Cristologia José Orlando Silva Mestre em Teologia Sistemática e Ciências da Religião (UNICAP) A Centralidade da Encarnação para Teologia A humanidade de Cristo e suas implicações especulativas A encarnação como a suprema hierofania:Releituras interpretativas do Cristianismo A encarnação e o Santuário: Tipos e antítipos correlacionados 2 A humanidade do Filho de Deus é tudo para nós. É a corrente de ouro que liga nossa alma a Cristo, por meio de Cristo a Deus. Isto deve constituir nosso estudo. Cristo foi um homem real; deu prova de sua humildade tornando-se homem. Entretanto, era Deus na carne. Quando abordamos este assunto, bem faremos em tomar a peito as palavras dirigidas por Cristo a moisés. junto a sarça ardente: ‘Tira as sandálias dos pés, porque o lugar em que estás é terra santa’ (Mensagens escolhidas, Livro I, pág. 244). 3 Tema mais repetido No ministério de Ellen G. White, a declaração de que a união do homem com o divino era essencial para expiação, tornou-se um dos temas mais repetidos durante o seu ministério. 4 Entendendo Teologia Definição: É uma ciência teológica. Vem de duas palavras gregas Theos e Logia É o estudo sobre Deus No sentido mais amplo: É o estudo de Deus e tudo que está relacionado com Ele, seja a favor ou contra Deus. A Ciência Teológica Divide-se em 4 áreas: Teologia Bíblica Teologia Sistemática Teologia Histórica Teologia Aplicada ou Prática Teologia Aplicada a) b) c) d) e) Pode ser também chamada de pastoral. São conceitos que tratam dos seguintes assuntos: Evangelismo Liderança Eclesiástica Aconselhamento Psicologia Pastoral Liturgia, ou seja áreas de caráter prático. Teologia Histórica Apresenta o desenvolvimento do transcurso da história sobre a Teologia. Em uma retrospectiva histórica visa identificar como a teologia foi entendida em cada período transcorrido. Exemplo: Lutero e suas ideologias. Teologia Bíblica É o estudo Teológico em cima do texto, ou seja, é o estudo do texto. Exemplo: Cristo no livro de João. Não é o estudo somente do livro, mas do capítulo e versículo. Teologia Sistemática Centraliza-se no aspecto temático. Aborda um certo assunto em toda a Bíblia. Exemplo: O Espírito Santo na Bíblia. Ou o que a Bíblia fala sobre determinado assunto? Diferença entre a Bíblica e Sistemática: Esta engloba a opnião de toda a Bíblia e aquela sobre um texto da Bíblia. A Sistemática divide-se: I. Dogmática e Ética Ética: Pode ser moral e Devocional. Devocional: Estudo da Bíblia, oração, ou seja, tudo para edificação Espiritual II. Moral: Lei de Deus,Sábado,Mordomia Dogmática a. b. c. d. e. f. g. Definição: Teologia que estuda a Deus, e o que está relacionado diretamente com Ele. Trindade Pneumatologia Angeologia Antropologia Hamartiologia Eclesiologia Escatologia Cristolog ia A Cosmovisão define o método Método Críticohistórico- Vê a Bíblia apenas como um volume de documentos do passado,que devem ser analisados como outros documentos antigos. A razão se torna o príncipio do 14 método. A Cosmovisão determina crença e Atitude. 15 Phillip E. Johnson afirma: Aquele que afirma ser cético em relação a um conjunto específico de crenças, é na verdade, um verdadeiro crente em outro conjunto de crenças. 16 A Importância do Método “Toda ciência tem seu próprio método, determinado por sua natureza peculiar”, afirmou Cullmann. Se uma pessoa adota um falso método, ela é semelhante a alguém que toma uma estrada errada que jamais a levará ao seu destino. Teologia é a Própria Bíblia? Se a visão Teológica não estiver amparada pela palavra de Deus, esta será distorcida. A teologia foi em um dado momento definida como a palavra de Deus, alguns podem argumentar, no entanto, que a própria Bíblia é a Teologia. Samuel Wakefield conceitua Teologia como a ciência que trata da existência, do caráter, e dos atributos de Deus, William Burton afirmou que é a ciência das coisas divinas baseada na revelação, Bultman já a define como a apresentação dos fatos Bíblicos em sua ordem própria