O IBGE classifica a rede urbana brasileira de acordo com o tamanho e importância das cidades. As categorias de cidades são:[9][10] Metrópoles globais: suas áreas de influência ultrapassam as fronteiras de seus estados, região ou mesmo do país. São metrópoles globais São Paulo e Rio de Janeiro Metrópoles nacionais: encontram-se no primeiro nível da gestão territorial, constituindo foco para centros localizados em todos os pontos do país. São metrópoles nacionais Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo Metrópoles regionais: constituem o segundo nível da gestão territorial, e exercem influência na macrorregião onde se encontram. São metrópoles regionais Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Goiânia, Manaus, Porto Alegre, Recife e Salvador Capitais regionais: constituem o terceiro nível da gestão territorial, e exercem influência no estado e em estados próximos. Dividem-se em três níveis: Capitais regionais A: Aracaju, Campinas, Campo Grande, Cuiabá, Florianópolis, João Pessoa, Maceió, Natal, São Luís, Teresina e Vitória Capitais regionais B: Blumenau, Campina Grande, Cascavel, Caxias do Sul, Chapecó, Feira de Santana, Ilhéus/Itabuna, Joinville, Juiz de Fora, Londrina, Maringá, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Uberlândia, Montes Claros, Palmas, Passo Fundo, Poços de Caldas, Porto Velho, Santa Maria e Vitória da Conquista Capitais regionais C: Araçatuba, Araguaína, Arapiraca, Araraquara, Barreiras, Bauru, Boa Vista, Cachoeiro de Itapemirim, Campos dos Goytacazes, Caruaru, Criciúma, Divinópolis, Dourados, Governador Valadares, Ijuí, Imperatriz, Ipatinga/Coronel Fabriciano/Timóteo, Juazeiro do Norte/Crato/Barbalha, Macapá, Marabá, Marília, Mossoró, Novo Hamburgo/São Leopoldo, Pelotas/Rio Grande, Petrolina/Juazeiro, Piracicaba, Ponta Grossa, Pouso Alegre, Presidente Prudente, Rio Branco, Santarém, Santos, São José dos Campos, Sobral, Sorocaba, Teófilo Otoni, Uberaba, Varginha e Volta Redonda/Barra Mansa Bioma, domínio morfoclimático e ecossistema Apesar de haver semelhanças entre esses termos eles não são sinônimos. É interessante destacarmos o conceito de cada um, dependendo da ocasião eles podem ser abordados com enfoque diferentes. Vale lembrar que dependendo do autor e da análise em foco os conceitos podem sofrer sutis alterações. Aqui adaptaremos um conceito conforme nossas fontes consultadas. Biomas.Uma área de grandes dimensões com características em comum de clima, vegetação, fauna, hidrografia e solo. Visualmente apresenta uma paisagem vegetal de aspecto semelhante, apesar da diversidade de vegetação que os compõem. Domínio morfoclimático.É um conjunto espacial de certa ordem de grandeza onde existe uma coerência no aspecto do relevo, nos tipos de solo, na vegetação, no clima e na hidrografia. Ecossistema.É um complexo onde ocorre a interação entre seres vivos e os elementos não vivos (bióticos e abióticos) havendo transferência de energia e de matéria entre eles. Um sistema natural comandado por fluxos de energia. Notas básicas. Um domínio pode conter mais de um bioma e mais de um ecossistema. Por exemplo, no domínio do cerrado o bioma predominante é o cerrado, mas também ocorre matas galeria e formações campestres. No domínio dos mares de morros predomina a Mata Atlântica, mas ocorre bosques de araucárias e ecossistemas costeiros. De modo geral, bioma e ecossistema são termos mais usados em biologia e domínio morfoclimático e paisagem natural são mais usados em geografia. Ecossistemas Brasileiros. Biomas Brasileiros Relevo Brasileiro O território brasileiro pode ser dividido em grandes unidades e classificado a partir de diversos critérios. Uma das primeiras classificações do relevo brasileiro, identificou oito unidades e foi elaborada na década de 1940 pelo geógrafo Aroldo de Azevedo. No ano de 1958, essa classificação tradicional foi substituída pela tipologia do geógrafo Aziz Ab´Sáber, que acrescentou duas novas unidades de relevo. Classificações de relevo Uma das classificações mais atuais é do ano de 1995, de autoria do geógrafo e pesquisador Jurandyr Ross, do Departamento de Geografia da USP (Universidade de São Paulo). Seu estudo fundamenta-se no grande projeto Radambrasil, um levantamento feito entre os anos de 1970 e 1985. O Radambrasil tirou diversas fotos da superfície do território brasileiro, através de um sofisticado radar acoplado em um avião. Jurandyr Ross estabelece 28 unidades de relevo, que podem ser divididas em planaltos, planícies e depressões. Características do relevo brasileiro O relevo do Brasil tem formação muito antiga e resulta principalmente de atividades internas do planeta Terra e de vários ciclos climáticos. A erosão, por exemplo, foi provocada pela mudança constante de climas úmido, quente, semi-árido e árido. Outros fenômenos da natureza (ventos e chuvas) também contribuíram no processo de erosão. O relevo brasileiro apresenta-se em : Planaltos – superfícies com elevação e aplainadas , marcadas por escarpas onde o processo de desgaste é superior ao de acúmulo de sedimentos. Planícies – superfícies relativamente planas , onde o processo de deposição de sedimentos é superior ao de desgaste. Depressão Absoluta - região que fica abaixo do nível do mar. Depressão Relativa – fica acima do nível do mar . A periférica paulista, por exemplo, é uma depressão relativa. Montanhas – elevações naturais do relevo, podendo ter várias origens , como falhas ou dobras. Vegetação Brasileira Floresta Amazônica Ocupa cerca de 40% do território brasileiro – em uma área que abrange a totalidade da Região Norte, o norte de Mato Grosso e o oeste do Maranhão –, estendendo-se ainda pelos países vizinhos (Suriname, Guiana, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia), além da Guiana Francesa. É uma floresta latifoliada (do latim, lati, que significa "largo"), ou seja, com predominância de espécies vegetais de folhas largas. Com características próprias de clima equatorial, tipicamente quente e superúmido, é também conhecida como hiléia. Apresenta grande heterogeneidade de espécies animais e vegetais e caracteriza-se por três diferentes matas: de igapó, várzea e terra firme. A mata de igapó corresponde à parte da floresta onde o solo se encontra inundado. Ocorre principalmente no baixo Amazonas e reúne espécies como liana, cipó, epífita, parasita e vitória-régia. A mata de várzea é própria das regiões que são periodicamente inundadas, denominadas terraços fluviais. Intermediárias entre os igapós e a terra firme, as espécies da mata de várzea têm formações variadas, como seringueira, palmeira, jatobá e maçaranduba. A altura dessas espécies aumenta à medida que se distanciam dos rios. As matas de terra firme correspondem à parte mais elevada do relevo. Com solo seco, livre de inundação, as árvores podem chegar a 65 m de altura. O entrelaçamento de suas copas, em algumas regiões, impede quase totalmente a passagem de luz, o que torna seu interior muito úmido, escuro e pouco ventilado. Em terra firme encontram-se espécies como o castanheiro, o caucho e o guaraná. Os principais produtos extraídos da floresta são o guaraná, o látex e a castanha-do-pará. Embora sua exploração econômica possa ocorrer de forma a não interferir no equilíbrio ecológico e a garantir a sobrevivência de comunidades da floresta, ela continua acontecendo de maneira predatória na maioria dos casos. Os impactos ambientais de maior escala em toda a Amazônia têm sido provocados pela extração ilegal de madeira e pela destruição de extensas áreas, por meio de desmatamentos e queimadas, para a prática da agricultura e da pecuária. A floresta já perdeu uma área de 512.400 km², cerca de 12,8% de seu total de origem. Mata Atlântica É uma floresta de clima tropical quente e úmido. Predomina na costa brasileira, onde planaltos e serras impedem a passagem da massa de ar, provocando chuva. Entre as florestas tropicais, é a que apresenta a maior biodiversidade por hectare do mundo, com espécies como ipê, quaresmeira, cedro, palmiteiro, canela e imbaúba. É a mais devastada das florestas brasileiras. No passado estendia-se do litoral do Rio Grande do Norte ao de Santa Catarina. No período colonial foi intensamente destruída para dar lugar à cultura canavieira no Nordeste e, posteriormente, no Sudeste, à cultura cafeeira. Os 7% restantes da mata original, que ocupava 1.290.692,4 km², encontram-se nas regiões Sul e Sudeste, preservados graças à presença da serra do Mar, obstáculo à ação humana. Atualmente, mesmo essa área se encontra em situação de risco, especialmente para espécies como jacarandá, cedro e palmito. Contribuem ainda com a devastação o turismo predatório e o elevado índice de poluição da costa brasileira. Caatinga Ocupa a região do sertão nordestino, de clima semi-árido, o que corresponde, aproximadamente, à décima parte do