ARTE &
LITERATURA
Aula de revisão Teoria Literária
Guernica – Pablo Picasso, 1937
Foto tirada no dia do bombardeio em Guernica
Arte e Literatura
Presente em todas as civilizações;
Expressão dos sentimentos humanos
Relação do homem com o universo e consigo mesmo.
Definição: o fazer – o conhecimento e a expressão.
Literatura – a arte da palavra.
Para que o texto literário ganhe vida é necessário que o leitor aceite
as regras do mundo imaginado pelo autor, entrando no jogo
ficcional proposto!
Literatura
• Tem como objetivo a emoção – esforço, inspiração e criatividade de quem a
produz;
• Tem o caráter de “fotografar” artisticamente toda a trajetória de uma nação
ou de um grupo social por séculos;
• Literatura – Teoria Literária e História da Literatura
A linguagem literária
• Para construir sentidos, produzir novos significados, o artista literário
trabalha a palavra indo além do seu significado básico (a palavra em estado
de dicionário); também seleciona e combina as palavras para obter o
máximo de efeito sonoro em busca do ritmo poético.
O leitor de um texto literário deve ter um papel ativo como espectador,
leitor ou contemplador de obra de arte, dialogando, negociando e
atribuindo sentidos, recriando na imaginação a realidade sugerida.
Texto literário
• As características do texto literário:
• Ficcionalidade: os fatos apresentados no texto literário não fazem
necessariamente parte da realidade. Por isso, diz-se que a ficção (simulação, o
fingimento, a criação ou invenção, a fantasia) é um componente importante da
Literatura.
• Função estética: o artista procura representar a realidade a partir da sua visão,
interpretando aspectos que julga mais relevantes, sem se preocupar em retratá-la
de modo fiel. O que se verifica não é a semelhança com o real, mas a
interpretação dele se faz.
Em síntese:
TEXTO LITERÁRIO
TEXTO NÃO-LITERÁRIO
Linguagem pessoal, contaminada pelas
emoções e valores de seu emissor.
Linguagem impessoal, objetiva,
informativa.
Linguagem plurissignificativa, conotativa. Linguagem que tende à denotação.
Recriação da realidade, intenção estética.
Informação sobre a realidade.
Ênfase na expressão.
Ênfase na informação, no conteúdo.
Funções da linguagem
• Função poética:
É aquela que põe em evidência a forma da mensagem, ou seja, que se
preocupa mais em como dizer do que com o que dizer. O escritor, por exemplo, procura fugir
das formas habituais e expressão, buscando deixar mais bonito o seu texto, surpreender,
fugir da lógica ou provocar um efeito humorístico. Embora seja própria da obra literária, a
função poética não é exclusiva da poesia nem da literatura em geral, pois se encontra com
frequência nas expressões cotidianas de valor metafórico e na publicidade.
“... a lua era um desparrame de prata”.
(Jorge Amado)
• Função fática: Tem por finalidade estabelecer, prolongar ou interromper a
comunicação. É aplicada em situações em que o mais importante não é o que se
fala, nem como se fala, mas sim o contato entre o emissor e o receptor. Fática
quer dizer "relativa ao fato", ao que está ocorrendo. Aparece geralmente nas
fórmulas de cumprimento: Como vai, tudo certo?; ou em expressões que
confirmam que alguém está ouvindo ou está sendo ouvido: sim, claro, sem
dúvida, entende?, não é mesmo? É a linguagem das falas telefônicas, saudações e
similares.
Alô? Está me ouvindo?
• Função metalinguística:
Esta função refere-se à metalinguagem, que
ocorre quando o emissor explica um código usando o próprio código. É a
poesia que fala da poesia, da sua função e do poeta, um texto que comenta
outro texto. As gramáticas e os dicionários são exemplos de metalinguagem.
• Função referencial: referente é o objeto ou situação de que a mensagem
trata. A função referencial privilegia justamente o referente da mensagem,
buscando transmitir informações objetivas sobre ele. Essa função predomina
nos textos de caráter científico e é privilegiado nos textos jornalísticos.
• Função emotiva: através dessa função, o emissor imprime no texto as
marcas de sua atitude pessoal: emoções, avaliações, opiniões. O leitor sente no
texto a presença do emissor.
Funções literárias
• Função evasiva – fuga da realidade;
• Função lúdica – jogo de experiências sonoras e de relações
surpreendentes;
• Função de “Arte pela arte” – descompromissada das lutas sociais
(Parnasianismo)
• Função de literatura “engajada” – comprometida com a defesa de
certas ideias políticas.
Estilos Literários
• Estilo de época e estilo individual
• Estilo individual: é o estilo único de determinado escritor, ou seja, sua visão única e modo
próprio de criação literária.
• Estilo de época: características comuns em obras de autores diferentes,mas
contemporâneos. Ex. embora Bernardo Guimarães e José de Alencar tenham estilos
diferentes, ambos pertencem ao Romantismo.
Gêneros Literários
Saber Viver
Não sei… Se a vida é curta
Ou longa demais pra nós,
Mas sei que nada do que vivemos
Tem sentido, se não tocamos o coração das
pessoas.
Muitas vezes basta ser:
Colo que acolhe,
Braço que envolve,
Palavra que conforta,
Silêncio que respeita,
Alegria que contagia,
Lágrima que corre,
Olhar que acaricia,
Desejo que sacia,
Amor que promove.
E isso não é coisa de outro mundo,
É o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela
Não seja nem curta,
Nem longa demais,
Mas que seja intensa,
Verdadeira, pura… Enquanto durar
Cora Coralina
JULIETA - Quem és tu que assim, encoberto pela noite, entras e surpreendes de tal modo os meus segredos?
ROMEU - Por um nome não sei como dizer-te quem eu seja. Meu nome, santa adorada, me é odioso, por ser teu inimigo; se o tivesse escrito, teria
despedaçado a palavra.
JULIETA - Meus ouvidos ainda não beberam cem palavras ainda dessa língua, mas reconheço o som. Não és Romeu? Não és um dos Montecchio?
ROMEU - Nem um nem outro, formosa donzela, se os dois te desagradam.
JULIETA - Como chegaste até aqui, dize-m e e por quê? Os muros do jardim são altos e difíceis de galgar e o lugar é a morte, considerando-se
quem sejas, se um de meus parentes aqui te encontrar.
ROMEU - Com as leves asas do amor transpus esses muros, porque os limites de pedra não servem de empecilho para o amor. E o que o amor
pode fazer, o amor ousa tentar. Assim, teus parentes não me são obstáculos.
JULIETA - Se te virem, matar-te-ão.
ROMEU - Ai! Em teus olhos há maior perigo do que em vinte de suas espadas.
Willian Shakespeare
Não espero nem peço que se dê crédito à história sumamente extraordinária e, no entanto,
bastante doméstica que vou narrar. Louco seria eu se esperasse tal coisa, tratando-se de um
caso que os meus próprios sentidos se negam a aceitar. Não obstante, não estou louco e, com
toda a certeza, não sonho. Mas amanhã morro e, por isso, gostaria, hoje, de aliviar o meu
espírito. Meu propósito imediato é apresentar ao mundo, clara e sucintamente, mas sem
comentários, uma série de simples acontecimentos domésticos. Devido a suas consequências,
tais acontecimentos me aterrorizaram, torturaram e destruíram.
Edgar Allan Poe
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