Reunião Geral do Sector Litúrgico
28 de Outubro de 2011
Como eleitos de Deus, santos e amados,
revesti-vos, pois, de sentimentos de misericórdia, de bondade,
de humildade, de mansidão, de paciência,
suportando-vos uns aos outros e perdoando-vos mutuamente,
se alguém tiver razão de queixa contra outro.
Tal como o Senhor vos perdoou, fazei-o vós também.
E, acima de tudo isto, revesti-vos do amor, que é o laço da perfeição.
Reine nos vossos corações a paz de Cristo,
à qual fostes chamados num só corpo.
E sede agradecidos.
A palavra de Cristo habite em vós com toda a sua riqueza:
ensinai-vos e admoestai-vos uns aos outros com toda a sabedoria;
cantai a Deus, nos vossos corações, o vosso reconhecimento,
com salmos, hinos e cânticos inspirados.
E tudo quanto fizerdes por palavras ou por obras,
fazei-o em nome do Senhor Jesus,
dando graças por Ele a Deus Pai.
(Col.3,12-17)
Alguns apelos do Papa Bento XVI
NA EXORTAÇÃO APOSTÓLICA
“SACRAMENTO DA CARIDADE”
22.02.2007
Aos Acólitos: Sac. Carit. 40.
Esforçar-se por dar a conhecer os livros litúrgicos em vigor e as respectivas
normas, pondo em destaque as riquezas estupendas da Instrução Geral do
Missal Romano e da Instrução das Leituras da Missa.
Igualmente importante para uma correcta arte da celebração é a atenção a
todas as formas de linguagem previstas pela liturgia: palavra e canto, gestos
e silêncios, movimento do corpo, cores litúrgicas dos paramentos.
A simplicidade dos gestos e a sobriedade dos sinais, situados na ordem e
nos momentos previstos, comunicam e cativam mais do que o artificialismo
de adições inoportunas.
Aos Leitores: Sac. Carit. 45
Que a liturgia da palavra seja sempre devidamente preparada e vivida.
Recomendo, pois, vivamente que se tenha grande cuidado, nas liturgias,
com a proclamação da Palavra de Deus, por leitores bem preparados;
Nunca nos esqueçamos de que, «quando na igreja se lê a Sagrada Escritura,
é o próprio Deus que fala ao seu povo, é Cristo presente na sua palavra que
anuncia o Evangelho».
Se as circunstâncias o recomendarem, pode-se pensar numas breves
palavras de introdução, que ajudem os fiéis a tomar renovada consciência do
momento.
Para ser bem compreendida, a palavra de Deus deve ser escutada e acolhida
com espírito eclesial e cientes da sua unidade com o sacramento eucarístico.
Bento XVI, Exortação Apostólica Verbum Domini, 58
É necessário que os leitores encarregados de tal serviço, ainda
que não tenham recebido a instituição no mesmo, sejam
verdadeiramente idóneos e preparados com empenho.
Tal preparação deve ser não apenas bíblica e litúrgica mas
também técnica: «A formação bíblica deve levar os leitores a
saberem enquadrar as leituras no seu contexto e a
identificarem o centro do anúncio revelado à luz da fé.
A formação litúrgica deve comunicar aos leitores uma certa
facilidade em perceber o sentido e a estrutura da liturgia da
Palavra e os motivos da relação entre a liturgia da Palavra e a
liturgia eucarística.
A preparação técnica deve tornar os leitores cada vez mais
idóneos na arte de lerem em público tanto com a simples voz
natural, como com a ajuda dos instrumentos modernos de
amplificação sonora».
Aos Cantores: Sac. Carit. 42.
«O homem novo conhece o cântico novo. O cântico é uma manifestação de
alegria e, se considerarmos melhor, um sinal de amor». O povo de Deus,
reunido para a celebração, canta os louvores de Deus.
Na sua história bimilenária, a Igreja criou, e continua a criar, música e
cânticos que constituem um património de fé e amor que não se deve perder.
Verdadeiramente, em liturgia, não podemos dizer que tanto vale um cântico
como outro; a propósito, é necessário evitar a improvisação genérica ou a
introdução de géneros musicais que não respeitem o sentido da liturgia.
Tudo — no texto, na melodia, na execução — deve corresponder ao sentido
do mistério celebrado, às várias partes do rito e aos diferentes tempos
litúrgicos.
Aos MEC’S: Sacr. Carit. 50
Outro momento da celebração, que necessita de menção,
é a distribuição e a recepção da sagrada comunhão.
