Taquipnéia Transitória do recém-nascido Profª Mônica I. Wingert Turma 301 Taquipnéia transitória do recém-nascido (TTRN) Taquipnéia transitória do recém-nascido (TTRN), também denominada dificuldade respiratória benigna do recémnascido, pulmão úmido ou síndrome do desconforto respiratório tipo II, foi descrita em 1966, passando a fazer parte dos distúrbios respiratórios comuns do período neonatal, juntamente com a doença da membrana hialina, displasia broncopulmonar, síndrome de aspiração de mecônio ou líquido amniótico, hipertensão pulmonar persistente e pneumonias congênitas. A TTRN pode ser definida como síndrome clínica de caráter benigno, caracterizada por desconforto respiratório de leve a moderada intensidade, manifestado por sinais clínicos não específicos e constituído de taquipnéia superior a 60 movimentos por minuto, retração intercostal e esternal, gemido expiratório e cianose. Sintomas aumento da frequência respiratória; esforço para respirar, que é evidenciado por movimentos nas aletas nasais; gemidos durante a expiração; respiração também abdominal, para auxiliar a musculatura torácica na expansão dos pulmões. cianose da pele. Causa A causa é a presença de líquido nos pulmões do recémnascido. Na gestação, o pulmão do bebê fica cheio de líquidos. Próximo ao nascimento, começa a ocorrer a reabsorção do líquido, o que, no momento em que a criança nasce, deve ter-se completado. Mas pode ocorrer uma reabsorção incompleta e o bebê nascer ainda com um pouco de líquido nos pulmões. Isso dificulta a expansão do órgão e também a respiração. O bebê é então obrigado a acelerar o seu ritmo respiratório para suprir de ar seu organismo. - Fatores de risco mãe diabética; trabalho de parto prolongado e complicado; utilização de remédios, como sedativos, pela mãe; tipo de parto: normal ou cesariana. Enquanto o trabalho de parto, sobretudo as contrações, favorece a reabsorção do líquido dos pulmões, a cesariana sem o trabalho de parto aumenta o risco de taquipnéia. Prevenção Grávidas devem controlar doenças como o diabetes, ingerir remédios que predispõem à taquipnéia transitória só com indicação de seu médico e evitar a opção por cesariana apenas por conveniência própria. Já os médicos precisam ter consciência de que, ao abreviar o trabalho de parto da grávida ou optar pela cesariana, quando poderia insistir em que seja parto normal, põem o bebê sob a ameaça da taquipnéia Tratamento O mais importante no tratamento é, sem dúvida, a realização da profilaxia da TTRN, com medidas que visem diagnosticar e atenuar os efeitos da excessiva sedação e hidratação materna, da asfixia intrauterina e do parto cesáreo. Não há tratamento específico devido ao caráter autolimitado da patologia, porém devemos considerar a assistência ao RN na sala de parto, uma adequada reanimação e os cuidados de enfermagem como fundamentais. O objetivo do tratamento é baseado na avaliação clínica permanente e monitorização dos sinais vitais, instalando-se medidas de suporte, tais como: 1. Hidratação endovenosa adequada, em torno de 70 ml/kg/dia; 2. Oxigenioterapia por campânula; 3. manter o bebê monitorado por aparelhos em incubadora na UTI; 4. Dieta zero no tratamento do quadro agudo inicial e introdução da alimentação de acordo com a evolução do quadro. A alimentação deve ser prescrita por via oral, caso a frequência respiratória não ultrapasse 60 movimentos por minuto; caso contrário, indica-se alimentação por sonda nasogástrica, se estiver entre 60-80 movimentos por minuto, e nutrição parenteral com glicose, se estiver acima de 80 movimentos respiratórios. Juntamente com a dieta, deve ser feito cálculo rigoroso do balanço hídrico e calórico; 5. Manutenção da temperatura corporal deve ser feita com rigor, para que haja diminuição do consumo energético; 6. Antibióticos não são indicados, salvo na suspeita de infecções; 7. Monitorização de gases sanguíneos durante e evolução do quadro. FIM!!