MOMENTO CIENTÍFICO MENILA NEVES BARBOZA ESPECIALIZAÇÃO EM GERIATRIA – E.E.P./FMUSP EDITORIAL: ALEXANDRE L. BUSSE ORIENTAÇÃO CIENTÍFICA: ALINE THOMAZ SOARES SERVIÇO DE GERIATRIA – ICHC/FMUSP SETEMBRO/2014 INTRODUÇÃO Há maiores taxas de colisão automobilística em idosos condutores veiculares portadores de demência comparados à população sem comprometimento cognitivo. - Carr DB. Motor vehicle crashes and drivers with DAT. Alzheimer Dis Assoc Disord ,1997 Há maiores prejuízos na performance em testes de condução e dificuldades em habilidades no tráfego em simuladores automobilísticos. - Dawson JD et al. Predictors of driving safety in early Alzheimer disease. Neurology, 2009 - Rizzo M et al. Simulated car crashes at intersections in drivers with Alzheimer disease. Alzheimer Dis Assoc Disord, 2001 DOMÍNIOS COGNITIVOS ATENÇÃO PRAXIA VISUOESPACIAL FUNÇÕES EXECUTIVAS OBJETIVOS Desenvolver uma bateria de rastreio cognitivo e funcional para avaliação do desempenho na condução veicular de idosos portadores de demência Desenvolver um modelo preditor de risco de comportamentos perigosos na condução veicular METODOLOGIA Estudo observacional prospectivo; Recrutamento: palestras para os médicos no campus da Universidade de Washington, boletins hospitalares, cartas de médicos, e-mails, visitas à Associação de Alzheimer. Encaminhados: avaliação de condução entre Dezembro de 2007 e Setembro de 2009. METODOLOGIA CRITÉRIOS DE INCLUSÃO Condutor atual com licença ativa e ≥ 10 anos de experiência de condução Motorista com idade ≥ 25 anos Disponibilidade de um informante Encaminhamento médico com diagnóstico de demência Motorista e informante com capacidade se comunicarem em inglês Participação do condutor em qualquer fase do teste na estrada, mesmo se a avaliação terminar prematuramente Pontuação do informante ≥ 2 na escala Eight-item Informant Interview to Differentiate Aging and Dementia (AD-8) METODOLOGIA Eight-item Informant Interview to Differentiate Aging and Dementia (AD-8) - Breve questionário: diferenciar envelhecimento normal e quadro sugestivo de demência de qualquer etiologia, aplicado preferencialmente ao cuidador/informante; - Aplicação por contato telefônico ou pessoal - igual confiabilidade; - Ponto de corte de 2 - pontuações mais elevadas indicam maiores níveis de disfunção cognitiva e funcional, com elevado grau de sensibilidade e especificidade; - Forte correlação entre os escores AD -8, domínios CDR e desempenho em testes neuropsicológicos. Galvin J, Roe CM, Xiong C. Validity and reliability of the AD-8 informant interview in dementia. Neurology, 2006. Eight-item Informant Interview to Differentiate Aging and Dementia (AD-8) Galvin J, Roe CM, Xiong C. Validity and reliability of the AD-8 informant interview in dementia. Neurology, 2006. METODOLOGIA CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO Recusa em participação por parte do motorista ou informante Depressão ativa, doença instável Uso de medicamentos que causam sedação Deformidade osteomuscular grave (por exemplo, amputação) Deficiências sensoriais ou de comunicação (por exemplo, graves alterações de visão, audição ou linguagem) Julgamento do avaliador que aplica os testes de condução veicular METODOLOGIA 317 rastreios por telefone (duração 20 minutos) com informante/cuidador - 1 a 2 meses antes da avaliação 218 excluídos: recusa na participação, critérios de exclusão, licenças vencidas 99 participantes recrutados com seus informantes/cuidadores METODOLOGIA Utilizado The modified Washington University Road Test (mWURT). Desfecho do estudo: classificação “falhou” na mWURT Trajeto - incluía curva para a esquerda desprotegida (maior prevalência de acidentes) e pequena parte do curso com auto-navegação Componente do mWURT: curso fechado (em estacionamento) e curso aberto (tráfego) Percurso total de 12 Km, duração média de 1 hora Aplicação de testes de visão (campo e acuidade visual), cognição e habilidades motoras – duração de 90 minutos Em 41 casos um outro avaliador estava presente no banco de trás do carro medida de confiabilidade inter-avaliadores METODOLOGIA AVALIAÇÃO COGNITIVA - Short Blessed Test METODOLOGIA AVALIAÇÃO COGNITIVA - Short Blessed Test Katzman R et al. Validation of a short orientation-memory concentration test of cognitive impairment. Am J Psyhciatry, 1983 METODOLOGIA AVALIAÇÃO COGNITIVA - Teste do desenho do relógio (funções executivas e habilidades visuo-espaciais); - Trail Making Test Part A (atenção, velocidade psicomotora e exposição visual); - Trail Making Test Part B (atenção, velocidade psicomotora, função executiva e exposição visual); - Dígitos diretos e inversos (memória imediata e de trabalho); - Subtestes do Driving Health Inventory (atenção visual dividida, memória visual e velocidade de processamento); - Motor Free Visual Perceptual Test (teste visual); - Snellgrove Maze Test (atenção, capacidade visuoconstrucional, funções executivas de planejamento e previsão). METODOLOGIA Snellgrove Maze Test (atenção, capacidade visuoconstrucional, funções executivas de planejamento e previsão). METODOLOGIA AVALIAÇÃO MOTORA - Força e amplitude de movimento de membros superiores e inferiores – exame físico; - Movimentação cervical – avaliação goniométrica; - Força de preensão palmar – dinamômetro; - The Rapid Pace Walk, 9-Hole Peg Test (velocidade motora e agilidade), Brake Reaction Time. RESULTADOS RESULTADOS RESULTADOS Os testes com melhor desempenho na predição de falha: - Pontuação total AD-8 - Teste do Desenho do Relógio - Testes de Trilhas Parte A ou o tempo de Snellgrove Maze Test Acurácia de até 85% quando os participantes estavam cegos A taxa de falha não foi diferente entre os grupos “cego” e “não cego” RESULTADOS DISCUSSÃO Múltiplos testes X “melhor” teste; O AD-8, Teste do Desenho do Relógio, Teste de Trilhas Parte A e o tempo no Snellgrove Maze Test podem ser aplicados em conjunto, em tempo < 10 minutos para calcular o risco de falha no teste de condução. DISCUSSÃO Limitações: - Testes de condução não foram validados com dados retrospectivos ou prospectivos sobre o acidentes; - A maioria dos motoristas não estava familiarizada com o percurso; - Não houve classificação do estágio demencial; - Inclusão de pacientes com idade ≥ 25 anos ; - Variáveis não estudadas: ansiedade, fadiga, traços de personalidade, hábitos de condução ao longo da vida.