Peço a todos, especialmente aos ministros ordenados e àqueles que,
devidamente preparados e em caso de real necessidade, estejam
autorizados para o ministério da distribuição da Eucaristia, que façam o
possível para que o gesto, na sua simplicidade, corresponda ao seu valor de
encontro pessoal com o Senhor Jesus no sacramento.
Em determinadas circunstâncias salta aos olhos a necessidade de encontrar
formas breves e incisivas para alertar a todos sobre o sentido da comunhão
sacramental e sobre as condições que se requerem para a sua recepção.
Alguns procedimentos
segundo as normas litúrgicas da Igreja
Desde o Concílio Vaticano II
Antes da Missa
Acólitos preparam e asseguram o necessário para a celebração;
Coro deve preparar assembleia, para os refrães dos cânticos principais:
entrada, salmo, comunhão… Se houver tempo, podem ensaiar-se outros
cânticos (apresentação dos dons, hino de louvor depois da comunhão);
Devem privilegiar-se ou dar preferência (IGMR 40) às “aclamações e
respostas dos fiéis, às saudações e às orações” (IGMR 35), de modo a
promover uma «participação consciente, activa e piedosa» (SC 48); Também
se participa interior e activamente pelo silêncio, espírito de conversão,
confissão sacramental, compromisso missionário… (Sacr. Carit.55);
Antes da Missa
“Verdadeiramente, em liturgia, não podemos dizer que tanto vale um cântico,
como outro. Enquanto elemento litúrgico, o canto deve integrar-se na forma
própria da celebração; consequentemente, tudo – no texto, na melodia, na
execução – deve corresponder a) ao sentido do mistério celebrado; b) às
partes do rito; c) às diferentes tempos litúrgicos” (Sacr. Carit.42);
“Deve procurar-se com todo o cuidado, que não falte o canto dos ministros e
do povo nas celebrações que se realizam nos domingos e festas de preceito”
(IGMR 40).
“Se houver necessidade de fornecer informações ou testemunhos de vida
cristã aos fiéis reunidos em Igreja, é geralmente preferível que isso aconteça
fora da Missa” (Redempt. Sacram.74);
Ritos Iniciais
Entrada: Pontualidade é educativa e deve ser a regra. Procissão de entrada,
nas missas dominicais, festivas e solenes, sempre que possível.
Cânticos de Entrada, [da Fracção (Cordeiro) e da Comunhão] devem
perdurar, enquanto se realiza a entrada, [a fracção e a comunhão]. Não
devem ir (muito) além disso! Não é obrigatório cantar todas as estrofes. Pode
mesmo seleccionar-se alguma(s) delas, que tenham conteúdos afins com o
tempo ou a Liturgia da Palavra daquele dia;
Acto Penitencial: possibilidade da aspersão (sobretudo no tempo pascal);
O Kyrie pode ser cantado algumas vezes, sobretudo quando a Liturgia da
Palavra ou o tempo litúrgico acentua a dimensão penitencial;
Ritos Iniciais
O Hino do Glória pode (e deve) ser cantado algumas vezes,
sobretudo nas festas e solenidades; a combinar com o Presidente.
Desde o convite «Oremos» do Presidente e até à conclusão da Oração
(colecta, oblatas, pós-comunhão) não deve haver qualquer movimento de
pessoas no presbitério ou assembleia;
Monitor ou comentador deverá exercer a sua função litúrgica mais vezes;
Liturgia da Palavra
Os leitores depois de passarem pela sacristia, verificam, a tempo e horas,
se tudo, no ambão, está no seu lugar: luz, som, livros, folhas…
Os leitores devem estar (mais) perto do presbitério; podem mesmo ocupar as
cadeiras da frente; não é bom fazer a assembleia esperar demasiado tempo,
até que estes cheguem, de entre a assembleia, para se dirigirem ao ambão.
O leitor da 1ª leitura assegurar-se-á de que os fiéis, na assembleia, estão já
devidamente acondicionados, sem ruídos nem movimentos.
Ao passar da assembleia para o ambão,
fazer inclinação do corpo (IGMR 275b);
Liturgia da Palavra
Ao chegar ao ambão, os leitores devem ajustar o microfone; não falar
«ao lado do microfone», mas de frente a ele; saber ouvir-se…
E demorar-se, pondo-se na pele dos ouvintes.
