O Espírito de
Profecia:
Orientações para a
Igreja Remanescente
Organizado por Renato Stencel, diretor do Centro White, 2013
O papel de Ellen G. White no
desenvolvimento das
doutrinas da IASD
Jerry Moon
Renato Stencel (org.) 2013
Origem das doutrinas da igreja
Muitos adventistas supõem que suas crenças tiveram
origem nas visões de Ellen White. Uma típica opinião
de não adventistas é a de G. H. Shriver, autor de um
artigo sobre “Adventismo do Sétimo Dia” no Abingdon
Dictionary of Living Religions (1981): “A origem da
autoridade para a crença é a Bíblia, mas os escritos de
Ellen White são tidos em tão alta estima que para
todas as intenções práticas, é a Bíblia como
interpretada por Ellen White” (p. 672).
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Origem das doutrinas da igreja
Nem todos têm o mesmo ponto de vista. O Dr. Roger
Nicole, fundador da Sociedade Teológica Evangélica, na
Convenção Anual de 2003, em Atlanta disse: “Eu aprecio
muito os Adventistas do Sétimo Dia. Eles têm a mais
elevada visão das Escrituras do que qualquer outra pessoa
que já conheci. Ellen White acreditava profundamente nas
Escrituras.” Um estudo sobre o crescimento da igreja
revelou que adventistas que se consideram “leitores
regulares dos escritos de Ellen White” tem provavelmente
quase duas vezes mais o estudo pessoal diário da Bíblia, se
comparado com os não-leitores do Espírito de Profecia
(Ministry, outubro, 1982, p. 11).
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Origem das doutrinas da Igreja
A Bíblia sozinha é o mais alto padrão pelo qual todos os
outros padrões devem ser testados. “O Espírito não foi
dado, nem nunca o poderia ser, a fim de sobrepor-se à
Escritura; pois esta explicitamente declara ser ela
mesma a norma pela qual todo ensino e experiência
devem ser aferidos. Diz o apóstolo João: “Não creiais a
todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus;
porque já muitos falsos profetas se têm levantado no
mundo”. E Isaías declara: “À lei e ao Testemunho! Se
eles não falarem segundo esta palavra, não haverá
manhã para eles.” (EGW, Exaltai-o, 1992, 15 de abril)
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Visões e estudo da Bíblia pré-1850
O Sábado e o Santuário, 1848-1850:
O termo “Conferências Sabáticas” ou “Conferências
sobre o Sábado e Santuário” refere-se a uma série de
pelo menos 23 reuniões entre abril de 1848 e
dezembro de 1850, na região nordeste dos Estados
Unidos, onde começou um processo da formação de
um consenso entre ex-Mileritas adventistas, que levou,
em dois anos, a um núcleo de doutrinas aceitas e
culminou, 15 anos depois, na organização da
Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia.
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Visões e estudo da Bíblia pré-1850
“Muitos de nosso povo não reconhecem quão firmemente foram
lançados os alicerces de nossa fé. Meu esposo, o Pr. Bates, o Pai Pierce,
o Hiram Edson, e outros que eram inteligentes, nobres e verdadeiros,
achavam-se entre os que, expirado o tempo em 1844, buscavam a
verdade como a tesouros escondidos. Reunia-me com eles,
estudávamos e orávamos fervorosamente. Muitas vezes ficávamos
reunidos até alta noite, e às vezes a noite toda, pedindo luz e
estudando a Palavra… quando chegávamos ao ponto de dizer ‘nada
mais podemos fazer’, o Espírito do Senhor vinha sobre mim, e eu era
arrebatada em visão, e era-me dada uma clara explanação das
passagens que estivéramos estudando, com instruções quando à
maneira em que devíamos trabalhar e ensinar eficientemente. Assim
nos foi proporcionada luz que nos ajudou a compreender as passagens
acerca de Cristo, Sua missão e sacerdócio. (EGW, CSS, p. 10)
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Visões e estudo da Bíblia pré-1850
Doutrinas nas quais houve consenso antes de 1850:
1. Segundo Advento
2. Sábado
3. Dons espirituais
4. Santuário
5. Três Mensagens Angélicas
6. Estado da morte
7. Segunda morte
8. Sete últimas pragas
9. Porta Fechada
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O “Tempo do início do sábado” (1855)
• José Bates assegurou que “tarde” em Levíticos 23:32
quer dizer horário equatorial, 6 da tarde (18horas).
• Como ele era o líder principal que advogava a causa do
Sábado entre os adventistas, a sua opinião foi
respeitada, e seguida pela maioria (1Bio, p.200).
• Alguns guardadores do Sábado do estado do Maine em
1847-48 citaram o trecho de Mt. 38:1, versão King
James, em apoio ao início do Sábado ser ao nascer do
sol, mas uma visão de Ellen White, em 1848, refutou
isto.
