ROMANTISMO
Literatura - 2014
Profª Luciane Fontana
Apoteose do Sentimento
• Europa – séc. XIX
• Ascensão da burguesia – com dinheiro,
mas sem cultura
• Como compensar a falta de ancestrais
nobres e linhagem que pudesse ser
artisticamente exaltada?
• Necessidade de criar um padrão de beleza
que incluísse os burgueses.
Brasil – Século XIX
Vinda da Família Real
 ↑ transações
comerciais
 ↑ intercâmbio
cultural
 Imprensa nacional
• Construção de um
circuito literário
completo
• Formação de um
público leitor mais
regular
• Literatura nacional
Rio de Janeiro
Capital do Brasil
6
• Proclamação da Independência: almeja-se
a definição de uma identidade cultural
brasileira
• Compensar (de certa forma) a situação
econômica
Mitos Nacionais
•
•
•
•
•
•
Grandeza territorial
Natureza majestosa e opulenta
“Igualdade” racial – miscigenação
Benevolência e cordialidade do brasileiro
Virtude dos costumes patriarcais
Qualidades afetivas e morais da mulher
brasileira
• Pacifismo inerente à política externa do país
Sociedade
•
•
•
•
•
•
Militares
Comerciantes
Artesãos
Funcionários públicos
Homens de imprensa
Empregados
• Agitação nas ruas
• Saraus
• Público leitor
feminino
Primeiro grito de independência
literária
• 1836 – Niterói, Revista Brasiliense de
Ciências, Letras e Artes
“Tudo pelo Brasil, e para o Brasil”
• Suspiros Poéticos e Saudades – Gonçalves
de Magalhães
Características
• Subjetivismo: tratar dos assuntos de
forma pessoal (sentimento; realidade
tratada parcialmente). Ex: Gonçalves de
Dias não fala da escravidão, nem e outros
problemas da época
• Idealização: extrema valorização da
subjetividade → deformação – idealiza
temas pela fantasia e imaginação
• Sentimentalismo:
artista
(emoção)
mundo – saudade, tristeza e ilusão
• Egocentrismo: voltado para o próprio eu;
narcisismo
• Medievalismo: índio – passado medieval
brasileiro
• Religiosidade: reação ao racionalismo
materialista, mais comum entre os
primeiros românticos; cristianismo; vida
espiritual – válvula de escape
• Idealização da mulher (virgem/sensual)
• Gosto pela noite
• Quanto à forma:
Vocabulário e sintaxe mais simples;
Métricas populares;
Liberdade formal;
Descrição minuciosa, comparação,
metáfora;
Poesia – 1ª Geração
A Idealização de uma Pátria e de
um Povo
• Busca, no passado histórico (Volksgeist),
de elementos definidores das origens
nacionais, intocados pela colonização
• Inspiração na América pré-cabralina –
geração lusófoba
• Índio: homem livre e incorruptível
(Rousseau- “bom selvagem”)
• Literatura: guardiã da melhor memória de
um povo
Gonçalves Dias
• * 1823, Maranhão
• Influenciado por Almeida Garret e
Alexandre Herculano
• 1846: Primeiros Cantos
• Poesia
• Temas: natureza, pátria, religião
• +1864: vítima de naufrágio, próx. à costa
maranhense
Canção do Exílio
•
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
•
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
•
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
•
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar –sozinho, à noite–
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
•
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que disfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
I-Juca-Pirama
Taba: aldeia indígena; Coortes: tropas;
Prélios: lutas
• No meio das tabas de amenos verdores,
Cercadas de troncos - cobertos de flores,
Alteiam-se os tetos d’altiva nação;
São muitos seus filhos, nos ânimos fortes,
Temíveis na guerra, que em densas coortes
Assombram das matas a imensa extensão.
• São rudos, severos, sedentos de glória,
Já prélios incitam, já cantam vitória,
Já meigos atendem à voz do cantor:
São todos Timbiras, guerreiros valentes!