e em relação aos princípios, Anselmo de Canterbury, no século XII, deunos uma boa definição. Ele falou de “fides quaerens intellectum- Fé que busca compreensão. Cave afirma: Essas declarações parecem confirmar a distinção que Sidney Cave fez entre a Teologia e a palavra de Deus. Cave vê a escritura como a palavra de Deus e a Teologia como a hipótese do Homem acerca dos ensinos da Escritura. Conclusão Lógica Se Cristo é o centro das escrituras (ver João 5:39), a Cristologia devida, só pode ser extraída da palavra de Deus. Cristologia é o estudo de Cristo também com base em sua manifestação ao Homem e Seu relacionamento com ele. Atenção No entanto, a Cristologia se restringe, em particular, ao estudo da pessoa de Cristo, e independe de suas obras e ensinos. A Cristologia responde sobre quem é Cristo, e não sobre o que Ele fez e ensinou. O próprio Cristo expôs o cerne da Cristologia, mediante as célebres perguntas aos discípulos: “Quem diz o povo ser o filho do Homem?” “Quem dizeis quem Eu Sou?” (Mt 16:13-16). O Novo Testamento não deixa dúvidas sobre sua identidade: O Messias (Jo 1:41) O Servo do Senhor (Isa 42,49,53) O Bom Pastor (Jo 10:11). A Luz do Mundo (Jo 8:12) O Pão da vida (Jo 6:35) A Porta das Ovelhas (Jo 10:7) O Amém de Deus (Apo 22:20) 22 O Lírio dos Vales (Ct 2:1) A estrela da manhã (Ap 22:16) A ressurreição e a vida (Jo 11:25) Ele é o caminho, a verdade (Jo 14:6) O cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1:29) O único Fundamento (I Cor 3:11) A pedra de esquina (Ef 2:20) O Rei dos reis e Senhor dos senhores (Ap 19:16). 23 Sua Identidade Central e Primária DEUS ENCARNADO 24 SUA IDENTIDADE ERA O PONTO MAIS IMPORTANTE DE SEUS ENSINOS. C.S. Lewis, um agnóstico que se converteu a fé cristã e se tornou um dos maiores defensores do cristianismo, desafiou aqueles que querem transformar Jesus num mero exemplo de moralidade, rejeitando-O como Deus encarnado. Ele afirma que Jesus é o único homem que afirmou ser Deus estando em perfeita sanidade. 25 Passagens que revelam a integridade das duas naturezas de Cristo Lucas 1:35- “O ente santo que há de nascer”. Col 2:9- “Em Cristo habita corporalmente toda a plenitude da Divindade”. Gál 4:4- “Na plenitude do Tempo Deus enviou Seu Filho nascido de mulher” As duas naturezas(humana e Divina) preservadas e integradas em uma só pessoa. 26 Colossenses 2:9 Esse verso, interpretado a partir da tradição e concepção cristã, revela a essência da encarnação. A palavra “corporalmente”, vem do grego “ (somatikos), que aparece como adjetivo e advérbio (FRIBERG; FRIBERG, 1990, p. 614), e a palavra que define a quantidade de Divindade que habitava corporalmente, é “plenitude”, grego “ (Pleroma), que está no substantivo neutro singular (FRIBERG; FRIBERG, 1990, P. 614). O termo “pleroma” é fundamental para o entendimento de que a divindade residia completa em Cristo. 27 “A noção de encarnação foi há muito tempo colocada no centro do mistério cristão. A teologia especulativa da idade média, depois a da contrarreforma mantiveram a proeminência dessa noção” (MOINGT, 2010, p. 305). Essa noção referente à encarnação influenciou fortemente a piedade popular e a arte religiosa. Conforme Joseph Moingt, foi a partir do século XX, que a encarnação perde sua centralidade, em função da reversão da teologia, quando a história de Jesus foi vista a partir de uma hermenêutica nova dos evangelhos. A noção de preexistência foi vista como prejuízo a integridade da existência humana de Jesus. (MOINGT, 2012, p. 305). 28 Carl Henry Pode-se admitir, é claro, que o nascimento virginal não é categoricamente idêntico à encarnação, assim como o túmulo vazio não é idêntico à ressurreição. Um pode ser afirmado sem o outro. Mas a ligação é tão estreita, aliás, indispensável que no caso de o nascimento virginal ou o túmulo vazio serem negados, é provável que tanto a encarnação como a ressurreição sejam questionadas ou sejam afirmadas numa forma muito diferente daquela que têm na escritura e no ensino histórico. O nascimento virginal bem pode ser descrito como indicação essencial, histórica, da encarnação, comportando não apenas uma analogia com as naturezas divina e humana do encarnado, mas também revelando a natureza, o propósito e o significado dessa obra de Deus para a salvação (1959, p. 20). 