A EVOLUÇÃO DA MODA NA 2º GUERRA MUNDIAL INDÍCE •A moda nos anos 30 •A moda durante a II Guerra Mundial •A moda nos anos de 19451950 Ana Carolina Bueno, nº01 Isabella Camargo, nº18 Luiza Rossi, nº27 9ºA DÉCADA DE 30 O início da década foi marcado pela crise econômica mundial, portanto não era mais possível manter o humor positivo e o clima de luxo e sofisticação da década anterior A moda La Garçonne vestia as mulheres de tal modo que as transformava em criança, mas num período de crise eram necessárias mulheres maduras, portanto foi necessário uma vestimenta que as amadurecesse. Vestidos ajustados, ombros valorizados por enchimentos e saias mais longas, criaram um visual que caracterizou a década: ombros largos e quadris estreitos Moda La Garçonne por Coco Chanel DÉCADA DE 30 As mulheres mais elegantes, geralmente da alta sociedade, usavam saias justas, mantôs três-quartos (gola e punhos de pele) e uma rénard (pele de raposa) no lugar da gola, de uma forma que alongava a silhueta. Os tecidos mais utilizados eram cetim, musseline de seda, lamê, veludo e tafetá. Durante o dia, as bainhas se distanciavam a 25 cm do chão (abaixo do joelho), e durante a noite eram usadas capinhas que acompanhavam vestidos. Mulher elegante, usando renárd Grandes influências da moda foram: Marlene Dietrich, Katherine Hepburn e Greta Garbo. DÉCADA DE 30 A italiana Elsa Schiaparelli destacou-se nesse período com novos pensamentos, já que aliava movimentos artísticos a moda. Utilizou idéias cubistas e surrealistas em suas roupas. Foi a primeira estilista a ter colaboração de artistas, como Salvador Dali, que pintou uma lagosta enfeitada com salsa num vestido e desenhou bolsos em formas de gavetas. Vestido com lagosta pintada por Salvador Dali Elsa Schiaparelli ECLOSÃO DA 2ª GUERRA MUNDIAL O início da década trouxe sofisticação e luxo, mas o final alterou a moda e o comportamento das pessoas: era a eclosão da Segunda Guerra Mundial. Em setembro de 1939, foi declarada a Segunda Guerra Mundial, e em junho de 1940 as forças alemãs ocuparam Paris. Durante a ocupação nazista na França, as mulheres francesas sentiram uma necessidade maior do que nunca de se vestirem bem, para darem a impressão de estarem superando os nazistas, de uma forma que estes não estavam as abalando. DÉCADA DE 40 Revolucionária da moda, neste período de desespero, Coco Chanel colaborou com o governo nazista durante os anos de ocupação. Mesmo sendo francesa, há relatos negados pela própria Chanel, de que ela era colaboradora oficial da agência de inteligência alemã. Na época em que namorou o alemão Hans Günter Von Dincklage, ou Spatz (pardal em alemão), que era um agente da Gestapo, se tornou a agente F-7124,paga pelo general Schellenberg. Causou grande indignação nos parisienses, pois “como um ícone tão importante da sociedade francesa poderia fazer parte desta fraude?”. Mas Chanel não teve culpa de odiar judeus, aos 11 anos foi abandonada pelo pai em um abrigo de freiras, onde católicos a ensinaram que os judeus mataram Jesus, portanto o único sentimento que pode nutrir a eles foi o ódio. Chanel vestindo modelo DÉCADA DE 40 Hitler buscou até mesmo transferir para Viena ou Berlim a capital da alta-costura, que até então era Paris. Mas os argumentos de Lelong, presidente da Chambre Syndicale de La Coture, que o impediu. Hitler A partir de 1941, todos os gêneros alimentícios passaram por racionamento. De acordo com o tratado de armistício a França deveria oferecer matérias primas. Entre elas a lã, que foi destinada a produção de uniformes, a seda e o nylon a produção de pára-quedas e o couro a produção de botas e acessórios para soldados. Conseqüentemente, devido à grande