Seu nome lá voa na boca das gentes,
Condão de prodígios, de glória e terror![...]
Gonçalves de Magalhães
• *1811 – Rio de Janeiro
• 1832 - Poesias
• Discurso sobre a História da Literatura no Brasil
– manifesto do romantismo (Revista Niterói)
• 1836 – Suspiros poéticos e saudades
• Visão do índio: A confederação dos Tamoios
(1857)
• +1882 - Roma
Suspiros poéticos e saudades - Prólogo
•
“É um Livro de Poesias escritas segundo as impressões dos
lugares; ora assentado entre as ruínas da antiga Roma,
meditando sobre a sorte dos impérios; ora no cimo dos Alpes, a
imaginação vagando no infinito como um átomo no espaço, ora
na gótica catedral, admirando a grandeza de Deus, e os prodígios
do Cristianismo; ora entre os ciprestes que espalham sua sombra
sobre túmulos; ora enfim refletindo sobre a sorte da Pátria, sobre
as paixões dos homens, sobre o nada da vida. São poesias de um
peregrino, variadas como as cenas da Natureza, diversas como as
fases da vida, mas que se harmonizam pela unidade do
pensamento, e se ligam como os anéis de uma cadeia; poesias
d'alma, e do coração, e que só pela alma e o coração devem ser
julgadas.”
Gonçalves de Magalhães x
José de Alencar
• Conformação estética do poema; fraca
musicalidade e unidade narrativa; "falta
de arte" na descrição da natureza brasileira
e dos costumes indígenas; poesia épica –
não adequada.
Poesia – 2ª Geração
Já sinto da geada dos sepulcros
O pavoroso frio enregelar-me...
A campa vejo aberta, e lá do fundo
Um esqueleto em pé vejo a acenar-me...
Entremos. Deve haver nestes lugares
Mudança grave na mundana sorte;
Quem sempre a morte achou no lar da vida
Deve a vida encontrar no lar da morte.
Laurindo Rabelo. Adeus ao mundo.
Já sinto da geada dos sepulcros
O pavoroso frio enregelar-me...
A campa vejo aberta, e lá do fundo
Um esqueleto em pé vejo a acenar-me...
Entremos. Deve haver nestes lugares
Mudança grave na mundana sorte;
Quem sempre a morte achou no lar da vida
Deve a vida encontrar no lar da morte.
Laurindo Rabelo. Adeus ao mundo.
A Temática do Amor e da Morte
• Expressão de um subjetivismo exacerbado
(Geração byroniana, ou do “mal do século”)
• Lord Byron e Alfred de Musset: desilusões e
fantasias
• Byronismo: estilo de vida boêmia, noturna,
voltada para o vício e prazeres da bebida, do fumo
e do sexo
• Visão de mundo egocêntrica, narcisista,
pessimista, angustiada e, por vezes,
satânica
• Desilusões + sofrimento amoroso →
morte como solução (promessa de descanso
eterno, refúgio)
Álvares de Azevedo
• *1831 – São Paulo
• 1849 – Funda a revista Sociedade
Ensaio Filosófico Paulistano
• Contista, dramaturgo, poeta e ensaísta
• Principal característica – dualismo,
contradição de sentimentos
• Não publicou livros em vida
• +1852 – tuberculose/morte misteriosa
(21 anos)
• Lira dos Vinte Anos:
 Face de Ariel (bem) x Face de Caliban (mal)
Pálida à luz da lâmpada sombria,
Sobre o leito de flores reclinada,
Como a lua por noite embalsamada,
Entre as nuvens do amor ela dormia!
[...]
Não te rias de mim, meu anjo lindo!
Por ti - as noites eu velei chorando,
Por ti - nos sonhos morrerei sorrindo!
Nas nuvens cor de cinza do horizonte
A lua amarelada a face embuça;
Parece que tem frio, e no seu leito
Deitou, para dormir, a carapuça.