Fonte: (A. L. White, 1Bio, 322-325)
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O “Tempo do início do sábado” (1855)
• De 1847 a 1855, alguns poucos guardavam o Sábado ao
pôr-do-sol, mas a maioria seguia o horário das 18h.
• J. N. Andrews preparou um estudo de aproximadamente
4.500 palavras, apresentando provas e razões, muitas das
Escrituras e outras provas de que o Sábado começa ao
pôr-do-sol. Este estudo foi apresentado em Battle Creek
e publicado na Review.
• Em 20 de novembro de 1855, Ellen White recebeu uma
visão que endossou o pôr-do-sol (1T, pp. 113, 116).
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A Bíblia e as visões na doutrina adventista
As visões como ajustes das Discordâncias Doutrinais,
não impondo autoridade superior, mas chamando
atenção a relevância das Escrituras Sagradas
A Conferência em Volney, agosto de 1848. Nessa
conferência, David Arnold, cujo celeiro foi o local da
reunião, manteve três “diferenças de opinião”:
• de que o milênio de Apoc. 20 já havia passado;
• de que os 144 mil eram aqueles que ressuscitaram
na ressurreição de Cristo;
• a Ceia do Senhor deveria ser comemorada somente
uma vez por ano, na Páscoa.
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A Bíblia e as visões na doutrina adventista
Como Arnold “falou sobre os 1000 anos estarem no passado”,
Ellen White “sabia que ele estava errado”, mas não sabia como
refutar o erro.
“Durante todo o tempo eu não podia compreender o
arrazoamento dos irmãos. Minha mente estava por assim dizer
fechada, não podia compreender o sentido das passagens que
estudávamos. Esta foi uma das maiores tristezas de minha vida…
por dois ou três anos minha mente continuou cerrada ao
entendimento das Escrituras. No decorrer de nossos trabalhos,
meu marido e eu visitamos o Pai Andrews, que sofria de
reumatismo inflamatório. Oramos por ele. Impus as mãos sobre
sua cabeça e disse: “Pai Andrews, o Senhor Jesus te dá saúde”.
Foi curado instantaneamente. Desse dia em diante tenho sido
capaz de compreender a Palavra de Deus. EGW, 1ME, p. 207
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A Bíblia e as visões na doutrina adventista
Estes “dois ou três anos” a que ela refere-se,
corresponde quase que exatamente ao período das
conferências de 1848-1850 (ver 1ME, p. 207).
Por isso, na Conferência em Volney, NY, ela foi incapaz
de refutar o erro do irmão Arnold, embora ela tenha
reconhecido que a crença dele estava errada. “Uma
grande dor pressionava o meu espírito,” “porque me
pareceu que Deus foi desonrado”.
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A Bíblia e as visões na doutrina adventista
Aos anciões orarem, ela reanimou-se mas não voltou à
consciência normal. Em visão, inconsciente ao que
acontecia a volta dela, ela levantou uma grande Bíblia e
começou a virar as páginas, indicando os textos relevantes
para as questões em discussão. Ao mesmo tempo, os seus
olhos estavam virados “para cima e em uma direção oposta
da Bíblia”, como se estivesse a ver algo distante. Quando a
visão terminou, ela contou ao grupo que o seu “anjo
acompanhador” tinha explicado “alguns dos erros daqueles
que estavam presentes, e também a verdade em contraste
com os seus erros.” (EGW, VE, p. 119)
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A Bíblia e as visões na doutrina adventista
O método pelo qual as visões resolveram discordâncias
doutrinais foi o de chamar a atenção a específicas
passagens das Escrituras Sagradas relevantes para o
seu estudo. Como Loughborough observou, “a razão
porque essas pessoas desistiram de suas diferenças
não foram simplesmente porque a Irmã White disse
que eles devessem abandoná-las, mas porque na
mesma visão eles foram apontados para afirmações
claras das Sagradas Escrituras que refutaram suas falsas
teorias, que haviam lhes sido apresentadas, em
contraste com a direta e harmoniosa verdade Bíblica.”
Renato Stencel (org.) 2013
As Escrituras devem ter prioridade
A “Luz Menor” e a “Luz Maior’ – Ellen White escreveu
em 1902, “pouca atenção é dada à Bíblia, e o Senhor
deu uma luz menor para guiar homens e mulheres à
luz maior” (Ev., p. 257). Isso sublinha a insistência dela
de que a Bíblia deverá sempre ser colocada a frente
como o padrão da doutrina e prática.
Renato Stencel (org.) 2013
Fonte
Espírito de Profecia:
Orientações para a
Igreja Remanescente
Pág. 113-134.
Centro de Pesquisas Ellen G. White
Organizador: Renato Stencel
Abril de 2013
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