PERÍODO INTERBÍBLICO Prof. Me. Pr. Frâncel Marzork Reino do Norte e Reino do Sul As 12 Tribos Invasão Assírica Em 722 a.C. a Assíria invade o reino do Norte, Israel, e acaba com tudo, nunca mais se ouve falar deste povo, visto que os assírios provacavam a miscigenação entre os povos conquistados. Desta forma, perdeu-se a identidade do povo que lá vivia, gerando outro povo. Invasão Babilônica Depois disso os babilônios tomam o controle das mãos dos assírios, e em 586 a.C. invadem a terra de Judá, e os levam cativos para a Babilônia. Esta cativeiro durou 70 anos. Na sequência, os persas conquistam as terras que pertenciam aos babilônios, e Ciro, rei dos persas, permite que os judeus voltem para sua terra. Esta é a história narrada em Esdras e Neemias. Tem-se a reconstrução dos muros de Jerusalém. Então, o sob domínio persa começa o período interbíblico, denominado algumas vezes de perído do silêncio, fazendo menção à não atividade profética durante 400 anos, até que surge João Batista. Transformações e Formações Embora nenhum profeta inspirado tivesse se erguido em Israel durante aquele período, e o Antigo Testamento já estivesse completo aos olhos dos judeus, certos acontecimentos ocorreram que deram ao judaísmo posterior sua ideologia própria e, providencialmente, prepararam o caminho para a vinda de Cristo e a proclamação do Seu Evangelho. As restaurações Cerca de 50.000 exílios cerca do ano 536 foram permitidos por Ciro voltar a Palestina com Zorobabel (Esdras 1:6); Os eventos do livro de Ester passaram na Pérsia cerca do ano 483; Esdras, um escriba, chegou em Jerusalém cerca do ano 457, promoveu várias reformas civis e religiosas (Esdras 7:10); Neemias e seus companheiros chegaram na Palestina cerca de 445 a.C; Malaquias dirigiu seus ministério num período de decadência espiritual cerca de 432-424, ele marcou o fim do AT As Divisões do Período Interbíblico 1. Período Persa (536-331) 2. Período Grego (331-167): 2.1. Período Grego Próprio (331-323) 2.2. Período Egípcio (323-198) 2.3. Período Sírio (198-167) 3. Período Macabeu (167-63) 4. Período Romano (63-5) O Período Pérsico Ao encerrar-se o A.T, por volta de 430 a.C, a Judéia era uma província da Pérsia. Esta havia sido potência mundial por uns 100 anos. Continuou a ser por outros 100 anos, durante os quais não se conhece muito acerca da história judaica. O domínio pérsico, na sua maior parte, foi brando e tolerante, gozando os judeus de considerável liberdade. Os reis persas desse período foram: Artaxerxes I (464–423) - Sob seu governo Neemias reconstruiu Jerusalém. Xerxes II (423) Dario II (423-404) Artaxerxes II [ Mnemom ] (404–359) Dario III [ Codomano ] (335-331). Sob o governo deste o "Império Pérsico" caiu. Rei Dário (o persa) Características do Período Persa Decadência espiritual vista em Ageu e Malaquias. Desenvolvimento do poder do sumo sacerdote. Após Neemias, a Judéia foi incluída na província da Síria, assim, o Sumo Sacerdote se tornou governador da Judéia e autoridade da Síria. Os inícios do escribismo com um interesse exagerado na Letra da Lei. Período Grego Após à vitória sobre os exércitos persas na Ásia Menor (333 AC), Alexandre marchou para a Síria e Palestina. Depois de ferrenha resistência, Tiro foi conquistada e Alexandre deslocou-se pra o sul, em direção ao Egito. Diz a lenda que quando Alexandre se aproximava de Jerusalém o sumo sacerdote Jadua foi ao seu encontro e lhe mostrou as profecias de Daniel, segundo as quais o exército grego seria vitorioso (Dn 8). Essa narrativa não é levada a sério pelos historiadores, mas é fato que Alexandre tratou singularmente bem aos judeus. Ele lhes permitiu observarem suas leis, isentou-os de impostos durante os anos sabáticos e, quando construiu Alexandria no Egito (331 AC), estimulou os judeus a se estabelecerem ali e deu-lhes privilégios comparáveis aos seus súditos gregos. Alexandre o Grande A origem de Alexandre Felipe de Macedom uniu os estados gregos para expulsar os persas da Ásia Menor. Morreu assassinado durante uma festa (337 a.C); Alexandre seu filho, de grande capacidade de liderança, educado sob o famoso Aristóteles, era devotado a cultura grega. Tirou sua inspiração da ilíada de Homero. As conquistas de Alexandre Após o domínio da Grécia, adentrou a Pérsia, império 50 vezes maior, com população 20 vezes a da Grécia; Em 334 adentrou na Ásia Menor vencendo o exército persa no Rio Grânico, perto de Trôade; Em pouco tempo, com apenas a idade de 22 anos, conquistou a Sardo, Mileto, Éfeso e Halicarnaso, estabelecendo em cada cidade a democracia grega; Em 333 a.C foi ao encontro de Dario na Batalha de Isso, a qual ganhou; Daí foi sem grande resistência até o Egito que também o dominou; Em 332 cercou a Tiro, que tomou antes de descer ao Egito; Venceu Dario decisivamente na batalha de Arbela em 331 a.C pondo fim ao grande império Persa; Continuou suas conquistas até o Rio Indo; Morreu com apenas 33 anos (323 a.C) com suas forças dissipadas pelo álcool e malária; Fundou 70 cidades, moldando-as conforme o estilo grego. Ele e os seus soldados contraíram matrimônio com mulheres orientais e misturaram, desta forma, as culturas grega e oriental; Antes do falecimento de Alexandre (323 a.C) seus