Tomografia Sísmica Marcelo Assumpção & Afonso E. V. Lopes Tomografia Sísmica: O estudo do resíduo dos tempos de percursos Algumas vezes os tempos de percurso das ondas sísmicas são maiores ou menores que os previstos por um modelo de referência. Essas diferenças, chamadas de resíduos, permitem estimar as posições de heterogeneidades no interior da Terra. Como toda tomografia sísmica é realizada com base em um modelo de referência, o que estudamos são variações laterais de velocidade, de forma que: Se o resíduo do tempo de percurso é negativo, o tempo de percurso observado é menor que o teórico, o que significa que a velocidade média da onda ao longo do raio sísmico foi maior que ô modelo re referência. Nos mapas de tomografia os resíduos negativos de tempo (velocidades maiores) são representado por cores frias, e as velocidades menores por cores quentes. Modelo de Referência Preliminary Reference Earth Model Velocidades das Ondas Sísmicas As velocidades das sísmicas refletem as propriedades das rochas, que por sua vez dependem da composição química, temperatura, pressão, entre outros parâmetros. Velocities Maiores Velocities Menores 1. Baixa Temperatura 1. Alta Temperatura 2. Alta Pressão 2. Baixa Pressão 3. Fases sólidas 3. Fases Líquidas resíduo de tempo -1s região de velocidade alta -1 0 0 -1 Tomografia: vários modelos possíveis -1 0 0 -1 -1 0 0 -1 -1 0 0 -1 -1 0 0 -1 qual o melhor modelo ? Escolhe-se o mais simples (“menos estrutura”) Sismômetros Superfície da Terra Exemplo de Resultado Tomográfico: Subducção de Tonga Tomografia de Onda P no Sudeste e Centro-Oeste Tomografia Sísmica com Ondas de Corpo Tomografia do Manto Superior com Onda P (projeto BLSP, 1992-2004) • VanDecar et al. 1995 • Schimmel et al. 2003 • C. Escalante, 2002 • M. Rocha, • 2003, 2007 • ~90 estações, 10.000 leituras de P+PKP Tomografia de onda P: chegadas RELATIVAS chegada observada mais atrasada tempo teórico menos atrasada Grade de Pontos para Inversão: Muitos Pontos & "Poucos" Dados ~100.000 pontos ~10.000 leituras Portanto diferentes modelos podem ajustar os dados! Outras informações necessárias para inversão: - modelo suave Litosfera Sísmica: velocidade alta P e S anomalia positiva anomalia negativa perfil de referência profundidade estação craton intrusões 85-60 Ma intrusões 130-110 Ma Anomalias de Velocidade Sísmica: Temperatura ou Composição ? - Anomalias altas (~5-10%) -> provavelmente temperatura (e.g. zonas de subducção) ou água. - Temperatura diminui velocidade das duas ondas, P e S - Manto enriquecido em Fe (olivina, piroxênio): -> baixas velocidades, alta densidade, e alta razão Vp/Vs - Ca, Mg -> tende a aumentar Vp, Vs e diminuir Vp/Vs Região SE do Brasil: evidências de efeito de maior temperatura nas anomalias de baixa velocidade. - Anomalias das ondas P e S têm boa correlação; - Alcalinas mais recentes estão perto de baixas velocidades, - Fluxo geotérmico aumenta nas bordas da bacia do Paraná: ~45 mW/m2 no centro, ~55 mW/m2 nas bordas, 150 km Baixa velocidade perto de províncias ígneas do Cretáceo Superior (intrusões alcalinas). Rift do Atlântico 130 Ma Intrusões 85-60 Ma: efeito Trindade plume (?) da pluma de Trindade ? Geoquímica (Gibson et al., 1997) Efeito da distribuição dos raios Tomografia (BLSP) Pluma de Trindade desviada pela raiz do cráton do São Francisco? (Thompson et al., 1998; Gibson et al., 1999) Placa de Nazca Rocha et al., 2010 1300 km Anomalias profundas com tendência NS. Subducção da placa de Nazca ? Densidade de raios Ondas P de estações globais, dados ISC (Bijwaard et al., 1998) 200 km 500 km Detecção da placa de Nazca a 1300km ? Engdahl et al. (1995): ondas P, rede mundial (dados do ISC) Schimmel et al. (2003): projeto BLSP, estações locais Afinamento Litosférico e Sismicidade Intraplaca SISMICIDADE: epicentros não se correlacionam com feições da superfície: faixas de dobramento Brasilianas ou suturas não são zonas de fraqueza crustal. Resultados Recentes de Tomografia com ondas P e S (Rocha, 2007) Low velocities along the TransBrasiliano Lineament P high velocities in craton and beneath Paraná basin S Sismicidade Atividade sísmica em áreas de velocidade baixa: Litosfera fina concentra tensões! Número de Sismos no perfil NW-SE (largura de ~100 km) mag>3,5 APIP SFC S.Mar/plat. A' 0. 100. 200. 300. 400. 500. 