Visões e Conceitos Históricos
da Educação Comparada
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Para descrição do percurso histórico da Educação Comparada, Ferreira
enuncia dificuldades, devido a discordâncias em relação à periodização da
mesma. Definir períodos da evolução significa estabelecer o significado da
mesma no caminho que percorreu.
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Pedagogia no estrangeiro: é descrito pelo produto das viagens de estudo
ao estrangeiro realizadas por pedagogos e políticos que observavam a
organização de países vizinhos e eventualmente comparavam ao do próprio
país.
Pedagogia comparada propriamente dita, desenvolveu-se no século XX,
analisando a explicação de factos pedagógicos, isto é, forças determinantes
ou factores configurativos.
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Empréstimo (que cobre o século XIX), onde se elaborava a
apresentação dos dados descritivos no qual devia de fazer a
comparação com o objecto, de modo a avaliar as melhores praticas
educativas, para as transpor/aplicar em outros países.
Predição (ocupou a primeira metade do século XX). Iniciou com
Michael Sadler a ideia de que o Sistema Educativo não está
separado da sociedade que se insere.
Análise coloca ênfase na classificação dos factos educativos e
sociais que lhe estão associados.
Existia uma preocupação em tentar progredir nas teorias e métodos,
de modo a estabelecer uma clara organização de etapas dos
processos e dos mecanismos comparativos, com o objectivo de fazer
uma análise menos baseada nos valores ético - emocionais.
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1º período: a “Etapa estrutural” caracterizada na obra Esquisse
(1817) de Jullien de Paris, sendo esta o marco inicial da EC;
2º período: denominada de “Inquiridores” de 1830 até 1914, na
qual os EUA estudavam os sistemas de ensino vigentes e os
governos mandavam os inquiridores percorrem a Europa;
3º período: chamado de “Preocupações históricas” acontece de
1920 a 1940, marcada essencialmente pelos trabalhos de Kandel,
Schneider, Hans, entre outros.
4º período: “Prospectivo” decorre após a Segunda Guerra Mundial,
essencialmente após 1955, onde os estudos comparados em
educação são voltados para o futuro.
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1º período: é dos viajantes, onde eram realizados trabalhos, originados
pela curiosidade, através de interpretações subjectivas e baseados em factos
divergentes do país do observador
2º período: é o dos inquiridores (séc. XIX) no qual, os observadores vão
para países a fim de obter dados, para aperfeiçoar o sistema educativo do
seu país
3ºperíodo: é o de cooperação internacional, onde o intercâmbio cultural
entre os povos é estimulado, e a educação é vista como meio de
entendimento entre nações
4º período: era denominado de factores e reacções, amplificando a
dinâmica das ligações entre educação e cultura e explicava a variedade dos
fenómenos educativos, para compreender as relações escola e sociedade, a
partir da observação histórico culturista, para aclarar o presente a partir do
passado.
5º período: procurava-se explicar as ciências sociais, onde os trabalhos
recorriam a métodos empírico-quantitativos, para clarificar as relações
entre a educação e a sociedade a nível mundial.
Jullien de Paris.
 Etapa descritiva.
 Etapa interpretativa.
 Etapa comparativa.
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Autor de várias obras na área da educação pode ter sido considerado o pai
da Educação Comparada. Publicou em 1817 a Obra: Esboço e Visões
exploratórias do trabalho de uma educação comparada, uma primeira
abordagem, entre os vinte e dois cantões da Suíça, e em seguida para
qualquer parte da Alemanha e Itália, e isso se deve muito para
compreender sucessivamente os planos de ensino de todos os Estados de
Europa, introduzindo assim a comparação na abordagem da educação.
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O objectivo desta publicação era lançar um projecto que consistia em
recolher informações para execução de um quadro comparativo dos
principais estabelecimentos de educação existentes nos diversos países
europeus tal como: o funcionamento, método, no qual se desejava a
elaboração de pessoas influentes e de poderes públicos com a intuição de
proceder de melhor forma à reforma da educação.
O livro é composto por duas partes: na primeira são expostas as
justificações do projecto, objectivos e noções gerais, enquanto na segunda
é apresentado um meio para que a recolha de dados se execute com maior
eficácia, composto por duas grandes séries de questões.