principais generais dividiram o império em quatro porções, duas das quais são importante no pano-defundo do desenvolvimento histórico do NT, que são a porção do Ptolomeus e a dos Selêucidas. O "Império dos Ptolomeus" centralizava-se no Egito, tendo Alexandria por capital. A dinastia governante naquela fatia do império veio a ser conhecida como "Os Ptolomeus". Cleópatra, que morreu no ano 30 a.C, foi o último membro da dinastias dos Ptolomeus. O "Império Selêucida" tinha por centro a centro a Síria, e Antioquia era a sua capital. Alguns, dentre a casa ali reinante, receberam o apelido de "Seleuco", mas diversos outros foram chamados "Antioco". Quando Pompeu tornou a Síria em província romana (64 a.C), findou o "Império Selêucida"; A Palestina tornou-se vítima das rivalidades entre os Ptolomeus e os Selêucidas. A princípio, os Ptolomeus dominaram a Palestina por cento e vinte dois anos (320-198 a.C). O judeus gozaram de boas condições durante este período. De acordo com um antiga tradição, foi sob Ptolomeu Filadelfo (285-246 a.C) que setenta e dois eruditos judeus começaram a tradução do AT hebraico para o grego, versão essa que se chamou Septuaginta. A influência de Alexandre Sua influência foi muito grande por causa de sua extensão e permanência; Estabeleceu centro de comércio e cultura em toda a extensão do seu império; Com a imposição da cultura grega, a superstição oriental cedeu a liberdade do pensamento grego na filosofia, arquitetura, deuses, religiosidade, atletismo (primeira olímpiada em 776 a.C). Surgiram bibliotecas e universidades em Alexandria e Tarso como em outros lugares. Preparou-se assim o campo para religião universal; De grande importância foi a disseminação da língua grega, criando a possibilidade de pregação do evangelho fazendo uso de uma língua universal e a criação de uma Bíblia legível em toda a extensão da bacia do Mediterrâneo. A Judeia Sob OS PTOLOMEUS Depois da morte de Alexandre (323 AC), a Judéia, ficou sujeita, por algum tempo a Antígono, um dos generais de Alexandre que controlava parte da Ásia Menor. Subsequentemente, caiu sob o controle de outro general, Ptolomeu I (que havia então dominado o Egito), cognominado Soter, o Libertador, o qual capturou Jerusalém num dia de sábado em 320 AC. Ptolomeu foi bondoso para com os judeus. Muitos deles se radicaram em Alexandria, que continuou a ser um importante centro da cultura e pensamento judaicos por vários séculos. No governo de Ptolomeu II (Filadelfo) os judeus de Alexandria começaram a traduzir a sua Lei, i.e., o Pentateuco, para o grego. Esta tradução seria posteriormente conhecida como a Septuaginta. A Judeia Sob os OS SELÊUCIDAS Depois de aproximadamente um século de vida dos judeus sob o domínio dos Ptolomeus, Antíoco III (o Grande) da Síria conquistou a Síria e a Palestina (198 AC). Os governantes sírios eram chamados selêucidas porque seu reino, construído sobre os escombros do império de Alexandre, fora fundado por Seleuco I (Nicator). Durante os primeiros anos de domínio sírio, os selêucidas permitiram que o sumo sacerdote continuasse a governar os judeus de acordo com suas leis. Todavia, surgiram conflitos entre o partido helenista e os judeus ortodoxos. Antíoco IV (Epifânio) aliou-se ao partido helenista e indicou para o sacerdócio um homem que mudara seu nome de Josué para Jasom e que estimulava o culto a Hércules de Tiro. Jasom, todavia, foi substituído depois de dois anos por um rebelde chamado Menaém (cujo nome grego era Menelau). Quando partidários de Jasom entraram em luta com os de Menelau, Antíoco marchou contra Jerusalém, saqueou o templo e matou muitos judeus (170 AC). As liberdades civis e religiosas foram suspensas, os sacrifícios diários foram proibidos e um altar a Júpiter foi erigido sobre o altar do holocausto. Cópias das Escrituras foram queimadas e os judeus foram forçadas a comer carne de porco, o que era proibido pela Lei de Moisés. Uma porca foi oferecida sobre ao altar do holocausto para ofender ainda mais a consciência religiosa dos judeus. Os Atos de Antíoco Epifânio (175–164) Epifânio (nome que deu a si mesmo) significa “deus manifesto”; O sumo sacerdote, Onias III, liderou os nacionalistas; Jasom, seu irmão dirigiu os helenistas. Jasom ofereceu grande soma de dinheiro a Antíoco por ser apontado sumo sacerdote no lugar do seu irmão. Prometeu também helenizar Jerusalém. Quando assim foi apontado, tornou o povo cidadãos da capital da Síria (Antioquia), erigiu um ginásio grego logo em baixo o Templo e os jovens judeus começaram tomar parte nos jogos gregos. Jasom criou um altar, até mandou ofertas às festas de Hércules, em Tiro. Os nacionalistas são os antecedentes dos Fariseus, helenistas dos Saduceus; Antíoco fez várias expedições para o Egito. Numa delas surgiram rumores de sua morte, algo que provocou grande regozijo entre os judeus. Ao ouvir isto, Antíoco massacrou 40.000 judeus num só dia. Muitos judeus foram escravizados e o Templo roubado; Numa campanha seguinte, os romanos forçaram sua desistência no Egito. Em face desta derrota, derramou sua grande ira sobre Jerusalém. No Sábado matou muitos, escravizou outros e destruiu partes da cidade. Mandou erradicar a religião judaica. Quem