Minha alma tenebrosa se entristece,
É muda como sala mortuária
Ergueu-se, vem da noite a vagabunda Deito-me só e triste, e sem ter fome
Sem xale, sem camisa e sem
Vejo na mesa a ceia solitária.
mantilha,]
Vem nua e bela procurar amantes;
Ó lua, ó lua bela dos amores,
É douda por amor da noite a filha.
Se tu és moça e tens um peito amigo,
Não me deixes assim dormir solteiro,
À meia-noite vem cear comigo!
• Noite na Taverna:
 desejo carnal – culpa associada à erotização do
relacionamento amoroso
 descrença nos valores morais, sociais e religiosos
"-Pois bem! quereis uma história? Eu pudera contá-la, como vós, loucuras
de noites de orgia; mas para quê? Fora escárnio Fausto ir lembrar a
Mefistófeles as horas de perdição que lidou com ele. Sabei-las... essas
minhas nuvens do passado; leste-lo à farta no livro desbotado de minha
existência libertina. Se o não lembrásseis, a primeira mulher das ruas
podera contá-lo. Nessa torrente negra que se chama a vida e que corre para
o passado enquanto nós caminhamos para o futuro, também desflorei
crenças e me lancei, despidas as minhas roupas mais perfumadas, para
trajar a túnica da saturnal!
• O Conde Lopo
poema narrativo
• Macário
peça teatral
satanismo
aversão por São Paulo
Pálida Imagem
•
No delírio da ardente mocidade
Por tua imagem pálida vivi!
A flor do coração no amor dos anjos
Orvalhei-a por ti!
O expirar de teu canto lamentoso
Sobre teus lábios que o palor cobria,
Minhas noites de lágrimas ardentes
E de sonhos enchia!
Foi por ti que eu pensei que a vida inteira
Não valia uma lágrima... sequer,
Senão num beijo trêmulo de noite...
Num olhar de mulher!
Mesmo nas horas de um amor insano,
Quando em meus braços outro seio ardia,
A tua imagem pálida passando
A minh'alma perdia.
Casimiro de Abreu
•
•
•
•
*1839 – Silva Jardim/RJ
Primaveras
Leveza à literatura do momento
Temáticas: amor, infância, pátria,
saudade, natureza
• Poeta da saudade
• “O mais simples e ingênuo dos nossos
românticos” – por Manuel Bandeira
• +1860 – Nova Friburgo/RJ
•
Nas horas mortas da noite
Como é doce o meditar
Quando as estrelas cintilam
Nas ondas quietas do mar;
Quando a lua majestosa
Surgindo linda e formosa,
Como donzela vaidosa
Nas águas se vai mirar!
Então - Proscrito e sozinho Eu solto aos ecos da serra
Suspiros dessa saudade
Que no meu peito se encerra
Esses prantos de amargores
São prantos cheios de dores:
- Saudades - Dos meus amores
- Saudades - Da minha terra!
Saudades
Nessas horas de silêncio
De tristezas e de amor,
Eu gosto de ouvir ao longe,
Cheio de mágoa e de dor,
O sino do campanário
Que fala tão solitário
Com esse som mortuário
Que nos enche de pavor.
•
Nas horas mortas da noite
Como é doce o meditar
Quando as estrelas cintilam
Nas ondas quietas do mar;
Quando a lua majestosa
Surgindo linda e formosa,
Como donzela vaidosa
Nas águas se vai mirar!
Então - Proscrito e sozinho Eu solto aos ecos da serra
Suspiros dessa saudade
Que no meu peito se encerra
Esses prantos de amargores
São prantos cheios de dores:
- Saudades - Dos meus amores
- Saudades - Da minha terra!
Saudades
Nessas horas de silêncio
De tristezas e de amor,
Eu gosto de ouvir ao longe,
Cheio de mágoa e de dor,
O sino do campanário
Que fala tão solitário
Com esse som mortuário
Que nos enche de pavor.
Meus oito anos
•
Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
Como são belos os dias
Do despontar da existência!
— Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é — lago sereno,
O céu — um manto azulado,
O mundo — um sonho dourado,
A vida — um hino d'amor!