29 Cristo tornou-se o que é (Carne, humanidade), sem deixar de ser o que era (Deus), para nos salvar. Não aceitar essa Cristologia Bíblica significa afetar nosso entendimento da ciência da salvação. O Mistério da Encarnação é Deus se revestindo de Homem com finalidade redentiva. 31 O Efeito Dominó Se a visão da natureza humana e Divina de Cristo for distorcida, a soteorologia, justificação pela Fé, e as demais doutrinas serão alteradas, e haverá um EFEITO DOMINÓ. 32 Eric C. Webster afirma: Certamente está correto ao lembrar-nos de que quase todas as áreas da crença são influenciadas pelo ponto de partida do crente no que diz respeito à natureza de Cristo. Isso é verdade especialmente em questões tão importantes quanto justificação, santificação, expiação, o propósito do tema do grande conflito e a natureza do pecado. 33 A UNIÃO DAS DUAS NATUREZAS DE CRISTO “O homem não pode definir esse maravilhoso mistério: a mistura das duas naturezas. Este mistério nunca pode ser explicado”. (SDABC, Vol 7, pág 904). Não porque não haja explicação, mas porque a explicação transcede a razão. 34 Embora a palavra encarnação não seja encontrada na Bíblia, o ensinamento sobre esse tema está ali presente. Ela define a encarnação em termos de “mistério” (I Tim 3:16) e isso não poderia ser diferente, pois, na tradição judaico-cristã, o próprio Deus é, na sua essência um 35 Mistério vem do grego “Mystérion”, que significa “enigma”, “segredo”. São verdades divinas, que estão ocultas, e na perspectiva cristã, somente o Espírito Santo pode revelá-las. Nem mesmo os profetas são capazes de desvendá-las (ANDRADE, 2001, p. 215). A palavra mistério ainda é definida da seguinte forma: “Culto secreto, tudo o que na religião depende da fé, e é impenetrável à razão humana, aquilo que é incompreensível” (COSTA, 1981, p.997). Se o próprio Deus é um mistério, quanto mais a Sua encarnação. No entanto, segundo a interpretação teológica cristã, esse mistério é aludido nas Escrituras, e qualquer tentativa meramente humana para explicá-lo se caracteriza como insuficiente. Quanto a isso, as palavras: “As coisas encobertas pertencem ao Senhor, porém as reveladas nos pertencem a nós e a nossos filhos para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei” (Deut. 29:29), são de importância decisiva para compreensão deste mistério, a partir da 37 Era Deus e fez-Se homem. Era eterno e nasceu em tempo. Era imenso e determinou-se a lugar. Era impassível e padecia. Era imortal e morreu. Era Supremo, Senhor, e fez-Se servo. E servir o Senhor, morrer o imortal, padecer o impassível, alimentar-se o imenso e humanizar-se o divino, não só foi tomar o que não era, senão deixar o que era. Não deixar deixando, que isso não podia ser, mas deixar retendo. Deixar conservando; deixar sem deixar.[1] 38 Se tivesse vindo na forma de um anjo não seria o modelo nem o substituto perfeito para nós. Na mitologia pagã, os homens se divinizam exaltando apenas a si mesmos. Na encarnação Deus se humaniza para salvar os homens. E este ato sublime e misterioso, revela seu grande amor pela humanidade e seu determinado propósito em nos salvar. Por isso, Jesus Cristo encarnado é o nosso substituto perfeito. 39 Visão Bíblica DIVINDADE DE JESUS A divindade de Jesus nas Escrituras I - Declarações explícitas de que Ele é Deus: 1. Isa. 9:6 - “Deus Forte”, “Pai da Eternidade” 2. João 1:1,14 - O Verbo era Deus e o Verbo encarnou, logo, o Verbo era Jesus. 3. João 20:28 - “Senhor meu e Deus meu”. Tomé chega a tal conclusão mesmo contrário às suas inclinações naturais e sem reprovação por parte de Jesus. 4. Rom. 9:5 - diz ser Jesus “Deus bendito eternamente”. 