O QUE O GASTROENTEROLOGISTA DEVE SABER SOBRE HVB FBG 1 Qual a história natural da HVB? • Na maior parte dos casos é assintomática e cursa com cura espontânea 2 A história natural em adultos é igual em crianças? • Aproximadamente 95% dos infectados no período perinatal tornar-se-ão portadores crônicos, • Cerca de 25% a 30% na idade de 5 a 10 anos • E em 5% a 10% daquelas adquiridas na idade adulta. 3 Que porcentual de crônicos evoluem para cirrose e câncer? • 25% a 30% dos portadores crônicos evoluirão para a cirrose • 5% a 10% desenvolverão carcinoma hepatocelular 4 Que tipo de vírus é o HVB? • É um vírus envelopado, com DNA de fita dupla, que pertence à família Hepadnaviridae 5 Onde estão localizados os antígenos do HVB? • Envelope externo – antígeno de superfície (HBsAg), • Nucleocapsídeo, – antígeno core (HBcAg). • Região pré-core – antígeno solúvel HBeAg (com funções de imunorregulação) – infecção persistente 6 Como a OMS divide as regiões quanto a prevalência de HBV? • Alta (maior que 8%) • Média (entre 2% e 8%) • Baixa (menor que 2%) 7 Onde há no Brasil alta endemicidade? • Amazônia ocidental • Transmissão perinatal/vertical e horizontal nos primeiros 5 anos de vida • Alta taxa de cronificação e hepatocarcinoma • Marcadores sorológicos de infecção prévia é de 70% a 90 % 8 E no restante do país? • Exceto a região amazônica, pode ser considerado como de baixa endemicidade, com um aumento da prevalência do VHB no sentido sul-norte: 9 Como é a situação nestas regiões? • Transmissão ocorrendo principalmente por via sexual e uso de drogas • Marcadores de infecção prévia entre 5% e 15%. 10 Como é transmitido o HVB? • Via percutânea ou por exposição de mucosas a sangue ou líquidos biológicos infectantes – soro, sêmen e saliva são altamente infectantes 11 Que marcador indica alto risco de contaminação? • HBeAg positivo 12 Quanto tempo o vírus sobrevive em superfícies? • Por mais de 7 dias • Pode haver inoculação indireta a partir de objetos 13 Pode haver transmissão pela placenta? • Não • A transmissão através de mucosas é o mecanismo habitual responsável pela transmissão perinatal 14 RN negativos, filhos de HbsAg positivos estão livres da doença? • Não • Risco de adquirir a infecção (aproximadamente 40% em 6 meses) 15 Como fazer o diagnóstico? • O HBsAg é a marca sorológica característica da infecção 16 Quanto tempo após a exposição há positividade do HbsAg? • Dentro de 7 a 9 semanas. 17 Quanto tempo persiste positivo após infecção aguda? • 4 a 6 meses • persistência por período maior que 6 meses define a infecção como crônica 18 O anti-Hbs aparece imediatamente? • Não • O desaparecimento da HBsAg do sangue é seguido por um período de janela imunológica de várias semanas 19 O que significa o aparecimento do anti-Hbs • O seu aparecimento define a cura da infecção 20 E o indivíduo que vacina? • Apresenta o anticorpo anti-HBs como único marcador sorológico. 21 O HBcAg pode ser dosado no sangue? • Não • Apenas em fragmentos de tecido hepático e nunca no soro 22 Quando surge o anti-Hbc? • Usualmente da classe IgM, surge no soro cerca de um mês após o HBsAg • Único marcador positivo na janela imune (antes de aparecer o anti-HBs) 23 O que significa o aparecimento do anti-HBc IgG? • Cura quando associado ao anti-HBs • Infecção crônica quando associado ao HBsAg positivo 24 Qual a conduta quando o anti-HBc aparece isoladamente? • Repetir o anti-HBs 3 meses depois – Podemos estar na janela imunológica 25 O que fazer se após 3 meses o anti-HBs ainda estiver negativo? • Aplicar dose única de vacina anti HVB – incita uma resposta sorológica vigorosa 26 Qual o significado da positividade do HBeAg? • é considerado um marcador de replicação viral e infectividade 27 Quando é que o HBeAg positiva? • Nas infecções agudas, seu aparecimento coincide com o do anti-HBc