Iluminismo Definição: O iluminismo, no século XVIII, foi um movimento de amadurecimento de uma tendência que estava em andamento na Europa desde o período do renascimento cultural, ou seja, o movimento que abandonava a religião como mediação da relação entre o homem e a natureza e colocava em seu lugar a razão instrumentalizada pela ciência. Dentro dessa evolução, a razão foi utilizada para diferentes fins. Nos séculos XV, XVI, XVII tivemos uma preocupação maior com a natureza, dentro daquilo que conhecemos hoje como biologia, matemática, física e astronomia. No século XVIII, a razão será amplamente utilizada para analisar e criticar objetos de estudo referentes a sociedade, a política e a economia. O século XVIII assiste a um verdadeiro despertar de ideias filosóficas críticas e inovadoras e, por isso, é conhecido como século das luzes ou período do esclarecimento ou até mesmo ilustração. Tais ideias encontram na Igreja e seus dogmas, na sociedade aristocrática, na política absolutista e na economia mercantilista os principais temas para suas análises críticas e formulam a partir daí um novo projeto de sociedade que encontram nas práticas burguesas sua inspiração. Portanto o iluminismo também é considerado um projeto burguês de sociedade. A burguesia, não mais precisando da intervenção do Estado aristocrático para garantir o seus negócios, como precisou na maior parte da era moderna, clama pela libertação da intervenção desse Estado através de uma liberalização da economia (liberalismo econômico) e pela libertação social através de um novo contrato entre governantes e governados pautado não mais na supressão/abdicação das liberdades, mas sim na garantia das mesmas (liberalismo político). Crítica do iluminismo à Igreja: - O iluminismo preza pela dúvida, pelo debate, pela liberdade de pensamento, expressão e pela infinidade do conhecimento. Este deveria ser divulgado para que todos atingissem a liberdade. A Igreja e a religião como um todo defendem verdades incontestáveis, dogmas e a não liberdade de pensamento. Justificavam por meio da legitimidade divina a estrutura social vigente. Os iluministas prezam pela separação entre o conhecimento e a religião. Voltaire: “Posso não concordar com nada do que dizes, mas defenderei até a morte o direito de dizê-las”. Dicionário filosófico. Diderot e D’alembert Enciclopédia 33 volumes – organização de todo o pensamento científico em um grande livro em oposição à bíblia. Crítica do iluminismo ao absolutismo político: A sociedade absolutista é uma sociedade de leis privadas. O que colocava em prática uma sociedade estamental, ou seja, sem mobilidade de classes. Os iluministas pregavam uma sociedade baseada em leis universais, ou seja, os direitos. Por isso o lema: liberdade, igualdade e fraternidade. John Locke “Tratado sobre o Governo civil” defende principalmente a vida, a liberdade e a propriedade como direitos humanos naturais. Ensinava que os governos haviam surgido em função de um contrato estabelecido entre os homens visando à preservação desses direitos. Assim, caso o governante não cumprisse essa sua razão de ser, a sociedade teria direito à rebelião, à substituição do Estado tirânico. Montesquieu: O espírito das leis. Nessa obra, defendeu a separação dos poderes do Estado em legislativo, executivo e judiciário, como forma de evitar abusos dos governantes e de proteger as liberdades individuais. Jean Jacques Rousseau Somente um Estado democrático tem condições de oferecer igualdade jurídica. O homem é produto do meio, nasce bom e a sociedade o corrompe. O objetivo do governo deveria ser assegurar a liberdade, igualdade e justiça para todos, independente da vontade da maioria. “O verdadeiro criador da sociedade civil foi o primeiro que, tendo cercado o terreno , lembrou-se de dizer isto é meu e encontrou pessoas suficiente ingênuas para acreditá-lo. Quantos crimes, guerras ,assassínios, misérias e horrores não pouparia ao gênero humano aquele que, arrancando as estacas ou enchendo o fosso, não tivesse gritado aos seus semelhantes: Defendei-vos de ouvir esse impostor; estareis perdidos se esquecerdes que os frutos são de todos e que a terra não pertence a ninguém.” Jean Jacques Rousseau. Crítica do iluminismo ao mercantilismo: O mercantilismo era uma política econômica que sustentava uma sociedade juridicamente desigual. O lucro de todo o comércio ia para o Estado sustentador de privilégios feudais através de monopólios e companhias de comércio. Para acabar com isso seria necessária a não intervenção do Estado na Economia, ou seja, a ideia de que o mercado poderia, através da oferta e da demanda, fazer a distribuição equitativa da riqueza produzida. Os fisiocratas: - Aplicavam princípios da física na sociedade, principalmente no que tange ao governo da natureza, sendo que a este não se poderia regular com leis. Defendia o laissez fare laissesz passer. François Quesnay Adam Smith: A riqueza das nações – defende o livre mercado e a ideia de que o trabalho e a livre iniciativa é a origem de toda a riqueza do homem. O despotismo esclarecido: Forma de governo que mesclou o absolutismo com ideias absolutistas . Surgiu em países da Europa essencialmente agrícolas , como Portugal, Áustria, Rússia. Os governantes desses países, apoiados pela burguesia e por partes da aristocracia, explicavam seu poder absoluto não pela origem divina, mas como resultado das necessidade sociais. Governavam em nome da razão.