HISTÓRIA DA ARTE Prof. Zoz A arte, e nada mais do que a arte, temos a arte para não morrer ante a verdade. – Nietzsche, F. Vénus de Willendorf GRÉCIA ANTIGA Período Arcaico 700 – 480 a.C • Forte influência egípcia, a partir do faraó Psamético-I da 25ª dinastia; • A Arte Grega não tinha a função religiosa da Arte Egípcia, mas, uma função estética. Preocupavam-se com o bem estar do ser humano e com os prazeres que a vida lhe podia oferecer. Os Gregos valorizavam a inteligência e a beleza. PINTURA • Equilíbrio da forma, harmonia entre o desenho, as cores e o espaço utilizado para a ornamentação. Exéquias = Aquiles e Ajax • Representavam pessoas em suas atividades diárias e cenas da mitologia grega. • Os elementos criam um todo organizado e fazem a beleza do vaso resultar do conjunto. Discóbolo de Miron Zeus de Artemísio ( 470-460 a.C), ARQUITETURA 17 CARIÁTIDES • Teatro Grego = Dionisíacas (Dionísio deus do vinho) • Teatro tragédia ("tragos" = bode e "oidé" = canto) = procura expressar as fatalidades que envolvem os homens. Ésquilo/ “Os Persas” – Sófocles/ “Édipo Rei” – Eurípedes/ “Medeia”. • Teatro comédia ("komos" remete ao sentido de procissão) = procurava satirizar os comportamentos da elite. Aristófanes/ “As Vespas”, “As Nuvens”, “Lisístrata”. • A arte romana = influências: A) Etrusca = popular e voltada para a expressão da realidade vivida (religiosa); B) Greco-helenística = expressão de um ideal de beleza. ARQUITETURA • Etruscos = arco e abóbada; • O arco permitiu ampliar o vão entre uma coluna e outra = centro não se sobrecarrega mais que as extremidades e as tensões = são distribuídas de forma mais homogênea. PANTEÃO A moradia romana • A planta das casas romanas era rigorosa e a partir de um retângulo básico. • O átrio era a abertura que permitia a entrada da luz, do ar e também da água da chuva = coletada num tanque (implúvio) colocado sob o vão do teto. Apesar da influência grega os romanos acrescentaram nos fundos da casa, um PERISTILO em torno do qual se dispunham vários cômodos. • Por serem realistas e práticos, suas esculturas são uma representação fiel das pessoas e não a de um ideal de beleza humana, como fizeram os gregos. Augusto de Prima Porta, 19 A.C. Coluna de Trajano 106 – 113 d. C • Essa preocupação de representar elementos bem determinados pode ser observada não só nas estátuas dos imperadores, mas também nos relevos esculpidos nos monumentos erguidos para celebrar algum feito importante do Império Romano. Marco Aurélio 161 – 180 d. C Detalhe da Coluna de Marco Aurélio • A maior parte das pinturas romanas que conhecemos hoje provém das cidades de Pompéia e Herculano, que foram soterradas pela erupção do Vesúvio em 79 d.C. Estilo de influência grega = Villa di Arianna Estilo de influência helenística = Vila dos mistérios, Pompéia. Nos edifícios destinados à apresentação de espetáculos, os construtores romanos, usando filas sobrepostas de arcos, obtiveram apoio para construir o local destinado ao público (o auditório). A primeira conseqüência dessa solução arquitetônica foi a possibilidade de construir esses edifícios em qualquer lugar, independente de sua topografia. O Coliseu = externamente o edifício era ornamentado por esculturas, que ficavam dentro dos arcos, e por três ordens de colunas gregas. Essas colunas, na verdade, eram meias colunas ficavam presas à estrutura das arcadas. Portanto não tinham a função de sustentar a construção, mas apenas de ornamentá-la. • Regras estabelecidas pelos sacerdotes; • As figuras eram retratadas de frente, em respeito aos expectadores. Imperador Justiniano, mosaico da igreja da São Vital (Ravena). Cortejo dos Mártires, mosaico da igreja de Santo Apolinário Novo (Ravena). Basílica de Santa Sofia / Istambul Justiniano e sua Corte • Com os bizantinos o mosaico atingiu sua mais perfeita realização. • As paredes e as abóbadas das igrejas, recobertos de mosaicos conferem suntuosidade ao interior dos templos. • Nossa Rublev, Senhora da Misericórdia Rublev, O Cristo Pantocrátor. • Os ícones são quadros que representam figuras sagradas como Cristo, a Virgem, os apóstolos, santos e mártires. • ARQUITETURA (construções rústicas): * abóbadas em substituição ao telhado das basílicas; * pilares maciços que sustentavam e das paredes espessas; * aberturas raras e estreitas usadas como janelas; * torres, que aparecem no cruzamento das naves ou na fachada; • * arcos que são formados por 180 graus. Igreja de Santa Maria de Ripoll • A pintura românica desenvolveu-se, sobretudo