A alegria do Evangelho Jorge M. Bergoglio Papa Francisco “Não deixemos que nos roubem a alegria de evangelizar” EG 83 “ Assim se gera a maior ameaça que “ é o pragmatismo cinzento da vida cotidiana da Igreja, no qual aparentemente tudo procede dentro da normalidade, mas, na realidade, a fé vai-se deteriorando e degenerando na mesquinhez. Desenvolve-se a psicologia do túmulo, que pouco a pouco transforma os cristãos em múmias de museu... “Não deixemos que nos roubem a alegria de evangelizar” EG 83 “Desiludidos com a realidade, com a Igreja ou consigo mesmo, vivem constantemente tentados a apegar-se a uma tristeza melosa, sem esperança, que se apodera do coração como “o mais precioso elixir do demônio. Chamados para iluminar e comunicar a vida, acabam por se deixar cativar por coisas que só geram escuridão e cansaço interior e corroem o dinamismo apostolico...” O verdadeiro poder é o SERVIÇO Jorge M. Bergoglio Papa Francisco Adorars ao Senhor, teu Deus, e só a Ele renderás culto Queridos irmãos e irmãs catequistas! Talvez, como poucas vezes em nossa história, esta sociedade ferida aguarda a nova chegada do Senhor . Aguarda a entrada curadora e reconciliadora daquele que é o Caminho, a Verdade e a Vida. Temos muitas razões para esperar. Portanto, não nos esqueçamos de que sua passagem e sua presença salvífica foram uma constante em nossa história. Descobrimos a maravilhosa marca de sua obra criadora em uma natureza de riqueza incomparável. A generosidade divina também se refletiu no testemunho de vida, de entrega e sacrifico de nossos pais e próceres, do mesmo modo que em milhões de rostos humildes e crentes, irmãos nossos, protagonistas anônimos do trabalho e das lutas heróicas, encarnação da silenciosa epopéia do Espírito que funda povos. Contudo, vivemos muito longe da gratidão que merecia tanto dom recebido. O que nos impede de ver essa chegada do Senhor? O que nos impede de gostar e ver como é bom o Senhor (Salmo 34 [35], 9) perante tanta prodigalidade na terra e nos homens? O que trava as possibilidades de aproveitar, em nossa nação, o encontro pleno entre o Senhor, seus dons e nós mesmos? Assim como na Jerusalém daquela época, quando Jesus atravessava a cidade e aquele homem chamado Zaqueu não o conseguia ver em meio a multidão, algo nos impede de ver e sentir sua presença. Missão silenciosa mas importante tarefa de edificar a Igreja. Estou certo de que não exagero ao afirmar que estamos em um tempo de “miopia espiritual e pobreza moral”, que nos impõe como normal uma “cultura inferior”, na qual parece não haver lugar para a transcendência e a esperança. Por ser catequista, porém, você bem sabe, pela experiência que o relacionamento semanal com as pessoas lhe dá, que continuam pulsando no homem o desejo e a necessidade de Deus. Hoje, mais que nunca, perante a soberba e a prepotência invasiva dos novos Golias, que em alguns meios de comunicação e nos gabinetes oficiais reatualizam preconceitos e ideologias autistas, faz-se necessária a serena confiança de Davi para, na simplicidade, defender a herança. Por isso, gostaria de insistir naquilo que lhes escrevi um ano atrás: “Hoje, mais que nunca, é possível descobrir por trás de tantas demandas de nossa gente uma busca pelo Absoluto, que sucessivamente adquire a forma de grito doloroso de uma humanidade ultrajada: ‘Quiséramos ver Jesus’ (João 12,21)”. São muitos os rostos que, com um silêncio mais decidido que mil palavras, nos fazem esse pedido. Nós os conhecemos bem: estão entre nós; são parte desse povo fiel que Deus nos confia: rostos de crianças, de jovens, de adultos... Alguns deles têm o olhar puro do discípulo amado; outros, o olhar baixo do filho pródigo. Não faltam rostos marcados pela dor e pela desesperança, mas todos esperam, buscam e desejam ver Jesus. Portanto, precisam dos crentes, especialmente dos catequistas, que “não só ‘falem’ de Cristo, mas, de certo modo, que façam ‘vê-lo’... Por isso, nosso testemunho seria enormemente deficiente se não fôssemos os primeiros contempladores de seu rosto. Dessa forma, ouso lhes propor para que paremos este ano para aprofundar-nos no tema da adoração.x Hoje, mais que nunca, faz-se necessário “adorar em espírito e verdade” (João 4,24). É uma tarefa indispensável do catequista que queria deitar raízes em Deus, que queira não desfalecer no meio de tanta comoção.xx Hoje, acima de tudo, é preciso “adorar para tornar possível a proximidade” que estes tempos de crise demandam. Só na contemplação do Mistério de Amor que vence distâncias e se faz proximidade encontraremos a força para não cair na tentação de passar reto, sem parar o caminho. Hoje também se faz necessário ensinar nossos catequizandos a adorar, para que nossa catequese seja verdadeiramente iniciação, e não só ensino.x Hoje, além de tudo, faz-se necessário adorar para não nos apavorarmos com palavras que às vezes ocultam o Mistério, e sim nos ofertamos o silêncio pleno de admiração que se cala diante da Palavra presente e próxima. Hoje, mais que nunca, faz-se necessário adorar! Porque adorar é prostar-se, é reconhecer na humildade a grandeza infinita de Deus. Só a verdadeira humildade pode reconhecer a verdadeira grandeza, mas reconhece também o pequeno que pretende se apresentar como grande. Talvez uma das maiores perversões de nosso