Antonio Gramsci
POLÍTICO
E ESCRITOR.
BIOGRAFIA
E
OS
UMA
NOVA LUZ SOBRE SUA
CONTEÚDOS
DE
SUA
OBRA
FOI
LANÇADA PELOS ESTUDOS REALIZADOS NOS ANOS MAIS
RECENTES.
DEPOIS
DE UMA JUVENTUDE ATORMENTADA
POR DOENÇAS E APERTOS ECONÔMICOS, TRANSFERIUSE EM
1911
ESTUDOS
PARA
QUE
UNIVERSIDADE,
TURIM,
LHE
GRAÇAS A UMA BOLSA DE
PERMITIU
MATRICULAR-SE
NA
FACULDADE DE LETRAS E
FILOSOFIA. APAIXONOU-SE INICIALMENTE PELOS
ESTUDOS DE LINGÜÍSTICA, SOB A ORIENTAÇÃO DO
GLOTÓLOGO M. BARTOLI, MAS EM SEGUIDA SE LIGOU
NA
AOS MAIS ATIVOS MOVIMENTOS LITERÁRIOS E POLÍTICOS
DA
PIEMONTESA.
CAPITAL
SEUS
ESTUDOS
UNIVERSITÁRIOS, PORÉM, FORAM RETARDADOS POR
FREQÜENTES CRISES DE ESGOTAMENTO NERVOSO, E
ELE
RENUNCIARÁ
EMPENHAR-SE
(EM
MILITANTE
TRABALHAR
ÓRGÃO DO
POR
CADA
FIM
VEZ
DEZEMBRO
NA REDAÇÃO
A DIPLOMAR-SE,
MAIS
DE
NO
1915
TURINENSE
PARA
JORNALISMO
COMEÇOU
DE
PARTIDO SOCIALISTA ITALIANO).
A
AVANTI!,
SUA ATIVIDADE JORNALÍSTICA SE IMPÕE À ATENÇÃO GERAL NÃO SÓ
PELA QUALIDADE DO TEXTO MAS TAMBÉM PELA PROFUNDIDADE DA
PESQUISA CULTURAL. NESTE SENTIDO, TORNOU-SE EXEMPLAR A
PREPARAÇÃO DE UM NÚMERO ÚNICO REDIGIDO EM FEVEREIRO DE
1917 POR CONTA DA FEDERAÇÃO DA JUVENTUDE SOCIALISTA DO
PIEMONTE (LA CITTÀ FUTURA), EM QUE AO LADO DE ARTIGOS
ORIGINAIS DE TEORIA E DE PROPAGANDA SOCIALISTA SE ALINHAVAM
ESCRITOS DE CROCE, SALVEMINI E A. CARLINI. NESTE PERÍODO, A
INFLUÊNCIA DE CROCE E DA POLÊMICA ANTIPOSITIVISTA DO IDEALISMO
ITALIANO TAMBÉM SE MOSTRA NA AVALIAÇÃO ENTUSIASMADA DA
REVOLUÇÃO RUSSA DE NOVEMBRO DE 1917, INTERPRETADA COMO
"REVOLUÇÃO CONTRA O CAPITAL" (ISTO É, CONTRA A VERSÃO
DETERMINISTA DA OBRA DE MARX). COM ESTAS DIRETRIZES
PREPAROU E EM SEGUIDA DIRIGIU, NO PÓS-GUERRA, O PERIÓDICO
L´ORDINE NUOVO, PUBLICADO ENTRE MAIO DE 1919 E DEZEMBRO DE
1920 COM O SUBTÍTULO DE "PUBLICAÇÃO SEMANAL DE CULTURA
SOCIALISTA".
