• Como age a Estimulação Magnética
Transcraniana na Depressão?
– A Estimulação Magnética Transcraniana
repetitiva (EMTr ou rTMS na sigla em
Inglês) permite modular a atividade
cerebral, modificando de maneira
duradoura
a atividade de neurônios cerebrais.
• Não é o campo magnético que induz essas mudanças.
• O campo magnético é apenas o meio para induzir, de
forma segura e não invasiva, correntes elétricas
controladas e rítmicas em regiões do córtex cerebral.
• O ritmo de aplicação das correntes funciona como um código
que leva os neurônios a mudar seu padrão de atividade.
• Ao aplicar correntes com alta frequência (geralmente 5 ou
10Hz), os neurônios nessa região modificam seu padrão de
atividade e se tornam mais ativos e excitáveis.
• Ao aplicar correntes com baixa
frequência (1 Hz ou menos),
observa-se o contrário: os
neurônios tornam-se
menos ativos.
• Na depressão existe uma hipoatividade em circuitos
frontais
• O tratamento com rTMS consiste na aplicação de pulsos
de alta freqüência no córtex frontal dorso-lateral esquerdo,
5cm adiante da área motora da mão direita.
• Isso leva a aumento duradouro da atividade de
circuitos neuronais relacionados a essa área.
Paciente com depressão antes
do tratamento com Neuro-MS
Imagens após o tratamento
com o Neuro-MS
Imagens gentilmente cedidas pelo
Dr. Carlos Reche, Divinópolis-MG
• Um dos mecanismos envolvidos é a liberação de
neurotransmissores (principalmente dopamina) em
estruturas límbicas do mesencéfalo (via mesolímbica,
núcleo acumbens).
• Essas estruturas estão envolvidas na neuroquímica da
motivação, do prazer e da recompensa.
• Estudos laboratoriais dão uma idéia de como esses efeitos
se tornam duradouros. A rTMS induz plasticidade neuronal.
Muda o modo como os neurônios expressam seus genes.
• Por trás do aumento ou redução de atividade existe
mudança no padrão de produção de receptores sinápticos
e outras proteínas neuronais
• O protocolo típico de tratamento de depressão começa
com a chamada “Indução”. Nessa fase o paciente deverá
receber aplicações diárias por 15 a 30 dias.
• Cada sessão dura cerca de meia hora. Os efeitos
benéficos geralmente começam a aparecer por volta da
quinta sessão e se tornam mais evidentes perto da décima.
• Cerca de 2/3 dos pacientes respondem de maneira
satisfatória, 1/3 com resolução total dos sintomas.
• Após a fase de indução, pode ser necessário fazer
aplicações de manutenção, em média 2 vezes por
mês.
• A EMTr é contra-indicada em pacientes com componentes metálicos intracranianos ou marca-passo e deve ser indicada com cuidado no paciente
portador de epilepsia.
• Usando-se os parâmetros recomendados para depressão, o método não
provoca crises convulsivas, não causa ganho de peso, não reduz a libido, não
provoca náuseas e não prejudica a memória.
• O método é indicado para uso ambulatorial. Não é necessário estar em um
ambiente hospitalar.
• Durante a sessão o paciente sente um pouco de desconforto no couro
cabeludo. É comum haver dor de cabeça leve ou moderada após as primeiras
sessões de EMT, mas esse efeito tende a desaparecer após a primeira
semana.
• A EMT não prejudica a memória e não provoca outros efeitos colaterais.
• O serviço de EMT do HC-FMUSP propõe as seguintes indicações:
• Depressão moderada no paciente que não respondeu ou não
tolerou a primeira medicação antidepressiva
• Depressão moderada, como primeira escolha no paciente que
prefere não se expor aos possíveis efeitos colaterais dos
medicamentos: ganho de peso, sedação, redução de libido,
náuseas, obstipação.
• Depressão grave, antes de indicar Eletroconvulsoterapia (ECT)
• As seguintes situações também favorecem a indicação de EMT:
– Depressão moderada ou grave, com boa resposta prévia à ECT
– Depressão moderada ou grave, quando se deseja uma resposta mais
rápida ao tratamento, como terapia isolada ou combinada a
medicamentos
• Nos Estados Unidos, a EMTr foi aprovada pelo FDA
para o tratamento da depressão moderada que não
respondeu ou apresentou intolerância ao primeiro
medicamento anti-depressivo em dose eficaz.
• A EMTr também é aprovada para o tratamento de
alucinações auditivas na esquizofrenia
• Com outros parâmetros e em outras áreas tem
potencial de aplicação ainda no tinitus, na reabilitação
do AVC, no transtorno obsessivo compulsivo e outros.
• Protocolos semelhantes ao usado para tratar a
depressão tem efeito em circuitos que estão
disfuncionais também na apatia da esquizofrenia, na
fibromialgia e na abstinência de drogas.
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Estágio do IPQ-HC-FMUSP
Estimulação Magnética Transcraniana no Instituto
de Psiquiatria do Hospital das Clínicas
Duração: 5 dias
Curso de Estimulação Magnética
Transcraniana
na escola Paulista de Medicina
Duração: 2 dias
Transcranial Brain
Stimulation for Treatment
of Psychiatric Disorders
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EMTr * Uma ferramenta de modulação cortical