Universidade Autónoma de Lisboa 1 • Contextualização: antecedentes da Emissora Nacional • Nascimento da Emissora Nacional • Emissões Experimentais e a sua relação com regime salazarista • Papel de Fernando Homem Christo na radiodifusão • Nova Comissão Administrativa - (Junho de 1935) • Inauguração Oficial da EN – Agosto de 1935 • Os primeiros meses da emissão oficial • Controlo Político • Alterações no funcionamento da estação 2 • 1920- nascimento das primeirras estaçoes emissoras; • Objectivo – levar o sinal de emissão o mais longe possível; • 1930 – Primeiro diploma legal que regularizou a actividade emitido pelo Estado; 3 • Primavera de 1933 – emissões experimentais da EN ; • Principal objectivo- melhoramento das condições técnicas de transmissão e recepção do sinal; • 29 de Junho de 1933 – Decreto governamental “levar a palavra lusíada a todos os portugueses espalhados pelo (...) vasto império pelo Brasil e pela América do Norte” • Primeira Comissão Administrativa e Organizadora dos Programas da EN – 1934 – António Joice • Três primeiras vozes da EN – 1935 – Maria de Resende, Áurea Rodrigues e Fernando Pessa 4 • Destaque do regime nas emissões; • Divergência entre a Secretariado de Propaganda Nacional e a Emissora Nacional; • Desejo de posse: SPN (António Ferro) EN – desnorteio das massas • Visão de António Salazar em relação ao potencial da rádio – não a utilizou como um meio de propaganda; 5 • Ex-aluno de António Salazar; • Adepto fascista; • Março de 1935 – entrada para a EN; • Funções – Fiscalizar e depurar as ideologias fora do contexto político; • Preocupação com o estabelecimento regras para a difusão de mensagens de cariz propagandístico; • Posição quanto à situação política do país: “ (…) num Estado autoritário, um posto nacional de radiodifusão deve ser um meio de cultura e um instrumento de acção política” • “(…) toda a emissão deveria reflectir uma forma de ver o mundo que estivesse de acordo com os valores do regime.” 6 • Serviço político no interior da EN; “ Não basta que na parte falada se não digam coisas políticas ou ideologicamente inconvenientes; era preciso que se dissessem coisas política ou ideologicamente convenientes. Era preciso que, além da acção directa de propaganda a exercer pelo Serviço Político, toda a restante parte falada, mesmo a literatura ou de mera cultura geral, secundasse essa acção, embora indirecta e despercebidamente- e quanto mais indirecta e despercebidamente melhor.” • Nova política - Admissão de locutores “(…) dizer as coisas políticas naquele tom másculo, imperioso, incisivo e quasi dogmático que esse género de afirmações exige.” 7 • Redacção de textos – colaboradores afectos à ideologia do Estado Novo; • Sugestão – colaboração com a SPN, com a União Nacional e com a imprensa oficiosa; • Divergências com António Ferro – luta de controlo pela estação oficial; • Afastamento de F.H. Christo – Nova Comissão Administrativa (Junho, 1935) 8 • Emissões em onda curta para as colónias – antagonismo entre Governo e H. Galvão; • Deficiente cobertura de radiodifusão no continente; • Janeiro de 1936 – ofício remetido ao Ministro das Obras Públicas e Comunicações – H. Galvão [lamentava o facto de o serviço de radiofusão em Portugal estar “ bem longe de ser (…) um serviço nacional”] • Solução – construção de novas estações ( Lisboa 100kW; Norte 30kW; Sul 5kW; Madeira 1kW; Açores 5kW); • Desfecho – fracasso; 9 • Colónias portuguesas: posição de grande fragilidade em relação à propaganda estrangeira; • Projecto de H. Galvão e Duarte Pacheco – dotar a emissora de condições técnicas para a existência de uma boa cobertura do território metropolitano, bem como das colónias e dos países onde Portugal possuía comunidades emigrantes consideráveis; • Desfecho – fracasso 10 • Agosto de 1935; • Estúdios – Rua do Quelhas, Lisboa; • Transmissão em ondas médias; • Inauguração simbólica: General Óscar Carmona, Presidente da República; • Nova fase da estação; “ Portugal(…) Vai dispor não só de mais um elemento poderoso de cultura interna, mas também de um instrumento necessário ao seu prestígio externo (…) De resto Portugal tinha mais necessidade desse instrumento