5. Heb. 1:8 - registra a declaração do Pai dizendo que o Filho é Deus. 6. I João 5:20m - declara ser o filho “o verdadeiro Deus e a vida eterna”. 7. II Pedro 1:1 - “nosso Deus e Salvador Jesus Cristo”. 8. II Tess. 1:12 - “graça do nosso Deus e Salvador Jesus Cristo”. 9. II Tess. 2:16,17 - “Jesus nosso Deus e Pai... Console...”. 10. Tito 2:13 e 14 - “grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo; o qual se deu a si mesmo...” 11. Apoc. 22:6 e 16 - Jesus é o Deus dos santos profetas. II - Passagens substitutivas: YHWH substituído por Jesus. Tais passagens aparecem no NT citando o VT e substituindo a original referência pela explícita aplicação a Jesus. Como poderiam substituir YHWH por Jesus se não acreditassem que o Salvador fosse real e totalmente Deus? 1. Salmo 102:24 a 27 (Jeová) é aplicado a Jesus como criador em Heb. 1:10 a 12; 2.Isa. 40:3 (Jeová) é aplicado a Jesus em Mat. 3:3 quando João Batista o precedeu; 3. Isa. 44:6 (Jeová) é aplicado a Jesus em Apoc. 1:17 e 22:13; 4. Isa. 45:15, 18, 21 a 23 (Jeová) é uma prerrogativa de Jeová ser adorado e isso é aplicado a Jesus em Fil. 2:9 a 11. Êxodo 3:14 (Jeová) aplicado por Jesus a ele mesmo quando usou a expressão que se refere a um presente contínuo, sem referência a tempo. Em Isa. 43:10, a expressão “eu sou”, usada para Jeová no grego da LXX, é a mesma que Jesus usa em Jo. 8:58. Esta mesma passagem nos traz o contraste entre Jesus que disse “eu sou” antes que Abraão existisse (genésthai). A Humanidade é a encarnação em si. Todo aquele que confessa que Jesus veio em carne é de Deus, ao passo que todo aquele que não o faz “não procede de Deus” (I Jo 4:2 e 3). Há diversas referências na Bíblia sobre Sua humanidade. João 1:14, declara que Jesus “Se fez carne”, o que significa que Ele adotou a natureza humana (TAYLOR, 1983, p. 196). Paulo igualmente afirma: “Deus enviou seu filho nascido de mulher (Gl 4:4), Cristo foi feito “semelhança de homens” e foi “reconhecido em figura humana” (Filip. 2:7). Já em I Timóteo 3:16, a manifestação de Deus através da natureza humana, é chamada “mistério da piedade”. Ainda a genealogia de Cristo a Ele se refere como “filho de Davi” e “filho de Abraão” (S. Mt. 1:1). Como homem, Ele, “nasceu da semente de Davi” (Rm. 1:3; 9:5) e foi o “filho de Maria” (Mr. 6:3). 51 A Humanidade de Cristo é tão evidente que a mais frequente designação que Jesus faz de Si mesmo é a de “Filho de homem”. Esse título (que provavelmente deriva de Dn. 7:13) lhe é atribuído 70 vezes nos Sinóticos. A combinação, neste título, de humanidade com triunfo escatológico, faz com que seja a designação perfeita para o Salvador dos Homens. Praticamente todas as escolas de Teologia hoje reconhecem plenamente a humanidade de Cristo e cada vez se apercebem mais de sua significância. (BERKOUER, 1968, p. 226). 52 O problema para o crente de hoje é “pensar a identidade divina de Jesus sem que sua identidade humana sofra o mínimo prejuízo, sob pena de que a encarnação perca toda a sua inteligibilidade” (MOINGT, 2000, p. 328). Em contra partida, a dificuldade era totalmente inversa para os cristãos dos tempos passados. 53 A Parte da Revelação surge a especulação Toda vez que tento explicar o que não se explica, estabelecemos uma heresia Consciência nunca será cristã a parte da palavra revelada. 54 HISTÓRICO Séc. I - Ebionitas: Homem comum sobre o qual repousava o Espírito Santo. Séc. II - Docetismo: Cristo tinha apenas uma natureza divina. Sua humanidade era aparente Séc. III - Adocianismo: O homem Jesus, filho de Maria, recebeu o logos no Batismo pelo Espírito Santo. Séc. IV - Arianismo: Jesus foi criado pelo Pai, embora o ser mais exaltado da criação. Séc. IV - Apolinarianismo: Nega a humanidade de Jesus e cai num meio-docetismo. Séc. V - Nestorianismo: As naturezas em Cristo são separadas. Séc. V - Eutiquianismo: Rejeitava a distinção entre as duas naturezas de Jesus. Havia uma fusão. Monofisismo. A Grande Questão da encarnação consiste em: Qual humanidade Jesus assumiu? Igual a nossa? Antes da queda ou depois da queda de Adão? Essa questão tem ecoado e dividido opniões. E a depender da humanidade apontada, Jesus deixará de ser Salvador, o homem viverá sob a pretensão da impecabilidade, e a salvação se dará por imitação. A Justificação não será pela fé em Cristo e etc. 58 A Parte da revelação: Essas questões serão um tormento. 