LIGANDO-SE AO MOVIMENTO TURINENSE DOS
CONSELHOS DE FÁBRICA, O PERIÓDICO PRETENDIA SER TANTO
INSTRUMENTO DE INVESTIGAÇÃO CULTURAL QUANTO ÓRGÃO DE LUTA
POLÍTICA. ESTA EXPERIÊNCIA SE SITUAVA, NUMA PERSPECTIVA
REVOLUCIONÁRIA, À ESQUERDA DO MOVIMENTO SOCIALISTA DA
ÉPOCA, MAS EM CONFORMIDADE COM OUTROS FERMENTOS DA
CULTURA ITALIANA DO PERÍODO, COMO OS QUE SE REFERIAM AO
NEOLIBERALISMO DE P. GOBETTI, QUE DE FATO JULGOU
POSITIVAMENTE A OBRA DO GRUPO.
Antonio Gramsci
Aos 15 anos de idade.
EM 1921 PARTICIPOU DO CONGRESSO DE
LIVORNO, QUE ASSINALOU A CISÃO DO
PARTIDO SOCIALISTA E A CONSTITUIÇÃO DO
PARTIDO COMUNISTA. AINDA EM TURIM,
DIRIGIU O ÓRGÃO DO NOVO PARTIDO,
L´ORDINE NUOVO, QUE SE TORNOU UM
COTIDIANO (NO QUAL TAMBÉM COLABOROU
GOBETTI, COMO CRÍTICO TEATRAL). TODAVIA,
NOS PRIMEIROS ANOS DO NOVO PARTIDO SUA
ATIVIDADE FOI CONDICIONADA PELA DIREÇÃO
DE A. BORDIGA, QUE, TENDO ORGANIZADO
UMA FACÇÃO NACIONAL ANTES DA CISÃO,
HAVIA OBTIDO UMA POSIÇÃO DE DESTAQUE,
INFLUENCIANDO TAMBÉM GRANDE PARTE DO
PRÓPRIO GRUPO TURINENSE DE
NUOVO.
L´ORDINE
Revolução Russa - 1917
NESTE PERÍODO, EM MAIO DE 1922, ANTES DO
GOLPE DE ESTADO FASCISTA, PARTIU PARA
MOSCOU, ONDE FICOU ATÉ NOVEMBRO DE 1923
COMO REPRESENTANTE DO PARTIDO ITALIANO NO
COMITÊ
EXECUTIVO
DA
INTERNACIONAL
COMUNISTA. EM SEGUIDA SE DIRIGIU A VIENA,
PARA PREPARAR UMA NOVA SÉRIE DE L´ORDINE
NUOVO, QUE COMEÇOU A SAIR QUINZENALMENTE A
PARTIR DE PRIMEIRO DE MARÇO DE 1924. POUCO
DEPOIS FOI ELEITO PARA O PARLAMENTO E PÔDE
VOLTAR À ITÁLIA, EMPENHANDO-SE NA LUTA
CONTRA O FASCISMO E, DENTRO DO PARTIDO, NA
AÇÃO ORGANIZATIVA NECESSÁRIA PARA IMPOR
UMA LINHA POLÍTICA DIVERSA DA BORDIGUIANA,
QUE, POR SEU EXTREMISMO, HAVIA ENTRADO EM
ROTA
DE
COLISÃO
COM
AS
POSIÇÕES
PREVALECENTES NA INTERNACIONAL COMUNISTA.
A
G.,
LINHA DE
QUE REUNIU EM TORNO DE SI UM NOVO
GRUPO DIRIGENTE "CENTRISTA", PREVALECEU A SEGUIR
III CONGRESSO DO PARTIDO COMUNISTA DA ITÁLIA,
REALIZADO EM LYON, EM JANEIRO DE 1926. ALGUNS
MESES DEPOIS, PORÉM, SUAS RELAÇÕES COM A
INTERNACIONAL COMUNISTA SOFRERAM UM PRIMEIRO
ABALO, COM SUA INICIATIVA DE ESCREVER UMA
ALARMADA CARTA AO COMITÊ CENTRAL DO PARTIDO
BOLCHEVIQUE EM RAZÃO DAS DIVISÕES INTERNAS
DAQUELE PARTIDO. MESMO CRITICANDO A OPOSIÇÃO, A
NO
CARTA TAMBÉM TRAZIA RESERVAS SOBRE OS MÉTODOS
DA MAIORIA
TOGLIATTI,
(STALIN-BUKHARIN),
E POR ESTE MOTIVO
ENTÃO REPRESENTANTE EM
MOSCOU
DOS
COMUNISTAS ITALIANOS, CONSIDEROU OPORTUNO NÃO
ENTREGÁ-LA OFICIALMENTE.