IgM e com o aumento das transaminases 28 Qual a história natural do HBeAg nas infecções agudas? • Na cura espontânea, desaparece entre 8 e 10 semanas após o início do quadro, dando lugar ao anticorpo anti-HBe. – Precede o surgimento do anti-HBs 29 Qual deve ser o algoritimo de condução da HVB aguda? • Pedir HBsAg e anti-Hbc IgM. • Se os dois são positivos ou o anti-Hbc IgM é positivo – Pedir HBeAg e do anti- HBe será útil na confirmação do diagnóstico da Hepatite B aguda (HBeAg positivo). • A seguir determinação periódica do HBeAg e do AntiHBe, cuja positividade em até 10 semanas do início do quadro é preditora de cura • Após conversão HBeAg => anti-HBe pedir HBsAg e antiHbs • Cura: HbsAg neg; anti-HBs pos; anti-HBe pos; anti-HBc IgG pos 30 Qual o problema do aparecimento precoce do anti-Hbe? • possibilidade de uma exacerbação de Hepatite B crônica em cepa mutante – Necessidade de instituir terapêutica anti-viral imediata e pela impossibilidade da realização de transplante hepático 31 Qual o porcentual de pacientes agudos que tem clinica e icterícia? • apenas 30% 32 O que ocorre com a bioquímica do sangue? • aumento das transaminases, predominantemente da ALT, com valores entre 1.000 e 2.000UI/ml, aumento da bilirrubina total e leucopenia com linfocitose relativa 33 Qual o valor de TAP abaixo de 50%? • denota doença grave podendo progredir rapidamente para insuficiência hepática fulminante 34 Quais as manifestações extrahepáticas? • Ocorrem em 10% a 20% dos pacientes – casos de doença do soro – poliarterite nodosa – Glomerulonefrite – acrodermatite papular 35 Como prevenir? • educação populacional • vacinação – especialmente em locais de alta e média endemicidades • imunização passiva após a exposição ao vírus – associação de imunoglobulina anti-Hepatite B (HBIG) e vacinação – recém-nascidos de mães HBsAg-positivo, exposição acidental percutânea ou de mucosas e após contato sexual com indivíduos portadores de Hepatite B – Imediata; nunca após 3 dias 36 Qual a história natural da HVB crônica? • Fase da imunotolerância – HBeAg positivo – altos títulos de HBV DNA no soro – transaminases normais – lesão hepática à histologia mínima ou ausente – característica da infecção adquirida no período perinatal e persiste inalterada, habitualmente, até aos 15 a 20 anos de idade 37 • Fase de hepatite crônica – Observada nas infecções adquiridas na idade adulta – Variante HBeAg positivo: • HBV DNA em altos títulos • transaminases elevadas • processo necroinflamatório à biópsia hepática – Variante HBeAg negativo (Mutante): • • • • positividade ou não do anti-Hbe HBV DNA com títulos acima de 10 cop/ml lesão hepatocitária transaminases elevadas. 4 38 • Fase de portador inativo do HVB – – – – – negativação do HBeAg aparecimento do anti-Hbe HBV DNA sérico indetectável abaixo de 10 cop/ml, transaminases normais regressão do processo necroinflamatório à histologia 4 • Fase da HVB resolvida – negativação do HBsAg – surgimento do anti-HBs – HBV DNA indetectável na PCR 39 O que visa o tratamento da HBC crônica? • • • • supressão da replicação viral erradicação do HBV regressão da doença hepática prevenção da cirrose e do hepatocarcinoma. 40 Quando não tratar? • fase de imunotolerância – HBeAg positivo e transaminases normais – probabilidade muito baixa de resposta sustentada com a terapêutica atualmente disponível • portadores inativos do vírus B – – – – – negativação do HBeAg aparecimento do anti-Hbe HBV DNA sérico indetectável abaixo de 10 cop/ml, transaminases normais regressão do processo necroinflamatório à histologia 4 41 Quando tratar? • Pacientes com doença ativa – HBeAg positivo ou negativo com transaminases elevadas ou com cirrose hepática 42 Quais os medicamentos disponíveis? • • • • • interferon alfa peginterferon lamivudina adefovir e entecavir. 43 FIM 44