possuia cópia da Lei (Torah), ou tivesse circuncidado a criança, seria morto. Finalmente converteu o Templo em "templo de Zeus". Profanou o Templo, em cujo altar, ofereceu uma porca em sacrifício. Destruiu cópias das Escrituras, vendeu milhares de judias para o cativeiro e recorreu a toda espécie imaginável de tortura para forçar os judeus a renunciar sua religião. Isso deu ocasião à "Revolta dos Macabeus", umas das mais heróicas façanhas da história. Partenon Filósofo Atos de Antíoco Epfânio Epifânio (nome que deu a si mesmo) significa “deus manifesto”; O sumo sacerdote, Onias III, liderou os nacionalistas; Jasom, seu irmão dirigiu os helenistas. Jasom ofereceu grande soma de dinheiro a Antíoco por ser apontado sumo sacerdote no lugar do seu irmão. Prometeu também helenizar Jerusalém. Quando assim foi apontado, tornou o povo cidadãos da capital da Síria (Antioquia), erigiu um ginásio grego logo em baixo o Templo e os jovens judeus começaram tomar parte nos jogos gregos. Jasom criou um altar, até mandou ofertas às festas de Hércules, em Tiro. Os nacionalistas são os antecedentes dos Fariseus, helenistas dos Saduceus; Antíoco fez várias expedições para o Egito. Numa delas surgiram rumores de sua morte, algo que provocou grande regozijo entre os judeus. Ao ouvir isto, Antíoco massacrou 40.000 judeus num só dia. Muitos judeus foram escravizados e o Templo roubado; Numa campanha seguinte, os romanos forçaram sua desistência no Egito. Em face desta derrota, derramou sua grande ira sobre Jerusalém. No Sábado matou muitos, escravizou outros e destruiu partes da cidade. Mandou erradicar a religião judaica. Quem possuia cópia da Lei (Torah), ou tivesse circuncidado a criança, seria morto. Finalmente converteu o Templo em "templo de Zeus". Profanou o Templo, em cujo altar, ofereceu uma porca em sacrifício. Destruiu cópias das Escrituras, vendeu milhares de judias para o cativeiro e recorreu a toda espécie imaginável de tortura para forçar os judeus a renunciar sua religião. Isso deu ocasião à "Revolta dos Macabeus", umas das mais heróicas façanhas da história. OS MACABEUS Não demorou muito para que os judeus oprimidos encontrassem um líder para sua causa. Quando os emissários de Antíoco chegaram à vila de Modina, cerca de 24 quilômetros a oeste de Jerusalém, esperavam que o velho sacerdote, Matatias, desse bom exemplo perante o seu povo, oferecendo um sacrifício pagão. Ele, porém, além de recusar-se a fazê-lo, matou um judeu apóstata junto ao altar onde o oficial sírio que presidia a cerimonia. Matatias fugiu para a região montanhosa da Judéia e, com a ajuda de seus filhos, empreendeu uma luta de guerrilhas contra os sírios. Embora os velho sacerdote não tenha vivido para ver seu povo liberto do jugo sírio, deixou a seus filhos o término da tarefa. Judas, cognominado “o Macabeu”, assumiu a liderança depois da morte do pai. Por volta de 164 a.C. Judas havia reconquistado Jerusalém, purificado o templo e reinstituído os sacrifícios diários. Pouco depois das vitórias de Judas, Antíoco morreu na Pérsia. Entretanto, as lutas entre os Macabeus e os reis selêucidas continuaram por quase vinte anos. Aristóbulo I foi o primeiro dos governantes Macabeus a assumir o título de “Rei dos Judeus”. Depois de um breve reinado, foi substituído pelo tirânico Alexandre Janeu, que, por sua vez, deixou o reino para sua mãe, Alexandra. O reinado de Alexandra foi relativamente pacífico. Com a sua morte, um filho mais novo, Aristóbulo II, desapossou seu irmão mais velho. Roma entrou em cena e Pompeu marchou sobre a Judéia com as suas legiões, buscando um acerto entre as partes e o melhor interesse de Roma. Aristóbulo II tentou defender Jerusalém do ataque de Pompeu, mas os romanos tomaram a cidade e penetraram até o Santo dos Santos. Pompeu, todavia, não tocou nos tesouros do templo. OS ROMANOS Depois do assassinato de Júlio Cesar e da morte de Antípater (pai de Herodes), que por vinte anos fora o verdadeiro governante da Judéia, Antígono, o segundo filho de Aristóbulo, tentou apossar-se do trono. Por algum tempo chegou a reinar em Jerusalém, mas Herodes, filho de Antípater, regressou de Roma e tornou-se rei dos judeus com apoio de Roma. Seu casamento com Mariamne, neta de Hircano, o último sacerdote da linhagem de Levi, ofereceu um elo com os governantes Macabeus. Herodes não instituiu sumos sacerdotes da antiga raça levítica, mas preferiu colocar no sacerdócio homens de sua confiança. Herodes foi um dos mais cruéis governantes de todos os tempos. Assassinou o venerável Hircano (31 AC) e mandou matar sua própria esposa Mariamne e seus dois filhos. No seu leito de morte, ordenou a execução de Antípater, seu filho com outra esposa. Nas Escrituras, Herodes é conhecido como o rei que ordenou a morte dos meninos em Belém por temer o Rival que nascera para ser Rei dos Judeus. GRUPOS RELIGIOSOS JUDEUS Quando, seguindo-se à conquista de Alexandre, o helenismo mudou a mentalidade do Oriente Médio, alguns judeus se apegaram ainda mais tenazmente do que antes à fé de seus pais, ao passo que outros se dispuseram a adaptar seu pensamento às novas idéias que emanavam da Grécia. Por fim, o choque entre o helenismo e o judaísmo deu origem a diversas