LUCAS AUGUSTO PEREIRA SOUTO
RAFAEL CUNHA GAMA
CRISTIANO DE MATOS COSTA
CHARLINTON
JOAQUIM
RESUMO
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Nos últimos anos, agentes químicos, como os
enxaguantes bucais, vêm sendo utilizados visando a
promoção da saúde bucal. Esta pesquisa teve por
objetivo verificar a difusão do uso dos enxaguantes
bucais no meio odontológico, avaliando vários
aspectos, dentre eles, a relação entre
agentes
antimicrobianos e o
controle da placa
supragengival.
A maioria dos cirurgiões-dentistas indicam esses
medicamentos em casos especiais, mas prescreve
inadequadamente, pois grande parte utiliza
informações veiculadas por laboratórios (AU).
INTRODUÇÃO
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Segundo Moreira et al. (2001), enxaguatórios
bucais e outros veículos podem auxiliar no
controle da formação da placa bacteriana
supragengival e na prevenção de doenças
periodontais. O controle da placa microbiana é
um fator de grande importância para manter a
saúde bucal. Além disso, os autores afirmam
que os agentes antimicrobianos ajudam para
o controle da placa e que deve-se fazer um
estudo
aprofundado
quando
se
há
necessidade de usar um agente antimicrobiano.
- A placa bacteriana é uma massa densa não calcificada,
constituído por microorganismos envolvidos em uma matriz
rica em polissacarídeos extracelulares bacterianos e
glicoproteínas salivares, firmemente aderidas aos dentes,
cálculos e outras superfícies da cavidade bucal. Na maioria
das vezes a placa se desenvolve sobre a película adquirida,
que reveste toda a cavidade bucal (LASCALA,; 1997 apud
GEBRAN & GEBERT; 2002).
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O
principal
meio
de
prevenção
das
doenças
gengivoperiodontais e dentárias é o controle da placa
bacteriana, podendo ter uma eficácia maior com a utilização
de agentes antimicrobianos. Sem essa prevenção a higiene
bucal não pode ser alcançada com sucesso.
Placa bacteriana
REVISÃO DE LITERATURA
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Segundo Cummins (1992, p.71), “Um agente anti-placa
para o uso rotineiro deve possuir as seguintes
propriedades: atividade biológica consistente inerente ao
seu modo específico de ação, boa substantividade, baixa
toxicidade e baixa permeabilidade. Cada uma tem um
papel de determinar a dose, a freqüência de uso e a
liberação do agente”.
A classe de agentes antiplaca são: as moléculas
orgânicas catiônicas, compostos metálicos, compostos
fenólicos não carregados, agentes da superfície ativa.
Suas subclasses são as bisbiguanidas, plantas alcalóides
e
amônio
quaternário.
Exemplos:
Clorexidina,
Saguinarina, Fluoreto de Estanho, Óleos essenciais,
Delmopinol,Fluoreto de Estanho/ Amino fluoreto, entre
outros.(MOREIRA et al, 2001).
Fatores gerais que controlam a liberação de um agente
antiplaca na cavidade oral:
Solubilidade: “Um agente antiplaca deve ser solubilizado em
seu veículo para que uma rápida liberação ocorra no ambiente
oral, particulamente quando o tempo de aplicação é
curto.”(CUMMINS et al. 1992)
 pH e composto iônico: interações iônicas entre os agentes e os
sítios receptores são cruciais na sua retenção. Como o pH do
veículo de liberação determina o estado de ionização tanto do
agente quanto dos sítios receptores expostos ao veículo, o pH
é de extrema importância para a maximização de suas
interações.( CUMMINS et al (1992); apud MOREIRA et al
(2001).
 Estabilidade: uma falha química ou modificação do agente
pode ocorrer durante o armazenamento, particularmente a
elevadas temperaturas. A modificação de um agente pode
ocorrer também na cavidade oral devido à ação metabólica da
saliva ou por enzimas bacterianas. Estas situações resultam na
inativação do agente e perda da eficácia clinica. (CUMMINS et
al (1992); apud MOREIRA et al (2001).