nas grandes decorações murais, através da técnica do afresco (deformação e o colorismo). • Os pintores românicos não são, a rigor, criadores de telas de pequenas proporções, mas verdadeiros muralistas. ESCULTURAS = subordinada e integrada a arquitetura e a religiosidade. Esculturas do portal da Catedral de Magdeburgo- As Três Virgens. ILUMINURAS Como aconteceu com toda a arte Românica, a técnica e grande parte dos motivos utilizados foram fortemente influenciados pela arte móvel decorativa dos povos bárbaros, quase toda constituída por pequenos objectos rituais ou decorativos. O semi-nomadismo destes povos não convivia bem com a edificação de grandes construções. Levou algum tempo até criarem raízes... ARQUITETURA (estilo requintado) • • • • • Verticalismo dos edifícios substitui; Paredes mais leves e finas; Janelas predominantes; Torres ornadas por rosáceas; Consolidação dos arcos feita por abóbadas, de arcos cruzados ou de ogivas; Escultura • De um modo geral, a escultura do período gótico estava associada à arquitetura. Os trabalhos de escultura enriqueceram artisticamente as construções e documentaram, na pedra, os aspectos da vida humana que as pessoas mais valorizavam na época. O cavaleiro, catedral de Bamberg Nobre Uta, catedral de Naumburg Crucificação, Giovanni Pisano A pintura Gótica • A pintura gótica desenvolveu-se nos séculos XIII, XIV e início do século XV, quando começou a ganhar novas características que prenunciam o Renascimento. • Sua principal característica foi a procura do realismo na representação dos seres que compunham as obras pintadas. • Muitas pinturas eram recursos didáticos que faziam o cristianismo visível para uma população analfabeta; outras eram expostas como ícones, para intensificar a contemplação e a prece. • Giovanni Gualteri, conhecido como Cimabue, não conseguia promover a profundidade nas suas pinturas. • A característica principal da pintura de Giotto foi a identificação da figura dos santos com os seres humanos de aparência bem comum (humanização). E esses santos com ar de homem comum eram o ser mais importante das cenas que pintava, ocupando sempre posição de destaque na pintura. Giotto conseguiu promover a profundidade nas suas pinturas. Afrescos na Capela Scrovegni, Pádua Jan Van Eick foi um pintor igualmente caracterizado pelo naturalismo imperando na sua obra meticulosos pormenores e vivas cores, além de uma extrema precisão nas texturas e na busca por novos sistemas de representação da tridimensionalidade, ou seja, a perspectiva. Casal Arnolfini Renascimento Renascimento, Renascença ou Renascentismo são os termos usados para identificar o período da História da Europa aproximadamente entre fins do século XIII e meados do século XVII, mas os estudiosos não chegaram a um consenso sobre essa cronologia, havendo variações consideráveis nas datas conforme o autor. O período foi marcado por transformações em muitas áreas da vida humana, que assinalam o início da Idade Moderna. Apesar destas transformações serem bem evidentes na cultura, sociedade, economia, política e religião, caracterizando a transição do feudalismo para o capitalismo e significando uma ruptura com as estruturas medievais, o termo é mais comumente empregado para descrever seus efeitos nas artes, na filosofia e nas ciências. Trecento (1300 – 1399) • O Trecento representa a preparação para o Renascimento e é um fenômeno basicamente italiano, mais especificamente da cidade de Florença, pólo político, econômico e cultural da região, embora outros centros também tenham participado do processo, como Pisa e Siena, tornando-os a vanguarda da Europa em termos de economia, cultura e organização social, conduzindo a transformação do modelo medieval para o moderno. Ambrogio Lorenzetti: Alegoria do Bom Governo, c. 1328. Palazzo Pubblico, Siena. Quattrocento (1400 – 1499) • O Quattrocento (século XV) viu o Renascimento atingir sua era dourada. O Humanismo amadurecia e se espalhava pela Europa através de Ficino, Rodolphus Agricola, Erasmo, Mirandola e Thomas More. Leonardo Bruni inaugurava a historiografia moderna e a ciência e a filosofia progrediam com Luca Pacioli, János Vitéz, Nicolas Chuquet, Regiomontanus, Nicolau de Cusa e Georg von Peuerbach, entre muitos outros. Ao mesmo tempo, um novo interesse pela história antiga levou humanistas como Niccolò de' Niccoli e Poggio Bracciolini a vasculharem as bibliotecas da Europa em busca de livros perdidos de autores como Platão, Cícero, Plínio, o Velho, e Vitrúvio. O