59 Vejamos: Lucas 1:35- O Nascimento de Jesus foi único. Os perfeccionistas querem transformá-lo em alguém igual a nós em todos os aspectos. Vejam o silogismo ilógico da lógica dos perfeccionistas: “Se Ele foi como nós, nós podemos ser como Ele”. Pensamento pós Lapsariano. 60 Jesus não partilhou de nossa natureza caída e herdada de Adão SINGULARIDADE- Ausência de Pecado INDENTIDADE- Intereiza da Humanidade AFETADO- Degenerescência Física INFECTADO- Não havia um mínimo de vestígio de pecado ou contaminação. Cristo Tomou nossa natureza em seu estado deteriorado. 61 E O VERBO SE FEZ CARNE E O VERBO SE FEZ CARNE S. João 1: 1 e 14 “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. E o Verbo Seafez carne e habitou entre nós, e vimos Sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.” QUE TIPO DE NATUREZA TINHA JESUS? 1. PRÉ-LAPSARIANA? 2. PÓS LAPSARIANA? (Lapsus - do Latim = Errar) PRÉ-LAPSARIANAS Jesus possuía natureza humana semelhante a de Adão antes da queda. Ele tinha natureza humana sem pecado. DESVANTAGEM DESTA TESE Teria vantagem sobre nós que nascemos com natureza pecaminosa Eis que em iniqüidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe. Salmos 51:5 PÓS-LAPSARIANA Jesus possuía natureza humana semelhante a de Adão depois da queda. Ele tinha natureza humana pecaminosa. DESVANTAGENS DESTA TESE 1 Ele fazia parte da raça caída necessitada de redenção - Então também necessitava de redenção. 2 Não poderia ser nosso Redentor. 3 Nascem as pessoas culpadas ou só são culpadas se escolhem pecar? Nesse caso bebês não precisam de um Salvador. ANÁLISE DO PROBLEMA PERFECCIONISMO Os que defendem a idéia que Cristo teve uma natureza humana pecaminosa, defendem o conceito do perfeccionismo. Estes crêem que Deus terá no final uma geração de pessoas que provará diante do universo que é possível guardar a lei de Deus integralmente. EXPLICAÇÕES SOBRE A OBEDIÊNCIA É VERDADE QUE DEUS REQUER OBEDIÊNCIA À SUA LEI 1 “Deus requer inteira obediência a todos os Seus mandamentos. Ele requer agora, como sempre, perfeita justiça como o único título para o Céu.” SDABC Vol 6, pág. 1072. 2 Mas só existe um caminho para cumprirmos esse requerimento: aceitação de Jesus Cristo como nosso Salvador. “Pela Graça sois salvos, mediante a fé; e isso não vem de vós, é dom de Deus; não de obras para que ninguem se glorie.” Efés. 2:8 e 9). “No momento em que o pecador crê em Cristo, ele aparece à vista de Deus sem condenação, pois a justiça de Cristo torna-se sua; a perfeita obediência de Cristo lhe é imputada.” Fundamentos da Educação Cristã, pág. 429. 3 Somos então vistos por Deus não simplesmente como pecadores, mas como se nunca houvéssemos cometido pecado. “O caráter de Cristo substitui o seu caráter e você é aceito por Deus como se jamais tivesse pecado.” Caminho a Cristo, pág. 62. Não necessitamos temer o julgamento; 4 pois Deus não olha para o que temos realizado, mas o que Jesus tem feito e creditado a nosso favor. “Pela fé em Seu sangue, todos podem ser aperfeiçoados em Cristo Jesus. Graças a Deus por não estarmos lidando com impossibilidades. Podemos pretender santificação. Podemos fruir o favor de Deus. Não devemos estar anciosos acerca do que Cristo e Deus pensam de nós, mas do que Deus pensa de Cristo, nosso Substituto.” 