Meus oito anos
•
Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
Como são belos os dias
Do despontar da existência!
— Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é — lago serenO,
O céu — um manto azulado,
O mundo — um sonho dourado,
A vida — um hino d'amor!
Junqueira Freire
• Principal obra: Inspirações do Claustro –
relação direta com sua vida dividida
• Clausura: fuga de uma existência
atormentada
• Revolta, arrependimento, fogo de uma
paixão infeliz
Mas eu não tive os dias de ventura
Dos sonhos que sonhei:
Mas eu não tive o plácido sossego
Que tanto procurei.(...)
Tive as paixões que a solidão formava
Crescendo-me no peito
Tive, em lugar de rosas que esperava,
Espinhos no meu leito.
Fagundes Varela
• Vida conturbada, boêmia, desordenada.
• “Obra como expansão ou parte da vida do
artista” (Sérgio Buarque de Holanda)
• Inadaptável a convenções sociais – poemas de
teor social
• Forte apelo imagístico
• Eras na vida a pomba predileta
Que sobre um mar de angústias conduzia
O ramo da esperança. — Eras a estrela
Que entre as névoas do inverno cintilava
Apontando o caminho ao pegureiro.
Eras a messe de um dourado estio.
Eras o idílio de um amor sublime.
Eras a glória, — a inspiração, — a pátria,
O porvir de teu pai! — Ah! no entanto,
Pomba, — varou-te a flecha do destino!
Astro, — engoliu-te o temporal do norte!
Teto, caíste! — Crença, já não vives!
Poesia – 3ª Geração
• 1831 – fim do tráfico negreiro: proibição,
não desaparecimento
• 1850 – apogeu do café: prosperidade para
os
latifundiários
(melhoramentos
urbanos); Lei Eusébio de Queirós
• Escravistas x Libertários
• Geração condoreira
• Momento de transição
• Inovações ligadas à forma e à temática: tom
grandiloquente, hipérboles (oratória); causa
social (libertação dos escravos)
• Poeta: tarefa de denunciar as injustiças sociais
• Questões abolicionistas e republicanas
Castro Alves
• *1847 – Curralinho/BA
• Poeta dos escravos
• Espumas Flutuantes – único livro publicado em vida
• Sensualidade explícita
• Mulher: real, lasciva, sedutora
• +1871 – Salvador/BA: tuberculose
Marieta
• Como o gênio da noite, que desata
o véu de rendas sobre a espada nua,
ela solta os cabelos... bate a lua
nas alvas dobras de um lençol de prata.
O seio virginal que a mão recata,
embalde o prende a mão... cresce, flutua...
Sonha a moça ao relento... Além na rua
preludia um violão na serenata.
América
• Ó pátria, desperta... Não curves a fronte
Que enxuga-te os prantos o Sol do Equador.
Não miras na fímbria do vasto horizonte
A luz da alvorada de um dia melhor?
• Já falta bem pouco. Sacode a cadeia
Que chamam riquezas... que nódoas te são!
Não manches a folha de tua epopéia
No sangue do escravo, no imundo balcão.
• Sê pobre, que importa? Sê livre... és gigante,
Bem como os condores dos píncaros teus!
Arranca este peso das costas do Atlante,
Levanta o madeiro dos ombros de Deus.
Sousândrade
• *1832/+1902 – São Luís
• Formou-se na França
• Republicano e militante
• Poéte Maudit – à margem, lido e louvado
post-mortem
Guesa Errante
• Nos áureos tempos, nos jardins da América
Infante adoração dobrando a crença
Ante o belo sinal, nuvem ibérica
Em sua noite a envolveu ruidosa e densa.
