Os Pré-socráticos PATRICIA MACHADO DOMINGUES -PSICÓLOGAGRADUAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL UBERLÂNDIA - UFU MESTRADO EM PSICOLOGIA- USP RP O nascimento da Filosofia • A filosofia nasceu da superação do mito, numa busca por explicações racionais e metódicas na Grécia Antiga (e sua vida política e social), transformando o conhecimento existente em ciência. • A filosofia é atitude ou contemplação? • Filosofia é poder se encontrar para falar de ideias e pensamentos. Se você não pensar por si mesmo, alguém vai pensar e escolher por você. Filosofia ocidental • Os primeiros filósofos surgiram na Grécia, por volta do século VI a.C (600-501 a.C.). • Os gregos já não se satisfaziam com as explicações mitológicas e sentiram a necessidade de conhecer o mundo de forma mais concreta do que fantasiosa. • Os filósofos da natureza: preocupavam-se em explicar a origem e o funcionamento do mundo, os fenômenos da natureza. Ainda não se preocupavam com as questões humanas. Pré-socráticos • O primeiro filósofo grego que se preocupou com as questões humanas foi Sócrates, no século V a.C. Por isso, os filósofos gregos que o antecederam foram conhecidos como pré-socráticos, também porque tiveram um interesse comum (os fenômenos naturais e não humanos). • Explicar a origem do mundo. Como o mundo surgiu no meio do caos? O princípio (arché) de todas as coisas seria a explicação desta transformação. Água, ar, fogo, terra, átomos e a combinação desses elementos seria a origem do mundo e das coisas. No universo há transformações, mudanças infinitas, contudo a essência das coisas não se perde. O que existiu no começo, deve existir hoje em dia. • Ex: água muda de estado, mas nao deixa de ser água. Gelo = água congelada. Muda a aparencia, mas não a esencia, se descongelar, volta a ser água. Cosmogonia/mitologia x Cosmologia • Filósofos do cosmos ou da Physis: Física, natureza, o universo natural. • A partir do séc. VI a.C os filósofos pré-socráticos começaram a estudar a matemática, os fenômenos naturais, as transformações da natureza buscando uma explicação racional e não apenas mitológica. • A razão passa a ser mais importante do que a mitologia, apesar de que essas duas formas de conhecimento coexistem por algum tempo. Os Jônios Tales de Mileto • Primeiro filósofo grego. Viajante do mundo. Dizem que ele calculou a sombra de uma pirâmide no exato momento em que sua própria sombra tinha o comprimento de sua altura. • Princípio: a água seria a origem de todas as coisas. Será que ele observou as enchentes do Nilo no Egito e irrigação das plantações? Observou girinos transformando-se em rãs? Viu a transformação de da água em gelo, vapor e líquido? Existiria influência do deus Poseidon, um dos mais importantes na origem do universo? Anaximandro • Ele não coloca como princípio um elemento físico. Princípio: A-peiron: o infinito, o ilimitado, o indeterminável. Ideia abstrata que daria origem a todas as coisas que permanecem até hoje. Ciclo infinito. • Existem mudanças infinitas o tempo todo em todos os processos e nada se perde. • Influenciou Lavoisier: "Nada se perde, nada se cria, tudo se transforma" Os Pitagóricos Pitágoras • Princípio: os números. Para ele os números são entidades com natureza própria e estudando os números compreendemos melhor o nosso universo. Tudo no nosso universo tem medidas e podemos traduzir tudo em números. • Ex: quantos anos você tem? qual a sua altura? Qual a distância daqui até a sua casa? Até sentimentos podem ser quantificados: numa escala de 0 a 10, quanto você odeia esta pessoa? • O homem inventou a matemática e a representação, mas o número sempre existiu. • Ex: adolescentes e bebês medindo uma sala Os atomistas Demócrito • Princípio: átomo. Substância indivisível. Os átomos podem se combinar e formar elementos diferentes, com a mesma essência. Indivisível, invisível e inteligível. Não pode ser visto e dividido, Demócrito não sabia porque eles se unem e se separam, ele observava que quando eles se unem as coisas surgem e quando eles se separam, as coisas deixam de existir. Ex: carvão e diamante. São elementos diferentes, mas têm a mesma substância: o carbono Parmênides – filosofia do ser: tudo é • 530-460 a. C, sul da Itália. • Princípio: nada muda. Nada pode surgir do nada, tudo que existe sempre existiu. Da mesma forma, o que já existe não pode se transformar em outra coisa. O nãoser não existe, não pode ser pensado. • Ele dizia que os sentidos dão uma visão distorcida da realidade, a visão não corresponde à razão das pessoas. Racionalista. Busca a verdade e não a opinião. • O movimento só existe para o mundo dos sentidos, para o mundo inteligível (a razão), ele é ilusório. Ou seja só pode ser real para mim, o que eu conseguir pensar. • O ser é. Não posso dizer que ele é e não é. Não posso confiar nos sentidos. • Escolha pela lógica. • Por traz das aparências (sentidos) existe a essência. • Nossos sentidos nos enganam • Parmênides: inauguração da metafísica: além da natureza do que pode ser observado pelos sentidos. Heráclito Filosofia do devir: tudo flui, tudo se transforma • 540 – 480 a.C, Ásia Menor. • Princípio: A mudança. Tudo flui, tudo está em movimento e nada é para sempre. A mudança é a tensão entre elementos opostos, mas que são complementares. Unidade do universo. • “Não se pode banhar-se 2 vezes nas mesmas águas de um rio”. • Contradições: bem e mal, quente e frio, etc. Ex: precisamos ficar doentes para entender o que é saúde. • Em meio a todas as contradições e transformações existe uma unidade que é “Deus” ou “logos” • Nem tudo o que se transforma, podemos observar. Ex: montanhas • Valorização dos sentidos. • Dialética: dois opostos em conflito, originando o novo. • Pluralidade, devir. • Tese x antítese = síntese. Ex: inatismo x ambientalismo = sociointeracionismo. Parmênides X Heráclito • Discussão filosófica que perdura até hoje: • O conhecimento filosófico passa pelos sentidos para chegar à razão? Ou é adquirido diretamente pela razão? • O que vemos, tocamos e sentimos é somente uma ilusão? • Se a razão é fonte de toda sabedoria, então já nascemos sabendo, o conhecimento é inato?