2 ME, pág. 32 e 33. A PERFEIÇÃO BÍBLICA “Sede vós perfeitos assim como é perfeito o vosso Pai que está nos Céus.” Mat. 5:48 “Como Deus é perfeito em Sua elevada esfera de ação, assim o homem pode ser perfeito em sua esfera humana.” C.P.P.E. pág. 365. A PERFEIÇÃO BÍBLICA EM NÓS A perfeição é um processo e não um ato A perfeição deve ser vista em cada fase da vida. Cristo é o exemplo a ser imitado. Perfeição não é o que eu faço, mas o que Cristo fez e é creditado a meu favor. A PERFEIÇÃO BÍBLICA EM NÓS PERFEIÇÃO EM SUA ESFERA E EM CADA ESTÁGIO “Embora em cada estágio de nossa vida não sejamos 100% perfeitos, se estamos em Cristo, Deus nos aceita como se fôssemos perfeitos”. A PERFEIÇÃO BÍBLICA EM NÓS SERIA A PERFEIÇÃO BÍBLICA AUSÊNCIA DE PECADO? NÃO “Os que mais perto vivem de Jesus, mais claramente discernem a fragilidade e pecaminosidade do ser humano, e sua única esperança está nos méritos de um Salvador crucificado e ressurgido. ... E a alegação de estarem sem pecado é em si mesma evidência de que aquele que a alimenta longe está de ser santo. ... Quanto maior a distância entre ele e Cristo, e quanto mais impróprias forem suas concepções do caráter e requisitos divinos, tanto mais justo parecerá a seus próprio olhos. Grande Conflito, 471. Posteriormente ela afirmou: “Nenhum dos apóstolos e profetas declarou jamais estar sem pecado. ... Quanto mais nos aproximamos de Jesus, e quanto mais claramente distinguirmos a pureza de Seu caráter, tanto mais claro veremos a excessiva malignidade do pecado, e tanto menos nutriremos o desejo de nos exaltar a nós mesmos. A. Apóstolos, 561. A PERFEIÇÃO BÍBLICA EM CRISTO SERIA A PERFEIÇÃO BÍBLICA EM CRISTO AUSÊNCIA DE PECADO? SIM Já não falarei muito convosco, porque aproxima o príncipe deste mundo e nada tem em mim. João 14:30. Mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado. I Pedro 1:19. Porque nos convinha tal sumo sacerdote, santo, imaculado, seprado dos pecadores e feito mais sublime do que os céus. Heb. 7:26. A PERFEIÇÃO BÍBLICA EM CRISTO Suas Tentações Cristo foi tentado como nós? SIM Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se de nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado. Heb. 4:15 A PERFEIÇÃO BÍBLICA EM CRISTO Suas Tentações Cristo foi tentado acima de nós? SIM “As seduções resistidas por Cristo são as mesmas que nós achamos tão difíceis de enfrentar. Elas O persuadiram num grau tão elevado quanto o Seu caráter é superior ao nosso.” DN, pág. 116 A PERFEIÇÃO BÍBLICA EM CRISTO Seus Milagres Operou Cristo algum milagre em Seu próprio favor? 1. Foi grande o NÃO desejo de usar seu poder e proteger-se. 2. Foi grande o desejo de usar Seu poder e fugir de Seus inimigos durante Sua prisão. 3. Foi grande Seu desejo de usar Seu poder e fugir da cruz. A PERFEIÇÃO BÍBLICA EM CRISTO Seus Milagres Usou Cristo o Seu poder para operar Seus milagres? NÃO A PERFEIÇÃO BÍBLICA EM CRISTO “Quando Jesus foi despertado para enfrentar a tempestade, estava em perfeita paz. Nenhum indício de temor na fisionomia ou olhar, pois receio algum havia em seu coração. Contudo, era na posse da força onipotente que Ele descansava. Não era como o ‘Senhor da Terra, do mar e do Céu’ que repousava em sossego. Esse poder, depuser-o Ele, e diz: ‘Eu não posso de Mim mesmo fazer coisa alguma’ Confiava no poder de Seu Pai. Foi pela fé - no amor e cuidado de Deus que Jesus repousou, e o poder que impôs silêncio à tempestade, foi o poder de Deus.” DN, 194. A PERFEIÇÃO BÍBLICA EM CRISTO Seus Milagres Usou Cristo o Seu poder para operar Seus milagres? NÃO A PERFEIÇÃO BÍBLICA EM CRISTO “Os anjos de Deus estão sempre indo da Terra ao Céu e do Céu à Terra. Os milagres de Cristo pelos aflitos e sofredores, foram operados pelo poder de Deus através do ministério dos anjos. E é por meio de Cristo, pelo ministério de Seus mensgeiros celestiais, que toda bênção nos advém de Deus. Tomando sobre Si a humanidade, nosso Salvador une Seus interesses aos dos caídos filhos de Adão, ao passo que mediante Sua divindade, lança não do trono de Deus. E assim Cristo é o medianeiro da comunicação dos homens com Deus, e de Deus com os homens.” DN, 77. A PERFEIÇÃO BÍBLICA EM CRISTO Seus Milagres Usou Cristo o Seu poder para realizar Seus milagres? NÃO Os mesmos milagres que Ele realizou, nós podemos realizar também. 