POLÊMICA
ENTRE
G.
DAÍ NASCEU UMA VIVA
TOGLIATTI, RELEVANTE
E
SOBRETUDO PELA INSISTÊNCIA POR PARTE DO PRIMEIRO
NA NECESSIDADE DE
DOS
"APELAR
COMPANHEIROS
À CONSCIÊNCIA POLÍTICA
RUSSOS
E
INDICAR
ENERGICAMENTE OS PERIGOS E AS FRAQUEZAS QUE
SUAS ATITUDES ESTAVAM POR DETERMINAR".
A PRECIPITAÇÃO DOS EVENTOS NA ITÁLIA O AFASTOU, NO
ENTANTO, DESTA POLÊMICA: EM 8 DE NOVEMBRO DE 1926,
DEPOIS DAS "MEDIDAS DE EXCEÇÃO" DO GOVERNO FASCISTA
CONTRA OS OPOSICIONISTAS, G. FOI DETIDO APESAR DA
IMUNIDADE PARLAMENTAR E ENVIADO, PRIMEIRAMENTE, AO
CONFINAMENTO EM USTICA E, DEPOIS, AO CÁRCERE DE
MILÃO, PARA SER SUBMETIDO, JUNTO COM OUTROS
DIRIGENTES COMUNISTAS, AO TRIBUNAL ESPECIAL PARA A
DEFESA DO ESTADO. NO JULGAMENTO, REALIZADO EM ROMA
ENTRE MAIO E JUNHO DE 1928, FOI CONDENADO A 20 ANOS
DE RECLUSÃO. DESTINADO, PARA CUMPRIR A PENA, À
PENITENCIÁRIA DE TURI (BARI), AÍ FICOU ATÉ DEZEMBRO DE
1933, QUANDO POR GRAVES MOTIVOS DE SAÚDE FOI
TRANSFERIDO, PRIMEIRO, PARA A ENFERMARIA DO CÁRCERE
DE CIVITAVECCHIA E, DEPOIS, SEMPRE NA CONDIÇÃO DE
PRESO, PARA UMA CLÍNICA PRIVADA DE FORMIA. SÓ EM
OUTUBRO DE 1934 FOI POSTO EM LIBERDADE CONDICIONAL,
MAS PERMANECEU NA MESMA CLÍNICA DE FORMIA, NÃO
TENDO CONDIÇÕES DE RETOMAR A ATIVIDADE NORMAL EM
RAZÃO DA SAÚDE COMPROMETIDA. MORREU, ENFIM, NA
CLÍNICA QUISISANA,
DE
ROMA, PARA ONDE FORA
TRANSFERIDO SOB VIGILÂNCIA DESDE A CLÍNICA DE FORMIA.
SUA
VIDA NO CÁRCERE TAMBÉM FOI TORNADA AMARGA
PELAS DIFÍCEIS RELAÇÕES
ESTABELECIDAS COM
PARTIDO QUE HAVIA DIRIGIDO ANTES DA PRISÃO.