As dicas da «página dos leitores»
devem ser observadas com todo o cuidado;
Por regra o salmo deve ser cantado, ou pelo menos, o seu refrão. Por outros
motivos (falta de coro, falta de elementos no coro, falta de salmistas) pode
cantar-se um salmo diverso do que é proposto para aquele dia (IGMR 61);
O salmo deve ser cantado do ambão; o salmista deve ser escolhido pelo
Director do coro e só deve cantar se for capaz de o fazer, com serenidade,
com expressividade, com afinação musical.
Liturgia da Palavra
Homilia pode ser feita do ambão, da cadeira ou outro lugar conveniente
(IGMR 136). Presidente tem preferido o ambão, pela sua visibilidade.
A aclamação ao Evangelho e a respectiva frase deve ser,
de preferência, cantada do coro;
Quando se cruzam o leitor da 1ª leitura e o salmista, ou o salmista
e o leitor da 2ª leitura, deve ficar do lado do ambão aquele que vai,
de seguida, exercer o seu ministério;
Leitores e salmistas
e mec’s não devem usar casaco sobre os ombros ou à cinta;
Liturgia da Palavra
De vez em quando, o Credo será feito de forma dialogada
(como no baptismo, crisma, profissão de fé e vigília pascal).
Nessa altura, o leitor da Oração dos Fiéis deverá preparar-se
mais rapidamente para se deslocar ao ambão;
O leitor da Oração dos Fiéis (diácono) pode deslocar-se discretamente,
durante o Credo, de modo que esteja já no ambão (ou outro lugar
conveniente IGMR 138), quando o Presidente fizer a introdução. Não deve
sair do ambão, enquanto o Presidente não concluir a Oração.
Se o Presidente iniciar e concluir a Oração dos Fiéis no ambão
(a regra é que seja da cadeira ou sede: IGMR 71),
o leitor acompanhá-lo-á na inclinação ao altar.
De notar, que as inclinações do corpo são feitas ao altar e não ao Presidente!
Liturgia Eucarística – Apresentação dos Dons
«A apresentação das oferendas não é um intervalo entre a Liturgia da Palavra
e a Liturgia Eucarística» (Sacr. Carit.47);
não é preciso enfatizar o gesto!
A recolha das ofertas (que não sejam o pão e o vinho) deve ser o menos
demorada possível e os cestos devem ser colocados em lugar conveniente,
fora da mesa eucarística (IGMR 74);
Não devem avançar com a procissão das oferendas,
desde o fundo da Igreja, se já tiver começado o Prefácio; neste caso devem
avançar discretamente durante o cântico do «sanctus»
e os primeiros dois ministros das ofertas recolhem os cestos e depõem-nos,
perto (debaixo ou ao lado) do altar. Se, por grande anormalidade, a recolha
das ofertas não foi feita até ao «Sanctus», então os que as recolhem param
mesmo durante a consagração. E deporão as ofertas, de lado,
sem se afrontar com o Presidente, no altar.
Esta situação espera-se que seja absolutamente excepcional;
Liturgia Eucarística – Apresentação dos Dons
O Cântico para o ofertório deverá perdurar enquanto se realiza este gesto,
até que os dons tenham sido depostos sobre o altar (IGMR 74), a não ser que
anormalmente o ofertório se prolongue em demasia.
Não é obrigatório que haja sempre cântico de ofertório.
E pode havê-lo mesmo, sem procissão dos dons (IGMR 74).
Se não houver procissão de oferendas, não se exige canto de ofertório
(IGMR 50). Pode haver lugar para o silêncio,
canto do coro a solo (motete), toque do órgão a solo (improvisação)…
A recolha das oferendas é feita pelos diáconos,
ajudado pelos acólitos (IGMR 190);
Mantém-se o rito do Lavabo, para o Presidente (IGMR 76)
Oração Eucarística
Diálogo do prefácio e prefácio a cantar, de vez em quando;
Não há acompanhamento de órgão, nas orações presidenciais;
Cantar, de vez em quando, as aclamações «Mistério da fé» e suas variantes;
o coro deve estar sempre preparado para tal, mas, por regra,
estes cânticos são combinados previamente entre o presidente e o coro;
Doxologia final (Por Cristo… com Cristo…) pode ser cantada,
de vez em quando; a combinar entre o coro e o Presidente.