território brasileiro. É composta de plantas xerófilas, próprias de clima seco, adaptadas à pouca quantidade de água: os espinhos das cactáceas, por exemplo, têm a função de diminuir sua transpiração. O solo da caatinga é fértil quando irrigado. Essas plantas podem produzir cera, fibra, óleo vegetal e, principalmente, frutas. Por causa do baixo índice pluviométrico da região sertaneja, as plantas dependem de irrigação artificial, possibilitada pela construção de canais e açudes. Pantanal matogrossense É a maior planície inundável do mundo. Ocupa uma área de 150.000 km², englobando do sudoeste de Mato Grosso ao oeste de Mato Grosso do Sul até o Paraguai. Nessa formação podem ser identificadas três diferentes áreas: as alagadas, as periodicamente alagadas e as que não sofrem inundações. Nas áreas alagadas, a vegetação de gramíneas desenvolve-se no inverno e é usada para o gado bovino. Nas de eventuais alagamentos encontram-se, além de vegetação rasteira, arbustos e palmeiras como o buriti e o carandá. E nas que não sofrem inundações predominam os cerrados e, em pontos mais úmidos, espécies arbóreas da floresta tropical. Em razão da regularidade e da alternância de períodos de cheia e de seca, existe grande variedade de espécies animais e vegetais. A princípio, a criação de gado não causou danos ambientais, mas, recentemente, com o investimento de grandes capitais e a excessiva proliferação do gado, o equilíbrio vem sendo ameaçado. Há também contaminação por causa de agrotóxicos utilizados na agricultura, nos garimpos irregulares, na caça e na pesca predatórias. Tudo isso prejudica a qualidade da água, elemento-base de todo o ecossistema pantaneiro. Cerrado Formação típica de área tropical com duas estações marcadas, um inverno seco e um verão chuvoso. Sua área de ocorrência é o Brasil central. O solo, deficiente em nutrientes e com alta concentração de alumínio, dá à mata uma aparência seca. As plantas têm raízes capazes de retirar água e nutrientes do solo a mais de 15 m de profundidade. A vegetação caracteriza-se principalmente pela presença de pequenos arbustos e árvores retorcidas, com cortiça (casca) grossa e folhas recobertas por pêlos. Encontramse, ainda, gramíneas e o cerradão, um tipo mais denso de cerrado que já abriga formações florestais. Tradicionalmente utilizado pela pecuária, o cerrado tem sido ocupado pela monocultura da soja, responsável pela descaracterização dessa cobertura, que já representou cerca de 25% do território brasileiro. Campos Formados por herbáceas, gramíneas e pequenos arbustos, ocupam áreas descontínuas do país e possuem características diversas. São denominados campos limpos quando predominam as gramíneas. Se a estas se somam os arbustos, são denominados campos sujos. Quando ocupam áreas de altitude superior a 100 m são chamados de campos de altitude, como na serra da Mantiqueira e no planalto das Guianas. Já os campos da hiléia se referem às formações rasteiras que se encontram na Amazônia. Os campos meridionais, quase sem espécie arbustiva, como a Campanha Gaúcha, no Rio Grande do Sul, são ocupados principalmente pela pecuária. Mata de araucária Própria do clima subtropical, é encontrada na Região Sul e em trechos do estado de São Paulo. É uma floresta aciculifoliada (folhas em forma de agulha, finas e alongadas) e tem na Araucaria angustifolia, ou pinheiro-do-paraná, a espécie dominante, cujo fruto é o pinhão. Atingem mais de 30 m de altura e possuem formação aberta, oferecendo certa facilidade à circulação. Seu principal produto, o pinho, tem ampla e variada aplicação econômica na indústria de móveis, na construção civil e na indústria de papel e celulose. As florestas dessa formação são a principal fonte produtora de madeira do país, o que levou a seu desaparecimento quase total. As áreas de reflorestamento voltam-se principalmente para o pinus e os eucaliptos, menos nobres, porém mais exploráveis em curto intervalo de tempo. Mata de cocais Situada entre a floresta Amazônica e a caatinga, a mata de cocais está presente nos estados do Maranhão e do Piauí e norte do Tocantins. No lado oeste, onde a proximidade com o clima equatorial da Amazônia a torna mais úmida, é freqüente o babaçu: palmeiras que atingem de 15 a 20 m de altura. Dos cocos do babaçu extrai-se o óleo, muito utilizado pelas indústrias alimentícia e de cosméticos. No lado mais seco, a leste, domina a carnaúba, que pode atingir até 20 m de altura. Das folhas da carnaúba é extraída a cera. A mata de cocais é utilizada por várias comunidades extrativistas que exercem suas atividades sem prejudicar essa formação vegetal. A destruição, no entanto, acontece com a criação de áreas de pasto para a pecuária, principalmente no Maranhão e no norte do Tocantins. Mangue É uma formação vegetal composta de arbustos e espécies arbóreas que ocorrem em áreas de lagunas e restingas ao longo de todo o litoral. Nessa formação vegetal predominam troncos finos e raízes aéreas e respiratórias (ou raízesescora), adaptadas à salinidade e a solos pouco oxigenados. Por ser rico em matéria orgânica, tem papel muito importante na reprodução e no abrigo de espécies da fauna marinha. Tradicionalmente, no mangue se realiza, como atividade econômica, a pesca de caranguejo. Sofre a ação destrutiva do turismo predatório, da ocupação imobiliária e da poluição provocada por esgotos. Restinga É uma vegetação própria de terrenos salinos, formada por ervas, arbustos e árvores. Predomina no litoral da Bahia ao Rio de Janeiro e no do Rio Grande do Sul. Os destaques são a aroeira-de-praia e o cajueiro. Recebe os efeitos da mesma ação destrutiva a que está exposto o mangue. Clima Brasileiro Clima corresponde ao conjunto de variações do tempo de uma determinada localidade. Para estabelecer o clima de um lugar é necessário analisar os fenômenos atmosféricos durante um período de, aproximadamente, 30 anos. O clima está diretamente relacionado à formação vegetal. No território brasileiro ocorre uma grande diversidade climática, pois o país apresenta grande extensão territorial com diferenças de relevo, altitude e dinâmica das massas de ar e das correntes marítimas, todos esses fatores influenciam no clima de uma região. A maior parte da área do Brasil está localizada na Zona Intertropical, ou seja, nas zonas de baixas latitudes, com climas quentes e úmidos. Outro fator interessante do clima brasileiro se refere à amplitude térmica (diferença entre as médias anuais de temperatura máximas e mínimas), conforme se aproxima da linha do Equador, a amplitude térmica é menor. O critério utilizado no Brasil para classificar os diferentes tipos de clima foi a origem, a natureza e, principalmente, a movimentação das massas de ar existentes no país (equatoriais, tropicais e polares). Conforme análises climáticas realizadas no território brasileiro, foi possível estabelecer seis tipos de climas diferentes, que veremos nos próximos slides. Equatorial e Tropical Equatorial – Presente na Amazônia, ao norte de Mato Grosso e a oeste do Maranhão, sofre ação direta das massas de ar equatorial continental e equatorial atlântica, de ar quente e úmido. Apresenta temperaturas médias elevadas (de 25 °C a 27 °C), chuvas durante todo o ano e reduzida amplitude térmica (inferior a 3 °C). Tropical – Clima do Brasil central, também presente na porção oriental do Maranhão, extensa parte do território do Piauí e na porção ocidental da Bahia e de Minas Gerais. Encontrado também no extremo norte do país, em Roraima. Caracteriza-se por temperatura elevada (18 °C a 28 °C), com amplitude térmica de 5 °C a 7 °C, e estações bem definidas (uma chuvosa e outra seca). A estação de chuva ocorre no verão; no inverno ocorre a redução da umidade relativa em razão do período da estação seca. O índice pluviométrico é de cerca de 1,5 mil milímetros anuais. Tropical de Altitude e Atlântico. Tropical de Altitude – É encontrado nas partes mais elevadas, acima de 800 metros, do planalto Atlântico do Sudeste. Abrange principalmente os estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Está sob influência da massa de ar tropical atlântica, que provoca chuvas no período do verão. Apresenta temperatura amena, entre 18 °C e 22 °C, e amplitude térmica anual entre 7 °C e 9 °C. No inverno, as geadas ocorrem com certa frequência, em virtude da ação das frentes frias originadas do choque entre as massas tropical e polar. Tropical Atlântico – Conhecido também como tropical úmido, compreende a faixa litorânea do Rio Grande do Norte ao Paraná. Sofre a ação direta da massa tropical atlântica, que, por ser quente e úmida, provoca chuvas intensas. A temperatura varia de 18 °C a 26 °C, apresenta amplitude térmica maior à medida que se avança em direção ao Sul. No Nordeste, a maior concentração de chuva se dá no inverno. No Sudeste, no verão. O índice pluviométrico