escassez e proibição do uso desses produtos, houve uma grande criatividade ao vestir. DÉCADA DE 40 O racionamento resultou em criações muito utilizadas até hoje no mundo da moda: a imitação das meias de seda, já que não podiam ser compradas pela escassez dos produtos, as mulheres pintavam a perna para criarem a ilusão de que estavam usando meias; chapéus passaram a ser feitos com materiais alternativos como jornal e celofane; sapatos passaram a ter sua sola feita de madeira e cortiça (hoje salto anabella); e a largura dos cintos foi diminuída, devido ao racionamento do couro, muitos cintos eram feitos até mesmo de papel trançado. A utilização de tecidos produzidos com fibras químicas (viscose e raiom) se tornaram uma alternativa para quem desejava estar na moda apesar da falta de recursos. Cinto trançado Salto com sola de cortiça DÉCADA DE 40 Por volta de 1941, foram determinadas as regras para a quantidade de roupas que seriam utilizadas pelos franceses, por meio de cupons. Na vestimenta feminina, o número de botões e pregas foi limitado, saias iam até a altura do joelho e deveriam ser justas e, no guarda-roupa masculino, os paletós não poderiam ser trespassados, calças só podiam ter um bolso e as barras italianas foram proibidas. A colaboração da mulher na Segunda Guerra Mundial foi muito significativa. Muitas delas trabalharam como auxiliares das forças armadas, cujo uniforme era composto por saias compridas, inclusive das enfermeiras. A saia era usada por mulheres em funções secundárias. Fossem conjuntos com saia ou calça comprida, a modelagem era masculina, o que influenciou a moda usada pelas mulheres civis. O tailleur clássico tornou-se padrão para as mulheres longe do combate, pois a saia reta facilitava o pedalar da bicicleta. Tailleur clássico por Chanel DÉCADA DE 40 Com a escassez de matérias-primas, se tornou comum o uso de turbantes, que também escondiam grande parte do cabelo, atenuando a falta de cabeleireiros, já que muitos haviam se alistado no exercito. O controle do consumo de tecidos incentivou a reciclagem de roupas, e os tecidos sintéticos se tornaram comuns na população. E então, a indústria norte-americana buscou suprir a demanda e criou uma nova maneira de vestir, batizada de sportswear. Mulher vestida à sportswear DÉCADA DE 40 O estilo militar foi mantido até o término dos conflitos, com corte masculino, ombros valorizados por enchimento, cinturões, saias curtas ou calças compridas e retas, em tecidos resistentes, como o tweed. Em 1947,quando a Europa se recuperava da II Guerra, surgiu a coleção de Christian Dior lançado em Paris. Após muito tempo de racionamento severo na França, os modelos adotados por Dior modelavam o corpo feminino de forma idealizada, dando um ar de extravagância, vivacidade, elegância, entre outras características. Apelidada como New Look, tinha como particularidade saias longas e amplas, cintura afunilada e ombros levemente caídos. A II Guerra Mundial foi à prova de que a moda pode ser tanto um elemento de resistência como de afirmação de identidade. A França, por exemplo, mostrou que, mesmo sob domínio estrangeiro, ninguém poderia tirar-lhes o bom gosto e a elegância. Durante este período, a moda deu mais uma demonstração de que se trata de um assunto muito além da futilidade, é principalmente, um símbolo de resistência. FONTES: http://daymeucloset.blogspot.com/2011/08/eternamentechanel.html Livro “dormindo com o inimigo: uma guerra secreta de Coco Chanel”; Editora: Companhia das Letras; Autor: Hal Vaughan Livro “por dentro da Moda”; Editora: SENAC; Autora: Dinah Bueno Pezzolo Livro “...ismos para entender a moda”; Editora: Globo; Autora: Mairi Mackenzie