seitas judaicas. Os Fariseus Os fariseus eram os descendentes espirituais dos judeus piedosos que haviam lutado contra os helenistas no tempo dos Macabeus. O nome fariseu “separatista”, foi provavelmente dado a eles por seu inimigos, para indicar que eram não-conformistas. Pode, todavia, ter sido usado com escárnio porque sua severidade os separava de seus compatriotas judeus, tanto quanto de seus vizinhos pagãos. A lealdade à verdade às vezes produz orgulho e até mesmo hipocrisia, e foram essas perversões do antigo ideal farisaico que Jesus denunciou. Paulo se considerava um membro deste grupo ortodoxo do judaísmo de sua época. (Fp 3.5). O nome é dado a um grupo de judeus devotos à Torá, surgidos no século II a.C.. Opositores dos saduceus, criam uma Lei Oral, em conjunto com a Lei escrita, e foram os criadores da instituição da sinagoga. Com a destruição de Jerusalém em 70 d.C. e a queda do poder dos saduceus, cresceu sua influência dentro da comunidade judaica e se tornaram os precursores do judaísmo rabínico. Sua oposição ferrenha ao Cristianismo rendeu-lhes através dos tempos uma figura de fanáticos e hipócritas que apenas manipulam as leis para seu interesse. Esse comportamento deu origem à ofensa "fariseu", comumente dado às pessoas dentro e fora do Cristianismo, que são julgados como religiosos aparentes. Saduceus O partido dos saduceus, provavelmente denominado assim por causa de Zadoque, o sumo sacerdote escolhido por Salomão (1Rs 2.35), negava autoridade à tradição e olhava com suspeita para qualquer revelação posterior à Lei de Moisés. Eles negavam a doutrina da ressurreição, e não criam na existência de anjos ou espíritos (At 23.3). Eram, em sua maioria, gente de posses e posição, e cooperavam de bom grado com os helenistas da época. Ao tempo do Novo Testamento controlavam o sacerdócio e o ritual do templo. A sinagoga, por outro lado, era a cidadela dos fariseus. Também para esta seita ou partido é difícil determinar a origem. Sabemos que existiu nos últimos dois séculos do Segundo Templo, em completa discórdia com os fariseus. Como citamos, o nome parece proceder de Sadoc, hierarca da família sacerdotal dos filhos de Sadoc, que segundo o programa ideal da constituição de Ezequiel devia ser a única família a exercer o sacerdócio na nova Judéia. De modo que, dizer saduceus era como dizer "pertencentes ao partido da estirpe sacerdotal dominante". Diferiam dos fariseus por não aceitarem a tradição oral. Na realidade, parece que a controvérsia entre eles foi uma continuação dessa hostilidade que havia começado no templo dos macabeus, entre os helenizantes e os ortodoxos. Com efeito, os saduceus, pertencendo à classe dominadora, tendo a miúdo contato com ambientes helenizados, estavam inclinados a algumas modificações ou helenizações. O conflito entre estes dois partidos foi o desastre dos últimos anos da Jerusalém judia. Suas doutrinas são quase desconhecidas, não havendo ficado nada de seus escritos. A Bíblia afirma que eles não criam na ressurreição, tendo até tentado enlaçar Jesus com uma pergunta ardilosa sobre esse conceito. Com muita probabilidade, ainda que rechaçando a tradição farisaica, possuíram uma doutrina relativa à interpretação e à aplicação da lei bíblica. O único que nos oferece alguns dados sobre suas doutrinas é Flávio Josefo que, por ser fariseu e por haver escrito para o público greco-romano, não é digno de muita confiança. Parece provável que as divergências entre saduceus e fariseus foram mais que dogmáticas, foram jurídicas e rituais. Com a queda de Jerusalém, a seita dos saduceus extinguiu-se. Ficaram porém suas marcas em todas as tendências anti-rabínicas dos primeiros séculos (d.C.) e da época medieval. Essênios O essenismo foi uma reação ascética ao externalismo dos fariseus e ao mundanismo dos sauduceus. Os essênios se retiravam da sociedade e viviam em ascetismo e celibato. Davam atenção à leitura e estudo das Escrituras, à oração e às lavagens cerimoniais. Suas posses eram comuns e eram conhecidos por sua laboriosidade e piedade. Tanto a guerra quanto a escravidão era contrárias a seus princípios. O mosteiro em Qumran, próximo às cavernas em que os Manuscritos do Mar Morto foram encontrados, é considerado por muitos estudiosos como um centro essênio de estudo no deserto da Judéia. Os rolos indicam que os membros da comunidade haviam abandonado as influências corruptas das cidades judaicas para prepararem no deserto, “o caminho do Senhor”. Tinham fé no Messias que viria e consideravam-se o verdadeiro Israel para quem Ele viria. Os Essênios constituíam um grupo ou seita judaica ascética que teve sua existência por volta de 150 a.C. até 70 d.C. Estavam relacionados com outros grupos religioso-políticos, como os saduceus. O nome essênio provém do termo sírio "Asaya", e do aramaico Essaya, todos com o significado de médico. Durante o domínio da Dinastia Hasmonéa, os essênios foram perseguidos. Retiraram-se por isso para o deserto, vivendo em comunidade e em estrito cumprimento da lei mosaica, bem como da dos Profetas. Na Bíblia não há menção sobre eles. Sabemos a seu respeito por Flávio Josefo (historiador oficial judeu) e por Fílon de Alexandria (filósofo judeu). Flávio