médio é alto, de 2 mil milímetros anuais. Subtropical e Semi-árido. Subtropical – Ocorre nas latitudes abaixo do trópico de Capricórnio. Está presente no sul do estado de São Paulo e na maior parte do estado paranaense, de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. É influenciado pela massa polar atlântica, possui temperatura média anual de 18 °C e amplitude térmica elevada (10 °C). As chuvas não são muito intensas, mil milímetros anuais, porém, ocorrem de forma bem distribuída na região. Nessa região climática do Brasil são comuns as geadas e nevadas. O verão é muito quente e a temperatura pode ultrapassar os 30 °C. O inverno, bastante frio, apresenta temperaturas mais baixas do país, inferiores a 0 °C. Semiárido – Ocorre no interior do Nordeste, na região conhecida como Polígono das Secas, corresponde a quase todo o sertão nordestino e aos vales médio e inferior do rio São Francisco. Caracteriza-se por temperaturas elevadas (média de 27 °C) e chuvas escassas e mal distribuídas, em torno de 700 milímetros anuais. Há períodos em que a massa equatorial atlântica (superúmida) chega ao litoral norte da região Nordeste e atinge o sertão, causando chuvas intensas nos meses de fevereiro, março e abril. Hidrografia Brasileira Hidrografia é a área ocupada por um rio principal e todos os seus tributários, cujos limites constituem as vertentes, que por sua vez limitam outras bacias. No Brasil, a predominância do clima úmido propicia uma rede hidrográfica numerosa e formada por rios com grande volume de água. As bacias hidrográficas brasileiras são formadas a partir de três grandes divisores: Planalto Brasileiro Planalto das Guianas Cordilheira dos Andes O Brasil é dotado de uma vasta e densa rede hidrográfica, sendo que muitos de seus rios destacam-se pela extensão, largura e profundidade. Em decorrência da natureza do relevo, predominam os rios de planalto que apresentam em seu leito rupturas de declive, vales encaixados, entre outras características, que lhes conferem um alto potencial para a geração de energia elétrica. Quanto à navegabilidade, esses rios, dado o seu perfil não regularizado, ficam um tanto prejudicados. Dentre os grandes rios nacionais, apenas o Amazonas e o Paraguai são predominantemente de planície e largamente utilizados para a navegação. Os rios São Francisco e Paraná são os principais rios de planalto. De maneira geral, os rios têm origem em regiões não muito elevadas, exceto o rio Amazonas e alguns de seus afluentes que nascem na cordilheira andina. Ressaltam-se oito grandes bacias hidrográficas existentes no território brasileiro; a do Rio Amazonas, do Rio Tocantins, do Atlântico Sul, trechos Norte e Nordeste, do Rio São Francisco, as do Atlântico Sul, trecho leste, a do Rio Paraná, a do Rio Paraguai e as do Atlântico Sul, trecho Sudeste. Bacia Amazônica É a maior bacia hidrográfica do mundo, com 7.050.000 km², sendo que 3.904.392,8 km² estão em terras brasileiras. Seu rio principal (Amazonas), nasce no Perú com o nome de Vilcanota e recebe posteriormente os nomes de Ucaiali, Urubamba e Marañon. Quando entra no Brasil, passa-se a chamar Solimões e, após o encontro com o Rio Negro, perto de Manaus, recebe o nome de Rio Amazonas. O Rio Amazonas percorre 6.280 km, sendo o segundo maior do planeta em extensão (após o Rio Nilo, no Egito, com 6.670 km) é o maior do mundo em vazão de água. Sua largura média é de 5 quilômetros e possui 7 mil afluentes, além de diversos cursos de água menores e canais fluviais criados pelos processos de cheia e vazante. Bacia Amazônica está localizada em uma região de planície e tem cerca de 23 mil km de rios navegáveis, que possibilitam o desenvolvimento do transporte hidroviário. A navegação é importante nos grandes afluentes do Rio Amazonas, como o Madeira, o Xingú, o Tapajós, o Negro, o Trombetas e o Jari. Em 1997 é inaugurada a na bacia, a Hidrovia do Rio Madeira, que opera de Porto Velho até Itacoatiara, no Amazonas. Possui 1.056km de extensão e por lá é feito o escoamento da maior parte da produção de grãos e minérios da região. Bacia do São Francisco Possui uma área de 645.067,2 km² de extensão e o seu principal rio é o São Francisco, com 3.160 km de extensão. É o maior rio totalmente brasileiro e percorre 5 estados (Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe). Além disso é fundamental na economia da região que percorre, pois permite a atividade agrícola em suas margens e oferece condições para a irrigação artificial de áreas mais distantes, muitas delas semi-áridas. Os principais afluentes perenes são os rios Cariranha, Pardo, Grande e das Velhas. Seu maior trecho navegável se encontra entre as cidades de Pirapora (MG) e Juazeiro (BA) com 1.371km de extensão. O potencial hidrelétrico do rio é aproveitado principalmente pelas grandes usinas de Xingó e Paulo Afonso. Bacia do Tocantins – Araguaia E a maior bacia localizada inteiramente em território brasileiro, com 813.674,1 km². Seus principais rios são o Tocantins e o Araguaia. O rio Tocantins, com 2.640 km de extensão, nasce em Goiás e desemboca na foz do Amazonas. Possui 2.200 km navegáveis (Entre as cidades de Peixe-GO e Belém-PA) e parte de seu potencial hidrelétrico é aproveitado pela usina de Tucuruí, no Pará - a 2ª maior do país e uma das cinco maiores do mundo. O Rio Araguaia nasce em Mato Grosso, na fronteira com Goiás e une-se ao Tocantins no extremo norte do estado de Tocantins. A construção da Hidrovia Araguaia-Tocantins, tem sido questionada pelas ONGs (Organizações Não-Governamentais) em razão dos impactos ambientais que ela pode provocar, cortando dez (10) áreas de preservação ambiental e 35 (trinta e cinco) áreas indígenas, afetando uma população de 10 mil índios.00 km navegáveis (Entre as cidades de Peixe-GO e Belém-PA) e parte de seu potencial hidrelétrico é aproveitado pela usina de Tucuruí, no Pará - a 2ª maior do país e uma das cinco maiores do mundo. O Rio Araguaia nasce em Goiás, próximo a cidade de Mineiros e ao Parque Nacional das Emas e une-se ao Tocantins no extremo norte do estado de Tocantins. A construção da Hidrovia Araguaia-Tocantins, tem sido questionada pelas ONGs (Organizações Não-Governamentais) em razão dos impactos ambientais que ela pode provocar, cortando dez (10) áreas de preservação ambiental e 35 (trinta e cinco) áreas indígenas, afetando uma população de 10 mil índios. Bacia do Atlântico Sul É composta de várias pequenas e médias bacias costeiras, formadas por rios que desaguam no Oceano Atlântico. O trecho norte-nordeste engloba rios localizados no norte da bacia amazônica e aqueles situados entre a foz do rio Tocantins e a do rio São Francisco. Entre eles, está o Rio Parnaíba, na divisa entre o Piauí e o Maranhão, que forma o único delta oceânico das Américas. Entre a foz do rio São Francisco e a divisa do Rio de Janeiro e São Paulo estão as bacias do trecho leste, no qual se destaca o rio Paraíba do Sul. A partir dessa área começam as bacias do sudeste-sul. Seu rio mais importante é o Itajaí, no estado de Santa Catarina. Bacia do Atlântico Sul - trechos sudeste e sul A bacia do Atlântico Sul, nos seus trechos sudeste e sul, é composta por rios da importância do Jacuí, Itajaí e Ribeira do Iguape, entre outros. Os mesmos possuem importância regional, pela participação em atividades como transporte hidroviário, abastecimento d'água e geração de energia elétrica. Bacia do Atlântico Sul - trechos norte e nordeste Vários rios de grande porte e significado regional podem ser citados como componentes dessa bacia, a saber: rio Acaraú, Jaguaribe, Piranhas, Potengi, Capibaribe, Una, Pajeú, Turiaçu, Pindaré, Grajaú, Itapecuru, Mearim e Parnaíba. Em especial, o rio Parnaíba é o formador da fronteira dos estados do Piauí e Maranhão, por seus 970 km de extensão, desde suas nascentes na serra da Tabatinga até o oceano Atlântico, além de representar uma importante hidrovia para o transporte dos produtos agrícolas da região. Bacia do Atlântico Sul - trecho leste Da mesma forma que no seu trecho norte e nordeste, a bacia do Atlântico Sul no seu trecho leste possui diversos cursos d'água de grande porte e importância regional. Podem ser citados, entre outros, os rios Pardo, Jequitinhonha, Paraíba do Sul, VazaBarris, Itapicuru, das Contas e Paraguaçu. Bacias do rio Paraná e Uruguai A bacia platina, ou do rio da Prata, é constituída pelas sub-bacias dos rios Paraná, Paraguai e Uruguai, drenando áreas do Brasil, Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai. O rio Paraná possui cerca de 4.900 km de extensão, sendo o segundo em comprimento da América do Sul. É formado pela junção dos rios Grande e Paranaíba. Possui como principais tributários os rios Paraguai, Tietê, Paranapanema e Iguaçu. Representa trecho da fronteira entre Brasil e Paraguai, onde foi implantado o aproveitamento hidrelétrico binacional