que muitos outros países europeus. Para além das suas fronteiras metropolitanas há um império descoberto, criado e organizado pelo génio português, cuja distância da mãe Pátria é indispensável encurtar por todos os meios. Em países estrangeiros – sobretudo no Brasil e na América do Norte – há colónias portuguesas de povoamento que vão encontrar na rádiotelefonia o melhor – e porventura o único – meio de comunicação fácil do seu País.” 11 • 7 horas diárias: entre as 12h e as 14h e entre as 17h e as 22h; • Música clássica ( gravada ou ao vivo); • Palestras; • Noticiários; • Programas Infantis; 12 • Primeiros dez meses: 58,3% - música gravada; 24,8% música ao vivo; 17% espaços de palavra; • Março – aumento do número de horas de música de Ópera; • Iniciaram-se programas dedicados à cultura de países estrangeiros; • Abertura da estação passou a efetuar-se com música “alegre e movimentada”, substituindo as marchas militares; • Programas Infantis mais populares: “Sr. Doutor” e “Meia Horas de Recreio”; • Leituras e recitações – ocupavam um lugar de relevo na programação da EN; 13 • Área informativa – revista de imprensa semanal; informações diárias sobre a bolsa e o governo; • Noticiários – importância residual; • Linguagem – formal, sem preocupações de contextualização; • Noticiários dirigidos a uma elite que dificilmente poderiam ser compreendidos pelo cidadão comum; • Meio da Rádio – demorou bastante tempo a introduzir uma linguagem informativa própria; • Décadas de 30 e 40 – demorosa adaptação da linguagem oral 14 • Reportagem – permaneceu com grande regularidade nos primeiros meses da EN; • Transmissões: Campeonato Nacional de Remo e a Volta a Portugal em Bicicleta, que teve a colaboração do “Diário de Notícias” e “Os Sports”; • Palestras – um dos espaços de programação mais característicos da EN; • Textos das Palestras – explicar e contribuir para o engrandecimento cultural do povo português e para a defesa dos ideais da defesa do Estado Novo; • Duração: 10 min. ; • Características do locutor: simplicidade, clareza, espirito sintético e leveza de linguagem. • Palestras inacessíveis à maioria da população – elevada taxa de analfabetização 15 16 • Era igualmente exigido como no período experimental da emissora nacional; • A partir de Março de 1936 acentuou-se uma vigilância política; • Foram estabelecidas regras ainda mais rígidas para a leitura dos noticiários; • Temas políticos debatidos nas palestras a favor do regime; • Era necessária a extrema formalidade, caso contrário eram fortemente criticados. 17 • Aumento da Onda Curta (1937); • A EN separa-se da Administração-Geral dos Correios e Telégrafos ficando autónoma (1940); • É criado o segundo programa – Antena 2 (1945); • Pós 25 de Abril – Nacionalização das emissoras portuguesas; • 2 de Dezembro de 1975 – É criada a Empresa Pública de Radiodifusão; • A empresa adopta o nome de RDP – Radiodifusão Portuguesa (1976); • Antena 3 – 1994 • RDP África – 1995 18 http://tv1.rtp.pt/noticias/index.php?article=365240&tm=8&layout=122&visual=61 19 • Última grande reorganização – a Radiodifusão Portuguesa funde-se com a Radiotelevisão Portuguesa (2004); • Passou-se a designar Rádio e Televisão de Portugal (RTP); • Fim da RDP Internacional – ponto final de 75 anos de emissão de onda curta a 1 de Junho de 2011. 20 •Blog -Restos de Colecção - http://restosdecoleccao.blogspot.pt/2010/09/emissoranacional-de-radiodifusao-e.html • BLOG – A Rádio em Portugal – 75 anos em portugal http://ouvidor.blogspot.pt/2010/08/75-aniversario-da-emissora-nacional.html •Ana Aranha e outros – “ 70 anos da Emissora Nacional – 2005 - Programa comemorativo dos 70 anos da Emissora Nacional, antecessora da RDP, transmitido em 1 de Agosto de 2005. A autorização para a publicação deste programa foi uma cortesia de Ana Aranha e Rui Pego, director de programas da RDP Antena 1. http://www.aminharadio.com/radio/audio_rdp •Ribeiro, Nelson. «A Emissora Nacional: das emissões experimentais à oficialização (1933-1936)». In Revista Comunicação & Cultura nº 3 – Comunidade e mobilidade. •Ribeiro, Nelson. «A Emissora Nacional nos Primeiros Anos do Estado Novo 19331945», ISBN, 2005 21