O Cartel do Metro: A ética da Siemens no caso Fabiana Aparecida Natalia Leite A Siemens é uma empresa de história e números extraordinários. Maior conglomerado de engenharia da Europa tem mais de 160 anos de existência, 400.000 funcionários e atuação em todos os países do mundo, exceto a Coréia do Norte. Desde 2006 vem recebendo denúncias de corrupção em vários países de atuação, como Alemanha, Itália e Grécia. Ao final das investigações foi descoberto o maior escândalo de corrupção empresarial do mundo, somando 1,4 bilhão de dólares, resultando na demissão do presidente geral, dos gerentes e a criação de uma sindicância interna para apurar qualquer irregularidade. Gastou mais de 2,5 bilhões para tirar o logo da “lama”. No Brasil, desde o inicio do século XX, ganhou licitações de diversos governos, em sua maioria com o PSDB, entre eles: Em meados de 2011 começaram a surgir evidencias e denuncias dos funcionários, que a empresa havia feito acordos ilegais para fraudar pelo menos 5 licitações públicas: A isso se dá o nome de Cartel (crime onde um grupo de empresas se une para lotear o mercado e combinar preços, atropelando a livre concorrência e aumentando seus ganhos). A Multinacional Alemã delatou às autoridades brasileira a existência de um cartel – do qual fazia parte – em licitações para compra de equipamento ferroviário, alem de construção e manutenção de linhas de trens e metrô em São Paulo e no Distrito Federal. Segundo as denuncias, o cartel atuou em ao menos seis licitações. Mas ainda não se sabe ao certo o tamanho real, alcance, período em que atuou e o prejuízo causado. Ao entregar o esquema, a Siemens assinou um acordo de leniência, que pode garantir a companhia e a seus executivos isenção caso o cartel seja confirmado e condenado. No caso de condenação, o cartel está sujeito a multa que pode chegar a 20% do faturamento bruto da empresa no ano anterior à abertura de processo. Siemens X Ética Em entrevista publicada no site do G1 em 26/03/2014, o vice-presidente jurídico da Siemens Brasil, Fábio Selhorst, afirmou: “Encontramos indícios de práticas suspeitas, por isso levamos imediatamente o assunto às autoridades que têm poder de polícia”. “Ao identificar os indícios de irregularidades, temos duas opções: ou varremos para debaixo do tapete, ou podemos levar proativamente às autoridades.” “A Siemens hoje, apesar de ter um legado de um passado que a gente não se orgulha, entende que a sociedade não está mais disposta a tolerar irregularidades”. Conclusão e análise do grupo O próprio vice-presidente jurídico da Siemens Brasil, Fábio Selhorst, conclui e sugere que todas as empresas instalem um rigoroso sistema de compliance (controle interno) para inibir condutas ilícitas de seus executivos. “A empresa que daqui para frente não for íntegra, não for ética, não vai ficar no mercado”, afirmou. Esta é também a opinião do grupo, pois os milhares de funcionários da Siemens hoje estão pagando pela ação de um punhado de indivíduos que não agiram de forma ética. Bibliografia Revista Veja Ed. 2334 – ano 46 – nº 33 – Editora Abril - 14/08/2013 http://www.em.com.br/app/noticia/politica/ 2014/03/26/interna_politica,511967/executivo -da-siemens-alerta-para-risco-de-falta-deetica.shtml - 16/04/2014 http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2013 /07/1310864-empresa-alema-siemens-delatacartel-em-licitacoes-do-metro-de-sp.shtml 16/04/2014 Obrigado pela oportunidade Boa noite a todos!!!