de Itaipu, com 12.700 MW, maior usina hidrelétrica em operação do mundo. Posteriormente, faz fronteira entre o Paraguai e a Argentina. Em função das suas diversas quedas, o rio Paraná somente possui navegação de porte até a cidade argentina de Rosário. O rio Paraguai, por sua vez, possui um comprimento total de 2.550 km, ao longo dos territórios brasileiro e paraguaio e tem como principais afluentes os rios Miranda, Taquari, Apa e São Lourenço. Nasce próximo à cidade de Diamantino, no estado de Mato Grosso, e drena áreas de importância como o Pantanal mato-grossense. No seu trecho de jusante banha a cidade de Assunción, capital do Paraguai, e forma a fronteira entre este país e a Argentina, até desembocar no rio Paraná, ao norte da cidade de Corrientes. O rio Uruguai, por fim, possui uma extensão da ordem de 1.600 km, drenando uma área em torno de 307.000 km2. Possui dois principais formadores, os rios Pelotas e Canoas, nascendo a cerca de 65 km a oeste da costa do Atlântico. Fazem parte da sua bacia os rios Peixe, Chapecó, Peperiguaçu, Ibicuí, Turvo, Ijuí e Piratini. O rio Uruguai forma a fronteira entre a Argentina e Brasil e, mais ao sul, a fronteira entre Argentina e Uruguai, sendo navegável desde sua foz até a cidade de Salto, cerca de 305 km a montante. Industrialização Brasileira Pensar na origem da indústria no Brasil, tem que se incluir necessariamente, a economia cafeeira desenvolvida no pais durante o século XlX e boa parte do XX, pois ela foi quem deu as bases para o surgimento da indústria no país, que começou a ocorrer ainda na Segunda metade do século XlX. Dentre as contribuições da economia cafeeira para a industrialização, podemos mencionar: a) Acumulação de capital necessário para o processo b) Criação de infra-estrutura c) Formação de mercado de consumo italianos. d) Mão de obra utilizada, especialmente os migrantes europeus não portugueses, como os No início do século XX, a industrialização brasileira ainda era incipiente, era mais vantajoso investir no café, por exemplo, do que na indústria. Com a crise de 1929, o rumo da economia brasileira muda. Com a subida ao poder de Vargas, emerge o pensamento urbano industrial, na chamada era Vargas, o processo de industrialização é impulsionado, com base nas políticas de caráter keynesiano. O intervencionismo estatal na economia é cada vez maior, criam-se empresas estatais como CVRD, Petrobrás, Eletrobrás, etc., com o objetivo de industrializar o país. No governo de JK, se dá a abertura ao capital internacional, representado pelas empresas multinacionais e pelos enormes empréstimos para o estabelecimento de infra estrutura e de grandes obras como a construção da capital federal no centro do país, no planalto central, Brasília. Durante a ditadura militar, o Plano de metas de JK é continuado, grandes projetos são estabelecidos, a economia do país chega a tornar-se a oitava do mundo. Durante o chamado milagre brasileiro(1968-1973), a economia brasileira passa a ser uma das que mais cresce, essa festa toda só é parada em decorrência da Crise do petróleo, que se dá a partir de 1973. A grande contradição desse crescimento se deve ao fato que, por um lado ele foi gerado pelo grande endividamento externo, e por outro através de grande repressão ( vide o AI 5), e arrocho salarial , sobre a classe trabalhadora brasileira, confirmando a tendência de Modernização conservadora da economia nacional. A partir da década de 90, e da emergência das idéias neoliberais, o processo de industrialização do país toma novo rumo, com a privatização de grande parte das estatais e da abertura cada vez maior da economia do país ao capital internacional, além da retirada de direitos trabalhistas históricos. Mudanças espaciais também são verificadas na distribuição atual das indústrias no país, pois desde o início da industrialização, a tendência foi de concentração espacial no Centro-sul, especialmente em São Paulo, isso fez com que esse estado se torna-se o grande centro da economia nacional e em decorrência disso recebesse os maiores fluxos migratórios, mas o que se verifica atualmente é que a tendência mundial atual de desconcentração industrial também tem se abalado sobre o Brasil, pois localidades do interior de São Paulo, do Sul do país e até mesmo estados nordestinos começam a receber plantas industriais que em outros tempos se dirigiriam sem sombra de dúvidas para a capital paulista. Esse processo se deve em especial a globalização da economia que tem acirrado a competição entre as empresas, que com isso buscam a redução dos custos de produção buscando produzir onde é mais barato. Esse processo todo tende a redesenhar não apenas o espaço industrial brasileiro, mas de várias áreas do mundo. O mais interessante no caso brasileiro, é que ele não tem enfraquecido o papel de São Paulo como cidade comandante da economia nacional, mas pelo contrário fortalece, pois o que se desconcentra é a produção e não a decisão. CLASSIFICAÇÃO DAS INDÚSTRIAS As indústrias podem ser classificadas com bases em vários critérios, em geral o mais utilizado é o que leva em consideração o tipo e destino do bem produzido: a) Indústrias de base: são aquelas que produzem bens que dão a base para o funcionamento de outras indústrias, ou seja, as chamadas matérias primas industrias ou insumos industriais, como o aço. b) Indústrias de bens de capital ou intermediárias: são aquelas que produzem equipamentos necessários para o funcionamento de outras indústrias, como as de máquinas. c) Indústrias de bens de consumo: são aquelas que produzem bens para o consumidor final, a população comum, elas subdividem-se em: c.1) Bens duráveis: as que produzem bens para consumo a longo prazo, como automóveis. c.2) Bens não duráveis: as que produzem bens para consumo em geral imediato, como as de alimentos. Se levarmos em consideração outros critérios como por exemplo: 1-Maneira de produzir: a) Indústrias extrativas b) Indústrias de processamento ou beneficiamento c) Indústria de construção d) Indústria de transformação ou manufatureira. 2-Quantidade de matéria prima e energia utilizadas: a) Indústrias leves b) Indústrias pesadas 3-Tecnologia empregada: a) Indústrias tradicionais b) Indústrias dinâmicas. OS FATORES LOCACIONAIS Fatores locacionais devem ser entendidos como as vantagens que um determinado local pode oferecer para a instalação de uma indústria. Podem ser eles: Matéria prima abundante e barata Mão de obra abundante e barata Energia abundante e barata Mercados consumidores Infra estrutura Vias de transporte e comunicações Incentivos fiscais Legislações fiscais, tributárias e ambientais amenas. Durante a 1ª Revolução industrial as indústrias inglesas se concentraram nas proximidades das bacias carboníferas, o que fez com que ali surgissem importantes cidades industriais, que ganharam o apelido de cidades negras, isso se deu em decorrência do pequeno desenvolvimento em especial dos meios de transporte. Na 2ª Revolução Industrial do final do século XlX, com o desenvolvimento de novos meios de transporte ( ferrovia) e a utilização de novas fontes de energia ( eletricidade, petróleo, etc.) houve uma maior liberdade na implantação de indústrias que fez com que surgissem novas áreas industriais. No século XX as metrópoles urbano industriais passaram a concentrar as maiores e mais importantes indústrias, o que as tornou o centro da economia de vários países do planeta, como é o caso da região metropolitana de São Paulo no Brasil, ou do Manufacturing Belt nos EUA. Atualmente a tendência é a da desconcentração industrial, onde as indústrias buscam novos locais onde os custos de produção sejam menores, como ocorre com o chamado Sun Belt nos EUA, ou na relocalização produtiva que estamos verificando no Brasil, isso gera uma mudança significativa dos fluxos migratórios, cidades como São Paulo ou Rio de Janeiro, deixam de ser as maiores captadoras de pessoas, cedendo esse posto para cidades do interior de São Paulo dentre outras localidades. A TERCEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL Na década de 1970, a crise do petróleo fez com que emergisse para o mundo algo que já vinha sendo gerado no decorrer do século XX, a 3ª Revolução Industrial, também chamada de Revolução tecnocientífica informacional. Esta por sua vez correspondia aos avanços tecnológicos em especial da informação e dos transportes, representado por invenções como por exemplo Internet, e os aviões supersônicos. Os avanços nesses setores tornaram o mundo menor, encurtaram as distâncias e em alguns casos aniquilaram o espaço em relação ao tempo, como o que vemos com a telefonia, dentre tantos outros exemplos. Tudo isso gerou e tem gerado transformações colossais no espaço geográfico mundial, as indústrias buscam a inovação, investem em novas tecnologias, em especial naquelas que poupem