tempo seja adorar o humano em detrimento do divino. “Só ao Senhor adorarás” é o grande desafio diante de tantas propostas de nada vazio. Não adorar os ídolos contemporâneos – com seus cantos de sereia – é o grande desafio da atualidade; não adorar o não adorável é o grande sinal dos dias de hoje. Ídolos que causam morte não merecem nenhuma adoração; só o Deus da vida merece “adoração e glória” [cf. Documento de Aparecida, 491] Adorar é olhar com confiança para Aquele que aparece como confiável porque é doador de vida, instrumento de paz, promovedor de encontro e solidariedade.xx xxxxxxxxxxxxxxxx Adorar é ficar em pé diante de tudo que for não adorável, porque a adoração nos torna livres e pessoas cheias de vida. Adorar não é esvaziar-se, e sim encher-se; é reconhecer e entrar em comunhão com o Amor. Ninguém adora a quem não ama, ninguém adora a que não considera seu amor.x Somos amados! Somos queridos! Deus é amor. É essa certeza que nos leva a adorar com todo o nosso coração aquele que “nos amou primeiro” (1João 4,10). Adorar é descobrir sua ternura; é achar consolo e descanso em sua presença, é poder experimentar o que diz o Salmo 22(23): “Ainda que eu atravesse o vale escuro, nada temerei, pois estais comigo. [...] A vossa bondade e misericórdia hão de seguir-me por todos os dias de minha vida”. Adorar é ser testemunha alegre de sua vitória; é não nos deixar vencer pela grande atribulação e gostar antecipadamente da festa do encontro com o Cordeiro, o único digno de adoração, que secará todas as nossa lágrimas e em quem celebramos o triunfo da vida e do amor sobre a morte e o desamparo (Apocalipse 21-22). Adorar é nos aproximarmos da unidade; é descobrirmo-nos filhos de um mesmo Pai, membros de uma única família, como descobriu São Francisco: cantar o louvor unidos a toda a criação e a todos os homens. É amarrar os laços que rompemos com nossa terra, com nossos irmãos; é reconhecê-lo como Senhor de todas as coisas, Pai bondoso do mundo inteiro.x Adorar é dizer “Deus”, e dizer “vida”. Encontrarmo-nos de frente com Deus da vida em nossa vida diária é adorá-lo com a vida e o testemunho. É saber que temos um Deus fiel que ficou conosco e que confia em nós. Adorar é dizer AMÉM! Ao cumprimentá-los pelo Dia do Catequista, quero novamente agradecer por toda a sua entrega ao serviço do povo fiel. Quero também pedir à Virgem Maria Santíssima que mantenha viva em seu coração essa sede de Deus para que vocês possam, como a samaritana do Evangelho, adorar em espírito e verdade e fazer que muitos se aproximem de Jesus (João 4,24). Não deixem de rezar por mim para que eu seja um bom catequista. Que Jesus os abençoe e a Virgem Maria cuide de vocês! Carta aos catequistas, Agosto de 2002 Um povo para todos “ Ser Igreja significa ser povo de Deus, de acordo com o grande projeto de amor do Pai. Isto implica se o fermento de Deus no meio da humandade; quer dizer anunciar e levar a salvação de Deus a este mundo... A Igreja deve ser o lugar da misericordia gratuita, onde todos possam sentir-se acolhidos, amados, perdoados e animados a viverem segundo a vida boa do Evangelho” EG 114 Carisma ao serviço da comunhão evangelizadora “O Espírito Santo enriquece toda a Igreja evangelizadora também com diferentes carismas. São dons para renovar e edificar a Igreja. Não se trata de um patrimônio fechado, entregue a um grupo para que o guarde, mas são presentes do Espírito integrados no corpo eclesial, atraídos para o centro que é Cristo.” EG 130 Diálogo com Deus meditação /catequese “ Aquele que prega deve conhecer o coração de sua comunidade para identificar onde est´s vivo e ardente o desejo de Deus e também onde é que este diálogo de amor foi sufucado ou não pôde dar fruto” EG 137 “Creio que o segredo de Jesus esteja escondido em sua maneira de olhar o povo além de suas fraquezas e quedas” EG 141 Deixar-se tocar pela Palavra e fazê-la carne na sua vida “ O pregador tem de aceitar ser primeiro trespassado por essa Palavra que há de trespassar os outros, porque é uma Palavra viva e eficaz, que, como uma espada, ‘penetra até à divisão da alma e corpo’, das articulações e das medulas, e discerne os sentimentos e intenções do coração” EG 150 “ O Senhor vos faça crescer e superabundar de caridade uns para com os outros e para com todos” (1 Ts, 3-12) Renovação mistagógica “ A centralidade do querigma requer certas características do anúncio que hoje são necessários em toda parte: que exprime o amor salvifíco de Deus como prévio à obrigação moral e religiosa, que não imponha a verdade, mas faça apelo à liberdade, que seja pautado pela alegria, o estímulo, a vitalidade e uma integridade harmoniosa que não reduza a pregação a poucas doutrinas, por vezes filosóficas que evangélicas... Catequese querigmática e mistagógica “ Exige do Evangelizador certas atitudes que ajudam a colher melhor o anúncio:- proximidade; - abertura ao diálogo; - paciência; - acolhimento cordial que não condena.” EG 165 Encontro espiritual “ Precisamos nos exercitar na arte da escuta, que é mais que ouvir. Escutar, na comunicação com o outro, é a capacidade do coração que torna possível a proximidade, sem a qual não existe um verdadeiro encontro espiritual” Modo de proceder para defender as ovelhas:- Arte de esperar; - A docilidade ao Espírito.” cf EG 171