O
EM
DESACORDO COM A LINHA POLÍTICA ADOTADA NO FIM DE
1929
SOB PRESSÃO DO
KOMINTERN,
ENTÃO EM LUTA
NÃO SÓ COM O FASCISMO MAS TAMBÉM COM A SOCIALDEMOCRACIA (DEFINIDA COMO
"SOCIAL-FASCISMO"),
SE
VIA EM ABERTO CONFLITO COM A MAIORIA DOS OUTROS
COMUNISTAS PRESOS EM
TURI, E ISTO O HAVIA INDUZIDO
A FAZER DE SEU ISOLAMENTO A FORMA EXCLUSIVA DA
PRÓPRIA EXISTÊNCIA.
EXPLICA-SE
ASSIM POR QUE SUA
SITUAÇÃO NÃO TENHA SIDO ENTÃO DISCUTIDA NOS
ÓRGÃOS DIRIGENTES ATIVOS NO EXÍLIO, COM OS QUAIS
(COM A
MEDIAÇÃO DO AMIGO ECONOMISTA P. SRAFFA, QUE
TRABALHAVA EM CAMBRIDGE). TODAVIA, DEPOIS DE
1934, COM O ABANDONO DA PROPAGANDA SOBRE O
"SOCIAL-FASCISMO" E O PREDOMÍNIO DA POLÍTICA DE
UNIDADE ANTIFASCISTA, FORAM INTENSIFICADAS AS
SUAS RELAÇÕES FORAM SEMPRE INDIRETAS
CAMPANHAS INTERNACIONAIS DE IMPRENSA PARA PEDIR
SUA
LIBERTAÇÃO.
À
PARTE
OS
RECONHECIMENTOS
PROVENIENTES
CONTEMPORÂNEOS NO CURSO DE SUA ATIVIDADE
DOS
(GOBETTI,
PREZZOLINI, DORSO), SUA FAMA ESTÁ LIGADA SOBRETUDO À
PUBLICAÇÃO, NO PÓS-GUERRA, DOS ESCRITOS PÓSTUMOS.
EM 1947, A PRIMEIRA EDIÇÃO DAS CARTAS DO CÁRCERE
(UMA EDIÇÃO NOVA E MAIS AMPLA FOI PUBLICADA EM 1965)
TEVE
UMA
ENORME
CULTURAIS MAIS
EXTRAÍDOS DOS
REPERCUSSÃO
DIVERSOS.
CADERNOS
NOS
AMBIENTES
SEGUIRAM-SE OS VOLUMES
DO CÁRCERE, NA EDIÇÃO
TEMÁTICA: O MATERIALISMO HISTÓRICO E A FILOSOFIA DE
BENEDETTO CROCE (1948), OS INTELECTUAIS E A
ORGANIZAÇÃO DA CULTURA (1949), O RISORGIMENTO (1949),
NOTAS SOBRE MAQUIAVEL, A POLÍTICA E O ESTATO MODERNO
(1949), LITERATURA E VIDA NACIONAL (1950), PASSADO E
PRESENTE (1951). EM VÁRIOS VOLUMES FORAM DEPOIS
RECOLHIDOS OS ESCRITOS JORNALÍSTICOS DO PERÍODO PRÉCÁRCERE. A ORDEM SISTEMÁTICA ESCOLHIDA NA PRIMEIRA
EDIÇÃO DOS CADERNOS, COM O AGRUPAMENTO EDITORIAL
DAS NOTAS GRAMSCIANAS POR ARGUMENTOS E TEMAS
HOMOGÊNEOS, TORNAVA MAIS IMEDIATAMENTE ACESSÍVEIS OS
CONTEÚDOS DA OBRA, MAS NÃO REVELAVA SEUS NEXOS
INTERNOS E O FIO CONDUTOR SEGUIDO PELO AUTOR EM SEU
TRABALHO.