600. Depth (k m) A Iporá lithosphere/asthenosphere limit? Sismicidade versus Tomografia versus Alcalinas Modelo Geoquímico Sismos, intrusões alcalinas e tomografia Modelo Sismológico Modelo de variação de Vp com temperatura Vp Vp Crosta 500oC 600oC 1300oC 150 km 1300oC Astenosfera Perfil médio de referência Modelo proposto por Assumpção et al. (2009) Litosfera mais fina é mais quente e portanto mais fraca: não suporta grandes tensões intraplaca. crosta 0 500oC manto 1000oC T 0 Resistência da litosfera (máxima tensão possível) 150 300 MPa Modelo proposto por Assumpção et al. (2009) Litosfera mais fina e mais quente é mais fraca: tensões intraplaca concentram-se na crosta superior crosta manto litosfera/ astenosfera 1300oC Vp baixo quente fraca Vp alto frio resistente Conclusões com a tomografia de onda P no Sudeste do Brasil 1) Litosfera mais fina no Arco Magmático de Goiás, na Província Ígnea do Alto Paranaíba (APIP), e na bacia do Pantanal. 2) Litosfera mais espessa no sul do cráton do São Francisco, sul de Goiás, e núcleo cratônico(?) da bacia do Paraná. 3) Afinamentos da litosfera pode explicar sismicidade. Sismos são superficiais mas as causas são profundas! Tomografia com Ondas de Superfície Rayleigh na América do Sul P S Superfície S Tomografia de Ondas de Superfície T=100s T=20s Vs Velocidade da onda Rayleigh depende da estrutura de velocidade S da crosta e manto Estudos anteriores (Vs a 100 km) Montpellier 2001 Carnegie-ETH 1999 Alta velocidade nos crátons resolução lateral: 700-1000km ~300 a 500 km Tomografia global, (Univ. Colorado): Poucas estações na América do Sul (resolução baixa). 100 km Projeto BLSP02 (estações no Norte e Nordeste) Colaboradores: UnB, UFRN, IPT, UFMS, UFRA, CPRM, CVRD, DeBeers, RTDM, AngloGold. ~6000 percursos analisados com velocidade de grupo da onda Rayleigh Tomografia 2D (Velocidade da onda Rayleigh com Período de 20s) Baixas velocidades nos Andes (crosta espessa) e bacias sedimentares. T=20s Vs Tomografia 2D (Velocidade da onda Rayleigh com Período de 100s) Baixas velocidades nos Andes (astenosfera). Altas velocidades nos crátons. T=100s Vs Inversão de forma de onda Modelagem do sismograma Obtém-se modelos 1D médios entre cada epicentro e estação ~600 percursos analisados com modelagem de forma de onda Velocidades S na base da litosfera (100 km) A= blocos mais antigos -> litosfera mais espessa. Velocidade de grupo + forma de onda Teste de Resolução (inversão conjunta) Peru Bolívia Resolução Vs a 150 km Amazonian Craton: geochronological provinces B 2.2 – 1.95 Ga A > 2.3 Ga C 1.95 – 1.8 Ga D 1.8 – 1.55 Ga Guyana shield Tassinari & Macambira,1999 Guaporé shield crosta mais antiga Vs a 200 km Resolução 150 km NW Guaporé shield SE Considerações finais sobre a Tomografia de ondas Rayleigh 1) Maiores espessuras da litosfera na parte leste do cráton Amazônico e na parte sul do cráton do São Francisco. 2) Possível núcleo cratônico na bacia do Paraná e Bacia do Parnaíba (?) 3) Baixas velocidades a 200-300km sob a região do Pantanal. Tomografia com ondas de corpo e de superfície Raios Sísmicos e Resolução Resultado Como avaliar a possibilidade de erros numéricos e a resolução dos dados? Vs 100 km Ondas de corpo versus Ondas superfície Vantagens versus Desvantagens Tomografia Sísmica & Pinturas Impressionistas Renoir: “Remando no Sena” Material Extra (Apoio) Tomografias na Placa Sul-Americana 100km 150km Global tomography (Univ. Colorado) Few stations in South America, very long paths -> low resolution (does not isolate Amazon craton 200km 250km Note low-velocities beneath the Chaco/Pantanal basins. Upper Mantle Shear Velocity Model N.Shapiro Univ.Colorado SDT (diffraction tomography model). Tomografia com Ondas de Superfície (Vs a 100 km de profundidade) Altas velocidades no Craton do Amazonas Feng et al. 2005 Heintz et al. 2005 Resolução Lateral : 700 - 1000km T > 40s, percursos longos 300 - 500 km T > 15s, percursos curtos Tomografia com Ondas de Superfície (Heintz et al., 2005) Note as baixas velocidades sob as bacias Chaco/Pantanal. % Vs 100 km Joint inversion results: Generally high velocities In the Amazon craton. No clear separation between the Guyana and Guaporé shields. Separate high-velocity block in Southern S.Francisco craton. Possible cratonic block beneath the Paraná basin? Vs 150 km resolution 300-600km thickest lithosphere in oldest block A TransBrasilian Lineament: generally low velocities or limits high velocity blocks. Vs 200 km oldest rocks resolution 500-800km 2.9-3.0 Ga granitoids/greenstones Carajás Iron Province