1. Os 12 realizaram milagres que Ele realizou, nós podemos realizar também. Mat. 10 2. Os 70 realizaram milagres. Luc. 10 3. Pedro e João curaram. Atos 3 4. Pedro ressuscitou Tabita. Atos 9 CONCORDA ELLEN WHITE COM ESTE QUADRO? CRISTO E SUA NATUREZA SEM PECADO Ele como “cordeiro sem defeito e sem mácula” (I Pedro 1:19). O autor do livro de Hebreus O identifica como santo e imaculado: “Com efeito nos convinha um sumo sacerdote, assim como este, santo, inculpável, sem mácula, separados dos pecadores, e feito mais alto do que os Céus.” Heb. 7:26 CRISTO E SUA NATUREZA SEM PECADO Embora a Bíblia se demonstre clara a respeito da inocência de Cristo, algumas referências do Espírito de Profecia parecem apoiar a visão pré-lapsariana da Sua natureza. “Não devemos ter dúvidas acerca da perfeita ausência de pecado na natureza humana de Cristo.” 1 ME, 256 CRISTO E SUA NATUREZA SEM PECADO “Devemos ser cuidadosos, extremamente cuidadosos sobre como tratamos a natureza humana de Cristo. Não devemos apresentáLo diante do povo como um homem propenso ao pecado. Ele é o segundo Adão. O primeiro Adão foi criado puro, inocente, sem uma mancha de pecado sobre si; era a imagem de Deus. Poderia falhar, e falhou ao transgredir. CRISTO E SUA NATUREZA SEM PECADO Em virtude do pecado, sua posteridade nasceu com propensões inerentes para a desobediência. Mas Jesus Cristo foi o unigênito Filho de Deus. Ele tomou sobre Si a natureza humana e foi tentado em tudo, como a natureza humana é tentada. Poderia haver pecado; poderia ter falhado mas em nenhum momento houve nEle qualquer tendência má. Ele foi assaltado por tentações, no deserto, da mesma forma como Adão foi tentado no Éden.” SDABC, Vol 5, 1128 CRISTO E SUA NATUREZA SEM PECADO “Jamais, por qualquer maneira, deixemos a mais leve impressão nas mentes humanas de que qualquer mancha, ou inclinação para corrupção, repousou sobre Cristo, ou que Ele produziu corrupção. ... É um mistério que Cristo tinha sido tentado em tudo, como nós, e todavia seja sem pecado. A encarnação de Cristo sempre foi e permanecerá um mistério. CRISTO E SUA NATUREZA SEM PECADO O que foi revelado é para nós e nossos filhos, mas seja cada ser humano advertido do perigo de fazer de Cristo um ser humano como qualquer um de nós, pois isso não pode ser.” SDABC, Vol 5, pág. 1129 “Cristo é chamado o segundo Adão. Em pureza e santidade unido a Deus, e amado por Deus. Ele começou onde o primeiro Adão começou. Voluntariamente ele passou sobre o terreno onde Adão caiu, e redimiu a sua falha. Em Sua natureza humana, Ele manteve a pureza de Seu divino Caráter.” My Life Today, 323. CRISTO E SUA NATUREZA SEM PECADO “Na plenitude do tempo Ele foi revelado na forma humana. Assumiu Sua posição como cabeça da humanidade por tomar a natureza, não a pecaminosidade do homem.” SDABC, Vol. 7, pág. 917. “Cristo não possui a mesma deslealdade pecaminosa, corrupta e decaída que nós possuímos, pois então Ele não poderia ser um sacrifício perfeito.” 3 ME, 31 ALGUNS TEXTOS PARA CONSIDERAÇÃO “Tomando sobre si a natureza humana em seu estado decaído, Cristo não participou, no mínimo que fosse, do seu pecado. Era sujeito às debilidades e fraquezas que atribulam o homem.” 1 ME, 256 “Ele tomou sobre Si a natureza humana, falha, sofredora, degradada e definhada pelo pecado.” SDABC, Vol.5, 1124. ALGUNS TEXTOS PARA CONSIDERAÇÃO “Já teria sido quase uma infinita humilhação para o filho de Deus tomar a natureza humana, mesmo quando Adão permanecia em sua inocência no Éden. Mas Cristo aceitou a humanidade quando a raça humana encontrava-se debilitada por quatro mil anos de pecado. Como cada filho de Adão, Ele aceitou os resultados do trabalho da grande lei da hereditariedade.” DN, 49 ALGUNS TEXTOS PARA CONSIDERAÇÃO “Não foi uma imitação de humanidade que Cristo tomou sobre Si. Ele tomou a natureza humana e viveu a natureza humana. ... Ele tomou nossas enfermidades. Ele não apenas se