ESTA FOI, NO ENTANTO, A TAREFA QUE SE PROPÔS
A EDIÇÃO CRÍTICA DOS CADERNOS DO CÁRCERE,
PUBLICADA EM QUATRO VOLUMES EM 1975 SOB
OS CUIDADOS DE V. GERRATANA, SEGUNDO A
ORDEM DOS MANUSCRITOS INTEGRAIS ASSIM COMO
FORAM DEIXADOS PELO AUTOR, MAS COM UM
AMPLO APARATO DE NOTAS E ÍNDICES E COM O
COTEJO DAS FONTES UTILIZADAS. ASSIM FOI
POSSÍVEL SEGUIR O RITMO DE DESENVOLVIMENTO
DA INVESTIGAÇÃO GRAMSCIANA ATRAVÉS DA
PRIMEIRA REDAÇÃO DE NOTAS REGISTRADAS EM
CADERNOS MISTOS, DEPOIS RETOMADAS, E EM
ALGUNS CASOS DESENVOLVIDAS NA SEGUNDA
REDAÇÃO DOS CADERNOS "ESPECIAIS", A PARTIR
DOS QUAIS O AUTOR SE PROPUNHA COMPOR
ENSAIOS INDEPENDENTES RELACIONADOS ENTRE
SI, MAS NÃO UM TRABALHO ORGÂNICO DE
CONJUNTO (COMO PARECIA SUGERIR A PRIMEIRA
EDIÇÃO
TEMÁTICA).
PONTO
DE PARTIDA DA INVESTIGAÇÃO É A ORDEM DE
IDÉIAS ESBOÇADAS NUM ENSAIO SOBRE A QUESTÃO
MERIDIONAL ESCRITO ANTES DA PRISÃO, COM A ANÁLISE
DA RELAÇÃO CIDADE/CAMPO E DAS
CLASSE
NA
SOCIEDADE
DÉCADAS DO SÉCULO.
A
ITALIANA
ALIANÇAS
DAS
DE
PRIMEIRAS
ANÁLISE SE AMPLIA E SE
APROFUNDA NO TRABALHO DOS
CADERNOS
COM O
ESTUDO DA FUNÇÃO DOS INTELECTUAIS NA HISTÓRIA DA
ITÁLIA. É
ORIGINAL,
UMA PESQUISA COMPLEXA E
PORQUE A NOÇÃO DE
"INTELECTUAL",
DE
FORMAÇÃO
COÁGULO
HISTÓRICO,
DA
É
AMPLIADA
DE
ALÉM
EM SUA FUNÇÃO
TODO
DOS
BLOCO
LIMITES
TRADICIONAIS, NUMA VISÃO QUE ESTENDE O CONCEITO
MESMO DE
ESTADO,
"SOCIEDADE
ENTENDIDO NÃO MAIS SÓ COMO
POLÍTICA", ÓRGÃO DE COERÇÃO JURÍDICA,
MAS COMO ENTRELAÇAMENTO DE SOCIEDADE POLÍTICA
E
"SOCIEDADE
CIVIL", EM QUE A HEGEMONIA DE UM
GRUPO SOCIAL SE EXERCE ATRAVÉS DE ORGANIZAÇÕES
PRIVADAS, COMO
OUTROS
IGREJA,
INSTRUMENTOS
SINDICATOS, ESCOLAS E
DE
DIREÇÃO
CULTURAL.
ESTA
ESTRUTURA TEÓRICA, QUE TEM NO CENTRO O
CONCEITO DE "HEGEMONIA", LEVA TAMBÉM A UMA NOVA
INTERPRETAÇÃO DA QUEDA DAS COMUNAS MEDIEVAIS E
DE
SUA
INCAPACIDADE
DE
ECONÔMICO-CORPORATIVA DO
SUPERAR
ESTADO,
A
FASE
EM RAZÃO DO
CARÁTER COSMOPOLITA DOS INTELECTUAIS ITALIANOS E
DA AUSÊNCIA, NELES, DE UMA FUNÇÃO NACIONALPOPULAR.