mesmo interesse fez com que se fundassem grandes bibliotecas na Itália, e se procurasse restaurar o latim, que havia se transformado em um dialeto multiforme, para sua pureza clássica, tornando-o a nova língua franca da Europa. Para acrescentar, o aperfeiçoamento da imprensa por Johannes Gutenberg em meados do século facilitou e barateou imenso a divulgação do conhecimento. •Ao longo do Quattrocento Florença se manteve como o maior centro cultural do Renascimento, apesar de Milão e Nápoles serem rivais perigosos e constantes. Foi o século dos Médici, destacando-se principalmente Lorenzo de' Médici, grande mecenas, e o interesse pela arte se difundia para círculos cada vez maiores. • Os artistas se tornam profissionais e começam a assinar os seus trabalhos. Donatello São Jorge, 1415-17. David. 1430-32. Bronze Alta Renascença • A Alta Renascença cronologicamente engloba os anos finais do Quattrocento e as primeiras décadas do Cinquecento, sendo delimitada aproximadamente pelas obras de maturidade de Leonardo da Vinci em 1527. Foi a fase de culminação do Renascimento, que se dissipou mal foi atingida, mas seu reconhecimento é importante porque ali se cristalizaram ideais que caracterizam todo o movimento renascentista: o Humanismo, a noção de autonomia da arte, a emancipação do artista de sua condição de artesão e equiparação ao cientista e ao erudito, a busca pela fidelidade à natureza, e o conceito de gênio, tão perfeitamente encarnado em Da Vinci, Rafael e Michelangelo. Michelangelo: David, 1504 Rafael: Madonna Cowper, 1504/1505. O Cinquecento e o Maneirismo italiano (1500 – 1599) • O Cinquecento (século XVI) é a derradeira fase da Renascença, quando o movimento se transforma, se expande para outras partes da Europa e Roma sobrepuja definitivamente Florença como centro cultural, especialmente a partir do pontificado de Júlio II. Roma até então não havia produzido grandes artistas renascentistas, e o classicismo havia sido plantado através da presença temporária de artistas de outras partes. Mas com a fixação na cidade de mestres do porte de Rafael, Michelangelo e Bramante formou-se uma escola local, tornando-a o mais rico repositório da arte da Alta Renascença e da sua continuação cinquecentesca, onde a política cultural do papado deu uma feição característica a toda esta fase. O Maneirismo, que cobre os dois terços finais do século XVI foi um movimento que tem gerado historicamente muito debate entre os historiadores da arte. Para uns ele se manifestou em uma área geográfica tão vasta e de maneira tão polimorfa e tão distinta do Quattrocento e da Alta Renascença, que se tornou um dilema inconciliável descrevê-lo como parte do fenômeno original, basicamente classicista e italiano, pois parece-lhes que em muitos sentidos ele constitui uma completa antítese dos princípios clássicos de proporção equilibrada, unidade formal, clareza, lógica e naturalismo, tão prezados pelas fases anteriores e que definiriam o "verdadeiro" Renascimento. A consequência foi estabelecer o Maneirismo como um movimento independente, reconhecendo uma nova e vigorosa forma de expressão no que se chegou a ver como decadência e distorção, tendo sua importância realçada por esses traços fazerem dele a primeira escola moderna de arte. Giambologna: O rapto da Sabina, 1582. Michelangelo: O Juízo Final, 1534-41. Rafael: As núpcias da Virgem Maria, 1504. Rosso Fiorentino: Moisés defendendo as filhas de Jetro, 1523-24. Nascimento de Adão A ARQUITETURA Castelo/Udine Basílica São Pedro • Na Basílica de São Pedro notam-se colunas e capitéis (parte superior da coluna) suspensos, clara influência greco-romana. Outras características da arquitetura renascentista são as janelas de dupla abertura, os altorelevo, a perspectiva, as cúpulas e os arcos de volta perfeita. Abadia de Westminster A Pintura A Escola de Atenas Rafael Sanzio. • A precisão no desenho, a perspectiva, o "sfumato" (técnica que possibilita o sombreado de claros e escuros) e o realismo. Por conta do humanismo e do ideal de liberdade predominante naquele período, o artista renascentista teve a oportunidade de expressar suas ideias e sentimentos sem estar submetido à Igreja. Poderia ser criador e deixar marcas de um estilo pessoal, diferenciando-se dos artistas medievais. A Escultura Davi Michelangelo Davi - Andrea Del Verrocchio • Representação do homem tal como ele é, proporção da figura mantendo a sua relação com a realidade, profundidade e perspectiva e estudo do corpo e do caráter humano.