O encontro dos mundos Entre monstros e anjos Os navegadores portugueses desafiaram não apenas os perigos do oceano, mas o mundo desconhecido das sombras... Através de rotas comerciais vinham especiarias e tecidos da Índia e da China; Essas mercadorias chegavam ao Mediterrâneo pelo Mar Vermelho, costeando o Egito, ou pelo Mar Negro, atravessando os estreitos de Bósforo e Dardanelos, controlados pelos bizantinos de Constantinopla. Mar Vermelho e Mar Negro Rotas comerciais na Europa Onde ficava esse Éden ... Os mercadores da Península Itálica, sobretudo os Gênova e Veneza, que revendiam tecidos orientais especiarias – como cravo, noz-moscada, canela e pimenta – ao restante da Europa. Os mapas – mundi daquela época representavam o mundo sob o ponto de vista cristão. Jerusalém quase sempre no centro do mundo; Onde ficava o Éden ? Presumia-se que ficava no encontro dos rios: o Nilo (Egito), o Ganges (Índia), o Eufrates e o Tigre (Mesopotâmia). O conhecimento geográfico da época era dominado pelo imaginário religioso da sociedade europeia medieval. Para os europeus, a riqueza material não estava dissociada da religiosidade cristã; O “outro mundo” abrigava, o paraíso terrestre e fontes inesgotáveis de riqueza; O “outro mundo” fonte de medos e pesadelos, monstros; Para o paraíso os bons cristãos, para o inferno, os pecadores imperdoáveis, para o purgatório “inferno provisório” a maioria dos cristãos, que merecessem salvação após alguns castigos; Após as Grandes Navegações, pouco a pouco, o mundo seria desencantado aos olhos dos europeus; A exploração marítima seria também motivada pela busca do paraíso; Mitos e fábulas, alguns originados na Antiguidade clássica , ocuparam a imaginação dos europeus, reforçando nos mais ousados o desejo e alargar o domínio da Igreja; Dizia-se que o mar era morada de monstros terríveis, que no fundo do oceano ficava o inferno; Do Condado Portucalense à Revolução de Avis: a formação de Portugal O território de Portugal era parte de uma das províncias do Império Romano: a Lusitânia Portus Cale era o nome da vila formada na confluência da estrada romana com o rio Douro. Na Idade Média, o território foi conquistado pelos muçulmanos, a partir do século VIII, assim como a maior parte da península; Século XI, guerras de reconquista; Cavaleiros franceses se deslocaram para a península para combater os muçulmanos; Final do século XI, Afonso VI, de Leão, recompensou o empenho de Henrique de Borgonha nas lutas contra os mouros com o condado Portucalense, um vassalo; Após a morte de Henrique de Borgonha conflito interno. A esposa Teresa de Leão X filho Afonso Henriques; Afonso Henriques rebelou-se, vitória contra a mãe, logo depois contra os árabes e declarou a independência do condado de Leão, tornando-se o primeiro rei de Portugal. Afonso Henriques iniciou o processo de transformação de um Estado feudal, o condado Portucalense, num Estado real. A Revolução de Avis 1383, morreu o rei Fernando I, que não deixou herdeiros; Parte dos nobres queriam abrir mão da autonomia do reino, entregando a coroa ao rei de Castela, marido de Dona Beatriz, filha de Fernando I; Comerciantes e outros setores da população propuseram o nome de dom João, mestre da Ordem de Avis e irmão de Fernando I; D.João de Avis ganha a guerra contra Castela em 1385 e foi aclamado rei, dinastia de Avis; Revolução de Avis marca o nascimento do Portugal moderno; Com o apoio na burguesia comercial do reino, sem romper com a nobreza tradicional, da qual fazia parte. Cronologia da reconquista cristã da Península Ibérica (790 - 900 - 1150 - 1300). A verde, os territórios sob domínio muçulmano, a amarelo a formação do território português, outros tons para os reinos cristãos da Península (Leão, Aragão, Castela, Navarra). Portugal desbrava oceanos Início do século XV fatores que motivaram os portugueses a enfrentarem esses medos; Boa localização geográfica de Portugal; Unificação precoce; Conhecimentos náuticos; desenvolvimento de técnicas de navegação; Atividades pesqueiras, estudos náuticos; Disponibilidades de capitais; a expansão comercial se autofinanciou; A falta de terras cultiváveis; Arte de navegar Escola de Sagres, residência do infante D.Henrique; A escola dedicava-se a pesquisa cartográficas e náuticas. Difundiram o uso da bússola, aperfeiçoaram o astrolábio, construção de embarcações adequadas à navegação oceânica, as caravelas. Eram navios leves, as velas latinas permitiam navegar não só a favor, mas contra o vento, promovendo uma autêntica revolução na tecnologia da navegação. Caravelas Costeando a África O marco inicial a conquista de Ceuta em 1415, importante cidade comercial no norte da África. Segunda década do século XV, as ilhas do Atlântico (Açores, Madeira e Cabo Verde) foram ocupadas por Portugal. Em 1434 ultrapassou o Cabo Bojador, no continente Africano; Em 1460, morre D. Henrique; Lucrativo comércio de escravos. Em 1462 descoberta de ouro na Guiné. Em 1481 D. João II decretou exclusividade da Coroa sobre a exploração colonial. Em 1488 foi transposto o cabo da Boa Esperança, com Bartolomeu Dias, chegaram no Oceano Índico. Entre 1497 e 1498 Vasco da Gama aportou nas Índias (Calicut). Em 1500 Pedro Álvares Cabral chegava ao Brasil. Viagem de Bartolomeu Dias (1487–88) Caminho percorrido pela expedição de Vasco da Gama (preto), por Pêro da Covilhã (laranja) e de Afonso de Paiva (azul) depois da longa viagem juntos (verde).