UFSJ – Universidade Federal de São João del-Rei Curso de Aperfeiçoamento em Docência na Escola de Tempo Integral A Política de Educação Integral no Brasil e os Desafios de uma Educação Libertadora Setembro / 2015 “A educação é o ponto em que decidimos se amamos o mundo o bastante para assumirmos a responsabilidade por ele e, com tal gesto, salvá-lo da ruína que seria inevitável não fosse a renovação e a vinda dos novos e dos jovens”. Hannah Arendt “A educação tem caráter permanente. (...) Existem graus de educação, mas estes não são absolutos. O homem por ser inacabado, incompleto, não sabe de maneira absoluta. (...) A sabedoria parte da ignorância. Não há ignorantes absolutos”. Paulo Freire Dimensões humanas - Dialogando com os 4 pilares da educação- APRENDER A CONHECER APRENDER A SER APRENDER A CONVIVER APRENDER A FAZER DIMENSÃO COGNITIVA DIMENSÃO AFETIVORELACIONAL DIMENSÃO SOCIOCULTURAL DIMENSÃO ESPIRITUAL Permite a aquisição e a manutenção do conhecimento por meio de imagens, noções, ideias e representações. Permite ainda registrar e rever o passado, fixar e analisar o presente e projetar futuros possíveis e imaginários. Saber Estar - Saber Ser e resulta de interações que permitem aos seres humanos envolvidos no cuidado expressarem suas subjetividades relacionadas às suas vivências. Desenvolver um processo de preservação sustentável dos bens culturais, incrementando atividades autosustentáveis. Despertar a dimensão mais profunda que nos torna sensíveis à solidariedade, à cooperação, à compaixão, à fraternidade universal, à justiça para com todos, à veneração e ao amor incondicional. CARACTERÍSTICAS DA PÓS-MODERNIDADE Tudo é fluido; ‘Modernidade líquida’ - nada mais é realmente concreto na era atual; Tempo e espaço são reduzidos a fragmentos; A individualidade predomina sobre o coletivo e O ser humano é guiado pela ética do prazer imediato como objetivo prioritário - hedonismo. Levar sua liberdade ao extremo - opção infinita de probabilidades - circuito perverso do consumismo. A subjetividade ser incessantemente fracionada. “A relação eu - outro pode ser muito conflituosa, quando não há aceitação do outro como legítimo outro na convivência. Na falta de habilidade de se lidar com os conflitos comuns, do dia a dia, e superá-los implica um desafio imbricado em questões políticas, econômicas sociais e pedagógicas (...). Vivemos uma cultura que desvaloriza as emoções, e não vemos o entrelaçamento cotidiano entre razão e emoção, que constitui o viver humano, e não nos damos conta de que todo sistema racional tem um fundamento emocional”. Maturama “O desrespeito à educação, aos educandos, aos educadores e educadoras, corrói ou deteriora em nós, de um lado a sensibilidade ou a abertura ao bem querer da própria prática educativa e de outro, a alegria necessária ao fazer docente. É digna de nota a capacidade que tem a experiência pedagógica para despertar, estimular e desenvolver em nós o gosto de querer bem e o gosto da alegria sem a qual a prática educativa perde o sentido”. Paulo Freire A escola é um espaço amplo, onde se encontra diferentes valores, experiências, concepções, culturas, crenças e relações sociais se misturam e fazem do cotidiano escolar uma rica e complexa estrutura de conhecimentos e de sujeitos. Essa rica heterogeneidade que permeia a escola acaba por se confrontar com uma estrutura pedagógica que está baseada num padrão de sociedade e de homem, onde a diferença e vista de forma negativa, gerando assim uma pedagogia excludente. No cotidiano escolar as relações têm se mostrado cada dia mais difíceis e conflitantes. Anísio Teixeira “É necessário ter em mente que a democratização da gestão educacional não ocorrerá sem uma compreensão mais ampla da função política e social da escola, locus privilegiado da educação sistematizada, e da sua importância no processo de transformação da sociedade, à medida que ela se compromete com a função de preparar e elevar o indivíduo ao domínio de instrumentos culturais, intelectuais, profissionais e políticos“ (Rodrigues, B. 1987, p. 43).