fez carne, mas foi feito a semelhança de carne pecaminosa.” SDABC, Vol. 5, 1124. CONSIDERAÇÕES BÍBLICAS SOBRE SEMELHANTE “De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus. Mas aniquilou-se a si mesmo tomando a forma de servo, fazendo-se SEMELHANTE AOS HOMENS; e, achado na forma de homem, humilhou-se a Si mesmo, sendo obediente até à morte e morte de cruz. Fil. 2:5-8. Semelhança: Palavra Chave • Em grego como em português significa semelhança e não igualdade. • Se Ele fosse exatamente como nós, não seria nosso salvador, não seria solução, seria parte do problema. • Jesus não é o segundo João, é o segundo Adão. • Filpenses 2:6 e 7. Isos para Deus e homoiomati em relação ao homem. 104 A Missão de salvar o homem seria impossível caso Jesus assumisse a humanidade igual a nossa. • “O homem não pode fazer expiação pelo homem, uma vez que ele em sua condição caída, constituíria um oferta imperfeita”.(Review and Herald, 17 de Dezembro de 1872). • Por isso Jesus não poderia ser exatamente como nós, partilhando da natureza caída herdada de Adão. Tinha que ser 105 SEMELHANTE. CONSIDERAÇÕES BÍBLICAS SOBRE SEMELHANTE “Portanto, o que era impossível à lei, visto como estava enferma pela carne, Deus enviou o Seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne.” Rom. 8:3. E mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis.” Rom. 1:23 Em Semelhança vem de “EN HOMOIMATI” CONCLUSÃO Henry Melvill, contemporâneo de E. White, apresenta dois quadros para a natureza de Adão após a queda: FRAQUEZAS INOCENTES TENDÊNCIAS PECAMINOSAS Fome Dor Cansaço Sede Tristeza Morte Inclinação para pecar Tendência para pecar Natureza pecaminosa Propensão humana para pecar. ADÃO Aqui Adão não tinha: 1 Nem fraquezas inocentes. 2 Nem tendências pecaminosas Aqui Adão passou a ter as duas. CRISTO Cristo tinha fraquezas inocentes mas NÃO tendências pecaminosas. CRISTO Ele tomou sobre a Sua natureza sem pecado, nossa natureza pecaminosa, para que pudesse saber como socorrer aqueles que são tentados. Medical Ministry, 181 CRISTO “Ele era isento de corrupção, um estranho ao pecado; todavia Ele orava, e isso freqüentemente com fortes clamores e lágrimas. Orava por Seus discípulos e por Si mesmo, identificando-Se assim com nossas necessidades e nossas fraquezas, e falhas tão comuns à humanidade. ... Ele foi um poderoso suplicante, não possuindo as paixões de nossa falível natureza, mas circundado por semelhantes fraquezas, tentado em todas as coisas, como nós.” Testemonies, Vol. 2, 508 CRISTO “A natureza humana de Cristo era semelhante à nossa, e o sofrimento foi mais agudamente sentido por Ele; por Sua natureza espiritual estava livre de cada mancha de pecado. Portanto, Seu desejo para remover o sofrimento era mais forte que seres humanos podem experimentar.” SDABC, Vol. 7, 912 CRISTO “Por quatro mil anos a raça tem decrescido em força física, em poder mental, e valor moral; e Cristo tomou sobre Si as enfermidades da humanidade degenerada.” DN, 117. CRISTO “Por um lado Cristo é um representante perfeito de Deus; por outro lado, Ele é um especíme perfeito da humanidade sem pecado. (Manuscritos 44, 1898) CRISTO “Cristo é chamado o segundo Adão. Em pureza e santidade, conectado com Deus e amado por Deus. Ele começou onde o primeiro Adão havia começado. Ele passou pelo mesmo terreno onde Adão caiu e redimiu a falha de Adão. (The Youth instructor, 2 de Junho de 1898). CRISTO “Ele (Cristo) venceu Satanás na mesma natureza sobre a qual, no Éden, o inimigo havia obtido a vitória. (The Youth instructor, 5 de abril de 1901). CRISTO Não tinha natureza pecaminosa. Tinha fraquezas inocentes. Tinha a natureza de Adão antes da queda (Pre-lapsariana) e herdou as fraquezas que Adão teve após a queda (um pouco da póslapsariana). Foi tentado como nós e acima de nós. CRISTO Realizou Seus milagres pelo poder de Deus. Fez-Se carne para poder creditar Sua vida de obediência a nosso favor.” Somos gratos por isso? Pr. José Orlando Silva 119