mão de obra como a robótica, o desemprego estrutural se expande. Antigas regiões industriais entram em decadência com o processo de desconcentração industrial, surgem novas regiões industriais. Surge a fábrica global, que se constitui na estratégia utilizada pelas grandes empresas internacionais de produzir se utilizando das vantagens comparativas que oferecem os variados países do mundo. A terceirização, também torna-se algo comum, como o que ocorre com empresas de calçados como a NIKE, que não tem um único operário em linhas de produção, pois não produz apenas compra de empresas menores. Fruto também da revolução tecnocientífica informacional, surgem os chamados Técnopolos, locais, que podem ser cidades ou até mesmo bairros onde se instalam empresas de alta tecnologia como uma Microsoft, em geral associadas a instituições de pesquisa como universidades. É o caso do Vale do Silício nos EUA, Tsukuba no Japão, e cidades como Campinas e São Carlos no Brasil. AS MULTINACIONAIS OU TRANSNACIONAIS A partir do final do século XlX, começam a surgir os primeiros trustes (modalidade de concentração e centralização do capital), os quais dão origem a empresas multinacionais, que correspondem aquelas que se expandem para além das fronteiras onde surgiram, algumas tornando-se verdadeiras empresas globais, como é o caso da Cocacola. A grande arrancada das multinacionais em direção dos países subdesenvolvidos se deu a partir do pós 2ª Guerra mundial, quando várias empresas dos EUA, Europa e Japão, passaram a se aproveitar das vantagens locacionais oferecidas por esses países. Hoje a presença de multinacionais já faz parte do cotidiano de milhões de No Brasil, a chegada delas se deu, principalmente a partir do pessoas no mundo todo, elas comandam os fluxos internacionais, e governo de JK, que abriu a economia nacional ao capital em alguns casos chegam a administrar receitas muito superiores a de internacional proporcionando grande internacionalização da vários países do mundo. economia, por outro lado também beneficiou multinacionais As maiores multinacionais do mundo são dos EUA, seguidas de japonesas como por exemplo na opção pela via rodoviarista de transportes e européias. Empresas desse tipo surgidas em países do mundo para o Brasil, que naquele momento atraiu várias multinacionais subdesenvolvido ainda são poucas, e não tão poderosas como dos produtoras de automóveis, mas que condenou os brasileiros a primeiros. pagarem os custos mais elevados desse tipo de transporte. Hoje a presença delas no Brasil é muito intensa e numerosa, elas sendo responsáveis por grande parte da drenagem de capitais que saem do país através das remessas de lucros. I Industrialização Brasileira HISTÓRICO 1a fase: 1822 a 1930 Período de reduzida atividade industrial, dado a característica agrário-exportadora do país. Nessa fase, no entanto, ocorrem dois fatos que facilitam a industrialização futura: a Abolição da Escravatura e a entrada de imigrantes, que vão servir e mão-de-obra. 2a fase: 1830 a 1956 O ano de 1930 é considerado por alguns autores como o da "Revolução Industrial" no Brasil. Efetivamente é o ano que marca o início da industrialização (processo através do qual a atividade industrial vai se tornar a mais importante do país) beneficiada pela Crise de 1929 e pela Revolução de 1930). A Crise de 1929 determinou a decadência da cafeicultura e a transferência do capital para a indústria, o que associado a presença de mão-de-obra e mercado consumidor, vai justificar a concentração industrial no Sudeste, especificamente em São Paulo. Esta fase, assim como a primeira, tem uma característica inicial de quase exclusividade de indústrias de bens de consumo não duráveis, definindo o período chamado de "Substituição de importações". No entanto, a ação do Estado começa a alterar o quadro, com o Governo Vargas criando as empresas estatais do setor de base, como a CSN (siderurgia), PETROBRÁS e a CVRD (mineração). 3a fase: 1956 a 1989 Constitui o período de maior crescimento industrial do país em todos os tipos de indústria, tendo como base a aliança entre o capital estatal e o capital estrangeiro. O governo Juscelino Kubitschek dá início a chamada "Internacionalização da Economia", com a entrada de empresas transnacionais, notadamente do setor automotivo. O processo iniciado por J.K. teve continuidade durante a Ditadura Militar (1964 a 1985), destacando-se o Governo Médici, período do "Milagre Brasileiro", que determinou crescimento econômico, mas também aumento da dívida externa e concentração de renda. 4a fase: 1989 a ... Esta fase iniciada no Governo Collor com continuidade até o Governo Fernando Henrique marca o avanço do Neoliberalismo no país, com sérias repercussões no setor secundário da economia. O modelo neoliberal adotado determinou a privatização de quase todas as empresas estatais, tanto no setor produtivo, como as siderúrgicas e a CVRD, quanto no setor da infra-estrutura e serviços, como o caso do sistema Telebrás. Além disso, os últimos anos marcaram a abertura do mercado brasileiro, com expressivas reduções na alíquota de Importação. Por outro lado, houve brutal aumento do desemprego, devido a falência de empresas e as inovações tecnológicas adotadas, com a utilização de máquinas e equipamentos industriais de última geração, necessários para aumentar a competitividade e resistir à concorrência internacional. A CONCENTRAÇÃO INDUSTRIAL NO SUDESTE A distribuição espacial da indústria brasileira, com acentuada concentração em São Paulo, foi determinada pelo processo histórico, já que no momento do início da efetiva industrialização, o estado tinha, devido à cafeicultura, os principais fatores para instalação das indústrias, a saber: capital, mercado consumidor, mão-de-obra e transportes. Além disso, a atuação estatal através de diversos planos governamentais, como o Plano de Metas, acentuou esta concentração no Sudeste, destacando novamente São Paulo. A partir desse processo industrial e, respectiva concentração, o Brasil, que não possuía um espaço geográfico nacional integrado, tendo uma estrutura de arquipélago econômico com várias áreas desarticuladas, passa a se integrar. Esta integração reflete nossa divisão inter-regional do trabalho, sendo tipicamente centro-periferia, ou seja, com a região Sudeste polarizando as demais. A DESCENTRALIZAÇÃO INDUSTRIAL Atualmente, seguindo uma tendência mundial, o Brasil vem passando por um processo de descentralização industrial, chamada por alguns autores de desindustrialização, que vem ocorrendo intra-regionalmente e também entre as regiões. Dentro da Região Sudeste há uma tendência de saída do ABC Paulista, buscando menores custos de produção do interior paulista, no Vale do Paraíba ao longo da Rodovia Fernão Dias, que liga São Paulo à Belo Horizonte. Estas áreas oferecem, além de incentivos fiscais, menores custos de mão-de-obra, transportes menos congestionados e por tratarem-se de cidades-médias, melhor qualidade de vida, o que é vital quando trata-se de tecnopólos. A desconcentração industrial entre as regiões vem determinando o crescimento de cidadesmédias dotadas de boa infra-estrutura e com centros formadores de mão-de-obra qualificada, geralmente universidades. Além disso, percebe-se um movimento de indústrias tradicionais, de uso intensivo de mão-de-obra, como a de calçados e vestuários para o Nordeste, atraídas sobretudo, pela mão-de-obra extremamente barata. Fontes de Energia A estrutura geológica do Brasil é privilegiada em comparação com outros países. O potencial hidrelétrico brasileiro é elevado, as possibilidades de obtenção de energia usando a biomassa como parte primária são enormes e a produção do petróleo e gás natural vem aumentando gradualmente. O que falta para atingir a auto-suficiência energética é a política energética com planejamento e execução bem intencionados. No setor petrolífero o Brasil já é auto-suficiente. Petróleo Em 1938, foi perfurado o primeiro poço de petróleo em território nacional. Foi no município de Lobato, na bacia do Recôncavo Baiano, que a cidade de Salvador. Com a criação do CNP (Conselho de Petróleo) o governo passou a planejar, organizar e finalizar o setor petrolífero. Em 1953, Getulio Vargas criou a Petrobrás e instituiu o monopólio estatal na extração, transporte e refino de petróleo no Brasil; monopólio exercido em 1995. Com a crise do petróleo, em 1973, houve a necessidade de se aumentar a produção interna para diminuir o petróleo importado, mas a Petrobrás não tinha capacidade de investimento. Por volta do ano 1999, houve a descoberta de uma importante bacia petrolífera em alto-mar, na plataforma continental de Campos, litoral norte do estado do Rio de janeiro. Essa bacia é responsável por mais de 65% da população nacional de petróleo. Ainda na plataforma continental, destaca-se nos