Josefo relata a divisão dos judeus do Segundo Templo em três grupos principais: Saduceus, Fariseus e Essênios. Os Essênios eram um grupo de separatistas, a partir do qual alguns membros formaram uma comunidade monástica ascética que se isolou no deserto. Acredita-se que a crise que desencadeou esse isolamento do judaísmo ocorreu quando os príncipes Macabeus no poder, Jonathan e Simão, usurparam o ofício do Sumo Sacerdote, consternando os judeus conservadores. Alguns não podiam tolerar a situação e denunciaram os novos governantes. Josefo refere, na ocasião, a existência de cerca de 4000 membros do grupo, espalhados por aldeias e povoações rurais. Adotaram uma série de condutas morais que os diferenciavam dos demais judeus: A comida era sujeita a rígidas regras de purificação; Aboliam a propriedade privada; Contrários ao casamento; Eram vegetarianos; Tomavam banho antes das refeições; Vestiam-se sempre de branco. Não tinham amos nem escravos. A hierarquia estabelecia-se de acordo com graus de pureza espiritual dos irmãos, os sacerdotes que ocupassem o topo da ordem. Dentre as comunidades, tornou-se conhecida a de Qumran, pelos manuscritos em pergaminhos que levam seu nome, também chamados Pergaminhos do Mar Morto ou Manuscritos do Mar Morto. Segundo Christian Ginsburg (historiador orientalista), os essênios foram os precursores do Cristianismo, pois a maior parte dos ensinamentos de Jesus, o idealismo ético, a pureza espiritual, remetem ao ideal essênio de vida espiritual. A prática da banhar-se com frequência, segundo alguns historiadores, estaria na origem do ritual cristão do Batismo, que era ministrado por São João Batista, às margens do Rio Jordão, próximo a Qumram. Escribas Os escribas não eram, estritamente falando uma seita, mas sim, membros de uma profissão. Eram, em primeiro lugar copistas da Lei. Vieram a ser considerados autoridades quanto às Escrituras, e por isso exerciam uma função de ensino. Sua linha de pensamento era semelhante à dos fariseus, com os quais aparecem freqüentemente associados no Novo Testamento. O escriba ou escrivão era a pessoa na Antiguidade que dominava a escrita e a usava para, a mando do regente, redigir as normas do povo daquela região ou de uma determinada religião. Nos livros sagrados para os cristãos e judeus, o termo escriba refere-se aos chamados doutores e mestres (Mt 22:35 e Lc 5:17), ou seja, homens especializados no estudo e na explicação da lei ou Torá. Embora o termo apareça pela primeira vez no livro de Esdras, sabe-se que tinham grande influência e eram muito considerados pelo povo, tendo existido escribas partidários de diferentes correntes, tais como os fariseus (a maioria), saduceus e essênios. A classe começa a atuar ainda nos tempos do Antigo testamento, em que a figura do profeta perde o seu valor. Já no Novo testamento, é possível verificar que a maioria dos escribas se opõe aos ensinamentos de Jesus (Mc 14:1 e Lc 22:1), que os critica duramente por causa do seu proceder legalista e hipócrita (Mt 23:1-36 / Lc 11:45-52 / 10:46-47), comparando-o ao dos fariseus, a corrente de escribas que representava a maioria. Após o desaparecimento do templo de Jerusalém no ano 70, seguido do desaparecimento da figura do sacerdócio judaico, sua influência passaria a ser ainda maior. Alguns escribas ficariam famosos, tais como Hillel e Sammai (pouco antes de Jesus Cristo), tendo sido ambos líderes de tendências opostas na interpretação da lei, liberal o primeiro e rigoroso o segundo. Gamaliel, discípulo de Hillel, foi mestre de Paulo (At 22:3), tendo existido também outros escribas simpatizantes com os cristãos (At 5:34). Herodianos Os herodianos criam que os melhores interesses do judaísmo estavam na cooperação com os romanos. Seu nome foi tirado de Herodes, o Grande, que procurou romanizar a Palestina em sua época. Os herodianos eram mais um partido político que uma seita religiosa. A opressão política romana, simbolizada por Herodes, e as reações religiosas expressas nas reações sectárias dentro do judaísmo pré-cristão forneceram o referencial histórico no qual Jesus veio ao mundo. Frustrações e conflitos prepararam Israel para o advento do Messias de Deus, que veio na “plenitude do tempo” (Gl 4.4) Elementos Judaicos na preparação para a vinda de Cristo Um povo divinamente preparado; Um povo escolhido para ser testemunha entre as nações; Escrituras proféticas predizendo a vinda do Messias; A dispersão dos judeus em todo o mundo conhecido; Sinagoga onde se estudava as Escrituras que forneceriam local para a pregação do evangelho; Proselitismo que trouxe muitos gentios para o judaísmo; Era o povo do Livro, Interessado na prática da religião e na busca da salvação. Uma esperança da vinda do Messias foi oferecida pelos judeus a um mundo de religiões pagãs. Também o judaísmo ofereceu, pela parte moral da Lei Judaica, o sistema de ética mais puro do mundo. Mas o mais importante é que os judeus prepararam o caminho para vinda de Cristo pelo fornecimento de um Livro Sagrado, o Velho Testamento. Elementos Gregos A filosofia grega que se aproximava do monoteísmo, tendência para a imortalidade, ênfase sobre a consciência e dignidade humana e liberalismo de pensamento. A