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Ferreira considera que Julien dava muita importância aos
questionários, considerando-os verdadeiros meios de trabalho para
análise educativa. Segundo este as investigações sobre educação
comparada deviam facultar meios novos para aperfeiçoar a ciência
da educação
Segundo Ferran Ferrer Julien contribui para a educação comparada
por se destacar nos seguintes aspectos:
Importância que tem o dirigir de uma metologia empírica e
cientifica;
Necessidade de executar instrumentos que servem tal finalidade.
Importância de factores externos sobre a educação
Vantagens que tem o conhecimento da educação noutros países.
Contribuição da Educação Comparada no progresso da educação no
mundo.
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O projecto de Julien Paris não foi compreendido, o que levou à rejeição dos
governos e dos indivíduos que não concordavam com a ideia da criação de
uma ciência da Educação.
O objectivo neste período era de conhecer como os países desenvolvidos se
organizavam no ensino, de modo a importar/adaptar os aspectos que
poderiam melhorar os sistemas escolares.
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F. W. Thiersch, em 1838 publicou uma obra sobre as experiências
educativas na Alemanha, França, Holanda e Bélgica. Refere nesse
estudo que se deve de ter atenção às descrições deste género.
Mathew Arnold, publicou diversos trabalhos entre 1861 e 1882, no
qual revela o seu profundo conhecimento sobre a situação da
educação na França e na Alemanha. Procurou recolher ideias e
experiências para o seu país, mas tendo atenção à possível imitação
dos aspectos isolados, sem ter em conta os aspectos e os contextos
que o torna possível.
Neste período verificaram que a descrição dos sistemas Nacionais
de outros países relativamente aos aspectos da educação já era
suficiente para a compreensão dos fenómenos da educação. Isto
levou a Michael Sadler a “protagonizar uma alteração na forma de
aborda a Educação Comparada”, sendo assim considerado por
FERREIRA (1999) como prenunciador do período seguinte.
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É no ano 1900 que se concretiza o início desta etapa, pois os teóricos
afirmam que foi neste ano que começaram ideias e acontecimentos
importantes para a Educação Comparada. Um desses acontecimentos foi a
organização de um curso de Educação Comparada na Universidade de
Columbia. Deu-se também a publicação de um texto sobre a utilidade da
Educação Comparada para o sistema educativo de Michael Sadler.
Estes acontecimentos contribuíram para a sistematização de conhecimentos
e para uma certa autodeterminação para a Educação Comparada.
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Michael Sadler é encarado como iniciador de uma concepção teórica da
Educação Comparada. Publica um texto How far we learn anything of
practical value from the study of foreignsystems of education, onde o autor
aborda ideias sobre os estudos comparativos e a sua utilidade. Michael
Sadler considera também, que as coisas fora da escola são mais
importantes do que aquelas que se encontram dentro da própria escola.
Em conclusão, as contribuições que Michael Sadler trouxe à Educação
Comparada foram as seguintes:
 Importância de se entender o espírito e a tradição dos sistemas educativos;
 Importância em estudar os sistemas educativos dos países estrangeiros, de
forma a compreender o nosso próprio país;
 Procurou entender os aspectos educativos no âmbito social e cultural mais
amplo (dimensão sociológica);
 O inconveniente da Educação Comparada se tornar dependente da
estatística, pois tende-se a identificar a educação com a escola.
Abordagens ou tendências:
 interpretativo-histórica;
 interpretativo-antropológica;
 interpretativo-filosófica;
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Na abordagem interpretativo-histórica distinguem-se Isaac L. Kandel e
Nicholas Hans.
Kandel deu atenção aos aspectos históricos, acreditando que a histórica dos
povos possibilita encontrar detalhes nacionais dos sistemas educativos.
O autor Nicholas Hans refere que os factores fundamentais dos
sistemas educativos dividem-se em três grupos:
• factores naturais (raça, língua, meio ambiente)
• factores religiosos (catolicismo, anglicanismo)
• factores seculares (socialismo, democracia, humanismo)
Segundo Hans, existem cinco factores que revelam uma nação ideal:
• unidade de raça
• unidade de religião
• unidade de língua
• unidade de território
• soberania política
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Na abordagem interpretativo-antropológica, Ferreira considera algumas
posições como as mais importantes, são elas: a de Schneider e de
Moehlman. Para Scheinder o estudo comparativo só tinha sentido se fossem
analisados os vários factores que configuravam (representavam) o sistema
educativo: carácter nacional
espaço geográfico
cultura
ciência e a filosofia
estrutura social e política
economia
religião
história
influências estrangeiras
influências decorrentes da evolução da pedagogia
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No entanto, na perspectiva de Arthur H. Moehlman, a Educação
Comparada precisava de um princípio de classificação válido para
uma determinada época, na qual derivando do passado abria-se
perspectivas para o futuro. No seu modelo teórico, Moehlman,
destaca que a educação em cada sociedade é caracterizada por
interferências e interacções de 14 factores:
População, espaço, tempo
Linguagem, arte, filosofia, religião
Estrutura social, governo, economia
Tecnologia, ciência, saúde, educação
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Na abordagem interpretativo-filosófica, evidenciam-se J. A. Lauweris e
Sergius Hessen.