Cândidos Incas! Quando já campeiam
Os heróis vencedores do inocente
Índio nu; quando os templos s'incendeiam,
Já sem virgens, sem ouro reluzente,
Prosa Romântica
• Prosa literária brasileira: romances de
folhetim
• Expansão da imprensa – propagação do
gênero
• Advento da burguesia – disseminação
• Dramas
do
universo
burguês
–
identificação
• Folhetim (diariamente): entretenimento para
a vida ociosa da corte – mulheres, em especial:
impossibilidade de livre circulação pelo espaço
público; leitura como passatempo
• O filho do pescador – Teixeira e Sousa
• 1º romance folhetinesco: A Moreninha –
Joaquim Manuel de Macedo
Principais Características
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Narrativas de temática amorosa
Sentimentalismo
Religiosidade
Final preferencialmente feliz
Casamento – redenção ou ascensão social
Heróis e heroínas idealizados
Personagens planos
Narrativas lineares
Linguagem simples
Observação dos costumes
Romance Indianista
• Costumes e tradições do índio brasileiro e o
contato com o colonizador
• Caráter nacionalista
• Principal representante – José de Alencar:
O guarani (1857), Iracema (1865) e
Ubirajara (1874)
Romance Regionalista
• Compreender e valorizar a variedade cultural
das regiões brasileiras
• Espelha a realidade (idealizada)
• Inocência – Visconde de Taunay: história de
amor impossível entre o quase “doutor” Cirino
e a enfermeira Inocência, prometida ao
vaqueiro Manecão Doca
• Bernardo Guimarães
Romance Urbano
• Tipo de romance mais lido no século XIX –
costumes e dia a dia do público leitor (Rio
de Janeiro)
• Conflitos sentimentais
• Memórias de um sargento de milícias,
Manuel Antônio de Almeida; Lucíola e
Senhora, José de Alencar
Romance Histórico
• Relato
de
fatos
do
passado
reconstrução dos costumes, da fala e das
instituições
• As Minas de Prata, A guerra dos Mascates
- José de Alencar
José de Alencar
• Valorização
de
temas
essencialmente
Nacionalista, como o índio e a natureza.
• Sentimentalismo: lirismo extremo.
• Crítico sutil da sociedade da época
• Expressão, na literatura, do retrato da cultura
brasileira, utilizando o índio como nosso herói
nacional
• Caracterização minuciosa das heroínas
românticas (idealização): Aurélia, Diva,
Cecília, Iracema, Lucíola etc.
Não é possível idear nada mais puro e harmonioso do que o
perfil dessa estátua de moça.
Era alta e esbelta. Tinha um desses talhes flexíveis e
lançados, que são hastes de lírio para o rosto gentil; porém na
mesma delicadeza do porte esculpiam-se os contornos mais
graciosos com firme nitidez das linhas e uma deliciosa
suavidade nos relevos.
Não era alva, também não era morena. Tinha sua tez a
cor das pétalas da magnólia, quando vão desfalecendo ao
beijo do sol. Mimosa cor de mulher, se a aveluda a
pubescência juvenil, e a luz coa pelo fino tecido, e um sangue
puro a escumilha de róseo matiz. A dela era assim.
Manuel Antônio de Almeida e a
malandragem carioca
• Camadas mais baixas da população
• Traços cômicos
• Observação da vida social através de uma lente
crítica
Foram ter com Maria-Regalada, que mesmo na véspera lhes
tinha mandado dar parte que se mudara da Prainha e
oferecia-lhes sua nova morada. A comadre, de tudo
inteirada, fez parte da comissão. Quando entraram em casa
de Maria-Regalada, a primeira pessoa que lhes apareceu foi o
major Vidigal, e, o que é mais, o major Vidigal, em hábitos
menores, de rodaque e tamancos.
– Ah! – disse a comadre em tom malicioso, apenas apareceu
a Maria-Regalada – pelo que vejo isto por aqui vai bem...
– Não se lembra – respondeu Maria- Regalada – daquele
segredo com que obtive o perdão do moço? Pois era isto!...
Martins Pena
• Teatro romântico
• Fundador de nossa comédia de costumes
• Grande número de personagens caracterizadas
de modo quase caricatural
• O juiz de paz da roça; O noviço; Judas em
sábado de aleluia
É isso aí!
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