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Sanguinarina
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“A sanguinarina é um alcalóide obtido da extração
alcoólica do pó da raiz da Sanguinaria canadensis e
pode ser encontrada na forma de soluções para
bochechos e dentifrícios.” (MOREIRA et al,2001)
Segundo Wennstron e Lindhe (1985) apud Moreira
et al (2001) mostraram que bochechos com
sanguinarina diminuem a formação da placa e
retardam o desenvolvimento. Em uma pesquisa feita
comesse componente, levou uma redução de placa
e gengivite se comparado a um grupo que não usou
a sanguinarina, mesmo os dois grupos realizando a
limpeza com escovação e fio dental. (HARPER et al,
1990)
METODOLOGIA
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Foi realizado um estudo clínico com o objetivo de avaliar o efeito de
enxaguantes bucais, como coadjuvantes da escovaçäo dentária
habitual, na reduçäo da placa bacteriana e da gengivite moderada.
Foram utilizados os produtos Cepacol Flúor 1:2 (Cloreto de
Cetilpiridínio a 0,5 por cento) e Colgate Plax (Triclosan a 0,03 por
cento/Gantrez a 0,15 por cento), comparados à escovaçäo habitual
como controle. Participaram deste estudo 69 crianças de baixo nível
sócio-econômico, do sexo masculino, na faixa etária de 7 a 12 anos,
semi-internas na Fundaçäo de Amparo ao Menor (FAM) - Recife - PE Brasil, das quais 66 concluiram o período experimental de 3 semanas
(15 dias úteis). as crianças foram divididas em três grupos
homogêneos de acordo com os valores iniciais dos índices Gengival e
de Placa (LÖE41, 1967), sendo dois experimentais e um controle. As
substancias foram empregadas, sob supervisäo, em dois bochechos
diários, com 10 ml, por 1 minuto, pela manhã e à tarde, após a
escovação normal com um creme dental fluoretado por 1 mnuto
(Sepacol Flúor); ou antes da escovaçäo (Colgate Plax). O grupo
controle apenas escovou seus dentes por 1 minuto com o mesmo
creme dental. A avaliaçäo final dos índices Gengival e de Placa foi
realizada no primeiro dia útil após o término da face experimental.
(MACHADO, 1994)
Fluoreto de Estanho
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O componente Fluoreto de Estanho mostrou efeito
antiplaca, mas não apresentou estabilidade e
apresentou manchamento dental. Por sua
instabilidade em soluções aquosas é problematico
para o uso como bochechos que comparando
com a clorexidina, á redução da placa é menor.
(CHIKTE,et al (1991);OWENS, et al (1997) apud
MOREIRA et al (2001).
Óleos essenciais
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Segundo Hancock (1994), “Os Óleos essenciais são
compostos fenolipos que agem inespecificamente
sobre as bactérias. Por tanto não causaram o
desequilíbrio da microbiota nem a proliferação de
microorganismos oportunistas”.
Monkidi et al(1987) apud Moreira (2001) realizaram
um estudo com um modelo de gengivite
experimental e demonstraram que o uso de Listerine
duas vezes por dia por 30 segundos é menos
eficiente em relação á placa supragengival se usa-lo
4 vezes por dia por 30 segundos. Porém, não ficou
claro se o efeito da duração do bochecho atua na
antiplaca e antigengivite.
Delmopinol
“Hidroclorido Delmopinol é um composto de baixo peso
molecular com superfície ativa. Estudos pré-químicos e
estudos sobre a eficácia, tolerância e farmacocinética em
humanas demonstraram a segurança deste composto.”
(ABBOTT,1994)
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O delmopinol apresenta um efeito antimicrobiano de
5 a 125 vezes menor comparando á clorexidina em
relação às espécies orais e não orais. Mas ele reduz a
viscosidade do glucano extra celular e a coesão dentro
da placa facilitando a remoção macânica. (SIMONSSON,
et al. 1991; RUNDEGREN, et al. 1992).
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- Os autores concluíram que esta substância pode ser usada
seguramente para bochechos sem causar manchas extrínsecas
nos dentes. O único efeito local conservado foi a sensação de
anestesia da língua, algumas vezes envolvendo outras partes
da mucosa oral. (MOREIRA, et al.p.106, 2001)
Clorexidina
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“O Digluconato de clorexidina é bactericida e bacteriostático,
dependendo de sua concentração tendo efeito anti-microbiano de
amplo aspecto sob os microorganismos patogênicos” (SOUZA,2007).