língua grega, tradução do AT, para a pregação do evangelho e a escrita do N.T junto com os termos adotados por Paulo e outro pregadores do Novo Testamento para explicar o evangelho. No primeiro século os romanos cultos conheciam grego e também latim. O dialeto grego usado no quinto século a.C, na época da glória de Atenas, tornou-se o dialeto “Koiné” (comum) do primeiro século. O dialeto da literatura clássica de Atenas foi modificado e enriquecido pelas mudanças que sofreu nas conquistas de Alexandre Magno no período entre 338 e 146 a.C. O NT. Foi escrito nesse dialeto "comum". A cultura helenística em geral com seu espírito cosmopolita, transcendendo as barreiras, o judeu helenizado que serviria como ponte entre o judeu e gentio e a busca da salvação do mundo romano. Por um lado a filosofia grega deu uma contribuição positiva, mostrando o melhor que o homem pode fazer na busca de Deus pelo intelecto, por outro lado contribuiu negativamente, pois, nunca deu uma satisfação aos corações e nunca conduziu o homem a um Deus pessoal. 4. Elementos Romanos – A Contribuição Política Cristo veio ao mundo época do Império Romano. Todo o mundo ficou sob um governo único, uma lei universal. Era possível obter cidadania romana, ainda que a pessoa não fosse romana. O Império Romano mostrou as tendência de unificar os povos de raças diferentes numa organização política. Havia paz na terra quando Cristo nasceu. Os soldados romanos asseguravam a paz nas estradas da Ásia, África e Europa. Construíram excelentes estradas ligando Roma a todas as partes do Império. As estradas principais foram construídas de concreto. As estradas romanas e as cidades estratégicas localizadas nos caminhos eram indispensáveis a evangelização do mundo no primeiro século. 5. Resumo dos Elementos Na plenitude dos tempos, quando a maior parte do mundo ficou sob uma lei e um governo, e todo o mundo falou a mesma língua diariamente, Cristo veio, cumprindo as profecias. Jerusalém, em especial, localizava-se onde as estradas se cruzavam, ligando os continentes da Ásia e África com Europa. A DIÁSPORA Nos dias do Novo Testamento, a população judaica encontrava-se dispersa por vários lugares. Além da própria Palestina, havia inúmeros judeus em Roma, Egito, Ásia Menor, etc. (Atos 2.9-11; Tiago 1.1; I Pedro 1.1). Tal dispersão, que recebe o nome de Diáspora, tem razões diversas, começando pelos exílios para a Assíria e Babilônia, e se completando por interesses comerciais dos judeus, e até mesmo em função das dificuldades que se verificavam em sua terra natal. Esse quadro se apresenta como cumprimento claro dos avisos divinos acerca da dispersão que viria como conseqüência do pecado de Israel (Dt.28.64). Assim, o judaísmo acabou se dividindo em função da distribuição geográfica. Havia o judaísmo de Jerusalém, mais ligado à ortodoxia, e o judaísmo da Diáspora, ou seja, praticado pelos judeus residentes fora da Palestina. Estes últimos encontravam-se distantes de suas origens. Se até na Palestina, os costumes gregos se impunham, muito mais isso ocorria na vida dos judeus em outras regiões. Estavam profundamente helenizados, embora não tivessem abandonado o judaísmo. Isto fez com que eles se preocupassem com o futuro de suas tradições e sua religião. Tomaram então providências para que o judaísmo não sucumbisse diante do helenismo. Uma delas foi a tradução do Velho Testamento do hebraico para o grego, chamada Septuaginta. Já que este idioma estava se tornando universal, havia o risco de que, no futuro, as escrituras não pudessem mais ser lidas, devido à possível extinção do hebraico. Outras obras literárias foram produzidas, incluindo narrativas históricas, propaganda e apologia judaica, tudo escrito em grego e com influências gregas. Destacaram-se nessa época os escritores: Fílon de Alexandria e Flávio Josefo. Tais escritos não foram aceitos pela comunidade de Jerusalém. Até a tradução bíblica foi rejeitada, uma vez que, para eles, toda escritura sagrada devia ser produzida necessariamente em hebraico. Essa obra no idioma grego foi vista pelos ortodoxos como uma descaracterização do judaísmo. Para muitos judeus conservadores, o judaísmo era propriedade nacional e não devia ser propagado entre outros povos. Já os judeus da Diáspora se dedicaram a conquistar gentios para a religião judaica. Tal fenômeno recebe o nome de proselitismo. Os novos convertidos eram chamados prosélitos (Mateus 23.15 Atos 2.9-11; 6.5; 13.43). Essa prática difusora da religião também foi adotada por judeus de Jerusalém, mas em escala bem menor. Os judeus da diáspora cresciam em número e em poder econômico. Isso se tornou incômodo para muitos cidadãos dos lugares onde residiam. A guarda do sábado e a recusa em participar do culto ao Imperador tornaram-se também elementos que atraíram a perseguição. Tendo, muitos deles, fugido da opressão na Palestina, encontraram problemas semelhantes em outras terras. AS SINAGOGAS, OS RABIS E OS ESCRITOS RELIGIOSOS várias, como era o caso de Jerusalém. A liderança da sinagora era exercida pelo rabi (mestre), o qual era eleito pelos membros daquela comunidade. Essa autonomia de eleição do rabi favoreceu o surgimento de muitos mestres com idéias