estados de Alagoas, Sergipe e Bahia, que juntos são responsáveis por cerca de 14% da produção do petróleo bruto. No continente a área mais importante é Massoró, seguida do Recôncavo baiano. Mais da metade do petróleo consumido no Brasil é gasto no setor de transporte, cujo modelo de desenvolvimento é o rodoviarismo. Essa opção é a que mais consome energia no transporte de mercadorias e pessoas pelo território. Por isso há uma necessidade de o país investir nos transportes ferroviários e hidroviários para diminuir custos e o consumo de uma fonte não-renovável de energia. Carvão Mineral e Biomassa O Rio Grande do Sul e Santa Catarina possuem usinas termelétricas devido a disponibilidade de carvão mineral, tornando básicos os gastos com transportes. Há usinas termelétricas também, em São Paulo, por apresentar duas vantagens: o custo de instalação de uma usina termelétrica é bem menor do que de uma hidrelétrica, e a localização de uma usina hidrelétrica é determinada pela topografia do terreno, enquanto uma termelétrica pode ser instalada em locais mais convenientes. Atualmente, no estado de São Paulo, muitas usinas de açúcar e álcool estão usando a queima de bagaço da cana-de-açúcar como fonte primaria para a produção de energia (Biomassa) e tornaram-se auto-suficientes. Solar Atualmente há vários projetos, em curso ou em operação, para o aproveitamento da energia solar no Brasil, particularmente por meio de sistemas fotovoltaicos de geração de eletricidade, visando ao atendimento de comunidades isoladas da rede de energia elétrica e ao desenvolvimento regional. Já a tecnologia do aquecedor solar já vem sendo usada no Brasil desde a década de 60, época em que surgiram as primeiras pesquisas. Em 1973, empresas passaram a utilizá-la comercialmente (ABRAVA, 2001). Segundo informações da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado,Ventilação e Aquecimento (ABRAVA, 2001), existiam até recentemente cerca de 500.000 coletores solares residenciais instalados no Brasil. Em Belo Horizonte, por exemplo, já são mais de 950 edifícios que contam com este benefício e, em Porto Seguro, 130 hotéis e pousadas. Hidráulica De acordo com o perfil longitudinal, pode-se encontrar rios brasileiros com características predominantes de planície e de planalto. Esses rios têm um perfil importante na avaliação do potencial hidrelétrico. Destacam-se, nesses, o rio Paraná e seus principais afluentes, Parnaíba, Grande, Tietê, Paranapanema e Iguacú, com desnível das cabeceiras até o pé da barragem de Itaipu; o Tocantins e seu afluente Araguaia, que desce das cabeceiras à foz; o rio Uruguai e seus afluentes de curso perene, com desnível até Paulo Afonso. O rio Amazonas tem a mais vasta bacia hidrográfica do planeta, com cerca de 6.315.000 km2, a maior parte do território brasileiro (3.984.000 km2, da ordem de 63,1%). Sendo assim o Brasil é rico em potencial Hidráulico e, dentre inúmeras usinas espalhadas pelo Brasil, destacam-se:Três Marias (MG), Tucuruí (PA), Sobradinho (BA), Serra da Mesa(GO), Porto Primavera (SP), Itumbiara (GO), Itaipu (a maior hidrelétrica do País), Ilha Solteira (SP), Furnas (MG), Balbina (AM). Nuclear No Brasil, está funcionado a Usina Nuclear Angra 2 sendo que a produção de energia elétrica é em pequena quantidade que não dá para abastecer toda a cidade do Rio de Janeiro. No âmbito governamental está em discussão a construção da Usina Nuclear Angra 3 por causa do déficit de energia no país. Energia Eólica No Brasil, a energia eólica é bastante utilizada para o bombeamento de água na irrigação, mas quase não existem usinas eólicas produtoras de energia elétrica. No final de 2007 o Brasil possuía uma capacidade de produção de 247 MW, dos quais 208 MW foram instalados no decorrer de 2006. O Brasil é o país da América Latina e Caribe com maior capacidade de produção de energia eólica. O primeiro projeto de geração no país foi desenvolvido em Pernambuco, na ilha de Fernando de Noronha, para garantir o fornecimento de energia para a ilha que antes só contava com um gerador movido a diesel. Quase todo o território nacional possui boas condições de vento para instalação de aerogeradores. A energia eólica brasileira teve um grande impulso com o programa do Governo Federal, o Proinfa, que possibilitará a instalação de novas usinas em diversas localidades brasileiras, principalmente no litoral nordestino e no litoral sul do Brasil. Desde 2000 foram instaladas as usinas de Mucuripe (Fortaleza-CE), Prainha (CE), e os maiores são o Parque eólico de Osório (RS), que produz 150 MW e o Parque eólico de Rio do Fogo (RN) que produz 49,3 MW. As outras fontes de energia tem pouca presenca no Brasil. Agropecuária Brasileira Agropecuária é o conjunto das atividades na produção primária de alimentos vegetais e animais. A agricultura e a pecuária são motores importantes da economia nacional e foram pouco afetadas pela crise. Destacam-se a produção de soja, milho, cana-de-açúcar, café e de carne bovina, de aves e suína. Agronegócio é o conjunto de atividades,setores e empresas ligados á cadeia produtiva da agropecuária. Estrutura Fundiária a concentração de terras é a característica da ocupação do território brasileiro desde a colonização. Segundo IBGE, quase 85% das propriedades são de agricultura familiar, mas essas ocupam apenas 24% da área usada no país, nas regiões Sul e Sudeste. Biocombustível – a necessidade de diminuir as emissões de carbono faz com que aumente a demanda por biocombustíveis, como o etanol da cana-de-açúcar. O Brasil tem a ambição de tornar o etanol uma commodity internacional, negociada em bolsas, o que aumentaria o uso e as exportações. A expansão da agropecuária para as regiões Centro-Oeste e Norte causa o desmatamento do cerrado e da Amazônia. Segundo o IBGE, as áreas com matas e florestas dentro das propriedades diminuíram 11%, com destaque par Pará e Rondônia, responsáveis por metade desse desmatamento. O Brasil é o maior consumidor mundial de pesticidas, chamados de agrotóxicos. Impactos Ambientais no Brasil Os problemas ambientais de âmbito nacional (no território brasileiro), relacionados à degradação da diversidade biológica ocorrem desde a época da colonização, estendendo-se aos subsequentes ciclos econômicos (pau-brasil, cana, café, ouro). Atualmente, os principais problemas estão relacionados com as práticas agropecuárias predatórias, o extrativismo vegetal (atividade madeireira) e a má gestão dos resíduos urbanos. Sendo os principais agravantes de ordem rural e urbana, os seguintes: - perda da biodiversidade em razão do desmatamento e das queimadas; - degradação e esgotamento dos solos decorrente das técnicas de produção; - escassez da água pelo mau uso e gerenciamento das bacias hidrográficas; - contaminação dos corpos hídricos por esgoto sanitário; - poluição do ar nos grandes centros urbanos. O índice de desmatamento em nosso território é tão alarmante que chega a pontuar proporcionalmente o Brasil como o segundo país, atrás apenas da China, com maiores áreas devastadas em todo o mundo. A intensiva extração de madeira. A floresta Amazônica, tida como a maior reserva natural do planeta, já teve cerca de 15% de sua área original desmatada, e de Mata Atlântica restam apenas 7% de sua composição silvestre. De acordo com ambientalistas, na Amazônia, uma área de aproximadamente 50 mil km2 é atingida por queimadas em períodos de um ano. Por causa disso, ocorre um empobrecimento do solo, acelerando o processo de desertificação. A fumaça liberada, além de causar problemas à saúde, também contribuem para o aquecimento do planeta e as alterações climáticas. O Impacto social frente ao ambiental. Diante dessa situação degradante, é necessário que cada cidadão assuma uma postura ambientalista, reivindicando de nossos representantes (do poder público) a intensificação de ações e programas preventivos que realmente combinem o desenvolvimento econômico do país com os princípios de sustentabilidade ecológica Globalização A Globalização é um processo de integração econômica, cultural, social e política. Esse fenômeno é gerado pela necessidade do capitalismo de conquistar novos mercados, principalmente se o mercado atual estiver saturado. A intensificação da globalização aconteceu na década de 70, (seu início pode ser marcado a partir das grandes navegações) e ganha grande velocidade na década de 80. Um dos motivos para essa aceleração é o desenvolvimento de novas tecnologias, como por exemplo, no ramo da comunicação. Como ocorre a globalização? Veja o exemplo abaixo para ter uma idéia de como acontece a globalização, e o que é ela. • O produtor efetua a compra da matéria-prima de qualquer lugar do mundo, onde ela seja barata e de boa qualidade. • Instala a sua fábrica aonde a mão de obra é mais barata. O lugar não importa muito para onde serão vendidos os