Programa Fortalecimento da Gestão Coordenação-Geral de Fomento ao Fortalecimento da Gestão e Controle Social Diretoria de Prevenção Secretaria de Prevenção à Corrupção e Informações Estratégicas Controladoria-Geral da União Controle Interno e Gerenciamento de Riscos Modelo COSO O que é e para que serve um controle interno? • Com o crescimento dos municípios, de suas estruturas de gestão e das demandas dos cidadãos pelos serviços públicos, cresce também a necessidade dos dirigentes em obter informações fidedignas de cada área governamental. • Em outras palavras, um sistema que promovesse o controle das ações governamentais, traria segurança ao gestor na tomada de decisões e garantiria a governança. O que é e para que serve um controle interno? • • Governabilidade = dimensão estatal do exercício do poder Governança = modus operandi das políticas governamentais • A governança está ligada ao formato político-institucional do processo decisório, à definição do mix apropriado de financiamento de políticas e ao alcance geral dos programas, englobando a sociedade como um todo. O que é e para que serve um controle interno? • • • A necessidade de garantia da governança e de estruturação de um sistema de controle também existe na iniciativa privada. Diante da pergunta de como estruturar esse sistema chegava-se a respostas diversas - gestores, auditores internos, servidores, funcionários das controladorias. Mas havia uma determinação legal para que o ente federativo implementasse seu controle interno. O que é e para que serve um controle interno? • Em uma primeira fase houve o cumprimento da determinação legal, criando cada município uma estrutura própria de controle, seja um controlador, seja uma controladoria. • Contudo, para garantir o funcionamento dessa estrutura havia necessidade de um modelo e uma definição para controle interno. • Semelhante situação existia na iniciativa privada. Histórico - COSO • • Em 1985, foi criada, nos Estados Unidos, a National Commission on Fraudulent Financial Reporting (Comissão Nacional sobre Fraudes em Relatórios Financeiros), uma iniciativa independente, para estudar as causas da ocorrência de fraudes em relatórios financeiros/contábeis. Em 1992 publicaram o trabalho "Internal Control – Integrated Framework" (Controles Internos - Um Modelo Integrado). Esta publicação tornou-se referência mundial para o estudo e aplicação dos controles internos. Histórico - COSO • • A Comissão transformou-se em Comitê, que passou a ser conhecido como COSO - The Comitee of Sponsoring Organizations (Comitê das Organizações Patrocinadoras). O COSO é uma entidade sem fins lucrativos, dedicada à melhoria dos relatórios financeiros através da ética, efetividade dos controles internos e governança corporativa. Histórico - COSO • • • • • • É patrocinado por cinco das principais associações de classe de profissionais ligados à área financeira nos Estados Unidos: AICPA – American Institute of Certified Public Accounts (Instituto Americano de Contadores Públicos Certificados AAA - American Accounting Association (Associação Americana de Contadores) FEI - Financial Executives Internacional (Executivos Financeiros Internacional) IIA - The Insititute of Internal Auditors (Instituto dos Auditores Internos IMA - Institute of Management Accountants (Instituto dos Contadores Gerenciais) Definição Controle Interno - COSO • • • • "Controle Interno é um processo operado pela administração, desenhado para fornecer segurança razoável quanto ao atingimento dos objetivos relacionados à: Eficiência e eficácia (efetividade) operacional (objetivos de desempenho ou estratégia): esta categoria está relacionada com os objetivos básicos da entidade, inclusive com os objetivos e metas de desempenho e rentabilidade, bem como da segurança e qualidade dos ativos; Confiança nos registros contábeis/financeiros (objetivos de informação): todas as transações devem ser registradas, todos os registros devem refletir transações reais, consignadas pelos valores e enquadramentos corretos; Conformidade (objetivos de conformidade) com leis e normativos aplicáveis à entidade e sua área de atuação. Definição Controle Interno - COSO • Processo é constituído de 5 elementos, que estão inter-relacionados entre si, e presentes em todos o controle interno. – – – – – Ambiente de Controle Avaliação e Gerenciamento dos Riscos Atividade de Controle Informação e Comunicação Monitoramento Ambiente de Controle • • • • Reflete a consciência de controle da organização, sua “cultura” de controle. Envolve competência técnica e compromisso ético. Definido pela postura da alta administração (padrão ético/integridade e compromisso), que desempenha papel fundamental para os funcionários (exemplo de conduta). Dá o tom real e efetivo do controle existente na organização. Avaliação de Riscos • • É a identificação dos riscos que podem afetar os principais processos, operações e atividades da organização. Uma vez estabelecidos os objetivos e metas, são identificados os riscos que ameaçam o seu cumprimento e são tomadas as ações necessárias para o gerenciamento dos riscos identificados. Atividades ou Práticas de Controle • São políticas e procedimentos estabelecidos pela administração para mitigar as ameaças à gestão e promover o alcance dos objetivos da organização. - Revisões de desempenho. - Processamento de informações (controles de aplicativos e controles gerais de TI). - Controle físico (segurança física dos ativos e registros, limitação de acesso a programas e arquivos de dados, contagem periódica de elementos físicos e comparação com os valores registrados). - Segregação de funções (com a definição de alçadas progressivas). Sistema de Informação e Comunicação • • • A qualidade das informações afeta a capacidade da administração de tomar decisões. o controle deve se preocupar cada vez mais com a avaliação de risco e segurança em ambientes eletrônicos e com as técnicas de controle aplicadas a sistemas informatizados. Funções e responsabilidades devem ser comunicadas sob a forma de manuais de políticas e procedimentos internos. Monitoramento de Controles • • • É a avaliação permanente da efetividade dos controles internos. Sua finalidade é verificar se os controles estão operando conforme o pretendido e se são modificados para atender a mudanças de condições. O monitoramento também assegura que os controles continuem a operar efetivamente ao longo do tempo. Monitoramento de Controles • • O acompanhamento das atividades é contínuo, devendo-se estimular ainda mecanismos de autoavaliação, revisões internas e auditorias internas programadas. Auditores internos ou funcionários que exerçam funções similares fornecem informações com regularidade a respeito do funcionamento do controle interno, concentrando atenção na avaliação da efetividade dos controles, e comunicam à administração os pontos fortes e as deficiências encontradas, apresentando recomendações para o seu aprimoramento. Lei Sarbanes-Oxley (EUA 2002) • Mudanças significativas nas regras de governança corporativa: – Aumento da responsabilidade (civil e penal) dos administradores perante a divulgação das informações contábeis e financeiras. – Ênfase no uso de controles internos mais rígidos. – Avaliação, pela administração, da estrutura e da eficiência dos controles internos como forma de eliminar a manipulação indevida de informações. – Gerenciamento de riscos para evitar a ocorrência de fraudes (além de mitigar outros riscos), promovendo a transparência da gestão. Gerenciamento de Riscos COSO II (2004) Constituição Federal Fiscalização dos Municípios pelo sistema de Controle Interno Artigo 31 Lei 4.320 Controles Internos Artigos 75 a 80 1985 1964 1992 2002 2004 Controles Internos Um Modelo Integrado COSO I Lei Sarbanes-Oxley Gerenciamento de Riscos Corporativos Estrutura Integrada COSO II 1988 Comissão Nacional sobre Fraudes em Relatórios Financeiros - EUA Gerenciamento de Riscos Corporativos Estrutura Integrada • • • • • • • Alinhar o apetite a risco e a estratégia Otimizar as decisões de resposta a risco Reduzir surpresas e prejuízos operacionais Identificar e administrar os riscos inerentes aos empreendimentos Fornecer respostas integradas aos diversos riscos Aproveitar as oportunidades Melhorar a alocação de capital Gerenciamento de Riscos Corporativos Estrutura Integrada • Ajuda os administradores a atingir as metas de desempenho e de lucratividade da organização, e evitam a perda de recursos. O gerenciamento de riscos corporativos contribui para assegurar comunicação eficaz e o cumprimento de leis e regulamentos, bem como evitar danos à reputação da organização e suas conseqüências. Gerenciamento de Riscos Corporativos Estrutura Integrada • • • • um processo contínuo e que flui através da organização; conduzido pelos profissionais em todos os níveis da organização; aplicado à definição das estratégias; aplicado em toda a organização, em todos os níveis e unidades, e inclui a formação de uma visão de portfólio de todos os riscos a