Hessen tem uma importância na procura das bases teórico-ideológicas dos
sistemas educativos. Lauweris defende que a filosofia deveria atender aos
estilos nacionais de filosofia, pois apesar de esta ser universal, os
indivíduos manifestam uma tendência por um determinado tipo de
pensamento filosófico.
O período entre guerras originou uma aglomeração de
análises, através de explicações vagas como a raça ou carácter
nacional, que causaram um retardamento no uso da estatística
e análise sociológica.
 Os anos seguintes, originaram experiências de inovação da
Educação Comparada, onde se expunham sínteses da
abordagem positivista, de resolução de problemas, crítica e
sócio-histórica.
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Abordagem positivista: no final da Grande Guerra até os anos 60 era o
funcionalismo que guiava as análises sociológicas, sendo este tipo mais científico,
parecendo no entanto mais superficial, a descrição do todo sem que se aborde a sua
organização e a sua história. A partir da década de 60 surge a estruturalfuncionalista, auxiliando assim a estabelecer uma relação entre as estruturas e as
funções das instituições educacionais e entre as instituições sociais.
Nesta perspectiva destacam-se A. M. Kazamias e C. A. Anderson. Kazamias que
defendia, que a Educação Comparada precisava adoptar uma base científica, onde
os seus estudos obtivessem objectividade, empregando um processo funcionalista e
técnica das covariações.O seu propósito era encontrar as funções que as escolas
como estruturas sociais, executavam em cada país. Anderson sugere ainda que a
investigação comparativa tinha 2 dimensões: a situação educativa e a relação dos
aspectos educativos com o seu contexto. Para o 1º era preciso uma análise intraeducativa, para se estabelecer as relações entre os aspectos do sistema educativo e
para o 2º, deveria ser realizada uma investigação social-educativa, para estabelecer
inter-relações entre as características educativas e as variáveis sociais, políticas,
económicas e culturais.
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A utilização desta abordagem foi o de (segundo KAZAMIAS)
proporcionar uma interpretação mais credível.
Os autores que defendiam esta perspectiva, queriam alcançar o método
comparativo, para entrevir em decisões políticas, pois a cientificidade
auxilia nos conflitos sociais na educação e ajuda a obter explicações
rígidas, para se estabelecer relações entre fenómenos educativos e sociais,
através de um modelo empírico-quantitativo, que tinha como objectivo
generalizar dados, um campo de investigação para testar hipóteses,
colaboração interdisciplinar e transformar a educação comparada numa
área útil de conhecimento.
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Brian Holmes afirma que é preciso partir dos enigmas das sociedades e
descobrir resoluções. As etapas desta abordagem são o estudo dos
problemas, formulação da hipótese, pormenorização das condições do
problema, consequências prováveis a partir das hipóteses e por fim, a
comparação dos resultados com os acontecimentos.
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Nos anos 60 a escola passa a ser vista como um meio para a aquisição e
reprodução de ideias.
Martin Carnoy regulando-se em estudos de caso, procurou aclarar as
desigualdades educacionais, através da observação do desenvolvimento da
educação escolar, que acataria ao imperialismo.
As críticas dos anos 70 deram origem a uma literatura que defendia que
não se trata de investigações para a comparação de países, trata-se de
comparar a experiência das mulheres e dos diferentes estratos sociais e a
sua relação com a educação.
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Ferreira diz-nos que esta procura refazer a comparação substituindo a
análise dos factos à análise histórica dos factos, sendo possível
compreender a subjectividade da realidade e o sentido que lhe é dado. A
investigação comparativa deve partir para a compreensão, construindo os
factos e não apenas descrevê-los.
Fim!!!
Discentes:
♀ Carina Aveiro N.º 2044609
♀ Cátia Ferreira N.º 2033809
♀ Cláudia Neto N.º 2047109
♀ Joana Viveiros N.º 2041509
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Grupo Carina Aveiro – Visões Históricas