produtos. • Após a fabricação do produto, o produtor distribui sua mercadoria para qualquer lugar do mundo que ele desejar. Em suma, na globalização você pode comprar um produto que foi fabricado do outro lado do mundo, como por exemplo China, mas utilizando a matéria-prima que foi comprada em outro país. Nova Ordem Mundial A Nova Ordem Mundial Nos últimos anos, principalmente de 1989 a 1991, o mapa-múndi político sofreu transformações radicais. Novos estados-nações (países) surgiram e outros desapareceram. Como exemplo disso, podemos citar a antiga Alemanha Oriental, hoje uma província da Alemanha reunificada. Ou antiga Tchecoslováquia, hoje em dois novos estados-nações: a República Tcheca e a Eslováquia. Contudo, as mudanças mais surpreendentes aconteceram na Iugoslávia e na União Soviética. A Iugoslávia, além de ter sido dividida em cinco novos países(Croácia, Eslovênia, Bósnia, Macedônia e Iugoslávia), conheceu uma sangrenta guerra civil pela partilha da Bósnia-Herzegóvina. A União Soviética, por sua vez, viu-se obrigada a fragmentar-se em 15 nações independentes. Do ponto de vista geopolítico, é possível comparar esse período a um outro do nosso século, quando também aconteceram mudanças profundas no mapa-múndi, por ocasião da segunda guerra mundial. Nesses dois momentos ocorreram não apenas mudanças geopolíticas, mas também uma crise de uma ORDEM MUNDIAL e a emergência de uma outra. Antes da segunda guerra mundial havia uma ordem multipolar, ou seja, com base em vários pólos ou centros de poder que disputavam a hegemonia internacional: Inglaterra, ex-grande e exclusiva potência mundial no século XIX, em decadência hegemônica; a França e em especial a Alemanha, grandes concorrentes no continente europeu; os EUA, grande potência da América; o Japão, que se lançava numa aventura imperialista no leste e sudeste asiático; e por fim a imensa Rússia, fortemente militarizada. O final da grande guerra trouxe um novo cenário: as potências européias estavam arrasadas e conseqüentemente seus impérios na Ásia e África; o Japão, igualmente arrasado, perdeu as áreas que havia conquistado no extremo oriente(Coréia, Manchúria, partes da Sibéria, etc.). Duas novas potências mundiais – EUA e União Soviética – lotearam o mundo entre si. Foi a época da BIPOLARIDADE, a nova ordem mundial, que durou cerca de 45 anos, desde o final da segunda guerra até meados de 1991. O mundo bipolar foi marcado pela eterna disputa entre capitalismo e socialismo, tendo os EUA e a União Soviética de cada lado, respectivamente. Os EUA, líderes político-econômicos do mundo capitalista . A União Soviética, a guardiã e o exemplo a ser seguido no mundo socialista. Esse Status que começou a ser mudado com a ascensão do Japão e da Europa Ocidental, que passaram a disputar a supremacia internacional com os EUA, e ao esgotamento do modelo soviético. A Regionalização do Espaço Mundial Existem inúmeras divisões do espaço geográfico mundial, mas podemos separar duas formas de regionalização mais conhecidas e utilizadas. Uma é a setorização da Terra por critérios naturais, em especial pelos continentes. A outra é a divisão do espaço mundial por critérios sociais ou político-econômicos: o Norte(países ricos e industrializados) e o Sul(países pobres ou subdesenvolvidos). A primeira classificação tem como base a geologia, ou seja, o resultado de uma divisão natural operada ao longo do tempo geológico, que separou os continentes. A segunda forma de classificar toma como referência a sociedade. É uma divisão do espaço com base em elementos políticoeconômicos. O homem aqui é visto como agente principal, transformando o seu meio natural. De forma simplificada, podemos afirmar que aqueles estudos que têm na Terra(natureza) o seu referencial, fazem parte da chamada geografia tradicional. Por outro lado, também simplificando um pouco, podemos dizer que aqueles estudos que referenciam-se na sociedade, enquadramse na chamadageografia crítica. Trata-se de uma geografia que entende o espaço geográfico como produto da atividade humana. Dos Três Mundos à Oposição Norte/Sul A regionalização do espaço mundial com base em critérios sociais sempre está ligada ordem internacional que prevalece num certo momento, ao equilíbrio instável dos países e os grupos de países, à disputa (ou cooperação) entre as grandes potências mundiais.Após 1945 o mundo dividiu-se em três "mundos" ou conjuntos de países: o primeiro mundo(países capitalistas desenvolvidos); o segundo mundo (países socialistas ou de economia planificada); e o terceiro mundo (áreas periféricas ou subdesenvolvidas, com freqüência marcadas por disputas entre capitalismo e socialismo). Para entendermos a regionalização atual, dos anos 90 e início do século XXI, temos que estudar a crise do segundo mundo e como essa crise vem reforçando a oposição entre o Norte e o Sul. Os Sistemas Sócio-Econômicos Capitalismo e socialismo são dois tipos de sistemas bastante diferentes entre si. Podemos dizer que o capitalismo caracteriza-se por apresentar umaeconomia de mercado e uma sociedade de classes. O socialismo, por sua vez, basicamente constitui-se por uma economia planificada e uma sociedadeteoricamente sem classes. A sociedade capitalista é dividida basicamente em duas classes sociais: a burguesia, composta pelos capitalistas, donos dos meios de produção(fábricas, bancos, fazendas, etc.), e o proletariado(urbano e rural), que vive de salários, trabalhando para os donos do capital. No entanto, existem indivíduos que não se enquadram em nenhuma destas classes, como por exemplo os profissionais liberais (advogados com escritório próprio, médicos c/consultório particular, etc.). Na economia planificada, o elemento principal do funcionamento do sistema econômico (produção, consumo, investimentos, etc.) é o plano e não o mercado. Nesse sistema os meios de produção são públicos ou estatais, quase não existindo empresas privadas. Teoricamente, não deveria haver estratificação social nesse sistema, mas o que se verificou na prática foi o surgimento de uma elite burocrática que dirigia o sistema produtivo, constituindo-se em nova classe dominante. O Reforço das disparidades entre o Norte e o Sul Com a crise do mundo socialista, aumenta a oposição entre o Norte e o Sul. Isso, porque deixa de haver o conflito LESTE/OESTE, ou seja, entre osocialismo real o capitalismo. As duas superpotências das últimas décadas tinham um poderio avassalador e nenhum conflito importante no plano mundial deixava de ter a participação direta ou indireta delas. Nessa época, a oposição entre o Norte rico e o Sul pobre nunca transparecia claramente, porque estava sempre abafada pelo conflito LESTE/OESTE. O segundo mundo chegou a abranger cerca de 32% da população mundial no início dos anos 80, mas hoje ele praticamente não existe mais. Assim, colocando-se os antigos países socialistas mais pobres ou menos industrializados (China, Mongólia, Camboja, Vietnã, Cuba, etc.) no Sul subdesenvolvido, e os mais industrializados (Rússia, Hungria, Polônia, República Tcheca, etc.) no Norte, temos a oposição entre o Norte desenvolvido, com 23% da população mundial, e o Sul com 71% desse total demográfico. Esta é a principal oposição mundial dos anos 90. As Disparidades tendem a aumentar A oposição entre o Norte e o Sul tem ainda um outro motivo para se acentuar: as desigualdades internacionais, que vêm aumentando desde os anos 80 e devem se agravar ainda mais até o início do século XX. O PNB dos ricos sempre tem aumentado, enquanto os de grande parte dos países pobres tem diminuído, especialmente na África. De forma resumida, podemos dizer que isso se deve ao seguinte: enquanto as economias mais avançadas estão atravessando a chamada Revolução técnico-científica, com substituição de força de trabalho desqualificada por máquinas, com a expansão da informática, etc., os países mais pobres só têm duas coisas a oferecer – matérias-primas e mão de obra barata -, e esses elementos perdem valor a cada dia. Somente os países com uma força de trabalho qualificada (resultado de um ótimo sistema educacional) e tecnologia avançada é que possuem condições ideais para o desenvolvimento.. O Subdesenvolvimento De forma sucinta, podemos definir o subdesenvolvimento como uma situação econômico-social caracterizada por dependência econômica e grandesdesigualdades sociais. Subordinação ou dependência econômica Todos os países do Sul ou do terceiro mundo são economicamente dependentes dos países desenvolvidos. Tal dependência manifesta-se de três maneiras: I. Endividamento externo – normalmente, todos os países subdesenvolvidos possuem vultosas dívidas para com grandes empresas financeiras internacionais. II. Relações comerciais desfavoráveis – geralmente, os países subdesenvolvidos exportam produtos primários (não industrializados), como gêneros