religiosas distintas. Todos estudavam a lei e elaboravam seus ensinamentos com interpretações e comentários acerca da Torá. Assim surgiram as midrashs e as mishnas. Midrash era o comentário da lei. A primeira surgiu no ano 4 a.C.. As mishnas eram os ensinamentos rabínicos. A primeira surgiu em 5 a.C.. Tudo isso compunha a tradição, que passou a ser mais utilizada do que a própria lei. A interpretação da lei era tão desenvolvida que chegava ao extremo de contradizer o código original (Mt.15.1-6). Assim, os escribas e fariseus, doutores da lei, ocupavam o lugar de Moisés (Mt.23.2). Devido a essa posição dos rabis (mestres), Jesus orientou seus discípulos a não utilizarem esse mesmo título (Mt.23.8). JUDAÍSMO DIVIDIDO Nos dias de Cristo, a religião judaica encontrava-se dividida em seitas: fariseus, saduceus, essênios, e outras. Cada facção se considerava o remanescente fiel a Deus e via os demais como relaxados. Entre os fatores que contribuíram para essa divisão, podemos citar: - Diáspora – A dispersão geográfica dificultou a manutenção de uma religiosidade padronizada. - Sinagogas – Significaram a descentralização da orientação religiosa. Muitos rabis representaram muitas linhas de pensamento e prática divergentes. - Linhagem - As misturas étnicas ocorridas no norte de Israel contribuíram para a discriminação religiosa contra os samaritanos. - Interpretação – Diferentes interpretações da lei conduziam a diferentes crenças. - Tradição – Esta era o resultado de muitos elementos: interpretação, comentário da lei, influências estrangeiras (gregas, romanas e babilônicas). - Política – Alguns judeus apoiavam Herodes e os romanos. Outros eram radicalmente contra tais dominadores. - Helenismo – Os judeus se dividiam também quanto ao apoio ou combate à cultura grega que se expandia em todo o mundo. Tais costumes eram vistos como os que hoje chamamos de "mundanismo". Muitos judeus se deixavam levar, admirados com o pensamento grego e o sucesso de sua cultura. DINASTIA HERODIANA (parcial) As setas indicam filiação. O posicionamento dos quadros inferiores demonstra a sucessão no governo da Palestina. Apresentamos apenas parcialmente a dinastia herodiana porque nos limitamos aos nomes mais próximos aos fatos do Novo Testamento. Nosso maior interesse é apresentar a sucessão política na Palestina, principalmente na Judéia. Herodes Magno, também conhecido com Herodes, o Grande, governava a Judéia quando Jesus nasceu. Herodes teve 10 mulheres e 15 filhos, ou mais. Citamos 7 deles: Antípatro II, Aristóbulo I, Alexandre, Filipe I, Filipe II, Arquelau e Antipas II. Herodes matou seus filhos Alexandre, Aristóbulo I e Antípatro II. Deserdou Filipe I, que era casado com Herodias, a qual veio a adulterar com Antipas II (Mc.6.17). Após a morte de Herodes Magno, seu reino foi dividido entre três de seus filhos: Arquelau recebeu a Judéia, Samaria e Iduméia. Antipas II passou a governar a Galiléia e a Peréia. Filipe II recebeu os territórios do nordeste: Ituréia, Tracomites, Gaulanites, Auranites e Batanéia. Arquelau foi deposto pelos Romanos no ano 6 d.C.. A Judéia passou então a ser governada por procuradores romanos. Um desses procuradores foi Pôncio Pilatos (de 26 a 36 d.C.). Antipas II governou a Galiléia durante todo o ministério de Cristo. Foi ele quem mandou degolar João Batista. À sua presença Jesus foi encaminhado por Pilatos, já que este era procurador sobre a Judéia e foi-lhe dito que Cristo era galileu, sendo portanto da jurisdição de Antipas. Agripa I, filho de Aristóbulo e, portanto, neto de Herodes Magno, foi o sucessor de Filipe II. Aos poucos foi herdando também os territórios dos outros tios. Recebeu de volta dos romanos a administração da Judéia e Samaria, tornando-se então rei de quase toda a Palestina. Foi ele quem mandou matar o apóstolo Tiago e morreu comido por vermes (At.12). Seu filho, Agripa II, foi seu sucessor. Seu território foi então ampliado por determinação do Imperador Cláudio e ainda mais por Nero. Foi perante Agripa II que Paulo se apresentou (At.25.23). Com a destruição de Jerusalém no ano 70, Agripa II mudou-se para Roma e lá esteve até o ano de sua morte (100 d.C.). Os membros da dinastia herodiana são muitas vezes mencionados no Novo Testamento. Todos eles possuíam o título de Herodes. Por esta razão, muitas vezes pode-se imaginar que as diversas passagens se referem à mesma pessoa, o que não é verdade. Pela observação dos quadros anteriores, pode-se identificar cada "Herodes" nas passagens bíblicas em que são citados. ROMANOS NO PERÍODO DO NOVO TESTAMENTO César Augusto Otaviano - ano 27 a.C. a 14 d.C. - Nascimento de Jesus - Início do culto ao Imperador. (Lc.2.1) Tibério Júlio César Augusto - 14 a 27 - Ministério e Morte de Jesus. (Lc.3.1). Gaio Júlio César Germânico Calígula - 37 a 41 - Quis sua estátua no templo em Jerusalém. Morreu antes que sua ordem fosse cumprida. Tibério Cláudio César Augusto Germânico - 41 a 54 - Expulsou os judeus de Roma. (At.18.2). Nero Cláudio César Augusto Germânico - 54 a 68 - Começa perseguição de Roma contra os cristãos. Paulo e Pedro morrem (At. 25.10; 28.19). Sérvio Galba César Augusto 68 - Cerco a Jerusalém. Marcos Oto César Augusto - 69 – mantém o cerco