que ela está exposta; Gerenciamento de Riscos Corporativos Estrutura Integrada • • • formulado para identificar eventos em potencial, cuja ocorrência poderá afetar a organização, e para administrar os riscos de acordo com seu apetite a risco; capaz de propiciar garantia razoável para o conselho de administração e a diretoria executiva de uma organização; orientado para a realização de objetivos em uma ou mais categorias distintas, mas dependentes. Gerenciamento de Riscos Corporativos Estrutura Integrada • Objetivos da organização são organizados em 4 categorias: – Estratégicos – metas gerais, alinhadas com sua missão. – Operações – utilização eficaz e eficiente dos recursos. – Comunicação – confiabilidade de relatórios. – Conformidade – cumprimento de leis e regulamentos aplicáveis. Gerenciamento de Riscos Corporativos Estrutura Integrada • É capaz de propiciar uma garantia razoável que a diretoria executiva e o conselho de administração, na função de supervisão, serão informados, no momento adequado, o quanto a organização está avançando na direção do atendimento dos objetivos. Componentes do Controle Interno • • • • • • • • Ambiente Interno, Fixação de Objetivos, Identificação de Eventos, Avaliação de Riscos Resposta a Riscos, Atividades de Controle, Informação e Comunicação, Monitoramento. Ambiente Interno • • Compreende o tom de uma organização. Fornece a base pela qual os riscos são identificados e abordados pelo seu pessoal, inclusive a filosofia de gerenciamento de riscos, o apetite a risco, a integridade e os valores éticos, além do ambiente em que estes estão. Fixação de Objetivos • • • A definição de objetivos, alinhados à missão e à visão das entidades, é necessária para permitir a identificação de eventos que potencialmente impeçam a sua realização. O modelo requer que todos os níveis da organização tenham objetivos fixados e comunicados (estratégicos, operacionais, comunicação e conformidade). E mais, como os objetivos devem ser atingidos e como mensurar esse atingimento. Definir os objetivos é pré-condição para a identificação dos eventos de risco e para a avaliação e a definição das estratégias para gerenciá-los (resposta a riscos). Identificação de Eventos • • • Eventos são incidentes resultantes de fatores internos ou externos. O processo de identificação de eventos de risco pode abranger tanto riscos negativos (ameaças), cujas conseqüências serão perdas, como os riscos positivos (oportunidades), cujas conseqüências serão ganhos. O objetivo é determinar e catalogar os riscos que podem impedir o alcance dos objetivos estabelecidos nos diversos níveis da organização. Identificação de Eventos • • • • • • • • • Risco é a probabilidade de perda ou incerteza associada ao cumprimento de um objetivo. Para cada objetivo proposto deve ser feito um processo de identificação dos riscos. O que pode dar errado? Como e onde podemos falhar? O que deve dar certo ? Onde somos vulneráveis? Quais ativos devemos proteger? Temos algum ativo líquido ou de uso alternativo? Como podemos ser roubados ou furtados? Como poderiam interromper nossas operações? • • • • • • • • Como sabemos se nossos objetivos foram (ou não) alcançados? Quais informações são as mais importantes ? Onde gastamos mais dinheiro? Como faturamos e cobramos nossas vendas? Quais decisões requerem mais análise? Quais atividades são mais complexas? Quais atividades são mais regulamentadas? Quais são nossas maiores exposição ao risco legal? Avaliação de Riscos • Os riscos podem ser – Operacionais (riscos de falha humana, produtos & serviços, regulamentação, catástrofe, sinistros, patrimonial, contrato, fraudes/desvios); – De informação (falhas em sistemas gerenciais de informação, integridade, confidencialidade, gestão de dados, sistemas de validação de informações e sistema de segurança informacional); e – De conformidade (risco legal, risco de não cumprimento às legislações e regulamentos aplicáveis). Avaliação de Riscos • Uma vez identificados os riscos, devemos avaliá-los, levando em conta os seguintes aspectos: – qual a probabilidade (frequência) dos riscos ocorrerem? – em caso de ocorrer, qual seria o impacto nas operações, considerando os aspectos quantitativos e qualitativos? – em sua opinião, quais ações seriam necessárias para administrar os riscos identificados. Avaliação de Riscos • • A análise qualitativa faz a priorização dos riscos através de avaliação e combinação de sua probabilidade de ocorrência e impacto. Já a análise quantitativa faz a