agrícolas e minérios. As importações, por sua vez, consistem basicamente de produtos manufaturados, material bélico e produtos de tecnologia avançada (aviões, computadores, etc.). Esta relação comercial revela-se terrivelmente desvantajosa , pois os artigos importados têm valor agregado bem maior do que os exportados, e ainda se valorizam mais rapidamente. III. Forte influência de empresas estrangeiras – nos países subdesenvolvidos, boa parte das principais empresas industriais, comerciais, mineradoras e às vezes até agrícolas é de propriedade estrangeira, possuindo a matriz nos países desenvolvidos. São as chamadas multinacionais. Uma grande parcela dos lucros dessas empresas é remetida para suas matrizes, o que provoca descapitalização no terceiro mundo. Grandes Desigualdades Sociais Em todos os países subdesenvolvidos, a diferença entre ricos e pobres é muito mais acentuada do que nos países desenvolvidos. Por exemplo, na Colômbia, 2,6% da população possui 40% da renda nacional; no Chile, 2% dos proprietários possuem 50% das terras agrícolas. Dessa forma, a população de baixa renda acaba sofrendo de sérios problemas de subnutrição, falta de moradias, atendimento médicohospitalar inadequado, insuficiência de escolas, etc. Como Definir a Nova Ordem? A nova ordem costuma ser definida como multipolar. Isso quer dizer que existem vários pólos ou centros de poder no plano mundial. Hoje temos três grandes potências mundiais de poderio econômico, tecnológico e político-diplomático: EUA, Japão e a União Européia. Assim, o século XX começou com uma ordem multipolar, passou para a bipolaridade e termina com uma nova multipolaridade. Que diferenças existem entre a multipolaridade deste fim de século e aquela do início? A primeira grande diferença é que no início do século havia somente um agente no cenário internacional: o Estado Nacional (como, por exemplo, Inglaterra, Alemanha, etc.) e tudo girava ao redor de suas relações econômicas e político-militares. Já nos dias hodiernos há um relativo enfraquecimento do estado-nação e um fortalecimento de outros agentes internacionais – a ONU, em primeiro lugar, e também as empresas multinacionais e as diversas organizações mundiais (governamentais e não-governamentais) que atuam nas áreas ambiental, econômica, cultural, técnica, etc. Em segundo lugar, no início do século vivia-se uma situação de pré-guerra: as rivalidades entre potências conduziam inevitavelmente a conflitos bélicos entre si, o que ocorreu efetivamente de 1914 a 1918 e novamente de 1939 a 1945. Hoje isso é extremamente improvável de acontecer, pois no lugar de uma disputa acirrada pela hegemonia mundial, existe uma crescente cooperação , uma interdependência, inclusive com a criação de mercados regionaisou blocos econômicos. Dessa forma, as três grandes potências são ao mesmo tempo rivais e associados, possuem alguns interesses conflitantes e inúmeros outros em comum. A ordem mundial era tida como dicotômica ou dualista, ou seja, predominava a oposição entre o bem e o mal, entre o capitalismo e o socialismo. A nova ordem é pluralista, ou seja, possui várias frentes de oposição, como RICOS/POBRES; CRISTÃOS/MUÇULMANOS(ISLÂMICOS); INTERESSES MERCANTIS/CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA, etc Impactos Ambientais Impacto ambiental é a alteração no meio ambiente por determinada ação ou atividade. Atualmente o planeta Terra enfrenta fortes sinais de transição, o homem está revendo seus conceitos sobre natureza. Esta conscientização da humanidade está gerando novos paradigmas, determinando novos comportamentos e exigindo novas providências na gestão de recursos do meio ambiente. Um dos fatores mais preocupantes é o que diz respeito aos recursos hídricos. Problemas como a escassez e o uso indiscriminado da água estão sendo considerados como as questões mais graves do século XXI. É preciso que tomemos partido nesta luta contra os impactos ambientais, e para isso é importante sabermos alguns conceitos relacionados ao assunto. Poluição é qualquer alteração físico-química ou biológica que venha a desequilibrar um ecossistema, e o agente causador desse problema é denominado de poluente. Como já era previsto, os principais poluentes têm origem na atividade humana. A Indústria é a principal fonte, ela gera resíduos que podem ser eliminados de três formas: Na água: essa opção de descarte de dejetos é mais barata e mais cômoda, infelizmente os resíduos são lançados geralmente em recursos hídricos utilizados como fonte de água para abastecimento público. Na atmosfera: a eliminação de poluentes desta forma só é possível quando os resíduos estão no estado gasoso. Em áreas isoladas: essas áreas são previamente escolhidas, em geral são aterros sanitários. Classificação dos resíduos: Resíduos tóxicos: são os mais perigosos e podem provocar a morte conforme a concentração, são rapidamente identificados por provocar diversas reações maléficas no organismo. Exemplos de geradores desses poluentes: indústrias produtoras de resíduos de cianetos, cromo, chumbo e fenóis. Resíduos minerais: são relativamente estáveis, correspondem às substâncias químicas minerais, elas alteram as condições físicoquímicas e biológicas do meio ambiente. Exemplos de indústrias: mineradoras, metalúrgicas, refinarias de petróleo. Resíduos orgânicos: as principais fontes desses poluentes são os esgotos domésticos, os frigoríficos, laticínios, etc. Esses resíduos correspondem à matéria orgânica potencialmente ativa, que entra em decomposição ao ser lançada no meio ambiente. Resíduos mistos: possuem características químicas associadas às de natureza biológica. As indústrias têxteis, lavanderias, indústrias de papel e borracha, são responsáveis por esse tipo de resíduo lançado na natureza. Resíduos atômicos: esse tipo de poluente contém isótopos radioativos, é um lixo atômico capaz de emitir radiações ionizantes e altamente nocivas à saúde humana. Geopolítica Método de análise que utiliza e aprofunda os conhecimentos da Geografia física e humana, com o objetivo de orientar e fortalecer o poder do Estado. Pode-se dizer que o pensamento geopolítico acompanha a humanidade desde seus primórdios. Mas é somente na passagem do século XIX para o século XX – com a consolidação das potências industriais e a competição pelo controle dos recursos naturais – que a geopolítica é sistematizada. A disciplina nasce na Alemanha, com o geógrafo Friedrich Ratzel (1844-1904), que, em 1882, publica o seu principal livro, Antropogeografia – Fundamentos da Aplicação da Geografia à História. O progresso, segundo Ratzel, está vinculado ao crescimento territorial. Para ele, “espaço é poder”. Anos depois, o inglês Halford Mackinder (1861-1947) lança O Pivô Geográfico da História (1904), em que afirma que a nação que controlar a Eurásia dominará o resto do mundo. Isso porque a região, chamada por ele de “heartland ”, ou “pivô geográfico da História”, seria a maior área habitável do planeta. Já o sueco Rudolph Kjellen (1864-1922), no livro O Estado como Manifestação da Vida (1916), define o Estado como um organismo geográfico que se assemelha a um ser vivo, sujeito a nascimento, desenvolvimento, declínio e morte. Juntas, essas três obras clássicas constituem o fundamento da nova ciência. O surgimento da Geopolítica na Alemanha tem relações diretas com o seu momento histórico. No final do século XIX, o país emergia como potência industrial, mas o seu território encontrava-se fragmentado em várias regiões. Nesse contexto, a unificação territorial torna-se estratégica para a consolidação do Estado alemão, que ocorre em 1871, sob a liderança de Otto von Bismarck (1815-1898). Friedrich Ratzel estava envolvido nesse projeto. Posteriormente, a Alemanha nazista emprega a teoria de que o Estado precisa de espaço para sobreviver, a fim conseguir suas pretensões expansionistas em direção às estepes férteis ucranianas e ao Cáucaso, rico em petróleo. Doutrina Geopolítica A doutrina geopolítica, no entanto, não se restringe à Alemanha: ela influencia a ação dos Estados contemporâneos em geral,independentemente da natureza de seu regime, democrático ou totalitário. Os Estados Unidos, por exemplo, justificam a sua intervenção na Guerra do Vietnã , baseados na “teoria do dominó”, ou seja, de que um Estado após outro cairia nas mãos do comunismo. Durante a Guerra das Malvinas , o Reino Unido luta com a Argentina pelo domínio das Ilhas Malvinas (Falklands) da Geórgia e de Sandwich do Sul, um ponto estratégico de ligação entre o Atlântico, o Pacífico e a Antártica. O expansionismo também é evidente na Guerra dos Seis Dias, quando Israel anexa as Colinas de Golã , uma região de inegável valor geopolítico em função de suas nascentes de água. E, na Guerra do Golfo , a principal causa do conflito é o controle das reservas de petróleo do Kuweit.