Ritos da Comunhão
O Pai-Nosso será cantado, quando o Presidente assim o propuser;
O Rito da Paz não inclui obrigatoriamente o gesto do «beijo» ou «abraço»
(IGMR, 154: «se parecer oportuno, acrescenta: saudai-vos na paz de
Cristo»). É um rito a moderar, sempre com sobriedade…
(Sacr.Carit.49; cf. Nota 150: hipótese de alteração do momento da paz);
“Não haja nenhum canto no momento de dar a paz,
mas prossiga-se sem demora para o “Cordeiro de Deus” (Red.Sacr.72);
Cântico do “Cordeiro” acompanha a fracção do Pão” (IGMR 83);
A invocação acompanha a fracção do pão, pelo que pode repetir-se o
número de vezes que for preciso, enquanto durar o rito.
Na última vez conclui-se com as palavras: Dai-nos a paz.
Ritos da Comunhão
MEC’S, ao dirigirem-se para o altar, devem genuflectir (não a olhar para o
sacrário) mas voltados para os dons já consagrados sobre o altar)!
É de pensar o rito da purificação, antes e depois da comunhão,
mas fora do presbitério;
O MEC que vai a sacrário buscar o(s) vaso(s) ou píxide(s),uma vez chegado
ao altar, genuflecte (não voltado para o sacrário, mas para o altar);
Enquanto o sacerdote comunga, coro prepara-se para comungar.
Organista pode dar uns acordes do cântico de comunhão;
Enquanto o sacerdote comunga, coro prepara-se para comungar.
Organista pode dar uns acordes do cântico de comunhão;
Ritos da Comunhão
Ministros não se abeiram do altar, sem que o Presidente comungue; devem
receber dele a comunhão; MEC’s aproximam-se do centro do altar, para daí
receberam a comunhão e a respectiva píxide para a sua distribuição;
Um dos MEC’s repõe no sacrário o(s) vaso(s) ou píxides,
antes de fechar, despede-se, genuflectindo;
“Se o sacrário com o santíssimo sacramento estiver no presbitério, o
sacerdote, o diácono e os outros ministros genuflectem, quando chegam ao
altar e quando se afastam dele, não porém durante a própria celebração da
Missa. Os ministros que levam a cruz ou círios em vez de genuflectirem
fazem uma inclinação de cabeça” (IGMR 274).
Ritos da Comunhão
Os vasos a purificar (pelo acólito ou MEC) também se podem deixar no altar
(evitar!) ou na credencia (de preferência!), sobre o corporal,
devidamente cobertos, sendo purificados imediatamente depois da Missa
após a despedida do Povo (IGMR 163)
Se o MEC, por alguma razão, ainda estiver no presbitério, quando começa o
cântico de louvor (IGMR 88) ou momento de silêncio, para a acção de graças,
aí deve permanecer até ao final da celebração, para evitar a dispersão.
Se se canta um hino depois da Comunhão, o cântico da Comunhão deve
terminar a tempo. “Não seja transcurado o tempo precioso depois da
comunhão: além da entoação dum cântico oportuno, pode ser muito útil
também permanecer recolhidos em silêncio” (Sacr. Carit.50).
Alguns documentos importantes
de referência para a Liturgia
BENTO XVI, Ex. Ap. Sacramentum Caritatis
(O Sacramento da Caridade), 22.02.2007
BENTO XVI, Ex. Ap. Verbum Domini (A Palavra do Senhor), 30.09.2010
CONCÍLIO VATICANO II, Constituição Sacrosanctum Concilium, 4.12.1963
CONGREGAÇÃO PARA O CULTO DIVINO E A DISCIPLINA DOS SACRAMENTOS,
Sacramentum Redemptionis (Sacramento da Redenção) 25.03.2004
Instrução Geral do Missal Romano, 3.04.1969
JOÃO PAULO II, Enc. Ecclesia de Eucharistia
(A Igreja vive da Eucaristia) 17.04.2003
PIO XII, Musicae Sacrae Disciplinae
(A Disciplina da Música Sacra) 25.12.1955
SAGRADA CONGREGAÇAO DOS RITOS, Musicam Sacram
(A Música Sacra), 5.3.1967
Alguns Sites Úteis
www.vatican.va
(ver documentos da Santa Sé)
www.ecclesia.pt
Obrigado
e boa noite!
(ver notícias e comentários às leituras)

www.liturgia.pt
(ver calendário litúrgico, publicações, música litúrgica em mp3)
www.voz-portucalense.pt
(notícias da diocese; página litúrgica tem comentário bíblico
e sugestões para os diversos ministérios.
Ver artigos da última página assinados pelo SDL)
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ENCONTRO DE REFLEXÃO - Paróquia Nossa Senhora da Hora