Unidade 7 Estrutura atómica Unidade 7 Estrutura atómica 7.1 Evolução dos modelos atómicos: de Demócrito a Bohr Açúcar refinado observado com um microscópio eletrónico de varrimento. A tecnologia atual permite-nos conhecer com maior pormenor a matéria que nos rodeia. Ao longo dos tempos, muitos foram os que se dedicaram a tentar explicar a constituição da matéria. Modelo filosófico para a constituição da matéria Os primeiros registos de discussão sobre o tema remontam à Grécia antiga. Muitos filósofos tentaram explicar a matéria. As explicações avançadas pelos filósofos não tinham uma base científica sólida, já que eram baseadas apenas nas observações do dia a dia. No século IV a. C., Demócrito defendia que: a matéria só poderia ser dividida em porções cada vez menores até um limite; esse limite era dado por uma partícula indivisível, o átomo. Demócrito (460-370 a. C.) Modelo atómico de Dalton No início do século XIX, um físico e químico inglês, de nome John Dalton, propôs uma teoria para explicar a constituição da matéria. Dalton realizou experiências e, com base nestas, apresentou a sua teoria para explicar a constituição da matéria. Segundo Dalton: John Dalton Toda a matéria seria constituída por pequenas partículas esféricas e indivisíveis, os átomos; (1766-1844) Os átomos, sendo indivisíveis, não se podiam criar nem destruir; Cada tipo de átomo possuía uma massa característica; O átomo, segundo o modelo de Dalton. Átomos do mesmo tipo ou de tipo diferente podiam combinar-se entre si para formar as substâncias. Modelo atómico de Thomson No final do século XIX, Joseph Thomson, ao realizar descargas elétricas através de gases rarefeitos, observou uma luminosidade no interior dos tubos em que fazia a descarga. Com base nessa luminosidade, Thomson propôs a existência de partículas de carga negativa, os eletrões, de tamanho inferior ao átomo. Thomson imaginava o átomo como uma esfera maciça de carga positiva distribuída uniformemente, estando os eletrões dispersos no seu interior. John Thomson (1856-1940) eletrão esfera maciça de carga positiva Modelo atómico de Rutherford Em 1911, Rutherford realizou experiências com feixes de partículas de carga positiva (partículas α) emitidas por elementos radioativos, que bombardeavam uma folha de ouro. feixe de partículas α folha de ouro detetor de partículas Ernest Rutherford (1871-1937) Observou que apenas uma pequena parte das partículas α era projetada para trás e concluiu que: Átomos de ouro a maior parte do átomo seria espaço vazio, por isso muitas partículas α atravessavam a folha de ouro sem sofrer desvio; Modelo atómico de Rutherford Em 1911, Rutherford realizou experiências com feixes de partículas de carga positiva (partículas α) emitidas por elementos radioativos, que bombardeavam uma folha de ouro. feixe de partículas α folha de ouro detetor de partículas Ernest Rutherford (1871-1937) Observou que apenas uma pequena parte das partículas α era projetada para trás e concluiu que: Eletrão no átomo, existia uma pequena região central de carga positiva e muito densa, o núcleo; à volta do núcleo giravam os eletrões (cargas negativas), com órbitas bem definidas. Núcleo carregado positivamente Modelo atómico de Bohr Niels Bohr apresentou, em 1913, um conjunto de leis que descrevem o funcionamento dos átomos. Tendo por base o modelo de Rutherfor, Bohr estudou o átomo de hidrogénio e os espetros atómicos. Espetro de emissão do átomo de hidrogénio. Niels Bohr A partir da análise dos espetros de emissão de diferentes átomos, concluiu que: (1885-1962) Órbitas (níveis energéticos) os eletrões giram em torno do núcleo em certas órbitas; cada órbita tem um determinado valor de energia; Eletrão Núcleo Modelo atómico de Bohr Niels Bohr apresentou, em 1913, um conjunto de leis que descrevem o funcionamento dos átomos. Tendo por base o modelo de Rutherfor, Bohr estudou o átomo de hidrogénio e os espetros atómicos. Espetro de emissão do átomo de hidrogénio. Niels Bohr A partir da análise dos espetros de emissão de diferentes átomos, concluiu que: (1885-1962) Órbitas (níveis energéticos) às órbitas mais próximas do núcleo corresponde menor valor de energia e às mais afastadas corresponde um valor maior; os eletrões podem transitar de nível por absorção ou emissão de energia. Eletrão Núcleo Conclusão Ao longo dos tempos, surgiram vários modelos que tentaram explicar a matéria e que contribuíram para o conhecimento que hoje temos do átomo: modelo de Demócrito (Grécia antiga); modelo atómico de Dalton (1803); modelo atómico de Thomson (1897); modelo atómico de Rutherford (1911); modelo atómico de Bohr (1913).