análise numérica do efeito dos riscos identificados nos objetivos gerais. Resposta a Riscos • É o processo de desenvolver e determinar estratégias para gerenciar os riscos identificados. • Compete à administração, com base nos riscos avaliados, desenvolver um conjunto de ações concretas para manter o nível de “riscos residuais” alinhado aos níveis por ela estabelecidos de tolerância a riscos. • As respostas incluem evitar, reduzir, compartilhar, transferir ou aceitar os riscos. - Risco Inerente é o risco do negócio, do processo ou da atividade independentemente dos controles adotados. - Risco Residual é o risco remanescente após a mitigação por controles. Apetite e Tolerância a Riscos • • • O apetite a risco é a quantidade de riscos, no sentido mais amplo, que uma organização está disposta a aceitar em sua busca para agregar valor. O apetite a risco reflete toda a filosofia administrativa de uma organização e, por sua vez, influencia a cultura e o estilo operacional desta. É o equilíbrio aceitável entre crescimento, riscos e retorno. O apetite a risco orienta a alocação de recursos entre as unidades de negócios e as iniciativas, levando em consideração os riscos e o plano da unidade para gerar o retorno desejado dos recursos investidos. Apetite e Tolerância a Riscos • • A tolerância a riscos representa o nível aceitável de variação em relação à meta para o cumprimento de um objetivo específico, e, via de regra, é mensurada nas mesmas unidades utilizadas para avaliar o objetivo a que está vinculada. Ao estabelecer a tolerância a riscos, a administração considera o grau de importância do objetivo relacionado e alinha essas tolerâncias ao apetite a risco global. Atividades de Controle • As atividades de controle são as respostas aos riscos planejados e definidos nas políticas e procedimentos. Informação e comunicação • A organização deve estabelecer um plano de comunicações entre os níveis hierárquicos bem como um plano de comunicação com terceiros, clientes, fornecedores, órgãos reguladores e acionistas. Monitoramento • Os riscos corporativos são monitorados avaliando-se a presença e o funcionamento de seus componentes ao longo do tempo de forma contínua. Eficácia • Quando se constata que o gerenciamento de riscos corporativos é eficaz em cada uma das quatro categorias de objetivos (estratégicos, operacionais, comunicação e conformidade), isso significa que o conselho de administração e a diretoria executiva terão garantia razoável de que entenderam até que ponto, os objetivos estratégicos e operacionais não estão realmente sendo alcançados, o sistema de comunicação da empresa é confiável, e todas as leis e regulamentos cabíveis estão sendo observados. Limitações • • • • • Julgamento humano no processo decisório. Custo-benefício dos controles e da resposta a riscos Erro ou engano humano Conluio Administração tem o poder de recusar-se a aceitar as decisões de gestão de riscos. Funções e responsabilidades • • • • Chefe do executivo é o principal responsável e deve assumir a responsabilidade da iniciativa. Secretários e Diretores devem apoiar a filosofia de administração de riscos da organização, incentivar a observação de seu apetite a risco e administrar os riscos dentro de suas esferas de responsabilidade, conforme as tolerâncias a risco. Diretor de riscos, diretor-financeiro, auditor interno e outros, detém responsabilidades fundamentais de suporte. Cada um dos empregados de uma organização tem uma parcela de responsabilidade, devendo dar cumprimento às diretrizes e aos protocolos estabelecidos.. Como fazer? • • • • O planejamento estratégico oferecerá condições de definir o apetite e a tolerância a riscos que o município está disposto a assumir. O mapeamento de processos é fundamental para a análise dos eventos de riscos (visualização dos fluxos de processos). O processo de gerenciamento de riscos deve ser realizado por unidade administrativa específica. O estabelecimento de manuais operacionais dos principais processos realizados no município produz informação para que todos os agentes públicos possam se perceber dentro do processo. Programa Fortalecimento da Gestão • Informações sobre o programa podem ser obtidas na unidade regional da CGU no seu Estado ou diretamente na Coordenação-Geral de Fomento ao Fortalecimento da Gestão e Controle Social, em Brasília. email: [email protected] fone: 61-2020-6727 Obrigado! Dany Andrey Secco Coordenador-Geral de Fomento ao Fortalecimento da Gestão e Controle Social DPC/SPCI/CGU-PR