Os enxaguatorios bucais contendo clorexidina tem sido
reconhecidos na literatura como os “mais efetivos” meios para controle
da placa, gengivite e doenças periodontais. (Loe, 1976)
Estudos comprovaram que os efeitos da escovação com géis à
base de clorexidina houve significativa redução de placa e inflamação
gengival, porém em outros foi encontrado apenas redução de placa.
Petersson et al. (1992) apud. Moreira et al. (2001) avaliou o efeito
antimicrobiano do verniz Cervitec e, se palitos e fio dentais
impregnados com esse verniz, apresentaram efeito antimicrobiano
após um ano de armazenagem.
 “Estudos mostraram que varias pastas dentarias contendo
clorexidina a 0,5% exibiram melhor inibição de placa e melhores
propriedades antibacterianas que o placebo, entretanto, foram
consideravelmente menos efetivas que enxaguatorios contendo
clorexidina de 0,2%.”(ADDY & JENKINS. 1994;1990).
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Ainamu & Etemadzadeh (1986) apud Moreira et al.
(2001) avaliaram efeito antiplaca da clorexidina
incluída em chicletes com ou sem o agente oxidante
peróxido de hidrogênio. O agente oxidante foi
incorporado com o objetivo de reduzir os efeitos
colaterais de manchamento. Eles concluíram que a
clorexidina permaneceu ativa e foi liberada com
sucesso do cicletes com ou sem agente oxidantes e
que teve um excelente efeito inibitório sobre o
crescimento da placa bacteriana. O tempo de
observação de 4 dias foi suficiente para detectar o
efeito de manchamento.
Alguns enxaguantes bucais
RESULTADOS
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A análise estatística dos resultados demonstrou que,
comparando-se os valores iniciais e finais dos
índices Gengival e de Placa em cada grupo, houve
uma redução significativa da placa bacteriana e da
gengivite moderada. entretanto, cotejando-se a
média de redução dos índices Gengival e de Placa
entre três grupos, não houve uma diferença
estatisticamente significante (nível de significância
de 5 por cento), concluindo-se que os efeitos
observados na reduçäo da placa bacteriana e
gengivite moderada foram decorrentes da ação
mecânica da escovação bucal (AU). (MACHADO,
1994)
CONCLUSÃO
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O controle de placa é um dos pontos principais na prática odontológica e o uso de
substâncias químicas para redução e eliminação da mesma não deve substituir o
controle mecânico pelo paciente e pelo profissional, reconhecidamente o meio mais
eficiente para a prevenção do aparecimento das patologias gengivoperiodontais.
Segundo esta linha de raciocínio, o profissional deve sempre ter a preocupação com a
motivação do paciente, para o uso dos meios mecânicos, tornando-o um cooperador
consciente.
Quando o paciente não possuir condições de executar este controle mecânico de
placa (invalidez temporária ou permanente, falta de coordenação motora, etc) e o
profissional julgar conveniente a utilização do recursoquímico auxiliar, deve-se sempre
levar em conta alguns fatores que podem influenciar na escolha da substância
química, tais como: grau de higiene do paciente, seus efeitos colaterais, sua eficácia,
alterações ao nível de microbiota bucal, custo e aceitação pelo paciente.
Os agentes químicos de maior eficácia no controle de placa, via de regra, são os que
possuem maior quantidade de reações adversas e são geralmente encontrados em
soluções para bochechos (clorexidina). E as substâncias com menos efetividade no
controle de placa e com menor quantidade de reações adversas como o triclosan
associado ao citrato de zinco, gantrez ou pirofosfato, preferencialmente são
associados a dentifrícios fluoretados.
Tendo em vista tais considerações, fica claro que somente através de um rigoroso
controle de placa bacteriana por meio da escovação dentária e utilização do fio dental
é que conseguiremos uma boa prevenção das doenças gengivoperiodontais e da
cárie.
FIM!
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agentes antimicrobianos no controle da placa supragengival