NO ESTADO
EXERCÍCIO
DA
DOMINANTES
MODERNO, AO CONTRÁRIO, O
HEGEMONIA
OBTER
O
PERMITE
CONSENSO
ÀS
CLASSES
DAS
CLASSES
SUBALTERNAS, SEJA COM A ENERGIA DAS REVOLUÇÕES
DE TIPO JACOBINO, SEJA ATRAVÉS DE DIFERENTES
"REVOLUÇÃO PASSIVA": COM ESTE TERMO,
TOMADO DE V. CUOCO, É INDICADO UM PROCESSO DE
REVOLUÇÃO-RESTAURAÇÃO OU DE "REVOLUÇÃO SEM
REVOLUÇÃO", COMO AQUELE ILUSTRADO NA HISTÓRIA
ITALIANA PELO RISORGIMENTO, EM QUE OS MODERADOS
FORMAS DE
CONSEGUEM
PARTIDO
EXERCER
SUA
DE
HEGEMONIA
SOBRE
O
AÇÃO.
NESTA
ANÁLISE,
TAMBÉM
O
FASCISMO
É
CONSIDERADO UMA FORMA PARTICULAR DE
REVOLUÇÃO PASSIVA; O FASCISMO VISTO NÃO SÓ
EM SEUS ASPECTOS REPRESSIVOS MAS TAMBÉM
EM SEUS ESFORÇOS ECONÔMICO-SOCIAIS DE
MODERNIZAÇÃO EM RELAÇÃO AO FENÔMENO DO
AMERICANISMO E DO FORDISMO, OUTRO VEIO
EXPLORADO COM CONSTÂNCIA ANALÍTICA NOS
CADERNOS. NESTE QUADRO HISTORIOGRÁFICO SE
INSERE A VISÃO POLÍTICA DE UMA ESTRATÉGIA
REVOLUCIONÁRIA FUNDADA NA PASSAGEM DA
"GUERRA DE MOVIMENTO" E DO ATAQUE FRONTAL
À "GUERRA DE POSIÇÃO" ADEQUADA ÀS
CONDIÇÕES DO OCIDENTE, EM QUE O EXERCÍCIO
DA HEGEMONIA É CONFIADO À CONQUISTA DO
CONSENSO
EM
TODAS
AS
PRINCIPAIS
ARTICULAÇÕES
DA
SOCIEDADE
CIVIL.
LIGA-SE A TAL ESTRATÉGIA A REFLEXÃO SOBRE
DOIS TEMAS RECORRENTES NOS CADERNOS: O
PROBLEMA DA RELAÇÃO ENTRE MAQUIAVEL E
MARX (E SURGE DESTA REFLEXÃO A IDÉIA DE UM
PARTIDO COMO MODERNO PRÍNCIPE) E A
PERSPECTIVA DE UM DESENVOLVIMENTO DO
MARXISMO COMO FILOSOFIA DA PRÁXIS EM SUAS
RELAÇÕES COM O SENSO COMUM E COM AS
CORRENTES CULTURAIS DO MUNDO MODERNO. A
ESTREITA CONEXÃO DESTES TEMAS SE MOSTRA
AINDA MAIS EVIDENTE NA SUCESSÃO DOS
MANUSCRITOS
ORIGINAIS
TAL
COMO
SÃO
REPRODUZIDOS NA EDIÇÃO CRÍTICA, NA RIQUEZA
DE SUAS IMPLICAÇÕES E DOS PROBLEMAS
DEIXADOS EM ABERTO PELO PRÓPRIO AUTOR. POR
ISTO, TRATA-SE DE TEMAS QUE PODIAM SERVIR DE
ESTÍMULO PARA NOVAS PESQUISAS E DE FATO
FORAM DISCUTIDOS LONGAMENTE, MESMO EM
OUTROS
PAÍSES.
TURMA – LETRAS
PROFESSOR / ARTUR MOTTA
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
- CRISTIANO BROWN
- JANINE POSSA AMORIM
- BÁRBARA MACIEL
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Político e escritor. Uma nova luz sobre sua biografia e os conteúdos