a Jerusalém. Aulus Vitélio Germânico Augusto - 69 - mantém o cerco a Jerusalém. César Vespasiano Augusto - 69 a 79 – Tinha sido general de Nero. Coloca seu filho Tito como general. No ano 70, determina a destruição de Jerusalém. Tito César Vespasiano Augusto - 79-81. César Domiciano Augusto Germânico - 81 a 96 - Exigia ser chamado Senhor e Deus. Grande perseguição. O apóstolo João ainda vivia durante o governo de Domiciano. Vamos voltar ao período compreendido entre os anos 106 a 73 a.C. Quem estava no poder era Alexandre Janeu. Ele era ativo e autoritário, e continuou a política de expansão e (re)conquista iniciada na revolta dos macabeus anos antes. Alexandre resgatou o título de rei dos israelitas, porém houve oposição, pois ele não fazia parte da linhagem real de Davi. Os judeus mais zelosos e piedosos, descendentes da resistência contra os gregos, conhecidos como fariseus, foram contra este governo de Alexandre. Esses o acusavam de estar sempre em guerra, de fazer alianças com nãojudeus, e o pior de tudo, ter se casado com uma viúva, algo extremamente proibido pela Lei (Levítico 21:13) aos sacerdotes. Quando os fariseus organizaram uma revolta contra Alexandre, esse usou seus métodos brutais, e houve a morte de 50 mil homens. Isto dividiu os judeus entre: - a favor dos fariseus - a favor dos métodos violentos Esta atitude continuou até os dias de Jesus. Isto também levou os judeus a esperarem alguém que os libertasse destes conflitos e revoltas, pois este clima de tensão continuou mesmo após a morte de Alexandre Janeu. Após sua morte, sua esposa Salomé Alexandra, reinou em seu lugar (76-67 a.C.) e foi caracterizado por relativa paz. Após este período seus filhos Hircano II e Aristóbulo travaram um guerra mortal um contra o outro. Aristóbulo não iria deixar que seu irmão mais velho, Hircano II, tomasse o poder, e ainda houve a interferência de alguns árabes e idumeus, que fez com que o país mergulhasse numa onde de violência devastadora. Isto fez com os os judeus quisesem apelar a uma “terceira pessoa”, alguém neutro para resolver este conflito interno. Era o ano de 63 a.C. e em Damasco se achava um estrangeiro de nome Pompeu, em quem os irmãos foram procurar apoio em troca de dinheiro. Como a Síria já pertencia ao domínio romano, Pompeu não ficou indifirente ao pedido dos judeus, e resolveu apoiar o fraco Hircano contra seu irmão Aristóbulo. Ele e seus seguidores se refugiaram no templo por 3 meses, até que Pompeu conseguiu invadir o templo. Nisto ele quis conhecer os segredos da religião dos judeus, e penetrou no santo dos santos com sua espada em mãos esperando encontrar algum deus supremo, mas ficou espantado ao não encontrar nada lá dentro. Isto fez dos romanos heróis perante os judeus, já que entraram na Palestina como pacificadores (Pax Romana???), o que explica o fato de 75 anos após este fato ainda existirem judeus favoráveis aos romanos. Afinal tudo era preferível à guerra civil. Agora podemos entender um pouquinho mais sobre a situação política na Palestina à época de Jesus. Os conflitos entre as classe sociais, a espera de um Messias, e qual era realmente a relação de ódio entre fariseus, saduceus, essênios e outros. O mais irônico é que anos e anos, depois destes acontecimentos, eles se uniriam em torno de causa em comum: crucificar um cidadão que se autoproclamava filho de Deus e salvador do mundo. CULTURA E INFRA-ESTRUTURA Nos dias de Cristo, embora o império fosse romano, a cultura predominante continuava sendo grega. O extinto império de Alexandre Magno deixou um grande legado: o helenismo, que significa a influência cultural grega entre os povos conquistados. Helenismo é derivado de Helas, outro nome da Grécia. Helenização é o processo de propagação dessa cultura. Devido a essa difusão, a língua grega se tornou de uso comum. Daí vem a expressão "grego koiné" (= comum). As cidades gregas eram bem estruturadas. Contavam com teatros, banhos públicos, ginásios, foros, amplas praças, hipódromos e academias. Assim, por onde quer que o helenismo se expandisse iam surgindo cidades desse tipo. Algumas cidades antigas se adaptavam e chegavam até a mudar de nome, adotando nomes gregos. É por causa desse contexto que o Novo Testamento foi escrito em grego, com exceção do evangelho de Mateus. Além dos elementos helênicos, o cenário contava com estradas calçadas construídas pelos romanos. Elas facilitavam a circulação das milícias entre as províncias e a capital. Por essas vias transitavam também mensageiros, comerciantes e viajantes em geral. Outro destaque da engenharia romana eram os aquedutos: canais para levar água das montanhas para as cidades. ATIVIDADES ECONÔMICAS Com toda a importância das cidades, as construções eram constantes. Além das casas, estradas e aquedutos, as muralhas também faziam parte dos projetos. Em Jerusalém havia uma grande obra em andamento nos dias de Jesus: o templo de Herodes, cuja construção ocorreu do ano 20 a.C. até 64 d.C.. Outras atividades importantes eram: transporte, agricultura, comércio, pesca, metalurgia, cerâmica, perfumaria, couro, tecidos e armas. Em Israel, a pecuária, além de atividade econômica, possuía status religioso por causa dos sacrifícios.